Summary

This document appears to be lecture notes on plate tectonics, with various sections covering topics like the internal structure of the Earth, plate tectonics history, associated risks, and related phenomena. The document includes key concepts on plate movement, forces involved, and plate boundaries, along with historical context and supporting evidence.

Full Transcript

14/11/2022 GEODINÂMICA E RISCOS GEOLÓGICOS Geodinâmica Interna Rute Coimbra 1 Conteúdos: 1- Estrutura interna da Terra+ Exercícios 2- Tectónica de Placas 3- Sismos+ Exercícios 4- Riscos associados a sismos e vulcões 5- (paleo) Ge...

14/11/2022 GEODINÂMICA E RISCOS GEOLÓGICOS Geodinâmica Interna Rute Coimbra 1 Conteúdos: 1- Estrutura interna da Terra+ Exercícios 2- Tectónica de Placas 3- Sismos+ Exercícios 4- Riscos associados a sismos e vulcões 5- (paleo) Geomagnetismo+ Exercícios 6- Orogenia 7- Isostasia+ PALESTRA CONVIDADA 2 1 14/11/2022 2- Tectónica de Placas 3 2- tectónica de placas Síntese histórica (e revisões) No ano de 1596, o cartógrafo Abraham Ortelius observou que as costas da África e da América do Sul pareciam encaixar, levando-o a propor que os continentes já tinham estado unidos, mas foram separados por "terremotos e inundações". No entanto, a teoria da Tectónica de Placas é bastante jovem: O "Pai da Tectónica de Placas", Alfred Wegener propôs a "Continental Drift" em 1915, mas não foi aceite pelos colegas cientistas. Levaria mais 50 anos para que o conceito fosse aceite. 4 2 14/11/2022 2- tectónica de placas 1915 Alfred Wegener (1880-1930) propôs em 1915 a hipótese da Deriva Continental 5 5 2- tectónica de placas 1930s a 1960s: hipótese da Deriva Continental não foi aceite pela maior parte da comunidade científica. 1927: zonas de Wadati-Benioff 6 6 3 14/11/2022 2- tectónica de placas 1950s estudos de paleomagnetismo revelam a existência de inversões na polaridade do campo magnético no passado geológico da Terra. 7 7 2- tectónica de placas 1950s e 1960s: Morfologia dos fundos oceânicos - Dorsais oceânicas - Fossas oceânicas - Planícies abissais, ilhas oceânicas e montes submarinos 8 8 4 14/11/2022 2- tectónica de placas 1961: Descobrimento da existência de anomalias magnéticas nos fundos oceânicos. 1962: Harry Hess (1909-1969), geólogo estadunidense, propôs a “expansão dos fundos oceânicos”. 9 9 2- tectónica de placas 1963: Vine (1939-presente) e Matthews (1931-1997), geólogos britânicos, propõem o esquema geral da tectónica de placas (formação de litosfera oceânica no eixo das dorsais e destruição nas zonas de subducção). 1965: J.T. Wilson (1908-1993), geofísico canadiano propõe um terceiro tipo de limite de placas (falhas transformantes). Tectónica de placas: aceite desde o início 1970s 10 10 5 14/11/2022 2- tectónica de placas https://www.youtube.com/watch?v=G4nDcczMoBw 11 2- tectónica de placas Evidências paleontológicas/paleobiológicas 12 6 14/11/2022 2- tectónica de placas Forças que contribuem para o movimento das placas Convecção no manto “Slab Pull” “Ridge Push” Movimento das placas devido ao deslizamento da litosfera A litosfera oceânica ao mergulhar no manto sobre a superfície ligeiramente inclinada da astenosfera “puxa” e arrasta a placa restante, afastando-a da dorsal 13 2- tectónica de placas Limites de placas 14 7 14/11/2022 2- tectónica de placas Limites convergentes Os atuais limites convergentes estão marcados por profundas fossas oceânicas ou por cadeias de montanhas no interior dos continentes Tipos de convergência - oceano – oceano - oceano – continente - continente - continente 15 15 2- tectónica de placas Convergência oceano – oceano Uma das placas oceânicas mergulha no manto formando uma zona de subducção (e a fossa associada). A atividade vulcânica da origem à construção de arquipélagos de ilhas vulcânicas designados por arcos insulares. A convexidade do arco é no sentido