Farmacologia do Sistema Cardiovascular PDF

Summary

Estas notas de aula abordam a farmacologia do sistema cardiovascular, incluindo diversos distúrbios como dislipidemias, hipertensão, arritmias, angina e insuficiência cardíaca. Detalham diferentes classes de medicamentos e seus mecanismos de ação, bem como seus efeitos colaterais. Incluem também observações e referências.

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FARMACOLOGIA SISTEMA CARDIOVASCULAR Prof. Dra. Ana Paula Christ ROTEIRO Retomada da fisiologia cardiovascular Farmacologia nos distúrbios cardiovasculares - Dislipidemia - Hipertensão - Arritmias - Angina - Insuficiência Cardíaca - Distúrbios t...

FARMACOLOGIA SISTEMA CARDIOVASCULAR Prof. Dra. Ana Paula Christ ROTEIRO Retomada da fisiologia cardiovascular Farmacologia nos distúrbios cardiovasculares - Dislipidemia - Hipertensão - Arritmias - Angina - Insuficiência Cardíaca - Distúrbios tromboembolíticos SISTEMA CARDIOVASCULAR Sangue Vasos Coração sanguíneos DISLIPIDEMIAS Anormalidades em um ou mais lipídios do organismo. Fatores que contribuem para o quadro: - Anormalidades genéticas - Causas secundárias como uso de ARTEROSCLEROSE drogas ou doenças subjacentes COLESTEROL Acúmulo de gordura nas - Dieta rica em gorduras saturadas, paredes internas de colesterol, carboidratos, álcool artérias e arteríolas - Sedentarismo Molécula endógena → síntese de esteroides corporais usados no sistema Circula ligado às lipoproteínas endócrino - HDL: transporte do colesterol dos O organismo converte o excesso de tecidos para o fígado carboidratos da dieta em triglicerídeos - LDL: principal fator para arterosclerose A gordura da dieta é convertida em - VLDL e Quilomícrons colesterol DISLIPIDEMIAS Tratamentos Resinas ligantes Mudanças no de ácidos Niacina Estatinas Ácidos Fíbricos estilo de vida biliares Triglicerídeos A escolha do tratamento depende do tipo de dislipidemia. Inicialmente a melhor opção é um representante das estatinas: segurança e eficácia. DISLIPIDEMIAS ESTATINAS (Inibidores HMG-CoA Redutase) Mecanismo de ação São inibidores competitivos de HMG-CoA Representantes: redutase, a etapa limitante da síntese de colesterol. Inibindo a síntese do colesterol, o Pitavastatina elas esgotam o seu estoque intracelular. o Rosuvastatina O esgotamento do colesterol intracelular o Atorvastatina leva a célula a aumentar, na superfície, o o Sinvastatina número de receptores específicos de LDL-C o Pravastatina que podem ligar o LDL-C circulante e o Lovastatina internalizá-lo. Assim, o colesterol no plasma diminui por redução da síntese e aumento do seu catabolismo. DISLIPIDEMIAS Efeitos colaterais: - Mialgia e artralgia - Elevação da concentração das enzimas hepáticas - Distúrbios gastrintestinais - Insônia - Rash - Rabdomiólise (mais raro) - Angioedema (mais raro) Rosuvastatina: Crestor® (10 a 20mg) Atorvastatina: Citalor ®, Lipitor ® (10, 20, 40 e 80mg) Pravastatina: Mevalotin ® (10, 20 e 40mg) Lovastatina: Mevacor ® (10, 20 e 40mg) Sinvastatina: Zocor ® (5, 10, 20, 40 e 80mg) Pitavastatina: Livazo® (2,3mg) DISLIPIDEMIAS OBSERVAÇÕES - Baixa biodisponibilidade e alta ligação proteica - Diminuição do mau colesterol (LDL) e dos triglicerídios e aumento dos níveis de HDL - Retardam a progressão da aterosclerose - Não devem ser usadas em casos de doenças hepáticas agudas - Não precisam de ajuste de dose para idosos - Excreção renal, nas fezes e bile - Administrar VO, à noite, para reduzir o pico matinal da síntese do colesterol. - Atentar para a contraindicação de uso durante a gestação e a amamentação. - Atentar para a contraindicação de uso para crianças. DISLIPIDEMIAS ÁCIDOS FÍBRICOS (Fibratos) Reduzem acentuadamente