000756194-02.pdf

Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...
Loading...

Transcript

FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA-PROPAR pROJETO aRQUITETÔNICO E a RELaÇÃO COM O LUGaR NaS OBRaS DE paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 ANA ELISA MORAES SOUTO TESE DE DOUT...

FACULDADE DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA-PROPAR pROJETO aRQUITETÔNICO E a RELaÇÃO COM O LUGaR NaS OBRaS DE paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 ANA ELISA MORAES SOUTO TESE DE DOUTORAMENTO APRESENTADA COMO REQUISITO PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE DOUTORA EM ARQUITETURA ORIENTADOR: ARQ.PhD.EDSON DA CUNhA MAhFUz PORTO ALEGRE ,2009 VOLUME II SUMáRIO aNExO pROJETO aRQUITETÔNICO E a RELaÇÃO COM O LUGaR NaS OBRaS DE paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 1.0 CURRÍCULO COMpLETO DE OBRaS aRQUITETO paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 07-16 1.1 Tabela número projetos por ano realizados por Paulo Mendes da Rocha 2.0 FICHa DESCRIÇÃO pROJETOS 1958- 2000 18 2.1 Ginásio Clube Atlético Paulistano ,São Paulo,1958 18- 22 2.2 Fórum Avaré.Avaré,SP,1962 2-25 2. Sede Social Jóquei Clube Goiás,Goiânia,GO,196 26-27 2.4 Clube Orla Guarujá,São Paulo,196 28-29 2.5 Casa Paulo Mendes Rocha, São Paulo,1964 0-5 2.6 Edifício Guaimbé,São Paulo ,1964 6-9 2.7 Conjunto habitacional CECAP,Guarulhos,SP,1967 40-49 2.8 SENAC-Escola Técnica,Campinas,SP,1968 50-51 2.9 Reservatório Elevado em Urânia,Urânia,SP,1968 52-5 2.10 Pavilhão Brasil Expo 70,Osaka,Japão,1969 54-59 2. 11 Casa Mario Mazetti,São Paulo,1970 60-65 2.12 Casa Fernando Millán,São Paulo,1970 66-67 2.1 Centro Cultural Georges Pompidou,Wettbewerb,Paris,1971 68-69 2.14 hotel em Poxoréu,Poxoréu,MT,1971 70-71 2.15 Núcleo Educação Infantil Jardim Calux,São Bernardo Campo,SP,1972 72-75 2.16 Casa James Frances King,São Paulo,1972 76-79 2.17 Estádio Serra Dourada,Goiânia,GO,197 80-81 2.18 Casa Praia Lagoinha,Ubatuba,SP,1974 82-8 2.19 Parque Grota,São Paulo,1974 84-85 2.20 Museu Arte Contemporânea USP,São Paulo,1975 86-89 2. 21 Instituto Educação Caetano Campos,São Paulo,1976 90-91  SUMáRIO aNExO pROJETO aRQUITETÔNICO E a RELaÇÃO COM O LUGaR NaS OBRaS DE paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 2.22 Casa Antônio Junqueira,São Paulo,1977 92-95 2.2 Cidade Porto Fluvial Tietê,São Paulo,1980 96-99 2.24 Edifício Residencial Jaraguá, São Paulo,1984 100-101 2.25 Edifício Comercial Keiralla Sarhan,São Paulo,1984 102-10 2.26 Biblioteca Pública Rio Janeiro,Rio Janeiro,1984 104-105 2.27 Terminal Rodoviário Goiânia,Goiânia,GO,1985 106-109 2.28 Edifício Residencial Aspen,São Paulo,1986 110-111 2.29 Capela São Pedro,Campos Jordão,SP,1987 112-11 2.0 Loja Forma,São Paulo ,1987 114-121 2.1 Museu Brasileiro Escultura,São Paulo,1988 122-127 2.2 Biblioteca Alexandria, Alexandria, Egito,1988 128-129 2. Casa Antônio Gerassi,São Paulo,1988 10-11 2.4 Aquário Municipal Santos,São Paulo,1991 12-15 2.5 Museu Arte Vitória,Vitória,ES,1991 16-17 2.6 Praça Patriarca,São Paulo,1992 18-14 2.7 Baía Vitória,Vitória,ES ,199 144-147 2.8 Pinacoteca Estado São Paulo,São Paulo,199 148-15 2.9 Fundação Getúlio Vargas,São Paulo,1995 154-155 2.40 Centro Cultural FIESP ,São Paulo,1996 156-161 2.41 Centro Cultural SESC Tatuapé,São Paulo,1996 162-16 2.42 Terminal Parque Dom Pedro II,São Paulo,1996 164-167 2.4 Baía Montevidéo,Uruguai,1998 168-169 2.44 Poupatempo Itaquera, São Paulo,1998 170-171 4 2.45 Centro Coordenação Geral SIVAM,Brasília,DF ,1998 172-175 2.46 Pavilhão do Mar,Caraguatatuba,SP,1999 176-177 2.47 Praça Museus USP,São Paulo,2000 178-181 2.48 Museu Língua Portuguesa,São Paulo,2000 182-185 2.49 Edifício garagem Paço Alfândega Recife,PE,2000 186-187 2.50 Paris 2008-Boulevar dos Esportes Paris,França 2000 188-191 3.0 MapEaMENTO CaRaCTERÍSTICaS COMUNS aOS pROJETOS 1958-2000 192-199 4.0 DEFINIÇÃO TEMpORaL aRQUITETURa MODERNa,paULISTa E FaSES DE paULO MENDES 198-199 4.1 Características arquitetura escola paulista brutalista 202-20 5.0 pROJETO aRQUITETÔNICO E a RELaÇÃO COM O LUGaR NaS OBRaS DE paULO MENDES 204-205 5.1 Fichamento e Classificação Projetos 205-225 5.2 Periodização obras 226-242 5. Tabela conclusão periodização 242-252 5 6 1.0 CURRÍCULO COMpLETO DE OBRaS paULO MENDES Da ROCHa 1958-2000 1957 -Palácio da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina,Florianópolis, SC, em colaboração com os arquitetos Pedro Paulo de Mello Saraiva, Alfredo S. Paeni, Concurso Nacional,1ºprêmio; -Desenho cadeira flexível (cadeira Paulistano); 1958 -Ginásio Coberto,Praça de Esportes e Piscinas Clube Atlético Paulistano,São Paulo,SP, em colaboração: João Eduardo de Gennaro.Rua honduras 1.400, Jardim América,São Paulo,SP, Concurso Nacional, 1ºprêmio/Grande Prêmio Presidência da República na Exposição Internacional de Arquitetura da VI Bienal de São Paulo,1961; Figura 01- Paulo Mendes da Rocha -Escola Primária (Jardim Infância) do Clube Atlético Paulistano ,São Paulo,SP, Rua honduras 1.400, Jardim América,São Paulo,SP; 1960 -Centro de Puericultura e Assistência Social em Cedral,SP, Instituto de Previdência do Estado de São Paulo- IPESP, Prefeitura Municipal de Cedral; -Grupo Escolar Antônio Villela Júnior, Secretaria de Educação e Cultura do Estado de São Paulo Prefeitura Municipal Campinas; -Concessionária Volkswagen do Brasil/Brasilwagen-Instalação de Agência em São Paulo,SP, Avenida Pau lista esquina com a rua Padre João Manuel,Edifício Conjunto Nacional, São Paulo,SP; -Banco Bandeirantes do Comércio S/A Instalação da Agência-Augusta, Rua Augusta, SP; -Residência José Raul Brasiliense Carneiro em São Paulo,SP, Rua Dom henriques 10-SP; -Residência Fábio Monteiro de Barros em São Paulo,SP,Rua Antônio Gouveia Guidice,582- SP; Figura 02- Ginásio Clube Atlético Paulis- -Residência Virgílio Lopes da Silva em São Paulo,SP; tano, SP 1962 -Escola Primária Vila Maria em São José dos Campos,SP, Secretaria Educação e Cultura do Estado de São Paulo/Prefeitura Municipal de São Jose dos Campos; -Edifício Fórum da Cidade Avaré,São Paulo,em colaboração:João Eduardo de Gennaro e Newton Arakawa,Secretaria dos Negócios da Justiça do Estado de São Paulo-Prefeitura Avaré; -Escola Primária Taboão em São Bernardo do Campo,SP, Instituto de Previdência do Estado de São Paulo-Secretaria Educação Estado de São Paulo,Estrada do Taboão esquina Rua Itália. São Bernar do Campo,SP; -Edifício de Comércio e escritórios Banco Leme Ferreira em São Paulo,SP, Rua Marquês de Itu,266, São Paulo,SP -Edifício escritórios Confedereração Nacional da Industria/CNI em Brasília,DF. Em colaboração: Pedro Q Paulo de Mello Saraiva; Figura 0- Forum Avaré, SP -Edifício da Faculdade de Antropologia e Sociologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Uni versidade de São Paulo USP, SP-Cidade Universitária; 7 -Residência Bolívar Ferraz Navarro,Rua Vahia de Abreu, São Paulo,SP; -Residência Celso Vieira Mello,Piracicaba, São Paulo,SP; -Residência Gaitano Miani, São Paulo,SP; 1963 -Sede Social do Jóquei Clube de Goiás,Avenida Anhanguera,Goiânia,GO,Em colaboração:João Eduar do de Gennaro, Concurso Nacional, 1ºPrêmio; -Instalações para Agência Comercial de Vapores GRIEG-Armadores, Rua Augusto Severo esquina Rua Barão do Rio Branco,Santos,SP; -Residência Bento Odilon Moreira,Goiânia,GO; -Residência Francisco Malta Cardoso,Alameda Fernão Cardim 28,São Paulo,SP; 1964 Figura 04- Sede Social Joquéi Clube Goi- -Edifício Residencial Guaimbé em São Paulo,SP, em colaboração:João Eduardo de Gennaro, Sivel-Socie ás, Goiânia dade Imobiliária de Vendas e Empreendimentos LTDA, Rua haddock Lobo,1447,São Paulo,SP; -Residência Sebastião Camargo no Rio Janeiro,RJ; -Residência Sílvio Albanese em São Paulo,SP; -Residências Luiz Gonzaga da Cruz Secco e Paulo Mendes da Rocha,em colaboração:João Eduardo de Gennaro, Praça Monteiro Lobato,100-Butantã-São Paulo,SP; 1966 -Agência Banco Estado Goiás em São Paulo,SP, Rua Timbiras,484,São Paulo,SP 1967 -Escola Primária Vila Baeta Neves em São Bernardo do Campo,SP -Escola Primária Gofredo Teixeira da Silva Telles em São Bernardo Campo,SP Figura 05- Ed. Guaimbé, São Paulo, SP 1968 -Conjunto Residencial zezinho Magalhães Prado, Cumbica,Guarulhos,SP, Secretaria de habitação Esta do São Paulo, Caixa Estadual de Casas para o Povo-CECAP, em colaboração: Vilanova Artigas, Fábio de Moura Penteado; -Colégio Estadual Presidente Roosevelt,Fundo Estadual de Construções Escolares-FECE,Secretaria de Edu cação do Estado de São Paulo, Rua São Joaquim,228, Bairro Liberdade,São Paulo,SP; -Escola Técnica Serviço Nacional das Indústria/SENAI em São Paulo,em colaboração: Mario Viotti Guarnieri,Rua Teixeira de Mello-Tatuapé,São Paulo,SP; -Escola Técnica Serviço Nacional de Aprendizado Comercial/SENAC em Campinas,SP, Rua Sacramento esquina rua 14 dezembro; Figura 06- Conjunto Residencial zezinho -Projeto Escola Técnica SENAI em Santos,em colaboração: João Batista Vilanova Artigas, Fábio de Mou Prado, SP ra Penteado 8 -Reservatório Elevado em Urânia,SP, em colaboração:horácio hirch e Newton Arakawa Prefeitura Municipal Urânia. 