Coenzimas e Vitaminas - 4.2 - PDF
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2019
Gomes, Pintas e Carol
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This document discusses coenzymes and vitamins, elaborating on their roles in various biological reactions and processes. It details the identification of formulas, locations of synthesis, and reactions involving tiamina pirofosfato, along with other coenzymes. Several types of deficiencies and pathologies are addressed.
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Coenzimas e vitaminas 49. Identificar a fórmula de estrutura da tiamina fosfato (TPP). Tiamina – C12H17N4OS+ Tiamina pirofosfato/difosfato - C12H19N4O7P2S+ 50. Indicar os locais preferenciais de síntese de TPP nos animais. Cérebro e fígado. 51. Indicar as reações em que a...
Coenzimas e vitaminas 49. Identificar a fórmula de estrutura da tiamina fosfato (TPP). Tiamina – C12H17N4OS+ Tiamina pirofosfato/difosfato - C12H19N4O7P2S+ 50. Indicar os locais preferenciais de síntese de TPP nos animais. Cérebro e fígado. 51. Indicar as reações em que a tiamina pirofosfato intervém. Descarboxilação oxidativa: conversão de piruvato em acetil-CoA na glicólise, de α- cetoflutarato em succinil-CoA no ciclo do ácido tricarboxílico (TCA) e descarboxilação dos derivados do ácido α-cetocarboxílico nos aminoácidos de cadeia ramificada, principalmente no tecido muscular e cérebro. Reações de transcetolase: vias das pentoses fosfato. 52. Explicar o papel da tiaminase em situações de carência (avitaminose) em tiamina. A tiaminase é um antagonista da tiamina, ou seja, reduz os níveis de tiamina. Vários alimentos apresentam atividade da tiaminase, como por exemplo, peixe cru (atum, salmão e marisco), farelo de arroz, café e chá. Se os gatos, por exemplo, forem alimentados com quantidades excessivas de peixe cru, podem desenvolver sinais de carência de tiamina (avitaminose). Além disso, alguns micróbios simbióticos presentes no trato digestivo também produzem tiaminase. 53. Explicar porque se utilizam ensaios em eritrócitos para deteção de carência em tiamina (avitaminose/hipovitaminose). A transcetolase é uma enzima importante na HMS (hexose monophosphate shunt – derivação de monofosfato hexose, alternativa para o metabolismo da glucose 6-fosfato). Os eritrócitos dependem muito da atividade da HMS e, portanto, da disponibilidade de tiamina. Assim, a carência de tiamina irá diminuir a atividade da transcetolase, consequentemente há acumulação de substratos envolvidos nas reações catalisadas por essa enzima, diminui a atividade de HMS e o número de eritrócitos. 54. Indicar em que espécies de animais aparecem o beribéri, paralisia de Chestak e polioencefalomalacia, e a origem bioquímica destas patologias. Estas patologias têm origem na deficiência de tiamina (avitaminose). O beribéri aparece nos primatas, a paralisia de Chestak na raposa, animais do gênero Martes (mamíferos mustelídeos) e gato e a polioencefalomalacia nos ruminantes e cavalos. 55. Indicar como a riboflavina (vitamina B12) é utilizada na síntese da flavina mononucleótido (FMN) e flavina e adenina dinucleótido (FAD). Riboflavina 5'-monofosfato é formada por fosforilação dependente de ATP da riboflavina, enquanto o FAD é sintetizado por outra reação com o ATP em que o AMP porção de ATP é transferida para FMN. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 56. Indicar locais preferenciais de síntese e armazenamento das coenzimas da riboflavina nos animais. A síntese e armazenamento das coenzimas dá-se maioritariamente a nível hepático (e renal). 57. Indicar enzimas, e em que reações participam, que são dependentes de FMN ou FAD. Reações de oxidação-redução. Enzimas dependentes de FMN ou FAD: Ferrodoxina redutase (ativação renal da vitamina D); Succinato desidrogenase mitocondrial; Complexos I e II mitocondriais; Xantina oxidase (degradação das purinas); Acetil-CoA desidrogenase (degradação/oxidação ácidos gordos); Desidrogenase glicerol 3-fosfato mitocondrial (transporte equivalentes reduzidos do citosol para a mitocôndria); Glutationa redutase (nos eritrócitos para reduzir a glutationa oxidada); α-aminoácido oxidase (desaminação de aminoácidos a nível hepático e renal); Glucose oxidase (nos fungos). 