o VLDL circulante e, portanto, os triglicerídios, com redução modesta (cerca de 10%) do LDL e REPRESENTANTES aumento de aproximadamente 10% do HDL. ▪ Ciprofibrato Seu mecanismo de ação é complexo: são ▪ Fenofibrato agonistas dos receptores nucleares PPARα5 ▪ Bezafibrato em seres humanos, os principais efeitos são ▪ Genfibrozila de aumento da transcrição dos genes de lipoproteína lipase, apoA1 e apoA5. Aumentam a captação hepática de LDL. DISLIPIDEMIAS Efeitos colaterais: Rabdomiólise → incomum e grave, podendo gerar insuficiência renal. Sintomas gastrintestinais. Rash cutâneo. Alguns fármacos podem predispor a formação de cálculos biliares. Apresentações: Bezafibrato: Cedur® (Dose VO: 200 mg 3 ×/dia) Fenofibrato: Lipanon ® (Dose VO: 5 mg/kg) Ciprofibrto: Lipless ® (Dose VO: 100 mg/dia) Genfibrozila: Lopid ® (Dose VO: 300 a 600 mg 2 ×/dia) DISLIPIDEMIAS OBSERVAÇÕES - Sua associação a estatinas deve ser feita com cuidado, pois pode levar a rabdomiólise (se possível evitar) - Evitar o uso em pacientes com comprometimento renal e alcoólatras → aumento do risco de rabdomiólise. - Aumentam a excreção biliar de colesterol → predisposição à formação de cálculos renais. - Avaliar a presença de sensibilidade e fraqueza muscular → miosite - Evitar o uso em pacientes com disfunção renal e hepática graves, ou ainda em pacientes com doenças preexistentes na vesícula biliar. - São usados no tratamento das hipertrigliceridemias HIPERTENSÃO Elevação da pressão arterial sistólica, diastólica ou ambas Fatores de risco: Tabagismo Obesidade (IMC > 30 kg/m2) Inatividade Física Danos a órgãos importantes como coração Dislipidemia (Angina, Infarto, Insuficiência cardíaca) Diabetes melito Cérebro (AVC). Doença renal crônica. Idade Histórico familiar Tratamento: não farmacológico e farmacológico Diversos representantes e mecanismos de ação HIPERTENSÃO LOCAIS DE AÇÃO DOS PRINCIPAIS AGENTES ANTI- HIPERTENSIVOS EFEITOS DOS AGENTES ANTI- HIPERTENSIVOS AGENTES BETABLOQUEADORES Representantes: Atenolol, Propanolol, Metoprolol, Carvedilol Indicação: Hipertensão arterial. Efeitos colaterais - Fadiga e/ou letargia - Bradicardia - Extremidades frias, fenômeno de Raynaud - Distúrbios do sono e pesadelos - Broncoespasmo - Hipotensão - Infarto do miocárdio → se retirada abrupta. - Redução da libido - Distúrbios gastrintestinais AGENTES BETABLOQUEADORES OBSERVAÇÕES Podem levar algumas semanas até apresentarem o efeito pleno. Apresentações: Em geral são usados pela via oral → - Atenolol: Atenol® - Propanolol: Propranolol ®, Inderal ® metoprolol IV e oral. - Metoprolol (não trocar succinato e tartarato): Selozok® As condições que desaconselham o uso de β-bloqueadores incluem doença broncoespástica como asma, bloqueio cardíaco de segundo e terceiro graus e doença vascular periférica grave. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECAs) Mecanismo de ação: Inibem a enzima conversora da angiotensina (bloqueio da transformação de angiotensina I em angiotensina II) Indicações: Representantes: Hipertensão - Lisinopril São medicamentos de escolha para - Captopril pacientes com risco alto de doença - Enalapril coronária ou história de diabetes, AVE, - Ramipril insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou doença renal crônica Bastante recomendados para pacientes com nerfopatia diabética. Indicados para insuficiência cardíaca. OBSERVAÇÕES Não devem ser usados na gravidez, pois atravessam a barreira Efeitos colaterais: placentária - Tosse seca (+ bradicinina) Disponíveis para uso oral. - Rash Caso o paciente apresente tosse, o - Hipotensão médico pode realizar a troca do - Hipercalemia (- secreção de aldosterona) medicamento. - Hiperpotassemia