Ecologia - T: As Sete Eras da Globalização PDF

Summary

This document explores the seven eras of globalization, examining factors such as geography, technology, and institutions. It analyzes the acceleration, scale, and rhythm of change, along with the impact on global interdependence. The document also discusses Malthusian pessimism and the sustainability of progress, focusing on the changing economic structures and the relationships between geography, technology, and institutions.

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Ecologia - t As sete eras da globalização 1. Enquadramento: as sete eras da globalização 2. Aceleração, escala e ritmo das mudanças 3. Pessimismo malthusiano 4. Estrutura económica em mudança 5. Geografia, Tecnologia, Instituições 6. Geografias favoráveis 1. ENQUADRAMENTO: AS SETE ERAS DA GLOBALI...

Ecologia - t As sete eras da globalização 1. Enquadramento: as sete eras da globalização 2. Aceleração, escala e ritmo das mudanças 3. Pessimismo malthusiano 4. Estrutura económica em mudança 5. Geografia, Tecnologia, Instituições 6. Geografias favoráveis 1. ENQUADRAMENTO: AS SETE ERAS DA GLOBALIZAÇÃO Porque é que o mundo muda? - geografia - tecnologia - instituições O mudo munda pela articulacao entre 3 fatores pode haver condicoes tecnologicas mas faltam outras dimensoes por ex. geografia (não) o permite a revolucao industrial deu-se pk havia carvao naquele sitio geografico 2. ACELERAÇÃO, ESCALA E RITMO DAS MUDANÇAS ao longo deste processo - geografia fisica Evolução da população mundial nos últimos 12 000 maior e mais decisiva nas primeiras eras e dps é anos. superada ligeiramente Durante a maior parte do tempo a variação - quais foram as alavancas da mudança? populacional foi quase imperceptível. - como é que a geografia, a tecnologia e as instituições interagem? Acelera a partir da era oceânica e “explode” com a - como é que mudanças numa região se difundem era industrial (1800- 2000) para outras? - como é que estas mudanças afectam as interdependências globais? - que lições podemos aprender de cada passada era para enfrentar os desafios da actualidade? 1 MP Porque é que o crescimento aumentou a partir de 1800? Questão central é a escala. Em 1800, a população mundial era de cerca de mil milhões de habitantes, as ligações eram cada vez maiores através das trocas comerciais, migrações e políticas. Apesar das assimetrias “Norte vs Sul”, por volta de 1800 a escala das dinâmicas globais era muito maior do que, por exemplo, em 10 000 AC quando Evolução da taxa de urbanização apresenta existiam apenas 2 milhões de seres humanos comportamento semelhante. dispersos pelo planeta terra. Urbanização é um fenómeno cresce muito a partir Cada impulso na escala gerou novas tecnologias da era industrial (1900 em diante) [16%] que aumentaram população/produção. Mudou também a natureza do governo e da geopolítica Em 2020 temos uma taxa de 55%. 3 indicadores O mesmo sucede para o produto p/capita. Evolucao da população revolucao industrial - ponto de inflexão - explosão Nenhum movimento até 1500. Daí até 1800 um ↓ populacional ligeiro aumento e entre 1820 até 2000 um evolução da saúde publica crescimento de 11x. (indicativo) Pobreza extrema (- de USD2,15 p/dia) passou nestes Evolução da urbanização 180 anos de 75% para 10% da pop. Global. 2007 - metade populaçõ a viver em cidades explosão a partir da revolução industrial Pk é que o crescimento aumentou ? + pop + dinamica escala - modificou o ritmo da mudança 9 MP crescimento populacional e alimantar mundo deixaria de ter capacidade - catastrofe em que medida é que o progresso é sustentável 4. Estrutura económica em mudança 3. Pessimismo malthusiano Thomas Malthus (1766-1834) foi o mais influente pessimista do pensamento moderno. Ideia-chave: crescimento populacional é geométrico e crescimento alimentar é aritmético. Será que o progresso (i.e. melhoria das condições de vida e bem-estar) é sustentável? Porque é que a importância relativa do sector Ao contrário do que ele pensava, nos contextos primário desceu na era industrial? desenvolvidos diminuiu a fecundidade A sociedade deve trabalhar o suficiente para alimentar a população. Quando a agricultura é rudimentar, cada agregado familiar alimenta-se O “espectro” de Malthus continua… sem excedente. 9.7 mil milhões habitantes em 2050 Com a modernização da agricultura, existe Alterações climáticas excedente alimentar. Perda de biodiversidade Isto leva à queda do peso do sector de actividade Poluição económica ligado às actividades extractiva, Riscos tecnológicos e sociais piscatória, caça, etc. Pandemias... Hoje, nos EUA, um único agricultor pode alimentar 70 famílias, levando a que o peso da força de trabalho no sector primário seja inferior a 2%. Hoje, no planeta, emprego no sector primário é de aproximadamente 28%, secundário é de 22% e terciário de 50% 9 MP primario - pesca e caça 6. Geografias favoráveis e o futuro secundário - transformação terciario - operar - intangibilidades importancia do missisipi para a cultura popular americana imporatncia da geografia no moldar da cultura 5. Geografia, Tecnologia, Instituições Interação entre Geografia, Tecnologia e Instituições: Geografia – existência de minas de carvão na Inglaterra que podia ser extraída e transportada a baixo custo. Tecnologia – Motor a vapor. Engenho e espírito criativo de James Watt. Instituições – na Inglaterra existia proteção legal para patentes/invenções e um mercado para vender o produto (motor a vapor). A lei britânica também favorecia a criação de empresas industriais importancia do missisipi para a cultura popular americana imporatncia da geografia no moldar da cultura 9 MP Era do Paleolítico 1. Enquadramento 2. A primeira era da globalização 3. Aceleração cultural e sociedade no Paleolítico superior 4. Algumas lições da Era Paleolítica 1. ENQUADRAMENTO 2,5 milhoes de anos - homo lucyy - primeiro vestigio que este atributo (bipedismo) existia tão recuado no tempo Aparecimento do Homo sapiens Evolução dos Hominídeos ± 250.000-50.000 anos. Surge o Homo sapiens. 