58. Explicar o papel da flavocinase na síntese de coenzimas de riboflavina e qual a ação da T3. A formação das coenzimas de riboflavina é iniciada através da enzima flavocinase, que é regulada positivamente pela forma ativa da hormona tiroide (T3). 59. Explicar o que se entende por “metaloflavoproteínas/flavoproteínas”. Flavoproteinas são formas de coenzima ou grupo prostetico associados às enzimas. Metaloflavoproteínas – são capazes de redução reversível, produzindo-se assim, FADH2 e FMNH2. 60. Explicar o percurso da FAD na circulação enterohepática. Parte das coenzimas de riboflavina entram na bílis e geralmente retorna ao fígado através da circulação portal apos reabsorção intestinal. Portanto, a riboflavina, como os ácidos biliares, apresenta um efeito na circulação enterohepática. Por fim, é degredado por oxidases de função mista microssómica hepática, com produtos degradados sendo excretados na bílis e alguns Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas entram no sangue. Os produtos degradados que entram no sangue são geralmente filtrados pelos rins e aparecem na urina principalmente na forma de derivados de 7- e 8-hidroximetil. 61. Indicar a classe de reações em que participam FMN e FAD, dando exemplos. Objetivo 57. 62. Compreender que a nicina (ácido nicotínico, vitamina B3) é utilizado pelo animal para sintetizar nicotanamida adenina dinucleótido (NAD) e nicotinamida adenina dinucleótido fosfato (NADP). NAD e NADP são formar biologicamente ativas da niacina, essenciais em reações de transferência de protões e eletrões. 63. Indicar a classe de reações em que participam NAD e o NADP. Reações de oxidação-redução. 64. Indicar as etapas de síntese para obtenção de NAD e NADP a partir de niacina. Nicotinamida dietética, niacina e o triptofano podem dar origem a nicotinato mononucleotídeo (NMN), um precursor de NAD+ e NADP+. A nicotinamida na dieta, que está naturalmente presente na maioria das plantas e comida de animais, deve primeiro sofrer desamidação, formando a niacina. Este composto é depois convertido em desamido-NAD+ primeiro por reação com 5-fosforibosil-1-pirofosfato (PRPP), formando NMN e, em seguida, por adenililação com ATP. O grupo amida da glutamina contribui para formar a coenzima NAD+, que pode ser ainda fosforilado para formar NADP+. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 65. Diferenciar o papel de NAD e NADP nas vias metabólicas. NAD – vias degradativas (catabólicas). NADP – vias sintéticas (anabólicas). 66. Explicar porque uma carência em vitamina B6 e/ou triptofano afetam a síntese de NAD. Fosfato piridoxal, é a forma ativa da vitamina B6, e é necessária para converter o triptofano em NMN. Assim, a carência de vitamina B6 diminui a quantidade de NMN, que é precursor de NAD+ e NADP+, diminuindo assim NAD. 67. Explicar porque uma dieta rica em leucina afeta a síntese de NAD. Uma dieta rica em leucina contribui para a carência de niacina, devido à inibição da enzima que converte o triptofano em NMN, e consequentemente diminui a síntese de NAD. 68. Indicar quais os sinais clínicos associados à pelagra, como consequência de uma carência (avitaminose) em niacina. A deficiência de niacina resulta em fraqueza, indigestão e inapetência e, mais tarde, nos sinais clássicos de "pelagra" (dermatite, diarreia e demência). Além disso, alguns animais exibem vômito com evidência de inflamação das membranas das mucosas. Diz-se que a demência progride para irritabilidade, insônia, confusão e eventualmente delírio e catatonia. 69. Compreender a razão de se escrever FADH2 e NADH+H+. FAD recebe 2 protões (H+) e 2 eletrões; FAD recebe 1 protão e um eletrão. 70. Explicar de forma simplificada a síntese de 4- fosfopanteteína e coenzima A (CoA) a partir do ácido pantoténico (vitamina B5). 71. Saber que a CoA intervém na transferência de grupos carbonatados de dimensões variadas (acetilo, propionilo, butirilo, succinilo, acilo, …) A CoA contem grupo tiol que liga/transporta compostos apresentando grupos acilo (na forma de tioésteres). Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 72. Indicar reações e/ou vias metabólicas que exijam derivados de ácido pantoténico. A primeira etapa no ciclo TCA (transferência de um grupo acetil de acetil-CoA para oxaloacetato, formando citrato); O quinto passo no ciclo TCA (conversão de succinil-CoA em succinato); Ativação de ácidos gordos de cadeia longa no citoplasma e propionato nas mitocôndrias (por acil-CoA sintetases apropriadas); Oxidação β-mitocondrial de ácidos gordos (destinatário de unidades de acetil removidas da cadeia de ácidos gordos; transportador da porção de ácidos gordos); Síntese citoplasmática de colesterol a partir de 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA (HMG-CoA); Síntese mitocondrial de corpos cetónicos a partir de HMG-CoA; Biossíntese de acetilcolina; Biossíntese de porfirina (conversão de succinil-CoA + glicina em ∆- aminolevulinato); Transferência de ácidos gordos ou acetato para polipeptídeos, incluindo algumas enzimas, recetores e hormonas. 73. Indicar qual a função da 4-fosfopanteteína na biossíntese de ácidos gordos. É o grupo prostético do ácido gordo sintetase (enzima que participa na síntese de ácidos gordos). 74. Indicar qual a função do pantotenato na degradação (oxidação) de ácidos gordos. A coenzima A, que é uma das fromas biologicamente ativas do pantotenato, transporta cadeias carbonatadas que são os produtos de degradação de ácidos gordos e o ACP, que é uma proteína na via de síntese de ácidos gordos, que tem a si associada 4-fosfopanteteina, que é outra forma biologivamente ativa do pantotenato. 75. Saber quais os compostos que são englobados pela designação vitamina B6. Piridoxina, piridoxamina e piridoxal. 76. Indicar qual ou quais as formas biologicamente ativas da vitamina B6. Piridoxal fosfato (PLP) e a piridoxamina fosfato. 77. Saber e reconhecer o tipo de reações em que piridoxal fosfato (PLP) intervém como coenzima. reações de transferência de grupos amina (transaminações – síntese de aminoácidos não essenciais e primeiro passo do catabolismo de aminoácidos, e desaminações); descarboxilações (síntese de algumas substancias importantes, tais como, aminas neuroativas – serotonina, histamina e ácido ϒ-aminobutírico (GABA); ∆- aminolevulínico - primeiro passo na biossíntese do heme; Intermediários na síntese de esfingomielina, fosfatidil-colina (lecitina), carnitina e taurina (importante como um conjugado de ácido biliar, e também na função cerebral e ocular)); isomerizações; condensação; desidratases (conversão de serina e treonina nos seus ácidos α-ceto através da remoção oxidativa do grupo amina, como amónia); Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas clivagem da cadeia lateral (formação de glicina e serina e divisão da cistationina na degradação da metionina). 78. Explicar o envolvimento da piridoxina no metabolismo do glicogénio. 79. Explicar como uma deficiência em vitamina B6 origina níveis urinários aumentados de compostos azotados (ureia, aa e seus metabolitos). Pensa-se que a vitamina B6 é absorvida ao nível do trato digestivo como piridoxina e excretada na urina como ácido piridóxico. Devido à sua importância no catabolismo dos aminoácidos, uma deficiência desta vitamina pode resultar na excreção urinária de níveis elevados de alguns metabolitos de aminoácidos, que normalmente são degradados. A excreção urinária de ureia também pode ser aumentada, devido à menor capacidade de sintetizar aminoácidos não essenciais, resultando em menor reutilização de NH3+ e amino nitrogénio. 80. Saber qual a forma biologicamente ativa da biotina (vitamina B7) e o quais as sua características moleculares. Biocitina. 81. Saber como é formada e o que caracteriza a coenzima biocitina. A biotina não possuí qualquer atividade biológica, antes de ser ativada. A ativação acontece pela ligação entre um resíduo lisina de uma enzima e a biotina. Esta vitamina ligada covalentemente à proteína usando como ponte o grupo radical da lisina dá origem à biocitina (grupo prostético). 82. Indicar o tipo de reações em que participa a biocitina A biocitina participa em carboxilações facilitando o movimento do grupo carbono de uma molécula para a outra e em transcarboxilações facilitando a troca de um carbono. 83. Identificar e superar a importância das quatro reações celulares de carboxilação em que participa biotina, 1. Conversão de piruvato em oxaloacetato - OAA - (via piruvato carboxilase); 2. Conversão de propionil-CoA em metilmalonil-CoA (via propionil-CoA carboxilase); 3. Formação de acetoacetato a partir de leucina (β-metilcrotonil-CoA carboxilase); 4. Formação de malonil-CoA a partir de acetil-CoA em biossíntese de ácidos gordos (via acetil-CoA carboxilase). Permitem ao animal, em caso de carência de glicose, converter aminoácidos em glicose a partir da carboxilação. Esta reação é aumentada quando o animal está em jejum prolongado. 