Causam menor retenção de sódio e - Alteração do paladar água. - Aumento de ureia e creatinina Início de ação: de 1 a 4 h - Hipoglicemia Cuidado no uso de suplementos de potássio ou diuréticos poupadores de potássio → hiperpotassemia. HIPERTENSÃO BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (ARBS) Mecanismo de ação: Antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1 responsáveis pelos efeitos vasoconstritores e secretores de aldosterona. Representantes: Indicações: - Losartana Hipertensão em pacientes - Ibesartana jovens e diabéticos - Telmisartana Nefropatia diabética - Valsartana Insuficiência cardíaca congestiva - Olmesartana Prevenção de acidente vascular - Candesartana cerebral HIPERTENSÃO Efeitos colaterais: BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE Tontura ANGIOTENSINA II Hipotensão Hipercalemia Hipoglicemia Reações cutâneas Alterações gastrintestinais Não aumentam bradicinina (não causam tosse) Efeitos colaterais semelhantes aos IECA. Observações: - Não devem ser associados aos IECA para tratamento da hipertensão → mecanismo de ação e efeitos adversos similares. - São teratogênicos e não devem ser usados em gestantes. BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO (Antagonistas do Cálcio) Mecanismo de ação: Redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio, nas células musculares lisas vasculares. Efeitos colaterais: Indicações: Cefaleia Hipertensão, principalmente Tontura em pacientes com asma e Constipação diabetes. Náuseas Prevenção de angina Rubor Sensação de fadiga Representantes: Edema de extremidades - Anlodipino Alguns fármacos podem causar hiperplasia - Diltiazem gengival, como a nifedipina. - Nicardipino Efeitos ionotrópicos negativos. - Nifedipino - Verapamil AGENTES ADRENÉRGICOS DE AÇÃO CENTRAL HIPERTENSÃO Mecanismo de ação: Os agentes alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2 diminuindo a atividade simpática e o reflexo dos barorreceptores, reduzindo discretamente a RVP e o débito cardíaco e diminuindo os níveis plasmáticos de renina e retenção de líquidos. Representantes: metildopa, clonidina Efeitos colaterais: OBSERVAÇÕES: - Hipotensão postural - Não são agentes de primeira escolha para tratamento da - Palpitações hipertensão - Sonolência - A interrupção do medicamento deve ser feita de maneira - Tolerância gradual, caso contrário poderão aparecer inquietação, - Impotência sexual taquicardia, hipertensão arterial, nervosismo, tremores, cefaleia - Tontura e náusea. - Cefaleia - A metildopa cruza a barreira placentária, aparece no sangue do - Boca seca cordão umbilical e no leite materno, mesmo assim é o anti- - Constipação hipertensivo recomendado para gestantes hipertensas. ARRITMIAS Arritmia ocorre quando a condução elétrica normal do coração é perturbada, resultando em contração anormal do músculo cardíaco ou alteração da frequência cardíaca. São causadas pelo disparo de células marca- passo anormais, pelo bloqueio das vias elétricas normais ou por uma combinação desses efeitos. Fármacos antiarrítmicos: complexos, muitos mecanismos de ação. Fármacos de Classe I, classe Ia, classe IIb, classe Ic, classe II, classe III e classe IV. O impulso elétrico sai do nó SA (1) e vai para o átrio direito e esquerdo, fazendo-os contraírem juntos Há então um atraso natural para permitir que os átrios contraiam e os ventrículos se encham de sangue. O impulso elétrico então vai para o nó atrioventricular (nó AV) (2) O impulso elétrico vai para o feixe de Hiss (3) e se ramifica nos feixes direito e esquerdo (4) onde se espalha rapidamente usando as fibras de Purkinje (5) para os músculos do ventrículo direito e esquerdo, que se contraem ao mesmo tempo. CONTRAÇÃO MUSCULAR CARDÍACA 2. Platô - Fechamento do canais de Na+. 