1969 -Pavilhão do Brasil na Exposição Internacional Expo 70, Osaka,Japão,Ministério das Relações exteriores,em colaboração: FlávioL. Motta,Júlio Katinsky,Ruy Ohtake,Jorge Caron,Marcelo Nitsche, Carmela Gross,Concurso Nacional 1º prêmio; Fig 07-Reservatório Elevado Urânia,SP 1970 -Edificio Industrial Sociedade Algodoeira Nordeste Brasileiro/SANBRA no Rio Janeiro,RJ, Rodovia Presi dente Dutra km9-Rio Janeiro; Fig 08-Pavilhão Brasil, Expo 70,Japão -Residência Fernando Millan, Avenida Circular do Bosque,628-Cidade Jardim,São Paulo,SP; -Residência Mário Masetti, Rua Dr. Manuel Maria Tourinho 771,Pacaembu,São Paulo,SP; 1971 -hotel de Turismo em Poxoréu,MT,em colaboração: helene Afanasieff e Maria helena Flyn, Prefeitura Municipal Poxoréu; Fig 09- Pavilhão Brasil, Expo 70, Japão -Concurso Centro Cultural Georges Pompidou ,Beaubourg,Paris,França,em colaboração: Abrahão Sanovicz,Osvaldo Corrêa Gonçalves,Claudio Gomes,Um dos projetos premiados; 1972 -Núcleo de Educação Infantil Jardim Calux, São Bernardo Campo,SP; -Residência James Francis King, São Paulo,SP, Rua Angra dos Reis, Chácara Flora,São Paulo,SP; -Projeto área Remodelação do Centro de Santiago,Chile; 1973 -Estádio Serra Dourada em Goiânia,GO,Governo Estado Goiás. Paulo Mendes Rocha contratado dire to pela SERETE S/A Engenharia,em colaboração: Roberto Portugal Albuquerque, Maria helena Fig 10- Escola Jardim Calux, São Paulo Flynn,Roberto Leme Ferreira, Newton Arakawa,Ercules Turbiani e Eliane Galiardi; -Projeto de montagem arquitetônica para a I Bienal Internacional Arquitetura, São Paulo,SP, Fundação Bienal de São Paulo,Banco Nacional de habitação (BNh); -Edifício Residencial Juaperi,São Paulo,SP, Forma Espaço S/A Construções, Rua Juaperi, 176-São Paulo -Residência Ignácio Gerber,Angra dos Reis,RJ; -Residência Nabor Ruegg, Das Marimbas-Praia de Pernanbuco,Guarujá,SP; -Residência Newton Isaac Carneiro Junior,Jardim Guarapiranga, São Paulo,SP; -Residência Dalton Macedo Soares, Rua Olegário Mariano,São Paulo,SP; -Residência Marcelo Nitsche, São Paulo,SP; -Residência Artemio Furlam,Casa Lagoinha Ubatuba; Fig 11- Estádio Serra Dourada, Goiânia 9 1974 -Plano Urbanístico às margens do rio Jaú em Jaú, São Paulo,SP, Prefeitura de Jaú, Integrando como consultor o quadro profissional do GPI-Grupo Planejamento Integrado,em Colaboração:João Batista Vilanova Artigas; -Estudo Preliminar de Reurbanização da Sub-Região da Grota,Bairro Bela Vista,São Paulo,SP Cogep-Coordenaria Geral de Planejamento da Prefeitura São Paulo,EMURB-Empresa Municipal de Urbanização,em colaboração:Flávio Motta,José Cláudio Gomes,Benedito Lima de Toledo, Koiti Mori,Klara Kaiser, Maria Ruth Amaral Sampaio (socióloga),Maestro Sammuel Kerr; -Edifício Industrial Transmissões Nacionais,Guarulhos,SP; 1975 -Edifício Sede Montepio Municipal Novo Centro Administrativo Municipal (CAM),Prefeitura Municipal São Paulo,Empresa Municipal Urbanização-EMURE,Arterial Oeste, Vila Guilherme,São Paulo,SP; -Projeto nova sede Museu Arte Contemporânea Universidade São Paulo, São Paulo,SP, Universidade de São Paulo,Fundo de Construção da Cidade Universitária de São Paulo-FUNDUSP, em colaboração: Jorge Wilheim, Jorge Wilheim Arquitetos Associados.Equipe: Roberto Leme Ferreira,Maria helena Flynn,Christina de Castro Mello, Newton Arakawa,Edson Ueda e Beatriz Barberis. -Parque habitacional CECAP, Secretaria Interior,CECAP-Caixa Estadual Casas para Povo Município Itati ba-SP, em colaboração:Alfredo Paesani; 1976 -Escola de Primeiro e Segundo Grau EEPSG Vila Matilde para 15 salas de aula,Companhia de Constru ções Escolares do Estado de São Paulo; -Projeto para Centro de Convenções Escola de Primeiro e Pegundo grau EEPSG Vila Matilde em São Paulo,SP, Secretaria de Estado dos Negócios de Esportes e Turismo; -Projeto para edifício industrial e cultural Centro Nacional de Engenharia Agrícola Fazenda Ipanema em Sorocaba,SP, Conjunto dos Monumentos Remanescentes da REAL Fábrica de Ferro São João do Ipanema -Edifício Armas Brancas,Ministério Agricultura-Departamento Nacional de Engenharia Rural; Figura 12-Residência Antônio -Residência Antônio Junqueira de Azevedo,Rua Guanês, 144-Jardim Guedala,São Paulo,SP Junqueira,SP -Concurso para edifício do novo Instituto de Educação Caetano de Campos em São Paulo,SP em colaboração:Abrahão Sanovicz; 1977 -Estação Rodoviária Interestadual em Cuiabá,MT,Secretaria de Viação e Obras Públicas Governo Estado Mato Grosso,Cuiabá,MT -Projeto para edifício de escritórios Casa das Retortas da Companhia de Gás de São Paulo/COMGÁS em São Paulo/SP,Av. Mercúrio,São Paulo,SP, Instalação serviços administrativos e técnicos da Congas aproveitando e restaurando os remanescentes 10 -Edifício escritórios Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências/FUNBEC em Baueri,SP; Rodoviária Castello Branco-KM 22-Baueri-SP; -Projeto para edifício institucional do Centro Universitário de Rondonópolis em Cuiabá,MT, Governo Esta do de Mato Grosso,Secretaria de Educação e Cultura -Escola de Primeiro e Segundo Grau EEPSG Vila higienópolis em São Paulo,SP; 1978 -Projeto para residência oficial do Governador do Estado em Cuiabá,MT, Secretaria de Viação e Obras Públicas,Governo Estado Mato Grosso,MT; -Residência Carlos Eduardo Pereira Corbett,Rua Dr. Jenuíno de Abreu,Morumbi,São Paulo SP; -Concurso para edifício sede de Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia/CREA em São Paulo; 1979 -Plano Urbanização das margens do Rio Cuiabá,MT, Avenida Beira-Rio,Bairro do Porto, Prefeitura Munici pal Cuiabá; -Residência Silvio Antônio Bueno Netto em Catanduva,SP, Rua Avaí,Catanduva,SP -Residência Alexandre honoré Marie Thiollier Filho em São Paulo,SP, Rua Lelis Vieira.Alto de Pinheiros,São Paulo,SP; 1980 -Cidade Porto Fluvial do Tietê,Plano urbanístico para nova cidade nas margens do rio Tietê,São Paulo Fig 1- Cidade Porto Fluvial Tiete, SP Governo Estado São Paulo; -Residência James Francis King,Guarujá,SP, Rua das Jabuticabeiras,Praia de Pernanbuco,Guarujá,SP -Laboratório Fleury em São Paulo,SP; 1981 -Estação Rodoviária Interestadual em Aguaí,SP, Departamento de Estradas de Rodagens do Estado de São Paulo-DER,Aguaí,SP; -Projeto para Estação Rodoviária Interestadual em Caraguatatuba,SP, Terminal rodoviário passageiros Departamento estradas de rodagens do Estado de São Paulo; -Projeto para Estádio de Rudge Ramos,São Bernardo Campo,SP, Prefeitura Municipal de São Bernardo Campo,SP; Fig 14- Residencia James Francis King,SP -Projeto para Estádio de Riacho Grande,São Bernardo Campo, SP; -Residência haiyim Chodik, Rua Suécia com Avenida 9 julho, Jardim Europa,São Paulo,SP 11 1982 -Centro de Treinamento SENAI em Franca,SP, Conesp-Companhia de Construções Escolares do Estado São Paulo,Franca,SP; -Residência Mauricio Thomaz Bastos em Guarujá,SP; 1983 -Edifícios residenciais Costão das Tartarugas em Guarujá,SP, Imobel S/A- Urbanizadora e construtora Praia das Tartarugas,Guarujá,SP; -Residência Carlos Eduardo Ferreira Montenegro em Jaú,SP; Fig 15- Ed. Escritórios Keiralla Sarhan,SP 1984 -Edifício de escritórios Keiralla Sarhan em São Paulo,em colaboração: Eduardo Argenton Colonelli,Alexandre Delijaicov,Eduardo Aquino,Fernando Soares de Freitas, Geni Sugai,Marina Cobra e Rogério Marcondes Machado, Bauhaus Construções e empreendimentos LTDA, Rua Leopoldo Couto Magalhães Jr, 12,São Paulo,SP; -Edifício residencial Jaraguá em São Paulo,SP, em colaboração: Eduardo Argenton Colonelli,Alexandre Delijaicov, Eduardo Aquino,Geni Sugai e Rogério Marcondes Machado; -Projeto para Biblioteca Pública do Rio Janeiro,Rio Janeiro,RJ,em colaboração: Eduardo Argenton Colo- nelli e Eduardo Aquino; 1985 -Terminal Rodoviário de Goiânia,GO, em colaboração: Luiz Fernando Teixeira, Moacyr Paulista Cordeiro Fig 16-Ed. Residencial Jaraguá, SP Paulo Mendes Rocha contratado como consultor pelo grupo QUATRO,Governo Estado Goiás,SUPLAN,Goiânia,GO; - Edifício Residencial Golden hill em São Paulo,SP, Alameda dos Aicás,São Paulo,SP; -Agência Banco do Estado de São Paulo em Maringá,PR; -Desenho de cadeira giratória (cadeira Paulistano escritório) e chaise-longue (cadeira longa); 1986 -Urbanização e conjunto residencial na área do antigo hospital Padre Bento em Guarulhos,SP Companhia de Desenvolvimento habitacional do Estado de São Paulo,Secretaria Especial de habitação- Governo Estado São Paulo-Guarulhos,SP; -Edifício residencial Aspen em São Paulo,em colaboração: Alexandre Delijaicov e Geni Sugai; Figura 17- Ed. Residencial Aspen, SP 12 1987 -Loja Forma em São Paulo,SP, em colaboração: Alexandre Delijaicov, Geni Sugai,Carlos José Dantas Dias e Rogério Marcondes Machado, Av. Cidade Jardim,924,São Paulo,SP; -Escola técnica SENAC em São Paulo,SP, Rua Dr. Antônio Bento 81/9,São Paulo,SP -Edifício escritórios h.Stern em São Paulo,SP; 1988 -Museu Brasileiro da Escultura/MuBE em São Paulo,SP, em colaboração: Alexandre Delijaicov,Carlos José Dantas Dias,Geni Sugai,José Armênio de Brito Cruz,Pedro Mendes da Rocha,Rogério Marcondes Macha do e Vera Domschke; -Capela de São Pedro em Campos do Jordão,SP, em colaboração: Eduardo Argenton Colonelli, Alexan dre Delijaicov, Carlos José Dantas Dias e Geni Sugai, Governo Estado São Paulo,DOP-Departamento de Edifícios e Obras Públicas; Figura 18- Loja Forma, São Paulo -Concurso