5-8 milhões de anos. Ancestral comum – humanos e Grande sucesso adaptativo – único hominídeo que chimpanzés (partilham 98,5% do património sobreviveu. genético) Modificou profundamente a bioesfera do planeta ± 2.5 milhões de anos. Aparecimento do género Terra. Homo. Glaciações recorrentes. 1.2 milhões de anos. Homo erectus – primeiro O que nos tornou humanos? hominídeo a sair do continente africano - consciencialização (pesnamento critico) - expansão da dimensão cerebral - autoconsciencia - bipedismo - descer das arvores - viver em conjunto (população) - uso de linguagem - cultura - desenvolvimento de ferramentas/ tecnologias - capacidade de cooperar entre grupos - e defender-se/ ser agressivos dos adversários motivos pelos quais neandertais se extinguiram organização em grupos - civilizacoes prosperaram e neandertais ficaram comunidade mais isolada 9 MP E. O. Wilson – características fundamentais da natureza humana: Descer das árvores e locomoção erecta capacidade para cooperar inter-grupos Expansão da dimensão cerebral em relação à (eusociabilidade) e atitude agressiva relativamente dimensão do corpo a outros grupos desenvolveram-se na savana Cultura – desenvolvimento de africana devido à competição entre grupos pelo ferramentas/tecnologia território. Uso de linguagem O que aconteceu primeiro? Humanos no paleolítico viviam em bandos de 25-30 membros que mudavam de localização em função da sazonalidade. 2. A PRIMEIRA ERA DA GLOBALIZAÇÃO A “Grande dispersão” Extinção da megafauna (+44kg) deve-se à sobre-exploração humana (caça, destruição habitats, etc.). Extinção do cavalo nas Américas levou à estagnação do desenvolvimento. Regresso dos cavalos dá-se com as conquistas coloniais europeias. Extinção de outras espécies humanas Capacidade de extinguir megafauna ex cavalos (tecnologia) - modifica espaço de tempo America fica privada desse contributo para desenvolvimento 9 MP 3. ACELERAÇÃO CULTURAL E SOCIEDADE NO complexidade cultural crescente PALEOLÍTICO SUPERIOR + tempo para arranjar armas pinturas colares... sofisticação do dominio cultural Paleolítico superior “Idade da Pedra” (paleo+lithos) Grande desenvolvimento físico, social, tecnológico e Marshall Sahlins (1972) Stone Age Economics linguístico dos seres humanos. desafiou o conhecimento existente sobre o Culturas caçadoras-recolectoras povoam todos os paleolítico. Ideias-chave sobre sociedades continentes excepto a Antártida. caçadoras-recolectoras: Prolonga-se até ao Holoceno. 1. Eram afluentes pois as suas necessidades eram satisfeitas com pouco esforço (contrariando a cacadores recoletores difundem-se noção de escassez e luta permanente pela sucesso adaptativo - n ser tudo ocupado - n ha na sobrevivência). antartica capacidade de resiliencia 2. Tinham tempo livre, pois assentavam em valores não materialistas e num estilo de vida equilibrado Comunidades caçadoras-recolectoras – inteligentes (contrariando a noção de que o progresso é e engenhosas. sinónimo de riqueza material crescente). Comunidades igualitárias. Qualidade de vida – dimensão populacional, 3. Adoptavam um modo de produção e troca pré- disponibilidade de recursos, conhecimento dos mercantil assentes na dádiva, reciprocidade e ecossistemas. “comunismo” (contrariando a dependência dos Nomadismo. mercados do capitalismo contemporâneo). Proximidade ao mundo contemporâneo. 4. Permitem criticar o etnocentrismo prevalecente Migrações humanas. que concebe a economia capitalista ocidental como Homo sapiens moviam-se pelo espaço geográfico de pináculo do desenvolvimento humano forma a que nenhum grupo ficou suficientement e isolado para originar outra espécie. 4. ALGUMAS LIÇÕES DA ERA PALEOLÍTICA Período formador da toda a história humana. Difusão global a partir de África, criação das primeiras culturas, invenção da linguagem, formação de clãs, intensificação da manipulação da natureza (melhoria na caça, avanço na produção de ferramentas, invenção das artes). Humanos adaptaram-se a habitats e zonas climáticas diversas e transportavam as suas invenções (tecnológicas e institucionais) ao migrar. comunidades igualitárias Sociedades eram igualitárias e não hierárquicas. cac rec - dieta era melhor Apesar da cooperação predominante a competição se tinham mais saude que os do neolitico pk é que irrompia entre grupos diferentes. prosperaram e n voltaram atrás fomos tao bem sucedidos que n houve nenhum que ficasse tão bem isolado para originar outra espécie 9 MP Abandonar a ideia de que os seres humanos viviam Isolamento geográfico: Sociedades geograficamente harmoniosamente e de forma sustentável e que isoladas, como a da Ilha de Páscoa ou os povos da apenas o capitalismo moderno criou crises Groenlândia, tinham menor capacidade de se ambientais. Os caçadores-recolectores eram recuperar de crises, pois dependiam