84. Explicar de forma breve como ocorre a digestão, absorção e transporte de biotina no animal. Durante a digestão, a biotina é inicialmente libertada a partir de proteínas com a biocitina e mais à frente digerida para libertar a biotina, ou absorvida como tal e hidrolisada nas células mucosas do intestino. A absorção intestinal desta proteína no jejuno ocorre por difusão facilitada em concentrações baixas e difusão simples em concentrações elevadas. O transporte desta no plasma é feito ligada à BCP (biotin carrier protein). Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 85. Indicar o papel da avidina em situações de carência (avitaminose) em biotina. A avidina, uma proteína que se encontra na clara do ovo, ao ser ingerida em grandes quantidades, e, por ter uma grande capacidade de se ligar fortemente a biotina, não deixa que esta seja absorvida nem transportada. 86. Explicar o processo de síntese de ácido fólico/folato (vitamina B9) em microrganismos. Um percursor pteridina reage com um PABA (ácido p-aminobenzoico) e, por ação de uma enzima (dihidropteroato sintetase) e adição de glutamato, irá dar origem ao ácido fólico. 87. Indicar qual a enzima que participa na síntese de folato em microrganismos cuja atividade é inibida por antibióticos da família das sulfonamidas. As sulfonamidas atuam sobre bactérias e não afetam as células animais, pois as células animais obtêm o ácido fólico a partir da sua dieta ao contrário das bactérias que tendo que sintetizá-lo são afetadas pelas sulfonamidas que, ao inibir a síntese de ácido fólico, impedem a replicação de RNA e DNA nas bactérias, pois diminuem a síntese de nucleótidos. Por isso é que a sulfonamida é um antibiótico, conseguindo controlar a proliferação de bactérias. 88. Racionalizar porque as sulfonamidas atuam sobre bactérias e não afetam as células animais. Ver objetivo 87. 89. Indicar qual a enzima que participa na síntese da forma coenzimática do ácido fólico (ácido tetrahidrofólico, tetrahidrofolato, THF). A forma biologicamente ativa do folato forma-se por redução deste último em reações catalisadas pela enzima dihidrofolato redutase (com coenzima NADPH). O metotrexato (aminopterina) é um inibidor competitivo da dihidrofolato redutase. 90. Explicar o local e mecanismo de ação da hidroxiureia, 5-fluorouracilo e metotrexato, composto largamente utilizado na terapêutica farmacológica e que interferem no metabolismo do ácido fólico. Em células tumorais, a via de síntese de THF está muito aumentada, logo desenvolveram- se fármacos como metotrexato, hidroxiurreia (inibidor de RDR, supressor da proliferação de células) e 5-fluorouracilo que bloqueiam a síntese de THF ao ligarem-se competitivamente à enzima e, por isso todas as vias da célula cancerígena são diminuídas, ou seja, inibem a ação da enzima dihidrofolato redutase. Sendo em casos de doenças como psoríase, artrite reumatóide e doenças neoplásticas este tipo de tratamento também é aplicável. 91. Indicar reações em que participa THF. O THF participa na síntese de compostos orgânicos/azotados como aminoácidos (metionina) e ácidos nucléicos (purinas e pirimidinas). O THF intervém também em reações de transferência de grupos com um único carbono (metilo, metileno, metileno). 92. Saber que o THF intervém em reações de transferência de grupos de com um único carbono (metilo, metileno, metilo, formula). Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 93. Explicar a associação entre as deficiências em folato e anomalias do tubo neural no feto. O ácido fólico tem um papel fundamental no processo da multiplicação celular, sendo, portanto, imprescindível durante a gravidez; é requisito para o crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação de anticorpos. 94. Descrever a estrutura molecular da cobalamina (vitamina B12). A estrutura da cobalamina é complexa e consiste num “anel corrina” com um cobalto central por coordenação a quatro átomos de N do anel, e 5,6- dimetilbenzimidazolo ligado ao cobalto no centro do anel. 95. Distinguir entre formas comerciais e formas biologicamente activas de vitamina B12. radical nitrilo (-CN): cianocobalamina - forma comercial radical 5’-desoxiadenosilo: desoxiadenosilcobalamina (coenzima - forma biologicamente ativa) – ocorre nas mitocôndrias radical metilo: metilcobalamina (coenzima - forma biologicamente ativa) – ocorre citoplasma Nota: Após ser transportada no sangue, a cobalamina geralmente é absorvida pelas células-alvo como hidroxocobalamina. As três formas podem ser encontradas no fígado. 