Internacional da UNESCO para Biblioteca Alexandria,Egito,em colaboração: Alexandre Delijaicov,Álvaro Puntoni, Álvaro Razuk, Ciro Pirondi, Francisco Rosa, Geni Sugai,Jorge Ricca Júnior e Regina Ferreira de Gouveia; 1989 -Residência Antônio Gerassi Neto em São Paulo,SP, em colaboração: Alexandre Delijaicov,Geni Sugai,Miriam Elwing,Pedro Mendes da Rocha e Maria Luísa Becheroni, Rua Carlos Norberto de Souza Aranha,409,São Paulo,SP; 1990 -Projeto para edifício sede da Associação Atlética Acadêmica XI de Agosto em São Paulo,SP, em colabo ração: Alexandre Delijaicov, Miriam Elwing , Pedro Mendes da Rocha, Av.Pedro Álvares Cabral, Figura 19- Museu Brasileiro da Escultu- São Paulo,SP; ra, SP -Conjunto habitacional General Salgado em General Salgado,SP, Companhia de Desenvolvimento habi tacional e Urbano do Estado São Paulo –CDhU, Governo Estado São Paulo; -Conjunto habitacional Jardim São Luis I em São Paulo,SP, Companhia de Desenvolvimento habitacional e Urbano do Estado São Paulo –CDhU, Governo Estado São Paulo; -Centro A.A.A XI de Agosto, em colaboração: Alexandre Delijaicov, Miriam Elwing , Pedro Mendes da Rocha,Av.Pedro Álvares Cabral,São Paulo,SP; -Projeto Arquitetônico para o cenário da ópera Suor Angélica,Teatro Municipal de São Paulo,SP em cola boração:Kátia Bomfim Pestana e Claudio Diaferia; 1991 -Projeto para a escola de Primeiro e Segundo grau EEPSG Jardim dos Campeões e Delegacia de Ensino Figura 20- Capela de São em Diadema,SP, Companhia de Desenvolvimento habitacional e Urbano do Estado São Paulo –CDhU Pedro,Campos Jordão, SP Governo Estado São Paulo; 1 -Aquário Minicipal de Santos,SP, em colaboração: Alexandre Delijaicov, Miriam Elwing e Guilherme M. Rocha,Prefeitura Municipal de Santos,Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Santos -Escola de Primeiro e segundo grau EEPSG Jardim Novo horizonte em Carapicuíba,SP, Fundação para o Desenvolvimento da Educação-EDE, Governo Estado São Paulo - Escola de Primeiro e segundo grau EEPSG Jardim Bandeirantes em Franco da Rocha,SP,em colabora ção: Alexandre Delijaicov, Miriam Elwing e Guilherme M. Rocha, Fundação para o Desenvolvimento da Educação-EDE 1992 -Renovação urbana da Praça do Patriarca e Viaduto do Chá em São Paulo,SP, em colaboração: Giancar Figura 21-Aquário Municipal Santos, SP lo Latorraca,Kátia Bomfim Pestana, Luciana Itikawa,Marcelo Laurino e Martin Corullon. Associação Viva o Centro,São Paulo,SP -Cenário da Ópera dos 500 Anos,Teatro Municipal de São Paulo,SP, em colaboração: Vera hamburger,Renato Salgado, Guilherme M. Rocha e Martin Corullon 1993 -Reestruturação da Pinacoteca do Estado de São Paulo,SP, em colaboração: Edurado Argenton Colonelli e Weliton Ricoy Torres.Equipe: Ana Paula Gonçalves Ponte, Elisa Marchi Macedo, Miguel Lacombe de Goes, Adriana Custódio Dias, Celso Nakamura, Eloise Scalise, Andrea Ferreti Moncau, Marina Grinover e Sílvio Oksman. Obra recebeu Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino Americana, oferecido pela Fundação Mies Van der Rohe,Barcelona,2000; Figura 22- Praça Patriarca, SP -Plano urbanístico para Baía de Vitória em Vitória,ES, em colaboração: Giancarlo Latorraca, Kátia Bomfim Pestana,Governo Estado Espírito Santo,Vitória,ES; -Centro Krajcberg de Arte e Natura em Vitória, Secretaria Estado de Ações Estratégicas e Planejamento Instituto Jones Santos Neves,Vitória,ES; 1995 -Residência Mário Masetti, Fazenda da Cava, Cabreúva,SP; -Projeto para as exposições “Bienal Fotojornalismo Brasileiro 1990-1995” e “história de Ver:Oliviero Toscani”,Fundação Bienal de São Paulo,São Paulo,SP, em colaboração: Martin Corullon -Projeto para novo Campus da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas,em São Paulo,SP; em colaboração: Fernando de Mello Franco, Marta Moreira, Milton Braga e Roberto Klein. Equipe:Ana Paulo Koury Figura 2-Residência Mario Mazetti, SP 14 -Corredor de ônibus Francisco Morato em Francisco Morato,SP, em colaboração: Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga, Companhia de Engenharia Tráfego-CET, Sistema Integrado de Corredores de Ônibus da São Paulo Transportes; 1996 -Projeto para o Centro Cultural SESC Tatuapé,São Paulo,SP, em colaboração:Ângelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Equipe: Carmem Moraes,Keila Costa e José Barbedo; Figura 24- SESC,Tatuapé, SP -Terminal Parque Dom Pedro II em São Paulo, SP, em colaboração: Ângelo Bucci, Fernando de Mello Fran- co, Marta Moreira e Milton Braga.Equipe: Alexandre hodapp,Daniel hopf Fernandez,Keila Costa,Luciana tikawa,Marcelo Suzuki,Valéria Piccoli e zueler Lima.Companhia de Engenharia de Tráfego-CET, Sistema Intengrado de Corredores de ônibus da São Paulo transportes; -Projeto Arquitetônico de montagem da XXIII Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo,em colaboração; Martin Corullon, Guilherme Wisnik e Mariana Viégas, Fundação Bienal de São Paulo; -Centro Cultural FIESP, em São Paulo,SP, em colaboração: Ângelo Bucci,Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Equipe: Keila Costa, Maria Isabel Imbronito, Carmem Moraes, Omar Dalank e Pablo Emilia hereñu. Projeto atualização dos espaços na área dos acessos públicos e das atividades de representação e apoio no saguão edifício Luis Eulálio Bueno Vidigal Filho, Av.Paulista 11,Bairro Cer queira César,São Paulo,SP; -Estudo preliminar de ampliação da unidade SENAC em Campinas,SP, em colaboração: Ângelo Bucci,Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga; 1997 -Elaboração Plano Diretor da Praça Alberto Lion 100 em Cambuci,São Paulo,SP, Serviço Nacional de Figura 25- Parque Dom Pedro II, SP Aprendizagem Industrial-SENAI; -Projeto montagem da III Bienal Internacional de Arquitetura,Fundação Bienal de São Paulo em colaboração: Martin Corullon; -Projeto para o Centro de Exposições e Eventos do SENAI/SESI,São Paulo,SP, Estudo de urbanização e paisagismo das dependências dos setores administrativos do SENAI/SESI e do Centro de Exposições e Eventos; 1998 -Poupatempo Itaquera Em São Paulo,SP, em colaboração: Angelo Bucci,Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Equipe:Keila Costa,Maria Isabel Imbronito,Sandra Llovet Vilá, Carmem Moraes e Pablo Emilio hereñu; -Projeto Arquitetônico de montagem da XXIV Bienal Internacional de São Paulo,Fundação Bienal de São Paulo,São Paulo,SP, em colaboração: Martin Corullon e Joana Elito; -Estudo para Reconfiguração da Baía de Montevideo,Uruguai; Figura 26- FIESP, SP 15 -Projeto para o Centro de Coordenação Geral do Sistema de Vigilância da Amazônia/ SIVAM,Brasília, em colaboração: Angelo Bucci,Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Equipe: Carmem Moraes,Keila Costa,Maria Isabel Lmbronito,Omar Dalank; 1999 -Residência Candido Vinicius Bocaiúva Brasley Pessoa em São Paulo,SP, em colaboração: José Armênio Figura 27- SIVAN, Brasília de Brito Cruz,Mauro halluli e Fausto Natsui -Projeto Arquitetônico para o desfile “Corpo Público “da M.Officer,São Paulo,SP, em colaboração: Martin Corullon; -Clínica médica em São Paulo,SP, em colaboração: José Armênio de Brito Cruz, Renata Semin e Jaqueli ne Maria Vieira; -Projeto para Pavilhão do Mar, Caraguatatuba,SP, em colaboração: Ângelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. Equipe: hernan Martin Francopecci; Figura 28- Pavilhão do Mar, Cataguata- 2000 tuba, SP -Recuperação dos espaços do Parque Ibirapuera para instalação da Exposição comemorativa dos 500 anos do descobrimento do Brasil,Mostra do Redesconhecimento,Associação Brasil 500 anos,Artes Visuais,São Paulo,SP, em Colaboração: Guilherme Wisnik e Martin Corullon; -Projeto Arquitetônico de montagem da Mostra do Redescobrimento Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, São Paulo,SP, em colaboração: Guilherme Wisnik, Martin Corullon,Joana Elito e Eduardo Chalabi -Projeto para Praça Museus da Universidade de São Paulo:Museu zoologia, Museu Arqueologia e Etnolo gia e Museu de Ciências,São Paulo,SP, em colaboração: José Armênio de Brito Cruz, Renata Semin, Fernando de Mello Franco, Fausto Natsui,Mauro halluli,Marta Moreira e Milton Braga.Equipe: hernan Martin Francopecci, Paula zernel Pompeu de Toledo, Cristina Brito Marini e Nuno Abrantes. -Museu da Língua Portuguesa.Reforma e Adaptação do Edifício Administrativo da Estação da Luz,São Paulo,SP, em Colaboração: Pedro Mendes da Rocha,Bartira Ghoubar,Carla Seppe, Carolina Bueno de Figura 29- Edifício Garagem Recife, PE Andrade Silva,Daniela Marcondes,Eduardo Spinazzola, Eloise Amado, Francisco Gitahy de Figueiredo,Gilvan Dias dos Santos,Jimmy Liendo Téran,Juliana Susuki Cursino,Mauricio Miguel Petrosino e Renata Cupini. -Edifício Garagem no Paço da Alfândega,Recife,PE,em colaboração: Ângelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga.Equipe:Ana helena Vilela,Eduardo Ferroni, Jacques Rordorf,Jens Brinkmann,Maria Julia herklotz,Omar Dalank,Renata Vieira -Le Boulevard Du Sport.Projeto de instalações esportivas para os Jogos Olímpicos 2008,Paris Em colaboração: Alexandre Delijaicov, Anna Ferrari, Ângelo Bucci, Cecília Scharlach,Eduardo Colonelli, Eduardo Ferroni, Emilie Boudet,Fernando de Mello Franco,hernan Martin Franco Pecci, Jorge zaven Kurkjiian,Maria Julia de Castro herklotz, Marta Moreira, Martin Corullon, Milton Braga,Rastko Koracevic,Roberto Klein, Silvio Oksman e Weliton Ricoy Torres. 