exclusivamente também capazes de criar problemas ambientais (ex: de seus próprios recursos e não podiam contar com ocupação da Oceânia há 50.000 anos e da América ajuda externa. Isso tornou o colapso mais provável há 15.000 levou à extinção de muitos animais quando problemas ambientais ou sociais surgiram terrestres). Também extinguiram (conquista direta ou exclusão competitiva) dos Neandartals. Os humanos podem ser os seus piores inimigos. A sustentabilidade ambiental e a paz entre culturas diferentes pode não ser “natural” e ter de ser construída através da razão Jared Diamond (2005) Collapse identificou cinco causas do colapso de diferentes sociedades (algumas pré-modernas): Destruição ambiental: uso excessivo do solo, o desmatamento, a erosão e a exploração de recursos, como a água e a fauna, resultaram em ambientes inabitáveis (ex: Ilha da Páscoa). Mudanças climáticas: Alterações no clima, como secas prolongadas ou arrefecimento, naturais e/ou exacerbadas pela atividade humana, agravaram problemas preexistentes e aumentaram as tensões sobre os recursos disponíveis (ex: Vikings na Gronelândia). Conflitos com sociedades vizinhas: guerras e ataques, desgaste de defesas e recursos (ex: Maias). Respostas da sociedade aos problemas: elites, muitas vezes, ignoraram sinais claros de problemas ecológicos e sociais ou tomaram decisões inadequadas. A capacidade (ou incapacidade) de adaptação às crises foi um fator decisivo na sobrevivência de civilizações (ex: Anasazi – sudoeste americano – sistema de canais e redes de irrigação e incapacidade de modificar práticas agrícolas incapazes de sobreviver à seca prolongada).. 9 MP Era do Neolítico 1. Enquadramento 2. Difusão da agricultura em zonas ecológicas 3. Civilizações aluviais da Eurásia 4. Latitudes “com sorte” 5. Algumas lições da era Neolítica 1. ENQUADRAMENTO neolitico - revolução agricola capacidade de migração - sucesso geografia fisica (vantajosa para areas agricolas...) aumento da temperatura Caçadores-recolectores tinham melhor nutrição, menos doenças, dietas mais variadas, trabalho sedentarismo antecede a agricultura - mais tempo menos penoso e vidas mais longas que os seus nos msm lugares contemporâneos agricultores. Então, porque é que estes “vingaram”? Africa - inexistencia de animais domesticos para substituir homem no trabalho agricola - tinham locais de abrigo / comida, menos perigo na caça fator decisivo para a concentração da população - - demografia (+fecundidade) e variação de escala água, climas temperados eram + tinham + força ha então multiplos fatores para explicar o desenvolvimento histórico (n é so 1) diferenças de desenvolvimento hj á escala global + facil é a difsão no eixo horisontal do que no Difusão dos seres humanos pelo planeta levou ao vertical aparecimento de comunidades permanentes e à mudancas de temperatura (climas temperados) Revolução Neolítica (aparecimento da agricultura à tecnologia/ gestao hidraulica cerca de 11.000 anos). Invenção da agricultura no Oeste asiático (Crescente Fértil) foi antecedida pelo sedentarismo (iniciado à 14.500 anos). Passagem do Por causa da demografia do nomadismo (menor Plistoceno para o Holoceno: aumento da densidade populacional) vs sedentarismo (maior temperatura, maior disponibilidade de alimentos. densidade populacional) Envolveu processo de aprendizagem de selecção de Produtividade agrícola é maior do que a produção plantas de cultivo e não apenas colher o que a natural. natureza oferecia. Aconteceu em vários locais Maior capacidade para conquistar território aos independentes no planeta, levando ao crescimento nómadas pela força. populacional. Nómadas foram ficando cada vez mais circunscritos a territórios mais pequenos e isolados 9 MP 2. DIFUSÃO DA AGRICULTURA EM ZONAS ECOLÓGICAS 3. CIVILIZAÇÕES ALUVIAIS DA EURÁSIA O que têm em comum? 1) Antigo Egipto (Nilo) 2) Mesopotâmia (Tigre e Eufrates) 3) Vale do Indo 4) China (Vales dos Rios Amarelo e Yangtze) Baseadas na agricultura aluvial (solos ricos e “renovação” através de inundações sazonais). Navegação, irrigação, controlo de cheias (civilizações hidráulicas). Defesa e protecção. Disponibilidade de animais domésticos para trabalho. Crescimento populacional, invenção da escrita, divisão do trabalho, conhecimento científico e técnicas de governo. Civilização agrária - Nilo 9 MP Civilização agrária – Vale do Indo Redes de transportes 4. LATITUDES “COM SORTE” Concentração populacional Clima temperado Redes de transportes 5. ALGUMAS LIÇÕES DA ERA NEOLÍTICA Ausência de doenças transmitidas por vectores (ex: A sorte importa. Estar no lugar certo à hora certa é malária) muitas vezes a chave para o sucesso. No Neolítico Fluxos ideias, línguas, culturas foi assim! A invenção da agricultura dependeu de um ambiente fértil, com a fauna e flora que possibilitaram a domesticação de animais e o cultivo de plantas. O eixo Euroasiático Este-Oeste traduziu-se numa vasta área para inovação e difusão que deu origem a civilizações e “proto-Estados”. 9 MP A América também tinha alguns lugares “com sorte” Era Equestre (Mesoamérica e região Andina) mas não tinha a 1. Enquadramento tecnologia do Velho Mundo, nem animais como o 2. Domesticação de animais e desenvolvimento dos burro e o cavalo, fundamentais para o metais desenvolvimento económico no longo-prazo. 