96. Indicar quais as formas biologicamente ativas (mitocondriais e citoplasmáticas) da B12. Ver objetivo 95. 97. Descrever a absorção de vitamina B12 no tubo digestivo. A absorção da vitamina B12 é a mais complexa de todas as vitaminas hidrossolúveis. Primeiramente, ela é obtida através da dieta, sendo que a vitamina B12 frequentemente se encontra ligada a uma proteína, podendo ser ingerida também de forma isolada. No estômago, o HCI gástrico e a pepsina vão separar a vitamina da proteína, o que permite à vitamina ligar- se imediatamente a R-proteínas, presentes na saliva e no suco gástrico, pois está proteínas têm uma grande afinidade com esta vitamina, sendo que se conseguem ligar fortemente em amplas faixas de pH e são semelhantes funcional e estruturalmente às transcobalaminas encontradas no sangue e no fígado. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas O ritmo de FI (fator intrínseco) secretado pelas células parietais geralmente é paralelo ao HCl secretado. De seguida, o complexo pela vitamina e a R-proteina começa a ser degradado por tripsina e outras protéase pancreáticas no duodeno. Assim, a afinidade das R-proteínas com a vitamina diminui e esta última liga-se ao FI, proteína sintetizada pelo estômago. A presença de Ca2+ e de HCO3- (bicarbonato), provenientes de células dos ductos pancreático e biliar, respetivamente, ajuda na formação das condições necessárias para a ligação da vitamina ao IF. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas Quando é formado o complexo vitamina-FI, FI sofre uma mudança conformacional favorecendo a formação de dímeros, sendo que na zona apical das células mucosas do ílio distal possuem proteínas recetores para esses dímeros. Depois, a vitamina B12 vai ser lentamente libertada na corrente sanguínea, ligada à transcobalamina II, que é sintetizada pelo fígado ou por células epiteliais do íleo, sendo que o fígado retira o complexo B12-TC II do sangue por endocitose, ligando-se em seguida à TC I, ficando armazenados aos hepatócitos B12. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 98. Explicar o processo de transporte e armazenamento hepático de vitamina B12. Ver objetivo 97. 99. Indicar e explicar as duas reações que ocorrem em animais e que necessitam das coenzimas derivadas de cobalamina. 1) Isomerização de metilmalonil-CoA em succinil-CoA; necessita da 5’- deoxiadenosilcobalamina. A primeira reação é importante na conversão sequencial de propionato em succinil-CoA, um intermediário do ciclo TCA. Propionato é formado a partir de celulose microbiana e digestão de amido, a partir do carbono 3 terminal de ácidos gordos de cadeia ímpar durante a β- oxidação mitoconrial, a partir de β- aminoisobutirato durante degradação da pirimidina e de vários aminoácidos ácidos durante a degradação de proteínas. É de particular importância no processo de gliconeogénese hepática. 2) Regeneração de metionina a partir de homocisteína; requer metilcobalamina. Através da segunda reação, que requer metilcobalamina, H4 folato é disponibilizado para participar na biossíntese de purina, de pirimidina e de ácidos nucleicos. O metabolismo da vitamina B12 está assim intimamente entrelaçado com o de outra vitamina solúvel em água, ácido fólico e ambos são fundamentais para a metabolização de um carbono. 100.Compreender que a vitamina C é a única vitamina hidrossolúvel que não pertence ao complexo B. 101.Indicar em que animais (e em que tecidos) se verificam síntese de ácido ascórbico. A maioria dos vertebrados tem capacidade de produzir vitamina C a partir da glicose e o local de produção depende do animal em causa: fígado (roedores) ou rins (répteis). 102.Indicar animais (ou grupos de animais) que não sintetizam ácido ascórbico. Primatas, peixes, mamíferos voadores, subordem Passeri (algumas aves) e porquinhos- da-Índia. 