2. Platô - Abertura dos canais de Ca++voltagem dependentes (Lentos). - Efluxo de Ca++do retículo sarcoplasmático para o citoplasma. - Ca++estimula o deslizamento dos miofilamentos (Actina e Miosina). 1.Despolarização 3. Repolarização 3. Repolarização - Reabsorção do Ca++pelo retículo sarcoplasmático. 1. Despolarização: - Abertura dos canais de K+ voltagem dependente - Abertura dos canais de Na+ voltagem dependente (Lentos). (rápidos). - Efluxo (saída) de K+ - Influxo (entrada) de Na+ - Membrana vai voltando a se tornar negativa até - Membrana fica mais excitável (positiva) chegar no Potencial de Repouso. - Canais de Na+ se inativam rapidamente Contração prolongada: evita a tetania → coração precisa relaxar CLASSE NOME GENÉRICO MECANISMO Ia Quinidina Bloqueadores de canais de sódio (ação intermediária) Procainamida Disopiramida Ib Lidocaína Bloqueadores de canais de sódio (ação rápida) Ic Flecainida Bloqueadores de canais de sódio (ação lenta) Propafenona II Propanolol Betabloqueadores Metorpolol III Amiodarona Bloqueadores de canais de potássio Sotalol IV Verapamil Bloqueadores dos canais de cálcio Diltiazem Diversos Adenosina Desaceleração a condução Digoxina Estimulação vagal Sulfato de magnésio AGENTES ANTIARRÍTMICOS DA CLASSE III ARRITMIAS AMIODARONA Tem mais de um mecanismo de ação. Prolonga a duração do potencial de ação nos tecidos, sem afetar, significativamente, o potencial de membrana, pois bloqueia canais de potássio. Efeitos colaterais: Apresenta muitos efeitos tóxicos como: - Fibrose pulmonar; Outros da classe: - Neuropatia; - Sotalol; - Hepatotoxicidade; - Dronedarona; - Coloração acinzentada na pele; - Hipo ou Hiper tireoidismo; Com dosagens baixas ou monitorização de tratamento os efeitos reduzem toxicidade e mantém a eficácia clínica. Observações: - Normalmente é classificado como medicamento potencialmente perigoso; - É fotossensível; - Apresenta uma grande quantidade de interações medicamentosas: pode aumentar a ação dos anticoagulantes cumarínicos e a ação e os efeitos tóxicos dos digitálicos, da fenitoína e de outros antiarrítmicos; o risco de arritmias associadas aos diuréticos espoliadores de potássio; a fotossensibilidade se administrado com produtos fotossensíveis - Apesar dos efeitos colaterais, é um dos anti- arrítmicos mais usados (menor chance de causar arritmias). ADENOSINA Diminui a formação de impulsos no nó sinoatrial, diminui o tempo de condução no nó AV O receptor A1 é responsável pelo efeito no nó AV e é ligado ao canal de potássio cardíaco ativado pela acetilcolina. A adenosina hiperpolariza o tecido de condução, tornando mais lenta a velocidade de potencial de marcapasso Primeira escolha TSV (taquicardia supra EFEITOS COLATERAIS: ventricular), em pacientes estáveis ou quando - Vermelhidão não há disponibilidade do cardioversor elétrico ou - Rubor facial antes da administração do choque sincronizado. - Dispneia Biotransformação muito rápida, metabolizada por - Broncoespasmo enzimas na superfície luminal vascular, o que faz - Bradicardia seu efeito durar entre 20 e 30 s - Dor torácica transitória Usado em crises Uso IV: 0,1mg/kg (Adenocor®) PADRONIZADO HRTGB ANGINA Angina pectoris Nome dado à sensação de desconforto torácico originada no coração causada pela falta de oxigênio para as células cardíacas. Sintoma para doença cardíaca isquêmica (DCI), suprimento sanguíneo inadequado para as células cardíacas. Principais representantes para tratamento: nitratos: nitroglicerina, isossorbida Os fármacos empregados no tratamento têm como objetivo melhorar a perfusão miocárdica e/ou reduzir a sua demanda