3. Novo Mundo Vs Velho Mundo 4. Desenvolvimentos no Crescente Fértil África também estava em desvantagem, pois 5. Algumas lições da Era Equestre encontrava-se “separada” da Eurásia pelo Deserto do Saara e possuía um ambiente excepcionalmente severo em termos de doenças para animais e 1. ENQUADRAMENTO plantas Eurásia – área terrestre contínua que beneficiou da escala, comércio a longa distância, inovação e difusão de tecnologias. Cavalo – papel decisivo (transportes, trabalho agrícola, capacidade militar, comunicações rápidas, apoio ao governo de grandes áreas de um Estado unificado. A sua domesticação esteve na origem dos primeiros Impérios da Eurásia. Terceira era da globalização – Era Equestre – começa nas pradarias situadas a norte das latitudes “com sorte”, conhecidas como estepes asiáticas Estendem-se da costa norte do Mar Negro até ao nordeste da China. Zona semiária não desértica, 11% da área total da Eurásia. 3.000 A.C. - 15,1% pop. total 1.000 A.C. - 14,5% pop. Total Fonte energia abundante – erva – e clima favorável ao cavalo 9 MP 2. DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS E DESENVOLVIMENTO Estepes funcionam como “refúgio” porque não tinha DOS METAIS grande concentração de comunidades caçadoras- Domesticação animal – processo longo e complexo recolectoras e agrícolas primordiais. iniciado no Paleolítico com a domesticação do cão na China (> 10.000 A.C.) Foi das estepes que o cavalo reemergiu como tecnologia fundamental Seguiram-se os ruminantes (cabras, ovelhas, etc.) 10.000-8.000 A.C. sudoeste asiático. Burro domesticado no Egipto ± 5.000 A.C. Camelos na Arábia / Alpaca e Lama nos Andes ± 4.000 A.C. Domesticação quase exclusivamente na Eurásia e Norte de África (burro). Nenhum animal domesticado na África tropical. Todos foram introduzidos à posteriori. Espécies existentes resistiram à domesticação (antílopes, zebras, etc.). Ambiente tropical demasiado adverso. Doenças causadas por parasitas. Domesticação de Camelos e Camelídeos Falta de cavalos, burros e similares. Espécies da família dos camelos também desempenharam um papel importante em regiões Nas Américas, a maior parte dos animais desérticas ou planaltos. Velho Mundo – camelo e domesticados foi introduzida depois de 1492. dromedário | Novo Mundo – lama e alpaca. Depois de extintos os mamutes, os tigres dentes de Grande durabilidade e resistência a temperaturas sabre e os cavalos pelas comunidades caçadoras extremas. Podem trabalhar longos períodos sem recoletoras, sobraram poucos animais domesticáveis água e comida. Leite, carne, carga, ação militar, etc. (ex: alpaca, lama, peru) Sem camelos não existiriam nómadas nos desertos do Velho Mundo Domesticação do Cavalo A importância do cavalo para o desenvolvimento e a globalização não tem paralelo. Regiões com falta de cavalos não conseguiram acompanhar as restantes e foram mais facilmente conquistadas por elas. No Plistoceno, o cavalo era nativo na maior parte das Américas e Eurásia e apenas no Norte de África. No Holoceno a área é menor devido à caça intensiva. 9 MP 4. DESENVOLVIMENTOS NO CRESCENTE FÉRTIL Na Era Equestre o Crescente Fértil experienciou um notável desenvolvimento (ex: tecnologia e instituições agrícolas, administração pública e lei, escrita e comunicações, engenharia, comércio a longas distâncias, etc.) que originou cidades- Estados e outras entidades políticas (Impérios, Reinos, etc.). Antigo Egipto (3.000A.C.) e Suméria (2.900A.C.) tinham formas de escrita: hieróglifos e escrita Desenvolvimento dos metais cuneiforme, respectivamente, fundamentais para a administração pública. Estruturas (ex: Pirâmides) e infraestruturas públicas. Cidades, sistemas de impostos, filosofias e religiões. Ciência: matemática, astronomia, engenharia, metalúrgica, medicina, etc. 5. ALGUMAS LIÇÕES DA ERA EQUESTRE 3. NOVO MUNDO VS VELHO MUNDO Período profundamente transformador para as maiores civilizações Euroasiáticas. Três inovações tecnológicas decisivas: i) domesticação do cavalo ii) desenvolvimento da escrita iii) invenção da metalurgia Por volta de 1.000 A.C. grandes impérios terrestres distantes das frentes ribeirinhas começaram a emergir. Entrávamos na Era Clássica.. 9 MP Era Equestre 2. Período Axial 1. Enquadramento 2. Período Axial 3. Talassocracia Vs Telurocracia 4. Impérios Terrestres 5. Algumas lições da Era Clássica 1. ENQUADRAMENTO Período em que foram inventadas/os... Religiões: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e Budismo. Filosofias: Platão, Aristóteles, Confúcio, Buda. Impérios: Assírio, Persa, Grego, Romano, Indiano, Karl Jaspers (historiador e filósofo alemão) cunhou Chinês, Otomano, Mongol. a expressão “período axial” em 1949 para traduzir um período aproximado de meio milénio (800-200 É uma era de Globalização através da política pois A.C.) onde em diferentes civilizações euroasiáticas os impérios pretendiam deliberadamente criar apareceram simultaneamente “mundividências” civilizações globais e desenvolveram tecnologias e (filosofias e religiões) semelhantes. instituições para isso (ex: estradas, aquedutos e anfiteatros romanos). Reflexões/preocupações sobre o significado e o sentido da via. Beneficiaram da tecnologia desenvolvida nas Eras anteriores: aumento de produtividade alimentar, Civilizações: técnicas de criação de gado, transportes e Greco-romana: filosofia moral, Platão e Aristóteles. armamento. Persa: Zoroastrismo (visão do universo como campo de batalha entre o bem e o mal, precursora do Contudo, a tecnologia mais importante foi a Judaísmo e do Cristianismo) codificação da escrita (alfabeto). Índia: Hinduísmo e ensinamentos de Buda sobre o caminho para o nirvana (felicidade eterna) Isto permitiu ligar, pela primeira vez, as quatro China: Confucionismo, ordem social harmoniosa grandes regiões da Eurásia – bacia do através do cultivo da virtude Mediterrâneo, Sul, Ocidente e Este da Ásia. Milhares de livros foram impressos e grandes bibliotecas foram criadas (ex: Biblioteca de Alexandria). Conhecimento passou a ser codificado e transferido através de livros e educação formal. A história humana passou a ser documentada para a eternidade. Noutras regiões ainda era a tradição oral que predominava. 