da placa mergulhante Arco insular Fossa Fossa e arco insular das Aleutas 16 8 14/11/2022 2- tectónica de placas Convergência oceano – oceano (cont.) Os sedimentos que constituem a camada superior da crusta oceânica são deformados entre as placas, formando o prisma de acreção tectónico (accretionary wedge). O prisma de acreção pode chegar a formar uma elevação emersa. Entre o arco vulcânico e o prisma de acreção, localiza-se a bacia externa (fore-arc basin), geralmente pouco deformada, que se alimenta de sedimentos provenientes do arco vulcânico e do prisma de acreção, caso esteja emerso. Na região atrás do arco desenvolve-se com frequência uma bacia “back-arc”, geralmente sujeita a distensão. bacia back-arc bacia externa 17 2- tectónica de placas Convergência oceano – continente A placa oceânica mergulha no manto formando uma zona de subducção (e a fossa oceânica associada) A ascensão e cristalização dos magmas origina na crusta continental um arco magmático Ocorre deformação da margem continental Forma-se uma cadeia de montanhas no continente 18 18 9 14/11/2022 2- tectónica de placas Convergência oceano – continente (cont.) Formação de um prisma de acreção, uma bacia externa e uma bacia “back-arc” Deformação da margem continental, dando origem a uma cadeia de montanhas no continente bacia externa 19 19 2- tectónica de placas Extensão associada aos limites convergentes (oceano-oceano e oceano-continente) Na parte posterior de muitos arcos (magmáticos e insulares) ocorre extensão, originando as bacias “back-arc”. É aceite que as bacias “back-arc” são geradas por um processo de expansão dos fundos oceânicos. 20 10 14/11/2022 2- tectónica de placas Extensão associada aos limites convergentes (oceano-oceano e oceano-continente) - A razão para a ocorrência da extensão “back-arc” é ainda um assunto em debate. Aqui são apresentadas duas hipóteses: Ascensão e expansão lateral de magmas provenientes A subducção da placa pode provocar na astenosfera uma do manto poderá provocar extensão da litosfera. modificação na convecção, gerando correntes convectivas secundárias que provocariam extensão da litosfera. 21 21 2- tectónica de placas Convergência continente – continente A colisão continental está marcada pela completa subducção da crusta oceânica Forma-se uma cadeia de montanhas Não há fossa oceânica e as duas massas continentais encontram- se “coladas” num único bloco através duma cadeia de montanhas. 22 11 14/11/2022 2- tectónica de placas Limites divergentes A maior parte localizados nas dorsais oceânicas 23 2- tectónica de placas Limites divergentes: formação de crusta oceânica O processo de formação de crusta oceânica na zona central da dorsal envolve: A fusão parcial do manto (fusão por descompressão) A ascensão e cristalização dos magmas produzidos O progressivo afastamento da litosfera já gerada 24 24 12 14/11/2022 2- tectónica de placas Estrutura da crusta oceânica 25 2- tectónica de placas Formação da crusta oceânica No rift, em profundidade, existe uma câmara magmática: parte do magma sai para o exterior e forma as lavas, parte preenche as fraturas e forma os diques e parte solidifica na própria câmara magmática, formando os gabros e os cumulados (gabros e peridotitos bandados). A litosfera está sujeita a forças de tração, provocado a abertura de novas fraturas. Assim, os diques são abertos depois de solidificados e intruídos por outros novos. 