metabólica. Dois grupos de fármacos produzem esses efeitos, pois são vasodilatadores: os nitratos orgânicos e os bloqueadores dos canais de cálcio. Além deles, os antagonistas dos beta receptores adrenérgicos, que diminuem a frequência cardíaca (FC), são utilizados por reduzirem a demanda metabólica do miocárdio. NITROGLICERINA Indicações: Angina pectoris: em pacientes que não responderam à nitroglicerina SL e aos betabloqueadores ICC que não melhora com o tratamento convencional Tratamento de hipertensão pré-operatória Efeitos colaterais: Cefaleia Tontura Náuseas e vômitos Metemoglobinemia Taquicardia Tolerância Hipotensão Prurido Choque Hiperemia facial Bradicardia Mecanismo de ação: É metabolizado com liberação de óxido nítrico, que ativa a guanilato ciclase, aumentando a formação de GMPc, que ativa a proteína quinase G, desfosforilando as cadeias de miosina e sequestrando o cálcio intracelular, ocasionando o relaxamento vascular; Relaxa a musculatura lisa vascular (as veias sistêmicas e as grandes artérias). Diminui o retorno venoso e a pressão diastólica no ventrículo esquerdo, diminuindo as necessidades de oxigênio miocárdico. Dilata os vasos arteriais de pouca resistência, melhorando a distribuição do fluxo coronariano. Interação medicamentosa com outros vasodilatadores, MEDICAMENTO antagonistas dos canais do cálcio, inibidores da ECA, POTENCIALMENTE PERIGOSO betabloqueadores, diuréticos, anti-hipertensivos, antidepressivos e neurolépticos, que reforçam o efeito hipotensor da nitroglicerina. O uso com antidepressivos também aumenta o risco de hipotensão. DINITRATO DE ISOSSORBIDA E MONONITRATO DE ISOSSORBIDA Relaxam os músculos lisos dos vasos, o que reduz a pré-carga (retorno venoso ao coração) e, assim, reduz o trabalho do coração. Também dilatam os vasos coronarianos. Os nitratos são metabolizados e liberam óxido nítrico, que ativa a guanilato ciclase, aumentando a formação de GMPc, que ativa a proteína quinase G, que desfosforila as cadeias leves de miosina e sequestra cálcio intracelular, levando ao relaxamento vascular. Indicações: Efeitos colaterais: São poderosos vasodilatadores. Atuam sobre as Hipotensão postural veias, reduzindo a pré-carga cardíaca. Cefaleia Aliviam o espasmo coronariano e fazem Tolerância redistribuição do fluxo coronariano no sentido das Tontura áreas isquêmicas, via vasos colaterais Náuseas Anginas (tipos diferentes) Rubor Insuficiência cardíaca crônica Insuficiência coronariana INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Conjunto de sinais e sintomas que surgem quando o ventrículo esquerdo ou direito, ou ambos, perdem a capacidade de bombear uma quantidade suficiente de sangue para suprir as necessidades circulatórias do organismo. Tratamento: Os glicosídeos cardíacos aumentam a força de contração do miocárdio e diminuem a velocidade de condução pelo nó atrioventricular. Esses efeitos são alcançados por meio da inibição da bomba de Na+/K+ e do aumento da atividade vagal. São usados no tratamento da insuficiência cardíaca em pacientes que continuam sintomáticos, apesar da efetividade dos tratamentos anteriores, e para diminuir a frequência em fibrilação atrial rápida persistente. DIGOXINA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Inibe a bomba de sódio e de potássio: inibição da atividade enzimática das proteínas de membrana Na+/K+ ATPase, com a qual o Na+ intracelular aumenta, Efeitos colaterais: inibindo o gradiente de concentração que Fármaco com muitos guia o mecanismo de troca de Na+ por Ca++; efeitos colaterais: Rash cutâneo este Ca++ pode, então, ser usado direta ou Bloqueio Hipopotassemia indiretamente no mecanismo de excitação- atrioventricular Anorexia