9 MP Será que existia uma causa comum? Densa rede comercial (madeira, vidro, vinho, Transformações culturais subjacentes: corantes). - sistemas de pensamento universalizantes - ética igualitária universal Sistema de escrita posteriormente adaptado pelos - auto-reflexividade crescente Gregos e Romanos. - foco das elites passa da manutenção da organização sócio-política para a criação de novas Não tinham interesse na dominação militar, apenas instituições políticas comercial. Factores que favoreceram o aparecimento: - Complexidade sócio-política crescente - Cosmopolitismo crescente - Acumulação de riqueza pelas elites - Maior disponibilidade energética - Escrita e “tecnologias de arquivo” - “Choque de civilizações” 4. IMPÉRIOS TERRESTRES 3. Talassocracia Vs Telurocracia O Império neo-Assírio inaugurou uma nova Era da Por volta do ano 1.000 A.C. desenvolveram-se dois Globalização – clássica – onde grandes Impérios tipos de civilizações: terrestres conquistariam vastos territórios, desenvolver intensas trocas comerciais e culturais Talassocracia – cidades-Estados com economias com outros Impérios e entrar em guerras sucessivas. baseadas nas trocas comerciais marítimas (ex: Fenícios, Gregos). Etimologia: Thálassa – mar + Depois de conquistar militarmente a Mesopotâmia e Cracia – poder/domínio. partes da Anatólia, o Levante e o Egipto. Colapsou após invasão da sua capital Nineveh por vários Telurocracia – cidades-Estados baseados na exércitos inimigos (612 A.C.) agricultura e extração mineira que viriam a tornar- se os Impérios da era Clássica. Etimologia: Tellus – terra + Cracia – poder/domínio. Fenícios foram uma das principais Talassocracias da história: Criaram uma rede comercial marítima no Mediterrâneo. Inspiraram os Impérios Grego e Romano que se lhe seguiram. Surgiram por volta de 5.000 A.C. (no actual Líbano) e em meados de 1.500 A.C. começaram a estabelecer colónias costeiras no Mediterrâneo (a mais importante – Cartago). 9 MP Expansão do Império Persa levou ao confronto com as cidades-Estados gregas. O mais relevante foi a Guerra Pérsia Vs Atenas: i) vitória Ateniense (449 A.C.) - marco importante no confronto Oeste-Este. ii) vitória na batalha de Maratona (criação da corrida). iii) invenção no Ocidente da história como disciplina (Heródoto Eixo Este-Oeste visível no Império de Alexandre, seguindo as zonas climáticas e a difusão Guerra do Peloponeso (431-404 A.C): tecnológica. Atenas vs Esparta. Queda da República Ateniense, Era Dourada de Atenas - instituições democráticas, Regiões a Este da Macedónia seria conquistadas educação, artes e cidadania que inspiraram o com auxílio de exércitos de cavalaria. Ocidente para sempre. Impérios Helénicos posteriores à morte de Alexandre No século seguinte, lançavam-se as bases da o Grande (323 A.C.) permaneceram dentro das zonas filosofia ocidental: ecológicas governadas pelos Gregos – zonas i) Platão abria a sua academia (387 A.C) – temperadas e regiões aluviais caracterizadas pelas importância da razão, objetivo do auto- culturas mistas e agricultura com auxílio animal, conhecimento, busca da virtude, viver uma vida boa, criação de cavalos, e doenças infecciosas habituais política como procura do bem comum; – e só passados 2.000 anos os conquistadores europeus iriam descobrir como sobreviver nas ii) Aristóteles, discípulo de Platão, criou a primeira regiões tropicais africanas (onde existia malária). universidade do mundo (Liceu) em 355 A.C., desenvolveu a investigação empírica e fundou várias disciplinas (ex: lógica, retórica, estética, política, ética, etc.). O seu aluno mais célebre foi Alexandre (o Grande) 9 MP Terras conquistadas por Alexandre o Grande seriam Diocleciano divide o Império Romano em dois: durante séculos espaços de difusão colonial, comercial, cultural e filosófica dos gregos. Oriental continuou a utilizar o grego, reforçando a importância das ideias e do pensamento grego. Da bacia mediterrânica até ao rio Indo. Ocidental viria a ser conquistado pelas tribos Política e comércio usavam o grego como língua germânicas (bárbaros) levando ao desaparecimento franca e os textos gregos circulavam por esta vasta da aprendizagem da cultura grega (preservado nos área. mosteiros cristãos). Influência iria persistir mesmo após a conquista da Grécia por parte dos romanos (146 A.C.) e mesmo após a conquista romana do reino Ptolemaico (centrado no Egipto). Cultura grega difundiu-se através do estabelecimento de gymnasia (escolas para jovens), da promoção do conceito de paideia (sistema de educação e formação ética) e já sob domínio romano através do uso da língua grega por parte das elites (bilingues – latim e grego), da centralidade ateniense, das livrarias de Alexandria, etc Ascensão do Islão no séc. VII D.C. deu novo ímpeto à Império romano fica dentro das latitudes “com aprendizagem do grego antigo. sorte”, ao longo do eixo Este-Oeste. Califas e filósofos árabes estudavam e traduziam Extensão do Império definida pelo clima. obras gregas para o árabe, tornando-se o principal mecanismo de preservação da cultura grega. Para sul, havia o deserto inóspito. Para norte, florestas densas e frio Bagdade tornou-se um grande centro de tradução de textos. Ciência e ética aristotélica foram incorporadas no pensamento islâmico. 