26 13 14/11/2022 2- tectónica de placas Velocidade (cm/ano) do movimento das placas nas dorsais oceânicas Dorsais de expansão rápida: > 8 cm/a Dorsais de expansão lenta: < 8 cm/a 27 2- tectónica de placas Topografia das dorsais As características fisiográficas das dorsais estão relacionadas com a velocidade de expansão Nas dorsais de expansão rápida, como a dorsal do Pacífico E, as vertentes são muito suaves e não se desenvolve um rift central. Nas dorsais de expansão lenta, como a do Atlântico, as vertentes são mais inclinadas, a topografia é acidentada e o rift na zona axial está bem marcado. Dorsal de expansão rápida Dorsal de expansão lenta 28 14 14/11/2022 2- tectónica de placas Arrefecimento e subsidência da litosfera oceânica Isoterma dos 1200 °C: limite litosfera – astenosfera; As rochas arrefecem progressivamente à medida que se afastam do rift, encontrando-se a isoterma dos 1200 °C cada vez a maior profundidade. Em consequência, a litosfera mantélica aumenta de espessura à medida que aumenta a distância ao eixo da dorsal. sea level ridge axis crust mantle mantle 60-80 km Aumento da espessura da litosfera oceânica partially 1200 litosphere com a idade e com o afastamento progressivo ºC molten da dorsal. 1200 mantle diapirs ºC 29 2- tectónica de placas Arrefecimento e subsidência da litosfera oceânica Com a distância ao eixo da dorsal, a litosfera oceânica torna-se cada vez mais pesada (devido ao aumento de espessura e de densidade) e sofre subsidência. Ou seja, a profundidade dos fundos oceânicos aumenta com a idade da litosfera. Como o arrefecimento e a subsidência dependem da idade, as dorsais de expansão rápida apresentam um perfil com declives mais suaves que as de expansão lenta. 30 15 14/11/2022 2- tectónica de placas Limites transformantes 31 2- tectónica de placas Limites transformantes As falhas transformantes são zonas de fratura onde as placas deslizam uma ao lado da outra, sem movimento convergente ou divergente e sem gerar ou destruir litosfera; As transformantes, geralmente, são falhas verticais e paralelas à direção do movimento das placas 32 16 14/11/2022 2- tectónica de placas Tipos de falhas transformantes As falhas transformantes conectam limites convergentes e divergentes segundo varias combinações. Não costuma haver atividade vulcânica nas transformantes mas, devido ao movimento relativo das placas, são sismicamente ativas. Transformante dorsal - zona de subducção Transformante dorsal - dorsal Transformante zona de subducção - zona de subducção 33 2- tectónica de placas Exemplo de transformante dorsal - zona de subducção Mendocino Transform Fault 34 17 14/11/2022 2- tectónica de placas Transformantes dorsal - dorsal As falhas transformantes mais frequentes são as que ligam dois segmentos de uma dorsal oceânica.- 35 2- tectónica de placas Estrutura térmica das transformantes dorsal - dorsal As transformantes e os seus prolongamentos separam zonas da crusta com idades diferentes A topografia e a estrutura térmica das transformantes estão relacionadas com a diferença de idade (e temperatura) das rochas na zona da falha. A litosfera mais jovem (e mais quente) permanece mais alta que a litosfera mais antiga (mais fria). 36 18 14/11/2022 2- tectónica de placas Falhas transformantes nos continentes As falhas transformantes que ocorrem atualmente nas áreas continentais são semelhantes às dos oceanos, embora sejam menos frequentes: - as falhas penetram toda a litosfera (ao contrario dos outros tipos de falhas que ocorrem nos continentes); - constituem limites de placas; - o movimento é paralelo à direcção da falha; - os sismos associados são pouco profundos. 37 2- tectónica de placas Falhas transformantes nos continentes A falha de Santo André Fronteira entre a placa do Pacífico e a placa de América do Norte A maior parte dos sismos na Califórnia resultam do movimento desta falha 38 19 14/11/2022 2- tectónica de placas Falhas transformantes nos continentes A falha do Mar Morto Fronteira entre a placa da Arabia e a placa da África. O sistema de falhas deu origem à formação de bacias “pull apart”, onde estão localizados mares interiores. O Mar Morto acumula uma grande quantidade de sedimentos (~7 km de espessura). 