contração, prolongando a contração das Náuseas Cefaleia fibras miocárdicas. Vômitos Fraqueza Promove aumento da atividade vagal, Diarreia Visão turva ou retardando a condução atrioventricular Confusão mental amarelada Aumenta a força de contração miocárdica, Arritmias cardíacas Vertigem ou seja, é inotrópico positivo e altera a frequência e o ritmo cardíaco INSUFICIÊNCIA CARDÍACA OBSERVAÇÕES DIGOXINA Fármaco de baixo índice terapêutico (margem estreita entre a eficácia e a toxicidade) Os digitálicos podem produzir efeitos tóxicos, que podem ser graves → normalmente em doses adequadas e monitorização terapêutica pode ser usado. Se houver hipopotassemia, há potencialização dos efeitos cardíacos e, portanto, risco aumentado de arritmias → monitorar níveis sérios de potássio. Administração VO ou IV (em situações de urgência) Podem ocorrer interações farmacológicas com fármacos para tratamento da insuficiência cardíaca, como espironolactona, verapamil e amiodarona Exige ajuste de dose quando houver insuficiência renal e em pacientes idosos Alto potencial de interação medicamentosa Determinar a concentração sérica de digoxina é útil para manter a eficácia e evitar a toxicidade. Interações medicamentosas: Podem causar hipercalemia (aumento da concentração de potássio): Podem causar hipocalemia - IECAs (diminuição de potássio): - Betabloqueadores - Anfotericina B - Penicilina G - Clortalidona - Espironolactona - Furosemida - Diuréticos tiazídicos - Corticoides Pode causar hipomagnesemia: - Etanol - Furosemida - Neomicina - Diuréticos tiazdícios DISTÚRBIOS TROMBO- EMBOLÍTICOS A doença trombótica é comum e tem consequências graves. Os principais fármacos para tratá-la ou preveni-la são os anticoagulantes injetáveis (heparina) e orais (varfarina). As heparinas têm ação rápida, enquanto os anticoagulantes orais levam vários dias para exercer o seu efeito. Assim, indivíduos com trombose venosa são tratados, imediatamente, com os anticoagulantes injetáveis, até que o efeito dos orais se estabeleçam. DISTÚRBIOS VARFARINA TROMBOEMBÓLICOS Antagonista da vitamina K Inibe a síntese de fatores de coagulação dependentes da vitamina K, incluindo os fatores II, VII, IX e X e as proteínas anticoagulantes C e S A vitamina K é um cofator essencial para a síntese pós-ribossômica dos fatores de coagulação dependentes dela INDICAÇÕES: Tratamento e prevenção da doença tromboembólica Efeitos colaterais: Fibrilação atrial Hemorragias (intestinal e Na prevenção do tromboembolismo sistêmico em cerebral) pacientes com prótese de válvulas cardíacas Hepatotoxicidade Na prevenção do AVC, do infarto agudo do miocárdio e Necrose de tecidos moles, por da recorrência do infarto trombose de vênulas, por No tratamento subsequente à administração de heparina inibição da biossíntese da em algumas doenças tromboembólicas proteína C VARFARINA OBSERVAÇÕES Em pacientes internados, deve-se monitorar, diariamente, a anticoagulação por meio do TP/INR, iniciando-se após a segunda ou a terceira dose, até que o valor terapêutico seja atingido por 2 dias consecutivos O valor do INR terapêutico, para a maioria das situações, deve ser entre 2,0 e 3,0 Uma variedade de medicamentos influencia a absorção ou o metabolismo dos cumarínicos, assim como a dieta, cujas variações no conteúdo de vitamina K alteram o efeito. O aumento na ingestão de vitamina K é suficiente para reduzir o efeito anticoagulante da varfarina e causar redução do TP/INR O pico de concentração ocorre em 1 h, mas o efeito farmacológico se dá 48 h depois Atravessa a barreira placentária, podendo ter efeito teratogênico e causar hemorragia intracraniana no feto, durante o parto e o aborto Não aparece no leite durante