9 MP A produção de papel (invenção chinesa) surge Queda de Constantinopla pelos Otomanos (1453) fortuitamente em Bagdade – dois soldados chineses levou à fuga de académicos gregos que se capturados em batalha levaram à criação da refugiaram em universidades europeias difundindo primeira fábrica de papel do mundo Árabe em 751 o seu conhecimento D.C. [o papel da sorte e do acaso na história da humanidade] Império governou a maior parte das terras do Na Idade Média a sabedoria grega regressaria a Império Bizantino (Roma Oriental). Roma e ao Ocidente. Impérios Bizantino e Otomano eram mediterrânicos e Traduções e comentários árabes seriam traduzidos das orlas do deserto. para o latim e estudados por teólogos nos séculos XII-XIII. Terra de trigo, oliveiras e vinhas. Tomás de Aquino (1225-1274) inspirou-se numa combinação de filosofia aristotélica com teologia cristã. Universidades europeias adoptaram a filosofia aristotélica (Paris, Bolonha, Pádua, Salamanca, etc.). Renascença italiana – ímpeto secular População concentrada nas duas maiores bacias hidrográficas (rios Amarelo (trigo e millet) e Yangtze (arroz)). China nunca dominou os vizinhos tropicais – Vietname. A barreira climática definiu os limites da expansão Imperial. O cavalo evoluiu em climas semi-áridos e não era adequado a florestas densas e selvas tropicais. Olhando para oriente, a Dinastia Han (responsável pela definição aproximada das fronteiras da China actual) durou 400 anos (206 A.C.-220D.C.). 9 MP Para além das zonas temperadas actuais, a Dinastia Estepes constituíam as auto-estradas da Rota da Han tinha uma “almofada” nas estepes que a Seda – ligando Roma ao Império Han. separavam da Mongólia actual Em 65 D.C. o Budismo chega à China proveniente do norte da Índia Dinastia Song (960-1279). Primeira economia capitalista de larga escala: terra era privada, livre circulação de capitais, expansão oceânica chinesa no Índico até África oriental e ao Mar Vermelho. Três grandes Impérios ao longo do eixo Este-Oeste: Romano, Parta (Iraque e Irão actuais) e Han. Frota naval no século XII. Para Norte: regiões densamente florestadas do Produtividade aumentou e população duplicou para Norte da Europa e Estepes Euroasiáticas. 120 milhões de habitantes. Para Sul: desertos do Norte de África e da Arábia e Existiam cidades com mais de 1 milhão de as regiões tropicais do Sudeste Asiático. habitantes. No ano 100 D.C. os Impérios Romano e Han tinham Tecnologias: bússola náutica, construção naval, cerca de 60 milhões de habitantes cada um, e o pólvora, artilharia, engenharia, porcelana e seda, sub-continente indiano aproximadamente a mesma relógios mecânicos, papel-moeda, bancos, dimensão. Império Parta cerca de 15 milhões. - 200 seguradoras, sociedades. milhões de um total global de 225 milhões de habitantes. Difusão para ocidente através das latitudes “com sorte”. Populações da África sub-Saariana e das Américas eram de poucos milhões, tal como as populações das estepes euroasiáticas, desertos e regiões tropicais Três grandes Impérios ligados em trocas de bens e mercadorias, tecnologia e ideias. 9 MP Império Mongol – último ímpeto das estepes - Século XIII – período de paz e prosperidade na Alta Idade Média e na Dinastia Song 1202-1227 – clima quente e húmido. chuva – erva abundante – cavalos saudáveis Maior Império terrestre da história 5. ALGUMAS LIÇÕES DA ERA CLÁSSICA Escala, dramatismo e conquistas sem precedentes. Quatro grandes civilizações – Greco-romana, Persa, Islâmica e Chinesa – relacionavam-se (comércio e troca de ideias e tecnologias) ao longo do eixo Este- Oeste na Eurásia. Eurásia albergava 85% da humanidade entre 1.000 A.C. e o ano 1D.C. e 77% por volta de 1.500D.C. As latitudes “com sorte” representavam 67% da população no ano 1.000 A.C. e 57% em 1.500 D.C. Muita da história económica e do desenvolvimento tecnológico concentravam-se nas latitudes “com sorte”. Há 2.000 anos já existia potencial para governo multinacional a grande escala 9 MP Era Oceânica Consequências profundas: China abandonou o Índico 1. Enquadramento ao mesmo tempo que Portugal e Espanha se viravam 2. Porquê a Europa e não a China? para os Oceanos. 3. Europa e o Capitalismo Global 4. Impérios Marítimos Em vez da China circundar o Cabo da Boa 5. Algumas lições da Era Oceânica Esperança, seria Portugal. O Índico seria dominado por Portugal e outros países europeus, e a circum- 1. ENQUADRAMENTO navegação seria alcançada. 1500 é um momento-chave na história humana – Velho Mundo e o Novo Mundo reencontram-se A China entrou em declínio e a Europa ascendeu através das navegações oceânicas. (ciências, matemática, etc.). Europeus navegaram para a Ásia ultrapassando o Diferença tecnológica acentuou-se e no séc. XIX a extremo sul do continente africano. soberania chinesa seria ameaçada pelas nações atlânticas europeias (menos populosas que a China) 1492 – Viagem de Colombo para as Américas (Caraíbas) 1497-1499 – Viagem de Vasco da Gama para a Índia Compreensão do mundo, organização da economia global, centros de poder e tecnologias-chave transformaram-se da Era da globalização Oceânica 2. PORQUÊ A EUROPA E NÃO A CHINA? Início do século XV a capacidade de navegação chinesa era lendária. Centralidade da China no contexto do Índico. Depois da 7.