16 1.1 TaBELa NúMERO pROJETOS pOR aNO REaLIzaDOS pOR paULO MENDES Da ROCHa DaTa pROJETOS DaTa pROJETOS 1957 2 1984 3 1958 2 1985 4 1960 7 1986 2 1962 9 1987 3 1963 4 1988 3 1964 4 1989 1 1966 1 1990 5 1967 2 1991 4 1968 6 1992 2 1969 1 1993 3 1970 3 1995 4 1971 2 1996 5 1972 3 1997 3 1973 12 1998 4 1974 3 1999 4 1975 3 2000 6 1976 6 TOTaL 194 1977 5 1978 3 1979 3 1980 3 1981 5 1982 2 1983 2 17 Figura 0: Croqui com partido do projeto Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed.São Paulo;Cosac Naify,2006.240p.,42ils,p.80 Figura 1: Vista do Ginásio com a espla- nada elevada em primeiro plano Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed.São Paulo;Cosac Naify,2006.240p.,42ils,p.84 Figura 2: Planta cota 0,00m Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. Org:Rosa Artigas. ed.São Paulo;Cosac Naify,2006.240p., 42ils,p.84 18 2.0 FICHa DE DESCRIÇÃO DOS pROJETOS Descrição dos projetos individualmente e levantamento da informação gráfica existente. Revisão bibliográfica sobre cada projeto. 2.1 GINáSIO CLUBE aTLéTICO paULISTaNO,Sp,1958 Endereço: Rua Colômbia esquina rua Estados Unidos-Jardim América...”O Paulistano foi uma oportunidade interessante, pois em concurso você se inscreve e faz o que quiser. Este Figura : Vista interna do ginásio a par- nível de liberdade do concurso é muito interessante porque você emite uma opinião e não tem que se preocupar se tir arquibancada é de época ou não. Lembro que não recorri a modelo nenhum, ao contrário. Essa é uma regra que eu uso, aliás Fonte: ARTIGAS, Rosa. Paulo Mendes da acabou sendo constante: antes de dizer o que quer fazer, você tem que saber muito bem o que não quer fazer.”... Rocha.1957-1999. ed.São Paulo:Co- sac Naify, 2006.240p.,42ils,p.81 Paulo Mendes da Rocha 1 Com a criação dos cursos autônomos, uma nova geração de arquitetos começa a despontar em meados da década de 1950. Paulo Mendes da Rocha em equipe venceu os concursos nacionais para a Assembléia Legislativa de Santa Catarina em 1957 e, om apenas três anos de formado, no ano seguinte, o Ginásio Paulistano, onde propõe um edifício que se colocasse com extrema leveza no terreno de modo a favorecer as perspectivas para os espaços livres internos do clube e a não perturbar a serenidade e a transparência desejada. Projeto alia rigor de concepção e fluidez espacial, requalificando o espaço público adjacente sem solução de continuidade. Concebido para abrigar 2 mil espectadores, este projeto foi vencedor de um concurso público julgado por Rino Levi,Plínio Croce e Rubens Carneiro Viana, recebendo ainda, depois de construído, o Grande Premio Internacional Presidência da República na VI Bienal de São Paulo. Figura 4: Vista externa do Ginásio em construção O projeto ganhador do concurso chama a atenção pela surpreendente solução estrutural da cobertu- Fonte: ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da ra, mas a solução arquitetônica em absoluto se atém exclusivamente aos aspectos estáticos, nem apenas Rocha.1957-1999. ed.São Paulo:Co- ao atendimento do programa exigido. Apesar de ser um equipamento para um clube privado e exclusivo sac Naify,2006.240p.,42ils,p.85 a proposta ganhadora propunha definir o edifício de sua relação não apenas com o quarteirão interno do clube, mas também, e com o mesmo peso, em relação à cidade. Uma plataforma habitável semi-enterrada cuja cota superior posicionada à meia altura em relação ao transeunte da Rua Colômbia, abriga boa parte do programa solicitado e pode ser entendida como uma continuação do piso urbano, qual praça semi-elevada e aberta, possibilitando franco acesso ás arquiban- cadas do ginásio coberto desde o clube. A praça é também mirante, terraço que devolve ao uso comum a 1-SERAPIÃO,Fernando. Paulo Mendes área livre e aberta anteriormente existente e agora ocupada pelo ginásio, realizando assim o entendimento da Rocha: agora posso contar. Entre- corbusiano do teto-jardim como instrumento de recuperação urbana do espaço privativamente ocupado vista. São Paulo, Projeto Design, Edição pela cidade. 16,junho 2006.p.61 19 A grande plataforma retangular de 75m x 60m abriga vestiários e anexos do ginásio, parcialmente enterrados. Um vazio central configurando em planta um circulo de 45m de diâmetro acolhe as arqui- bancadas que descem desse patamar até o nível da quadra central. Sua cobertura compreende um anel circular de concreto armado com 12,5m de largura na sua secção apoiado em seis pilares que colaboram com os esforços de compressão. A cobertura do vazio do anel sustentada por 12 cabos de aço é de placas de alumínio, costuradas no sentido dos raios. O miolo dessa cobertura com 5m de diâmetro é de plástico translúcido. Na VI Bienal de SP de 1961 este edifício recebeu o 1º premio da Categoria Recreação. 2 O ginásio do Clube Atlético Paulistano possui uma estrutura de concreto armado combinada com a suspensão da cobertura metálica por cabos de aço. O edifício é concebido levando em conta a qualidade urbanística dos espaços: uma extensa plataforma retangular-esplanada e abrigo de atividades comple- mentares em cujo cento situa-se o ginásio propriamente dito:um anel de concreto armado apoiado sobre seis pilares que se afastam no espaço para receber a carga da cobertura metálica central tensionada por cabos de aço. O edifício é vazado para a rua permitindo a entrada de luz, preservando a perspectiva visual e proporcionando uma circulação por meio de rampas suaves que cruzam o eixo do ginásio e favorecem o acesso ao patamar superior, onde estão tanto a rua com intensa atividade de tráfego e comércio quanto a esplanada e os jardins internos do clube. São espaços solidários que sugerem a possibilidade de espe- táculos outros que não somente aqueles previstos nas práticas esportivas.3 Para MONTANER(1996) o projeto do Clube Atlético Paulistano surge como proposta de continui- dade espacial entre o tecido urbano, a obra arquitetônica e a percepção humana, demonstrando que a arquitetura de uma cidade industrial é sempre sua paisagem,sua segunda natureza. A tectônica do ginásio se revela como uma estrita vinculação entre função e desenho. O ginásio poliesportivo uma caixa prismá- tica introvertida dialoga axialmente com a cidade e com o contexto do clube e se converte em uma praça elevada aberta a paisagem:uma estrutura de cimento,plástica maciça denotando movimento e perenidade 2-Xavier, Alberto. Lemos, Carlos Alberto nasce da praça atirantando uma cúpula metálica e se sustenta como se estivesse flutuando graças a estru- Cerqueira. Corona, Eduardo. Arquite- tura tensionada.4 tura moderna paulistana. Sao Paulo: Pini, 198 251p. : fot., plant.p.45 O ginásio do Clube Atlético Paulistano é demarcado pela importância da eficácia da técnica como instrumento capaz de traduzir um estado de contemporaneidade e uma formalização que promoverá a -ARTIGAS,Rosa(Org). Paulo Mendes da densificação da experiência perceptiva. De acordo com MONTANER, a técnica comparece na obra como Rocha.1957-1999. ed.São Paulo;Cosac tradução exata da superposição de dois princípios estruturais compressão e tensão. A obra exibe as leis Naify,2006.240pg.,42ils,p.88 que são seu fundamento, demonstra seu núcleo construtivo e assim se integra no espaço exigindo sua participação como campo perceptível. Desde uma complexidade sintetizada em um princípio de organi- 4-MONTANER,Josep ; VILLAC,Maria zação através de sua visibilidade mais extrema, a obra abre um campo de possibilidade demarcando as Isabel. Mendes da Rocha.Barcelona: qualidades de rigor e subjetividade com que o arquiteto construirá sua obra.5 Gustavo Gili,1996. 96p.:il.p.1 Para Paulo Mendes da Rocha (2006): “...Aquele espaço estava na rua Augusta, já uma rua de comércio 5-MONTANER,Josep.op.,cit,1996,p.14 considerada interessantíssima. Imaginei que as construções fechadas que se usam para esses ginásios cobertos, porque o concurso era para a revisão de toda área, não cabiam ali...”Tinha ser algo festivo, que pudesse con- 20 viver com a alegria daquela rua. Isso é que introduziu a procura por uma forma que tivesse esse ar de varanda sobre plataforma, com uma solução muito sutil por causa da escala. Daí o surgimento daquela frente inesperada. A frente parece um teatro, um espetáculo de certa grandiosidade, um desfile que nunca acaba. há uma porta para dentro do ginásio e outra para rua. É um enorme espaço vazio. Imaginei a possibilidade de um embasamento que sustentasse a configuração de praça, uma grande marquise, pra que não precisasse ter porta. Inclusive no recinto interno já que é esportivo. Então uma proteção baixa e larga-12metros a 2,10 metros -aquilo mergulha um tanto para dentro do território e consegue suspender uma leve cobertura....” Devo esse projeto mais uma vez à engenharia. Para definir aquilo com clareza surgiu a figura do engenheiro Túlio Stucchi que orientou o cálculo definitivo junto comigo. Devo a ele a finura de compreender a beleza do desenho e a razão fundamental daquelas formas de modo nítido, desfrutando até o limite a dimensão de cabo, peso,articulação de tudo.O projeto é todo articulado, pousa no chão em seis pilares e o que assegura a estabilidade é um grande anel de concreto e depois o anel de aço, de onde partem os cabos para sustentar a cobertura metálica que não se apóia na marquise. Os apoios são articulados, delicados, só para efeito do vento. É muito interessante o projeto e aprendi muito detalhando aquilo, junto com a engenharia mecânica dos solos, escavações. O lençol lá é muito superficial e estive quase no limite de desistir daquilo tudo para não enfrentar muito a sobrecarga, a sub-pressão do lençol freático.” 