39 39 2- tectónica de placas Falhas transformantes nos continentes A falha de Anatólia Fronteira entre a placa de Anatólia (Turquia) e a placa Euroasiática Elevada sismicidade 40 20 14/11/2022 2- tectónica de placas Pontos triplos 41 2- tectónica de placas Pontos triplos Os pontos onde 3 placas estão em contacto, denominam-se pontos triplos; Correspondem também a pontos onde confluem 3 limites de placas. ridge (red), trench (green), transform (black) – and corresponding triple junctions (yellow dots) 42 21 14/11/2022 2- tectónica de placas Pontos triplos Dependendo dos tipos de limites de placa envolvidos, podem-se encontrar diferentes classes de pontos triplos. A designação dos pontos triplos utiliza as letras R, T e F, iniciais dos termos ingleses Ridge, Trench e Fault, respectivamente para limites divergentes, convergentes e transformantes. Exemplos: um ponto triplo do tipo RRR, corresponde ao ponto onde se encontram 3 limites divergentes Um ponto triplo RRF, corresponde à confluência de 2 limites divergentes e uma transformante A ordem das letras pode ser qualquer uma. 43 2- tectónica de placas Pontos triplos A estabilidade de uma junção tripla depende das velocidades relativas das placas, do tipo de limites de placa e da sua orientação. Os pontos triplos mais estáveis são os que consistem na confluência de 3 limites divergentes (RRR), formando ~120º, pois pode-se criar crusta oceânica indefinidamente e o ponto triplo mantém-se com a mesma geometria. 44 22 14/11/2022 2- tectónica de placas Pontos triplos Há pontos triplos que NÃO são estáveis. 45 2- tectónica de placas Movimento das placas sobre uma esfera 46 23 14/11/2022 2- tectónica de placas Movimento das placas - O movimento das placas rígidas sobre uma esfera pode ser visualizado considerando a seguinte figura: ER - O movimento da placa 1 relativamente à placa 2 ocorre em torno a um eixo de rotação ER que intersecta a esfera no ponto P (pólo de rotação). P - Note-se que o eixo e o pólo de rotação das placas são independentes do eixo de rotação e dos pólos da Terra. 47 2- tectónica de placas Movimento das placas Diferentes partes da mesma placa apresentam diferentes velocidades: A velocidade máxima ocorre no equador da rotação ER A velocidade mínima ocorre nos pólos da rotação P - Esta variação da velocidade entende-se melhor se considerarmos que uma placa ocupa todo um hemisfério: os pontos Q, R, S e T têm velocidades progressivamente maiores e T apresenta a velocidade máxima, pois se situa no equador da rotação. 48 24 14/11/2022 2- tectónica de placas Movimento das placas As falhas transformantes se localizam em círculos menores e são paralelas à direcção do movimento As dorsais são perpendiculares à direcção do movimento e estão orientadas segundo círculos máximos Pode-se localizar o pólo de rotação das placas ER P Vídeo para visualizar o movimento das placas sobre uma esfera 2:42: https://www.youtube.com/watch?v=zIirwtKLB1Y 49 2- tectónica de placas Movimento das placas Vídeo para visualizar o movimento das placas sobre uma esfera 2:42: https://www.youtube.com/watch?v=zIirwtKLB1Y 50 25 14/11/2022 2- tectónica de placas Hamblin, W. K. & Christiansen, E. H. (2003). Earth's Dynamic Systems. Caps. 17, 18, 19 e 20. Plummer, C., Carlson, D. & Hammersley, L. (2015). Physical Geology, 15ª Ed. McGraw–Hill, 672 pp. (Caps. 18 e 19). Press, F. & Siever, R (2001). Understanding Earth. (Cap. 20) https://ugc.berkeley.edu/background-content/plate-tectonics/ https://oceanexplorer.noaa.gov/facts/plate-boundaries.html https://manoa.hawaii.edu/exploringourfluidearth/node/1348 https://www.open.edu/openlearn/science-maths-technology/geology/plate-tectonics/content-section-3.9 51 Conteúdos: 1- Estrutura interna da Terra+ Exercícios 2- Tectónica de Placas 3- Sismos+ Exercícios 4- Riscos associados a sismos e vulcões 5- (paleo) Geomagnetismo+ Exercícios 6- Orogenia 7- Isostasia+ PALESTRA CONVIDADA 52 26

Use Quizgecko on...
Browser
Browser