ª viagem do China has been long one of the richest, that is, one of the almirante Zheng, as viagens pararam e a most fertile, best cultivated, most industrious, and most capacidade naval foi desmantelada (portos, frota, populous countries in world. It seems, however, to have been etc.). long stationary. Marco Polo, who visited it more than five hundred years ago, describes its cultivation, industry, and populousness, almost in the same terms in which they are A China desvalorizou a importância dos Oceanos na described by travellers in the present times. It had perhaps, formação do Estado. even long before his time, acquired that full complement of riches which the nature of its laws and institutions permits it Hipótese 1: ameaças na fronteira norte (estepes) to acquire. desviaram a atenção. Conquista de Bizâncio pelo Império Otomano em Hipótese 2: burocracia confuciana da dinastia Ming 1453 ameaçou as ancestrais rotas da seda e as tinha dúvidas sobre o papel do comércio ligações terrestres. Navegação no Mediterrâneo oriental também se encontrava ameaçada. No outro extremo da Eurásia, o Infante D. Henrique criou um pólo global de desenvolvimento tecnológico (caravelas, instrumentos navegação, etc.). 9 MP 1488 – Cabo da Boa Esperança, Bartolomeu Dias 1498 – Calecut (Índia), Vasco da Gama 1492 – Américas, Colomb Espanha, Portugal, Inglaterra, França e Holanda Europeus – varíola, influenza, tifo, sarampo, passaram a “dominar a geografia” enquanto os difteria, tosse convulsa. Escravos africanos – anteriores líderes das trocas Este-Oeste – Génova, malária e febre amarela. Veneza, Bizâncio – entraram em declínio. Sífilis. Transportada das Américas para a Europa Inicialmente, a corrida pelos ganhos decorrentes pela tripulação de Colombo (1.º surto em 1495) das viagens de Gama e Colombo era Ibérica. Declínio demográfico. Menor uso do solo. Aumento Estas duas viagens reconectaram o mundo habitado do sequestro de carbono. – ecúmena – pela primeira vez em mais de 1.000 anos Arrefecimento global – “Pequena Idade do Gelo” (séc. XVI) De acordo com o historiador Alfred W Crosby surge No Índico a situação foi diferente. As populações o “Intercâmbio Colombiano”. nativas tinham capacidades militares sofisticadas e partilhavam agentes patogénicos com Europeus. Um quadro de intensas relações e trocas – plantas, Mas estes alcançaram domínio comercial e militar. animais, agentes patogénicos – entre o Velho e o Novo Mundo. Vantagens resultantes das tecnologias militares provenientes da China e utilizadas pelos europeus – Tabaco para a Europa. Cana de açúcar para pólvora (origem na Dinastia Song e trazidas pelos Américas guerreiros da Mongólia) e fortalezas. Europeus transportam doenças para as quais as Europeus inovaram, aumentaram o poder e a populações americanas não tinham defesas. precisão da artilharia. 9 MP Navios com canhões tornaram-se um factor decisivo para alcançaram vantagens militares e estabelecerem novas colónias, entrepostos comerciais e fortalezas ao longo das costas do Índico. Ganhos europeus foram acompanhados pela perda de autoridade, prestígio e receitas comerciais por parte da China, cujo sistema fiscal iria colapsar (decisão de abandonar o Oceano Índico e ascensão/supremacia militar da Europa) Escolas/Universidades Jesuítas na Europa (1548- Período de novos desafios intelectuais, científicos e 1773) tecnológicos. Nova mundividência europeia. Acompanharam o processo de expansão de Outros factores: Portugal/Espanha. i) Fluxo de académicos/pensadores gregos para a Europa depois da queda de Constantinopla. Centros missionários e educativos. ii) Desenvolvimento de sistemas educativos com raízes na antiguidade clássica Grega – decisivo para Primeira rede global de aprendizagem avançada. o aparecimento do Renascimento (epicentros no América do Sul, Índia, Japão, China, Filipinas, África.. norte de Itália (Florença), Holanda e sul da Alemanha). iii) Invenção da imprensa (1439) – Gutenberg. Reduziu os custos da produção de livros e permitiu o estabelecimento de centenas de tipografias. Difusão de conhecimento e circulação de livros Conhecimentos globais de botânica, geografia, ciência e matemática. Elevados valores morais – 1500s – Fim de vários dogmas e contestação ao defesa dos direitos das populações nativas contra saber convencional. Libertação do pensamento. os colonizadores portugueses e espanhóis. Terreno fértil para avanços na ciência e na tecnologia – revolução científica do século XVII. Defesa dos missionários jesuítas da opressão das autoridades coloniais e dos comerciantes de escravos. Padre António Vieira | Bartolomé de las Casas 9 MP 3. EUROPA E O CAPITALISMO GLOBAL Europeus na(s)... Relações Europa-Américas-Ásia dão origem ao Américas – objetivo era explorar os recursos capitalismo global: naturais do Novo Mundo, ouro e prata, e 1) Poder imperial atravessa oceanos e zonas desenvolver produtos cultivados de elevado valor ecológicas (climáticas), regiões temperadas para o mercado europeu (ex: cacau, algodão, colonizaram regiões tropicais nas Américas e na borracha, tabaco, e produtos levados pelos Ásia (tabaco, açúcar, algodão, borracha, minerais). europeus de África e da Ásia para plantações nas Américas – açúcar, café e arroz). 