6...”Foi um projeto que trabalhamos com a engenharia desde a concepção original enquanto idéia de forma, que é uma estrutura capaz de realizar aquela espacialidade, uma questão de gentileza urbana, enfim de adequa- ção. Aprendi desde cedo que a grande virtude da arquitetura se ela tivesse que ter uma só é ser oportuna no lugar na cidade...” 7...”Na nossa formação, a questão do espaço e da espacialidade da cidade pela mão da coisa construída, transformação da própria geografia, sempre foi a essência da arquitetura...” 8 6-SERAPIÃO,Fernando. Paulo Mendes Segundo zein (2000), no projeto apresentado ao concurso, acima da plataforma-praça habitável si- da Rocha: agora posso contar. Entre- tua-se além da cobertura do Ginásio, uma outra, retangular, estreita e mais baixa sob a qual se abrigaria vista. São Paulo, Projeto Design, Edição um jardim de infância com acesso pela praça e voltado para a lateral da Rua honduras. A praça prolon- 16,junho 2006.p.61 ga-se em seu perímetro na lado nordeste numa concordância em 45º voltada para o espaço aberto dos demais equipamentos existentes no clube, providenciando uma arquibancada para as canchas de tênis, 7-SERAPIÃO,Fernando. Entrevista.2006. outro chanfro no lado sudeste acomodava algumas árvores em continuidade ao edifício sede-existente. op.cit.,p. 61 Essas gentilezas da implantação são abandonadas no projeto definitivo atendendo algumas alterações 8-Idem,Ibidem no programa em prol de uma maior autonomia do objeto construído: desaparece o jardim de infância e modifica-se alguns dos usos esportivos resultando numa plataforma retangular quase quadrada de aproxi- 9-zein, Ruth Verde. Arquitetura brasilei- madamente 75x60m. Mas sua característica icônica mais forte- o corte básico- manteve-se quase idêntica ra, escola paulista e as casas de Paulo apesar das diferenças importantes nas cotas de nível das duas soluções, pois a altura do lençol freático exi- Mendes da Rocha. 2000. 45 p. : il. giu do projeto final o levantamento do nível do piso da quadra (correção que já constava como necessária Dissertação (mestrado) - Universidade no memorial do concurso). Esse detalhe é importante, pois subindo-se a cota da praça de 1,5 para 2,5m Federal do Rio Grande do Sul. Faculda- em relação ao terreno e a rua, a proposta de continuidade com o espaço urbano ficou prejudicada. 9 de de Arquitetura,Porto Alegre, BR-RS, 2000. Ori.: Comas, Carlos Eduardo Com essas alterações a estrutura da cobertura ganhou mais destaque no conjunto final, tendo sido Dias.p. 110 21 mais ligeiramente ampliada horizontal e verticalmente em relação ao primeiro desenho, mas mantendo sua integridade conceitual inicial. Seis pilares em concreto aparente dispostos regularmente em circulo apóiam uma marquise em anel circular em concreto aparente com mais ou menos 12,50m de largura e secção transversal trapezoidal conformada por uma viga em duplo caixão perdido e duas abas simétricas em balanço. Esse anel perifé- rico permite a livre circulação coberta dando acesso a duas arquibancadas opostas, dispostas paralela- mente à quadra esportiva, à concordância entre estas e ao circulo externo que permite acesso no nível da praça apenas em dois trechos, enquanto o restante do perímetro serve de mirante elevado sobre o espaço do ginásio. O vazio central interno a esse anel-marquise tem cerca de 5m de diâmetro e foi protegido por uma cobertura circular quase plana, estruturada por treliças metálicas radiais conformando um con- junto que se apóia no anel de concreto e tem sua porção central atirantada por meio de cabos metálicos ancorados nos pilares periféricos. Ao serem percebidos desde o espaço interno do ginásio, os pilares em concreto assumem um dese- nho em perfil V muito aberto que relembra sugestões niemeyerianas. Mesmo que não fosse essa intenção original que possivelmente prioriza as colunas em si mesmas, sua interceptação pela marquise torna sua integridade não perceptível in loco, mas apenas abstratamente em corte. A peculiar forma das colunas, muito pouco espessas, de limitado ponto de apoio e abrindo-se para o alto com inusitados recortes e prolongamentos enfatiza uma qualidade quase bidimensional cuja forma plástica se justifica plenamente; não por ser mero diagrama de forças estáticas, mas por enfatizar as tensões estruturais enquanto dá con- tinuidade às linhas de força compositivas que buscam uma maior horizontalidade do conjunto. A quase impossibilidade de visualização da cobertura metálica desde o exterior(exceto vôo de pássaro) provoca a percepção paradoxal do anel-marquise externo de concreto como se fora o único responsável pela co- bertura-que com isso, além de ganhar maior importância e peso visual, parece flutuar já que sua massa virtual está apenas ligeiramente apoiada. 10 É muito significativo que esta obra tenha recebido o primeiro lugar “Grande Prêmio Presidente da República” na premiação da VI Bienal de Artes e Arquitetura de 1961, com um júri formado pelo arquiteto venezuelano Julien Ferris, pelos arquitetos paulistas zenon Lotufo e Eduardo Corona e pelos arquitetos cariocas Affonso Eduardo Reidy e Mauricio Roberto. A obra do Ginásio Paulistano sempre teve a merecida visibilidade e um reconhecimento imediato de suas qualidades vincando fundamentalmente o processo de renovação então em curso na arquietura paulista e em especial na presença de então jovens arquitetos que afirmavam sua originalidade criativa em obras de manifesto caráter brutalista. 10- zein, Ruth Verde. 2000,op.cit.,p.110- 111 22 2.2 FóRUM aVaRé,Sp,1962 Endereço:Praça Paulo Gomes de Oliveira 57,centro-Avaré,SP A partir dos anos 1970, a arquitetura do concreto aparente de afiliação brutalista torna-se tendência predominante em São Paulo. Até a primeira metade dos anos 1970 ainda se constata a manutenção de uma forte unidade plástica cujo traço comum é, sem dúvida, o uso do concreto aparente com ênfase no caráter público e com certo gosto pela monumentalidade. Nessa década ocorre um crescimento impor- tante no setor de edifícios para usos institucionais, que incentivavam a monumentalidade. No princípio dos anos 1970, o governo militar foi um grande cliente para os arquitetos. Figura 5: Vista da fachada da rua Mas já desde os anos 1960 a Arquitetura Paulista Brutalista vinha buscando ampliar sua clientela de início predominantemente particular e residencial buscando criar oportunidades para atender profis- sionalmente outros programas de caráter mais público dando preferência a dois temas principais: de um lado à habitação coletiva, de outro aos usos institucionais (escolas públicas,fóruns, hospitais, espaços cívicos,edifícios para administração pública em geral). No início da década de 1960, havia se concentra- do em projetos destinados a clubes privados, passa a ocorrer também no atendimento a outros progra- mas.11 De meados dos anos 1950 até meados dos anos 1960-primeiro momento de consolidação e ex- pansão da Arquitetura Paulista Brutalista,esse hábito pela grandiosidade estava sob controle vindo a en- contrar um campo mais plenamente expansivo e favorável nos anos do milagre brasileiro, na virada para a década seguinte, quando a fase megalomaníaca da arquitetura nacional, quando se construía para um novo Brasil estava em seu auge.12 Figura 6: Vista da fachada lateral Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Men- Fórum Avaré 1962, Paulo Mendes e João de Gennaro: obra exemplar por se tratar de usos distin- des da Rocha.1957-1999. ed.São tos. O corte é singnificativo revelando claramente o partido a planta bastante simples recorda algo das Paulo;Cosac Naify,2006.240p.,42ils,p propostas escolares dos autores daquele mesmo momento,organizando-se em três faixas-um vazio central.18-141 e duas bandas externas, onde se localizam salas para cartórios, juízes e promotores, deslocadas entre si 11-zein, Ruth Verde. A arquitetura da esco- do meio nível,fazendo contraponto o tribunal/auditório localizado em posição central e com acesso ao la paulista brutalista 195-197. 