a amamentação Conforme a idade do paciente aumenta, é, geralmente, necessária uma dose menor de varfarina para que se atinja um nível terapêutico de anticoagulação DISTÚRBIOS CUIDADOS TROMBOEMBÓLICOS VARFARINA Atentar para o medicamento não ser administrado em pacientes que apresentem sangramento ativo Evitar acidentes e quedas Ensinar o paciente a vigiar sinais de hemorragia em gengiva, hematúria, epistaxe, sangue nas fezes e melena Orientar o paciente sobre os possíveis efeitos colaterais e, quando em acompanhamento ambulatorial, fazer monitoração regular do INR para o ajuste da dose e a eficácia do tratamento Atentar para interação medicamentosa: apresenta aumento do efeito anticoagulante quando associado a amiodarona, androgênicos, cimetidina, clofibrato, dissulfiram, hormônios tireoidianos, metronidazol, plicamicina, salicilatos, sulfimpirazona, quinidina, inibidores de agregação plaquetária, entre outros medicamentos que causam diminuição das plaquetas Pode ter sua ação vasodilatadora potencializada quando administrada com fármacos alfa- bloqueadores HEPARINA (alto peso molecular) Inibe a coagulação por meio da ativação da antitrombina III, que, como cofator, neutraliza vários fatores ativados da coagulação (calicreína XIIa, XIa, IXa, Xa e trombina). A antitrombina III inibe a trombina e outras serina- proteases, por ligação ao local ativo da serina. INDICAÇÕES: Tromboses e embolias (prevenção e tratamento). Tratamento da coagulação intravascular disseminada. Trombofilias e outros distúrbios de coagulação. DISTÚRBIOS TROMBOEMBÓLICOS OBSERVAÇÕES HEPARINA Não é absorvida no intestino: grande tamanho molecular (entre 3.000 e 30.000 dáltons) EFEITOS COLATERAIS: A heparina e as HBPMs são os anticoagulantes Hemorragia de escolha para o tratamento da gestante, pois Hematoma não atravessam a placenta, devido ao grande Alopecia tama- nho e à carga negativa Reações alérgicas Estabilidade após diluição: 24 h Sangramentos subcutâneos Antagonista: sulfato de protamina, cuja Trombocitopenia administração é IV, diluída em SF 0,9% e Resistência à heparina realizada de 30 a 60 min, pois pode desencadear reação alérgica, já que é extraída de ovas de peixe e alguns indivíduos alérgicos a peixe podem apresentar reação. ENOXAPARINA (baixo peso molecular) INDICAÇÕES EFEITOS COLATERAIS Prevenção do tromboembolismo Hemorragia pré e pós-cirurgias gerais e Trombocitopenia ortopédicas em pacientes de alto risco trombótico Hematoma Angina instável Febre Profilaxia de TVP (trombose Necrose da pele venosa profunda) Dor local Profilaxia de TEP (tromboembolia Prurido pulmonar) OBSERVAÇÕES E CUIDADOS Antes de iniciar a administração do medicamento, avaliar se o paciente não apresenta distúrbio hemorrágico Administrar em via única; não misturar o produto com outras injeções ou infusões Não é recomendável a administração IM Descontinuar o uso se aparecerem sinais de hemorragia Atentar quanto à interação medicamentosa com AINE, inibidores da agregação plaquetária, ácido valproico, entre outros, com risco de sangramento como efeito colateral, pois há a potencialização desse efeito Possibilidade de utilização domiciliar A enoxaparina tem maior biodisponibilidade Antagonista: Protamina REFERÊNCIAS GUARESCHI, Ana Paula Dias França. Medicamentos em enfermagem, farmacologia e administração. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1 recurso online CLAYTON, Bruce D.; STOCK, Yvonne N. Farmacologia na prática de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, FARMACOLOGIA para enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan RANG & DALE, Farmacologia. 2020, recurso online.

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