2) Sistemas produtivos globalizados, com plantações e minas nos países colonizados que exportavam Ásia – objetivo era controlar partes do comércio matérias-primas para as metrópoles para asiático, incluindo especiarias do arquipélago da desenvolvimento industrial (ex: algodão). Indonésia, produtos de algodão da Índia e seda e porcelanas chinesas. Antes de 1500, o comércio 3) Empresas privadas apoiadas pelos governos destes produtos estava nas mãos de intermediários europeus para desenvolver actividades globais – árabes, turcos e venezianos. Os poderes atlânticos principais eram as Companhias das Índias Orientais pretendiam eliminar os custos da intermediação e Britânica (1600) e Holandesa (1602) que disputaram estabelecer uma troca directa com a Ásia. o poder com Portugal e Espanha e prevaleceram. Posteriormente, procuraram controlar a produção e o comércio locais para proteger as indústrias 4) Estas empresas monopolistas tinham as suas emergentes na Europa. próprias operações militares e políticas internacionais sob protecção dos Estados de onde Descobertas europeias inauguraram uma Era de eram oriundas disputas globais pelo poder que perdura até hoje. Tratado de Tordesilhas traduz esse momento inaugural. Portugal e Espanha: primeiros Impérios Globais Império Britânico tornou-se o mais importante devido ao seu poder naval. Em 1920 atinge a sua dimensão máxima: 35 milhões km2 9 MP A conquista como direito divino, responsabilidade de civilizar os povos não-europeus. O sucesso do empreendimento era sinal de concordância divina. Na Inglaterra do século XVIII ganhava forma uma nova ideologia – “a ganância é boa” porque impulsiona a energia, a inovação e a criatividade dos indivíduos, levando ao bem comum A “mão invisível” – ideia central para o desenvolvimento do liberalismo, independentemente das consequências Em 1895 atinge os 22 milhões de km2, apenas inferior aos 23milhões km2 do Império Mongol em Conquistadores europeus – glória e riqueza 1270 e do Império Britânico do séc.XX. Espanhóis exploraram minas de ouro e prata Clima pouco favorável à produção agrícola, pouca inundando a Europa de metais preciosos. população e com baixa densidade, eminentemente rural. Pobreza e servidão levaram à revolução de 1917. As plantações também eram brutais. Condições de trabalho penosas. Era difícil convencer europeus a realizarem esse tipo de trabalhos. A ganância insaciável dos Imperialistas A busca dos Indígenas sobreviveram nas regiões menos poderes Europeus por riquezas, glória e colónias no acessíveis da Mesoamérica e dos Andes. Novo Mundo e na Ásia, e a privatização da riqueza através das grandes corporações gerou um novo Nas Caraíbas e na costa do Brasil, onde existiam ethos de ganância, necessário para justificar a explorações mineiras e plantações intensivas, a exploração das populações nativas e para mortalidade era enorme. expropriar as suas terras. O debate sobre os direitos dos indígenas surgiu As virtudes cristãs da temperança e da caridade desde logo. Em 1542 a coroa Espanhola ilegalizou a seriam ultrapassadas pela paixão da riqueza e da escravização dos indígenas americanos mas com glória. Era necessária uma nova moralidade que pouco efeito prático. justificasse a conquista e a subjugação. 9 MP A escravatura desenvolveu-se: Estima-se que ao Na América envolveu colonizadores britânicos e os longo de 400 anos foram realizadas 36.000 viagens seus aliados nativos americanos contra os de África para as Américas, mas também para o colonizadores franceses e os seus aliados nativos Norte de África e a Península Arábica e outros americanos. destinos próximos. Seria a primeira de várias guerras travadas na 14 milhões de escravos africanos foram América do Norte entre franceses e ingleses. transportados Na Ásia a luta seria entre forças franceses e anglo- holandesas no Sudeste da Índia. Embora não tenham sido decisivas, assinalavam o padrão futuro das guerras desencadeadas por europeus Aliança entre a indústria e o capital britânicos e a escravatura americana (1790- 1861). Escravatura foi decisiva para o desenvolvimento do Guerra dos 7 anos (1756-1763) capitalismo moderno. Guerras Napoleónicas (1803-1815) A necessidade de uma Guerra Civil nos EUA (1861- 1865) demonstra a importância central que a 5. ALGUMAS LIÇÕES DA ERA OCEÂNICA escravatura teve para o seu desenvolvimento Era Oceânica deu origem ao capitalismo global. Pela primeira na história, empresas privadas Impérios e Guerras globais envolveram-se em complexas redes de produção e A guerra dos 9 anos (1688-1697) foi a primeira comércio globais. guerra global, travada nas Américas, Europa e Ásia. A ganância da iniciativa privada levou-a a Europeus – França (Luís XIV) vs coligação Britânica, contratar exércitos privados, escravizar milhões, Holandesa e o Sacro Império Romano-Germânico. subornar políticos nacionais e estrangeiros e agir com impunidade. Guerra tornou-se global quando o conflito alcançou as Américas e a Ásia Foi a era da conquista e da competição entre os poderes europeus. O mundo além-mar estava à espera de ser capturado e rapinado. A obra prima de Adam Smith, a Riqueza das Nações, providenciou o esquema adequado aos ricos e poderosos: comércio global como alavanca para a 9 especialização e o aumento da produtividade. MP

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