2005. nível da praça-pilotis (enquanto os demais ambientes estão situados no nível superior) tornando o edifício 2 v. (1 folha dobrada) : il. ; 28x41cm totalmente permeável ao uso público, ao mesmo tempo em que preserva a intimidade de suas atividades dobrada em 28x21cm Tese (doutorado). - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Programa O edifício do Fórum de Avaré é essencialmente uma praça coberta, um abrigo para a população de Pesquisa e Pós-Graduação em Arqui- que o utiliza vinda em grande parte de regiões distantes e ali podendo permanecer por um longo tempo. tetura, Porto Alegre, BR-RS, 2005. Ori.: Essa praça de sombra é o local apropriado para a espera, muitas vezes, de famílias inteiras, populações Comas, Carlos Eduardo Dias.p.16 rurais que acorrem, ao registro civil de imóveis ao cartório eleitoral e ao da família. Os cartórios e as salas especiais abrem-se para duas galerias elevadas:ruas internas. A sala do júri se situa diretamente no 12-zEIN,2005,op.cit.,pg164 nível da praça. Tendo em vista a temperatura elevada da região, o espaço assim organizado cria um clima 1-ARTIGAS,Rosa. Paulo Men- interno bastante adequado, com luz natural controlada e uma atmosfera acolhedora. 1 des da Rocha. São Paulo: Cosac & Naify,1999.29p.:il.p.18 2 Figura 7: Planta pavimento superior Figura 8:Corte transversal Figura 9:Detalhe fachada posterior Figura 40:Vista da galeria elevada com a rua de circulação interna Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed.São Paulo;Cosac Naify,2006.240p,42ils,p.18-141 24 O uso de lajes nervuradas em caixão perdido permite obter superfícies lisas de concreto que acen- tuam o sentido de continuidade plástica inerente ao uso do material único, o deslocamento dos planos de cobertura com introdução de diagonais e curvas organiza os espaços especiais(auditório/tribunal) e a iluminação zenital natural indireta.14 O ano de 1960 ficou marcado como a época dos concursos. Segundo zEIN (2005) por volta de 1964-5, praticamente todos os projetos premiados ou mencionados em concursos ,realizados no âmbito paulista, já apresentavam as características apontadas como indicativo de uma filiação ao brutalismo paulista. Figura 41:Planta do Pavimento inferior Fonte:ARTIGAS,Rosa. Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed.São Paulo;Cosac Naify, 2006.240p.,42ils, p.18-141 1-público; 2-circulação; -júri; 4-sala secreta; 5-réu; 6-sanitários 14-ARTIGAS,Rosa. Paulo Men- des da Rocha. São Paulo: Cosac & Naify,1999.29p.:il.p.18 25 Figura 42: Corte esquemático Figura 4:Corte transversal Figura 44:Planta primeiro pavimento Fonte: ARTIGAS,Rosa(Org). Pau- lo Mendes da Rocha.1957-1999.. ed.São Paulo;Cosac Naify,2006. 240p.,42ils,p.18-141 Figura:45-46-Vista da estrutura e nivel espectador Fonte: SPIRO, Annette. Paulo Mendes da Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- ch.2002,271 p:il. p.117 26 2.3 SEDE SOCIaL JOQUEI CLUBE GOIáS,GOIâNIa,1963 O terreno da Sede Social do Jóquei Clube de Goiás localiza-se na parte central de Goiânia e tem área de 22.000m2 parcialmente coberta com vegetação nativa de grande porte. Uma rua geral de acesso foi aberta destacando a área do clube do resto da quadra.Por esta rua privativa penetra-se, como em um túnel,diretamente no espaço interno do edifício. O restaurante e o salão de festas são ligados ao espaço externo na face do parque arborizado com uma vegetação nativa de grande beleza. A praça das piscinas penetra como espaço coberto até um parâmetro sobre o salão de festas como um balcão do bar da piscina sobre o restaurante. 15 Às atividades mais reservadas: jogo,leitura e as atividades deliberativas foi destinado o último piso, flu- tuante sobre quatro pilares, uma solução estrutural muito engenhosa, elaborada pelo engenheiro calculista de estruturas Siguer Mitsutani. O ginásio tem acesso diferenciado para o público e permite sua eventual incorporação ao salão de festas. O edifício divide o terreno e seu espaço interno serve como ligação entre as duas áreas resultantes:praça das Piscinas e parque. Nesse projeto a definição estrutural determina o partido arquitetônico. Figura 47: Vista externa com as piscinas e a fachada leste Figura 48: Vista externa com as piscinas e a fachada leste Fonte: ARTIGAS, Rosa(Org). Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed. São Paulo; Cosac Naify, 2006. 240p., 42ils,p.124-129 Fígura 49-vista piso espectador Fonte: 2-Spiro, Annette. Paulo Mendes da Rocha : works and projects. zürich: Verlag Niggli AG. Sulgen, 2002. 271 p. : il. p.117 15-ARTIGAS,Rosa(Org). Paulo Men- des da Rocha. São Paulo: Cosac & Naify,1999.29p.:il.p.124 27 Figura 50: Planta Pavimento superior Figura 51:Planta do Pavimento inferior Figura 52:Corte esquemático Fonte: ARTIGAS, Rosa (Org. Paulo Men- des da Rocha.1957-1999. ed.São Pau- lo; Cosac Naify, 2006.240p.,42ils,p.40- 4 28 2.4 CLUBE ORLa GUaRUJá,SÃO paULO,1963 O projeto para o Clube da Orla na Praia de Pitangueiras no Guarujá é um pavIhão suspenso apoia- do em contrafortes laterais, que contém as circulações verticais, cobrindo ao longo de 60m um trecho de praia. Junto ao passeio público, mas na cota da praia, uma piscina ocupa o terreno de ponta a ponta. Entre a piscina e o mar há a areia, com seus guarda-sóis e uma extensa região de sombra. Em cima na calçada, um agradável passeio entre flores e hibiscos. No pavilhão suspenso, no lado que olha para o mar , estão os vestiários. Do lado voltado para a agitação da cidade, há um amplo salão de jogos.16 Nesse projeto a intervenção no lugar é que define o partido arquitetônico. É importante comentar a utilidade projetual de uma determinada estratégia de projeto. Parece haver uma conexão entre o emprego dos planos horizontais na arquitetura paulista da segunda metade do século XX e alguns precedentes re- levantes: por um lado, os chamados ‘pavilhões diáfanos’ de Mies Van der Rohe e por outro, as estruturas ‘arbóreas’ de Frank Lloyd Wright. Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha são representantes dessa prática, pois é nas suas obras que se podem encontrar as principais variantes da estratégia.17 O que encontramos na obra de ambos são edifícios com personalidade própria, fruto de transfor- mações e adaptações relacionadas a uma cultura muito diferente da norte-americana. O que se vislumbra na obra dos dois arquitetos paulistanos é o desenvolvimento de uma série de temas essenciais que podem ser extraídos dos precedentes: primeiramente a noção de um grande plano protetor horizontal apoiado em um reduzido número de suportes verticais, localizados na sua periferia; o balanço como extensão da laje superior em apenas uma direção; bem como apoios internalizados, a modo de tronco, suportando lajes que se estendem em todas as direções. A segunda estratégia é a que evidencia mais claramente a idéia do grande plano horizontal pro- tetor. Os exemplos principais consistem em uma laje nervurada nos dois sentidos, de grandes dimensões, sob a qual são dispostos alguns volumes independentes do ponto de vista construtivo. O seu representante mais claro, até pela simplicidade do seu programa, é o Pavilhão do Brasil em Osaka: uma grande área sombreada que protege uma topografia artificial ondulada, que oculta os poucos espaços fechados re- queridos. Versões ampliadas da mesma idéia são a Estação Rodoviária de Jaú – dezoito pilares espaçados regularmente, combinados com clarabóias, são o seu traço mais evidente, pois a enorme laje tipo ‘caixão perdido não é a protagonista do espaço — e a sede do Jockey Clube de Goiás, cuja laje nervurada apa- rente cria uma métrica importante no entendimento das reais dimensões desse grande salão. Em ambos 16- ARTIGAS, Rosa (Org). Paulo Men- os casos, a grande cobertura define o âmbito no qual o programa é resolvido, abrigado em volumes que des da Rocha. São Paulo: Cosac & mantêm total independência do plano superior. Naify,1999.29p.:il.p.40 Na terceira estratégia projetual a ser extraída da produção de Artigas e Mendes da Rocha, o plano 17-MAhFUz,Edson.Transparência e de cobertura torna-se habitável, ou seja, contém espaço no seu interior. São edifícios de forma retangular sombra: o plano horizontal na arquitetura em que há uma laje nervurada superior abrangente, apoiada nos dois lados mais longos. Sob ela apare- paulista. 6pgs,acessado em http://www. cem trechos de lajes, ou lajes inteiras porém mais curtas do que a superior, que constituem o piso dos es- vitruvius.com.br/arquitextos/arq079/ paços interiores. Na sua aplicação mais comum, os dois lados longos apresentam empenas parcialmente arq079_01.asp cegas, ficando as aberturas para os lados curtos. O Clube da Orla é um exemplo. 29 Figura 5-56-Vistas exterior Figura 57-Plantas baixas -tipologia janelas/Planta primeiro pavimento/Planta com mobiliário Fonte:SPIRO, Annette. Paulo Mendes da Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- ch.2002,271 p:il. p.54-65 0 2.5 CaSa paULO MENDES Da ROCHa,SÃO paULO,1964 Endereço: Praça Monteiro Lobato,100, São Paulo O projeto é a cobertura de um lugar, a delimitação da porção de terra que vincula a moradia ao solo. As referências do projeto, neste caso, não são as construções vizinhas nem a história do lugar, mas a terra, um fragmento de geografia sobre o qual a ação do projeto deixa sua marca. 18 A organização da casa mostra uma grande confiança no valor da forma como manifestação suprema da ordem: os ambientes de trabalho e estar, situados nas duas fachadas abertas da construção,polarizam uma bateria de dormitórios iluminados desde o céu....”a repulsa às convenções gera uma proposta que adquire características canônicas, tamanha é a consistência de sua organização”...