103.Explicar porque bioquimicamente os animais do ponto anterior, não tem capacidade para sintetizar ácido ascórbico. Os animais do ponto anterior não têm capacidade para sintetizar ácido ascórbico porque apresentam deficiência em L-gulonoxidase, que é uma enzima que catalisa uma reação na síntese de ácido ascórbico (vitamina C). Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 104.Explicar o processo de absorção de ascorbato nos animais. A absorção acontece a nível intestinal e depende do gradiente de sódio que é criado e mantido pela bomba de sódio-potássio. 105.Explicar como o ascorbato atravessa a barreira hemato-encefálica e como é transportada para o interior dos neurónios e as células da glia. No sistema nervoso central, as células glial (células astrocíticas de suporte) regeneram a vitamina C a partir de DHA, através da oxidação de glutationa reduzida (GSH), e depois a vitamina C é transportada de volta para o interior dos neurónios. 106.Saber a importância da vitamina C nas reações de hidroxilação. As hidroxilações utilizam oxigénio molecular (O2), e Fe2+ ou Cu2+ como cofator. Acredita-se que, aqui, o ascorbato pode ter dois papeis: 1. como uma fonte direta de eletrões para a redução do O2; 2. como um agente protetor para manter Fe2+ ou Cu2+ na sua forma reduzida. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 107.Indicar exemplos de reações de hidroxilação dependentes de ácido ascórbico. 108.Racionalizar a importância do acido ascórbico como antioxidante em sistemas biológicos. A nível molecular, o ascorbato é um poderoso agente redutor. Na forma reduzida liberta protões e eletrões que se vão ligar a radicais livres (moléculas oxidantes responsáveis por patologias cardiovasculares, dos pulmões e certos cancros) e vai eliminá-los. E, como tal, possui uma importância geral como um anti-oxidante, afetando o potencial “redox” do corpo (os estados relativos de oxidação/redução de outras substâncias hidrossolúveis dentro e fora das células). É usado como conservante em comida para animais e é, às vezes, dado a gatos como tratamento para reverter a metahemoglobinemia associada com intoxicação com acetaminofeno (animal apresenta problemas no fígado). A importância anti-oxidante da vitamina C foi documentada em tartarugas de lagoa, que tinham elevadas concentrações de vitamina C no cérebro. Estes animais mostram uma grande tolerância ao esgotamento de O2 durante os mergulhos, e a vitamina C pode ajudar a prevenir danos oxidativos nos neurónios durante o período de reoxigenação precedido por um mergulho com baixa concentração de oxigénio. Gomes, Pintas e Carol 2019/20 Coenzimas e vitaminas 109.Descrever o papel da vitamina C na absorção intestinal de ferro. Esta vitamina tem um papel importante no metabolismo do Fe2+, ao aumentar a conversão de ferro vindo da dieta do estado de Fe3+ para Fe2+. Visto que o ferro é mais rapidamente absorvido pelo intestino na sua forma Fe2+, então a vitamina C ajuda na sua absorção. Embora uma quantidade normal de admissão de vitamina C seja beneficial, uma admissão excessiva da mesma tem tendência a uma sobrecarga de ferro (hemocromatose) que pode ser debilitadora. 110.Explicar a relação entre ingestão excessiva de vitamina C e urolitíase. A principal via de catabolismo de ascorbato é o oxalato. Estima-se que, sob condições normais, aproximadamente um terço de oxalato urinário pode ser derivado de catabolismo de ascorbato. Por isso, grandes doses de vitamina C (ácido ascórbico) irão levar um aumento da acidez da urina, o que promove a conversão de urato em ácido úrico, oxalato em ácido oxálico. Uma sobrecarga de vitamina C pode, também, promover a formação de pedras nos rins de oxalato de cálcio (urolitíase) em animais suscitáveis. 111.Distinguir entre elementos maioritários (macroelementos) e elementos minoritários (oligoelementos), dando exemplos. Macroelementos são essenciais em gramas por dia - K, Na, Ca, Cl, P, S, Mg. Oligoelementos são necessários em mg por dia – Fe, Lu, Zn, Mn, Co, Se, I. 112.Compreender o que são metaloproteina/metaloenzima. Metaloenzimas - enzimas com um ião metálico como cofator. 113.Compreender quais os metais encontrados em metaloproteinas como superóxido dismutase, catalase, anidrase carbónicas, citocromo oxidase (grupos heme). 114.Saber que no local ativo da peroxidase do glutatião (glutatião peroxidase) há um aminoácido denominado selenocisteina que possui um átomo de selénio Gomes, Pintas e Carol 2019/20