(helio,Piñón,2002,p10) Para PIÑÓN (2002), como em toda obra autêntica, a identidade da obra está centrada na busca daquilo que é fundamental em cada caso: o programa estabelece as condições da solução, mas não esta- belece a natureza do problema. O projeto ao mesmo tempo que se resolve revela o essencial da situação, define o modo pelo qual o arquiteto enfrenta a singularidade que uma situação apresenta. Figura 58 e 59- Vista da rua/ vista escada entrada/Vista para jardim da Segundo zein, a partir de 196/964 não há propriamente fases no desenvolvimento dos projetos sala estar residenciais de Paulo Mendes da Rocha, verificando-se sua plena maturidade conceitual e construtiva, que Fonte: SPIRO, Annette. Paulo Mendes da de resto já ocorrera muito precocemente em sua carreira. Existem e podem ser discernidas ênfases em de- Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zurich. terminados temas que, embora não sejam estanques no tempo, tem certa preferência e sequência temporal 2002,271 pg:il. p.54 e 55 sendo retomados a qualquer tempo, face circunstâncias de programa, cliente, terreno ou mesmo arbítrio do arquiteto. O tema por excelência que percorre a grande maioria de sua obra residencial é a idéia de casa-apartamento, geralmente elevada sobre pilotis, em propostas de caráter mais prototípico ou mais circunstancial, mesclados em cada caso a diferentes aproximações estruturais e volumétricas. 19 18-PIÑÓN,Pallares,helio. Paulo Mendes da Rocha. São Paulo:Romano Guerra Para zein, quatro casas definem um núcleo muito próximo de propostas assemelhadas de vocação Editora,2002.179p.:Il.,fot (Documentos prototípica,realizadas em 196-65 constituídas pelas casas Bento Odilon Ferreira, Francisco Malta Cardo- de Arquitetura Moderna),p10 so, Paulo Mendes da Rocha e Lina Mendes da Rocha, todas variantes de uma mesma proposta, um tipo que poderia ser denominado casa-apartamento, onde o programa é acomodado em apenas um pavimen- 19-zein, Ruth Verde. Arquitetura brasilei- to, disposto sobre pilotis abertos, usados como área de lazer e estacionamento. ra, escola paulista e as casas de Paulo Mendes da Rocha. 2000. 45 p. : il. Ruth zein define as características genéricas destas quatro casas:planta aproximadamente quadrada Dissertação (mestrado) - Universidade com escadas exteriores de acesso, distribuição da ocupação interna em três faixas paralelas às fachadas Federal do Rio Grande do Sul. Faculda- mais abertas por onde se dão os acessos, protegidos por largos beirais planos, enquanto as outras facha- de de Arquitetura,Porto Alegre, BR-RS, das são quase totalmente vedadas por paramentos suspensos da laje de cobertura, à maneira platibanda 2000. Ori.: Comas, Carlos Eduardo ampliada e descendente; a estrutura se define por quatro pilares recuados do perímetro, vigas nervuradas Dias. p.220 e balanços de proporção 1//1 dispostos em sentido paralelo a fachadas mais fechadas travadas por duas vigas perpendiculares com balanços de proporção 1/1,5/1 em outro sentido. 20 1 A Casa foi projetada junto com João Eduardo Genaro. Os dois edifícios são estruturalmente idênti- cos com algumas variações na distribuição interna dos ambientes. Encrustradas no declive natural da pe- quena colina sobre o Rio Pinheiros, as duas estruturas são unidas com as estradas adjacentes pelo projeto dos jardins pendentes que dão diretamente sobre a estrada. Com o objetivo de maximizar a eficiência do processo de construção, este projeto envolveu uso do pré-fabricado e produziu componentes concretos reforçados. Os princípios que orientaram o projeto e o trabalho de detalhe associado foram executados através da racionalização e coordenação modular. O projeto é fluente e bem articulado em caráter e aponta para utilizar o local de ladeira para gerar um diálogo com os jardins e estradas vizinhas.21 Paulo Mendes da Rocha disse ter sido a casa pensada como “um ensaio de peças pré-fabricadas”. A estrutura modulada, o detalhamento mínimo (um só caixilho para todas as aberturas, por exemplo), o Figura:60:Tipologias janelas (62-64)/ 65- sistema estrutural simples e rigoroso, com apenas quatro pilares, duas vigas mestras e lajes nervuradas, vista do jardim através sala estar foram citados pelo arquiteto como índices de uma racionalidade que se procurou imprimir ao projeto, num Fonte: SPIRO, Annette. Paulo Mendes da momento em que a discussão sobre a pré-fabricação ganhava amplitude no Brasil. 22 Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- ch.2002,271 p:il. p.58 Ao contrário, portanto, do que podemos ser levados a crer pelas leituras que insistem em tratar a casa no singular e pelas imagens da obra que costumam ser publicadas – uma só planta, um só lote, e fotos que privilegiam a visada da esquina e captam quase tão-somente uma casa - o projeto não se es- gota num evento único. E neste sentido, ele de fato está longe de se mostrar indiferente a um pensamento sobre a produção industrial que vinha há cerca de uma década forçando uma abertura no meio de arte no Brasil. 23 As casas de Paulo Mendes, surgem bem em frente a uma casa bandeirante do século XVII. E justo no 20-zEIN, Ruth Verde.2000.op.,cit.p.221 contexto de urbanização de um dos bairros residenciais projetados pela Cia.City em São Paulo, na primeira metade do séc XX, segundo o padrão urbanístico das cidades-jardins britânicas (caracterizado por ruas de 21-SPIRO,Annette. Paulo Mendes da traçados irregulares e bem arborizadas, com casas soltas nos lotes). há que se destacar ainda uma tendên- Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- cia, àquela altura razoavelmente forte e generalizada entre os arquitetos mais atuantes em São Paulo, de ch.2002,271 p:il. p.54 lutar pela reinvenção do habitar urbano, entendendo a casa como núcleo gerador da cidade (veja-se, por exemplo, a casa Perseu Pereira, de Joaquim Guedes, ou a residência. Elza Berquó, de Vilanova Artigas). 22-Depoimento de Paulo Mendes da No caso das casas do Butantã, se a planta repassa o esquema tripartido e a organização setorial (zonas Rocha a Luis Espallargas Gimenez. in: social, íntima e de serviço) consolidada na arquitetura residencial oitocentista, não lhe falta coragem para PIÑÓN, helio. Paulo Mendes da Rocha. contestar o padrão residencial da elite paulistana que ia se acomodando nos loteamentos elegantes da São Paulo, Romano Guerra, 2002. p.24 City (Jardim América, Alto da Lapa, Pacaembu, Butantã...). Basta atentarmos para a dissolução das circu- lações intermediárias e a ausência de janelas nos quartos, por exemplo, expressão mais evidente de uma 2-NOBRE,Ana Luiza. Um em dois. As proposta reformista que, sem abrir mão do programa típico de uma família extensa (casal e seis filhos), casas do Butantã, de Paulo Mendes da busca uma subversão radical dos excessos típicos das residências da burguesia paulistana. Não que por Rocha. São Paulo:Vitrivius,2008. Disponí- isso se deva entender uma economia em termos de área; a casa, na verdade, tem 5 dormitórios e cerca vel em: www.vitruvius.com.br/arquitextos/ arq086/arq086_01.asp.p06,p.02 de 250 m2 de área construída, em terreno de 760 m2. Antes que postular uma noção de economia enqua- drável nas pesquisas acerca da “habitação mínima”, é contra os perímetros recortados, os telhados em 2 movimento, a incontida variação de materiais ainda em vigor nas casas erguidas nos loteamentos da City que sobressai o caráter compacto, anti-pitoresco, anti-retórico mesmo destas duas casas. E vem a ser especialmente relevante, nesse sentido, a decisão de projetar duas casas gêmeas: não podemos deixar de ver aí uma provocação ao próprio modelo urbanístico das garden-cities, que havia consagrado a casa isolada e única em contraposição às casas geminadas e em série - aquela valorizada como símbolo de status, estas rejeitadas como expressão da habitação operária. 24 Nesta obra ocorre o embate com as convenções ligadas ao espaço do morar. Nesse caso, é indisso- ciável da liberdade do arquiteto ao projetar a própria casa. O projeto beneficia-se da ausência de pressões por parte de um mercado comercial, por isso talvez se possa estranhar o despojamento da casa, a aridez do concreto, o rigoroso controle das aberturas para o exterior. O projeto surpreende pelas paredes a meia altura, os móveis imóveis e a zona íntima que ocupa o centro da planta, em posição mais reservada ao exterior. De acordo com PIÑON, esta casa foi feita com uma estrutura capaz de dispor, no espaço, divergên- cias, lugares novos, onde a casinha propriamente dita haveria de ser instalada depois. É uma estrutura fundamental, de concreto armado, modulada, moldada in loco com um caixotinho modulado, de desenho rigoroso, coerente com uma visão de pré-fabricação. Nervuras , que podem ser imaginadas como um T. Lajes e nervuras amparadas por duas vigas principais. Cada viga dessas sobre dois pilares. Vão central com dois balanços bem equilibrados sobre quatro pilares. 25 O terreno na várzea do Rio Pinheiros, frouxo. Tinha que centrar cargas dentro de certos limites, são Figura:61/62:Vistas internas quatro pilares de cem toneladas cada um. há um caixilho só que resolve todas as aberturas da casa. A Fonte:SPIRO,Annette. Paulo Mendes da casa possui uma planta flexível e resolve as duas casas, mas como um programa um tanto quanto dife- Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- rente em cada uma. São duas casas com variantes, as plantas não são idênticas. A suspensão da casa em ch.2002,271 p:il. p.58 e 64 relação ao solo também se refere a uma questão de implantação, de espacialidade em relação à própria cidade. A rua principal que passa na frente já havia sido cortada e descaracterizada. A casa foi suspensa nos quatro pilares e cortou o território da colina só por baixo da casa, criando um pátio protegido de modo que não aparecesse uma ofensa à colina e à rua existente. 26 A maneira como o objeto construído atua sobre o terreno em função do rebaixamento do térreo em relação ao nível da rua, o volume de fato parece comprimir o perfil original do terreno, do qual dista não mais que poucos centímetros. O jardim elevado na cota da praça inclui esta como paisagem. O talude liga-se diretamente às ruas, e acima a casa surge térrea. A casa voltada para a casa Bandeirantes na praça Monteiro Lobato procura manter como aquela a mesma relação com a rua. 24-NOBRE,AnaLuiza. 2006,op.,cit.p.0 Três terrenos seqüenciais do loteamento City Butantã foram transformados em dois lotes que com- 25-PIÑON,2002,p.24 partem uma dívida comum de 5,67m. O lote de esquina tem 22.40m fundos, frente 26,06m, desenvol- vimento da esquina com curva com 11.87m e frente menor de 15m. O outro lote tem 25,8m fundos em 26-Ibidem dois segmentos de 17,60m e 8,2m divisa lateral de 8,21m e frente de 19,1m. A linha norte sul está  inclinada 45º em relação à divisa de fundos e apontando para a esquina com o sentido norte nessa mes- ma orientação. O terreno foi quase totalmente nivelado na cota alinhamento, onde tinha uma elevação de 2m, foram deixados taludes que fazem as vezes de barreira junto ao alinhamento das duas frentes interrompidas por cortes para o acesso de autos. 27 Segundo zein (2000), as duas casas estão recuadas de todas as divisas, dispostas paralelamente à divisa de fundos, e posicionadas a mesma distância da divisa comum a ambas. Foram atendidos os recuos obrigatórios do loteamento, 8m fundos, 6m frente menor do ponto médio da casas de esquina, posiciona- mento seguido pela casa gêmea que tem um maior recuo de frente face à forma trapezoidal do terreno, 2m até a divisa comum a ambas as casas, 4m no recuo da frente maior casa esquina e no ponto médio na lateral da casa gêmea. As casas têm pavimento inferior com pé-direito 2.0/2.45m, face inferior viga/ face inferior laje, aberto sombreado servindo de abrigo de autos onde se situa um pequeno volume inde- pendente com dormitório e banheiro de serviço. A cobertura com dimensão de 20.0 x 16.54m excede a área do pavimento superior configurando beirais planos e está apoiada como a laje de piso do pavimento Figura:6:Vista interna superior em 4 pilares recuados do perímetro da projeção. O pavimento superior com cota de 2.5/2.88m Fonte: SPIRO, Annette. Paulo Mendes da que concentra quase todos os compartimentos da moradia apresenta-se recuado 1.80m da fachada de Rocha. Verlag Niggli AG, Sulgen, zuri- frente ,noroeste, e .00m na fachada posterior (sudeste) sendo que o último 1m do beiral configura uma ch.2002, 271 pg:il. p.62 pérgola face a interrupção da laje de cobertura e prosseguimento das vigas. As fachadas laterais são praticamente vedadas, exceto por algumas aberturas pontuais, e pelo vão entre o a meia parede apoiada no limite da laje do piso e a aba lateral de proteção que pende da cober- tura. Os ambientes são dispostos em  faixas paralelas às duas fachadas abertas, sendo a faixa central compartimentada de maneira a abrigar os dormitórios e banheiros com iluminação zenital, bem como a cozinha junto a fachada lateral direita (sudoeste)na casa de esquina 5 dormitórios e na gêmea 4 variando a dimensão e a posição do corredor que liga as duas outras faixas às fachadas abertas. A faixa junto a fachada de fundos sudeste por onde se acende ao pavimento superior por uma escada na casa de esquina ou por duas escadas na casa gêmea, abriga parte da cozinha e uma sala-varanda para a qual se abrem os dormitórios, a faixa junto à fachada de frente noroeste configura uma sala extensa com vários ambientes e alguns móveis fixos. A cobertura laje nervurada com vigas perpendiculares às fachadas abertas e com duas vigas trans- versais de travamento, apoiada em 4 pilares recuados dos limites da laje. Ao longo das duas laterais são dispostas duas vigas de bordo com 2,22m afastadas 0,20m da última viga nervurada da cobertura na qual estão penduradas. As escadas configuram estruturas independentes, bem como os compartimentos de serviços situados no pavimento inferior.Todas as paredes divisórias internas são estruturais.28 A disposição do talude quase contínuo junto ao alinhamento de altura pouco menor que o pé-direito do pavimento inferior, cria uma sensação volumétrica para quem olha a casa desde a rua , de um volume suspenso de apenas um pavimento, impressão favorecida pelo recuo dos pilares e pelas sombras criadas. 27- zEIN, Ruth Verde.2000.op.,cit,p.2 Na casa de esquina a aproximação e acesso a casa se dá pela lateral junto à fachada de fundos; na casa gêmea, o acesso se dá junto à divisa lateral direita. O crescimento da vegetação não favorece a percepção 28- zEIN, Ruth Verde.2000.op.,cit,p.24 da continuidade formal das duas casas que parece bem marcante nas fotos da época de sua construção. 4 A casa é pensada geminada, mas completamente independente uma da outra em termos de visuais e usos sociais. Um caminho nos fundos da fachada sudeste faz a ligação entre as casas. As fachadas late- rais são quase completamente vedadas com aberturas pontuais. As casas prismas suspensas rodeadas por vegetação abundante em todos os lados. A vegetação participa das visuais da casa delimitando os visuais do interior ao exterior. Dentro do programa funcional, a parte intima da casa completamente privada de visuais com o exterior e com as demais faixas paralelas à frente e aos fundos ocorrem os setores de convívio e social da família. É evidente no projeto a preocupação com a resolução do programa funcional e a sua relação com a iluminação natural com aproveitamento zenital. A iluminação é um elemento de composição do projeto, participa da volumetria externa e dos ambientes internos criando zonas de luz e sombra, aumentando a profundidade das superfícies e espaços, criando um ar teatral aos espaços internos. A idéia do plano horizontal protetor, consiste em plantas retangulares cujos elementos de apoio, em número reduzido, são internalizados em relação aos seus limites, e cuja laje superior avança sobre as de- mais. Este é o modo mais aproximado às estruturas ‘arbóreas’ de Wright, no sentido em que há um núcleo estrutural mais ou menos centralizado que sustenta a projeção dos pavimentos. A descrição corresponde a um grupo de residências –Bento Ferreira, Malta Cardoso e Mendes da Rocha – em que o plano superior é quadrado (ou quase) e é sustentado por quatro apoios que tendem a formar uma figura análoga. Figura:64/65:Vistas externas Fonte: SPIRO, Annette. Paulo Mendes da Rocha. Verlag Niggli AG,Sulgen, zuri- ch.2002,271 p:il. p.58 5 Figura 66: Vista do andar térreo Figura 67:Planta pavimento térreo e tipo Fonte: ARTIGAS, Rosa (Org). Paulo Mendes da Rocha.1957-1999. ed. São Paulo;Cosac Naify, 2006. 240p., 42ils, p.166-169 6 26 EDIFÍCIO GUaIMBé,SÃO paULO,1964 Endereço:Rua haddock Lobo 1447,Cerqueira Cesar Os primeiros edifícios altos residenciais de afiliação brutalista, em concreto aparente vão ser rea- lizados apenas na década de 1960, e caracteristicamente, no Edifício Guaimbé de Paulo Mendes da Ro- cha (1962), definido por duas paredes cortina de concreto, separadas por um vão de 7m que organizam simultaneamente a estrutura e a área totalmente livre do pavimento tipo com fachadas muito cerradas, fendidas apenas por alguns poucos rasgos horizontais e verticais quase sempre protegidos por elementos de concreto. No caso dos edifícios de escritórios, o costume de manter um maior envidraçamento das fachadas e o paradoxal abandono a partir dos anos 1950/60 dos habituais dispositivos de sombreamento aposto às fachadas em prol de uma aparência volumetricamente mais pura, resulta num aparente retrocesso con- formado pela adoção um tanto acrítica de paralepípedos de cristal concomitante a uma certa resistência ao emprego do concreto aparente nos fechamentos que naquele momento só irá assumir algum papel de destaque nas fachadas na obra de alguns autores. Além disso ocorrem algumas situações se transição em que, se bem o concreto aparente não tenha peso plástico relevante na aparência do edifício, comparece de maneira significativa na sua concepção estrutural não pelo seu simples emprego, mas pela explora- ção de suas possibilidades, significando a drástica diminuição no número de apoios e seu consequente gigantismo chegando a conformar espaços habitáveis que são aproveitados para

Tags

architectural project Paulo Mendes da Rocha architecture Brazil
Use Quizgecko on...
Browser
Browser