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Quem é Jesus Cristo? Quem é Jesus Cristo? J esus Cristo é Deus? Como ele pode ser Deus e, ao mesmo tempo, homem? Jesus deixou de ser Deus enquanto esteve na terra? Sendo Deus, como poderia sentir dor? Jesus permaneceu com sua natureza humana após a ressurreição? É proibida a reprodução...
Quem é Jesus Cristo? Quem é Jesus Cristo? J esus Cristo é Deus? Como ele pode ser Deus e, ao mesmo tempo, homem? Jesus deixou de ser Deus enquanto esteve na terra? Sendo Deus, como poderia sentir dor? Jesus permaneceu com sua natureza humana após a ressurreição? É proibida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, exceto em breves citações com a indicação da fonte. COPYRIGHT © 2029 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - VAI NA BÍBLIA® Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia Quando falamos no homem Jesus Cristo, não esta- João 1.14 1 mos nos referindo simplesmente a alguém bom, sábio João 1.1 2 e influente que viveu muitos séculos atrás. É algo mui-3 João 1.18 to mais profundo! De acordo com a Bíblia, trata-se do 4 João 20.28 próprio Deus, assumindo a natureza humana.1 5 Romanos 9.5 6 2 Pedro 1.1 A divindade de Cristo 7 Tito 2.13 8 1 João 5.20 A Bíblia claramente se refere a Jesus como Deus: a 9 Isaías 9.6 “O Verbo era Deus” 2, “Deus Unigênito” 3, “Senhor meu 10 Filipenses 3.21 e Deus meu” 4, “Deus bendito para sempre” 5, “Nosso João 5.19-21 Deus” 6, “Grande Deus” 7, “Verdadeiro Deus” 8 e “Deus 11 João 2.25 forte”.9,b João 16.30 A Bíblia também declara que ele possui todos os Apocalipse 2.23 12 Mateus 28.20 atributos exclusivos de um ser divino: onipotência,10 Mateus 18.20 onisciência,11 onipresença,12 eternidade,13, c soberania 14, d 13 Isaías 9.6 e imortalidade.15, e Diz que Jesus é o autor da vida,16 cria- 2 Timóteo 1.9 dor de todas as coisas 17 e mantenedor do Universo.18 14 Mateus 11.27 O Deus único,19 que existe eternamente como três João 17.1-2 pessoas 20 — Pai, Filho e Espírito Santo —, se fez se- Efésios 1.20-21 melhante a nós, na pessoa de Jesus Cristo, o eterno Filipenses 2.9-11 Filho de Deus.21 15 João 2.19-22 João 10.17-18 A humanidade de Cristo 16 Atos 3.15 17 João 1.3 O fato de ter nascido de Maria, f sendo concebido Colossenses 1.16-17 pelo poder do Espírito Santo,22 demonstra a infinita 18 Hebreus 1.2-3 sabedoria de Deus em combinar a influência humana 19 Deuteronônio 6.4 A palavra grega theos é utilizada em todo o Novo Testamento para se referir João 14.16-17 a 20 a Deus Pai e, em pelo menos sete passagens, se refere claramente a Jesus Cristo. Isaías 48.16 b A palavra hebraica utilizada em Isaías 9.6 é El (Deus). c Alguns argumentam que o texto de Colossenses 1.15, “o primogênito de toda 21 Marcos 14.60-62 a criação”, indica que Jesus foi o “primeiro criado”, porém o versículo seguinte 22 Mateus 1.18 já contradiz essa ideia: “tudo foi criado por ele e para ele” (1.16). De acordo com o contexto, “primogênito de toda a criação” deve ser entendido como “anterior a toda criação”. Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testa- mento. Vol. II. Santo André: Geográfica Editora, 2006, p. 151. d Diferentemente dos profetas do Antigo Testamento que declaravam “Assim diz o Senhor”, Jesus tinha autoridade para dizer: “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22, 28, 32, 34, 39, 44). e A imortalidade é uma característica singular e exclusiva de Deus: “o único que possui imortalidade” (1Tm 6.16). f É importante frisar que Maria não é mãe no aspecto da natureza divina de Jesus, o qual sempre existiu, mas unicamente no que concerne à sua natureza humana. 3 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia e a influência divina no nascimento de Jesus.23 23 Mateus 1.20-21 Gálatas 4.4-5 Se pensarmos por um momento em outros meios 24 1 João 4.2-3 possíveis pelos quais Cristo poderia ter vindo ao mun- 25 Mateus 1.22-23 do,24 nenhum deles uniria com tamanha clareza a hu- 26 João 8.46 manidade e a divindade em uma única pessoa.25, a 2 Coríntios 5.21 Jesus foi em tudo semelhante ao homem, com ex- 1 Pedro 1.19 ceção do pecado.26 Ele nasceu como nascem os bebês,27 27 Lucas 2.7 passou por um processo de aprendizado assim como 28 Lucas 2.40 acontece com todas as crianças,28 aprendeu a comer, a 29 Lucas 2.51-52 Hebreus 5.8 falar, a ler, a escrever e a ser obediente aos pais.29 Tinha 30 João 11.35 sentimentos,30 emoções 31 e vontades humanas.32 Ficava 31 Marcos 14.34 cansado,33 tinha fome,34 sede,35 e estava sujeito a dor,36 Hebreus 5.7 fraqueza,37 angústia 38 e morte.39 32 Marcos 14.36 Mesmo após a ressurreição, Jesus permaneceu com 33 João 4.6 sua plena natureza humana.40 A diferença é que na res- 34 Mateus 4.2 surreição seu corpo perecível transformou-se em um 35 João 19.28 corpo glorificado. 41 Assim como acontecerá com todo 36 João 19.1-3 aquele que crê na sua vida, morte e ressurreição.42 37 Lucas 23.26 Marcos 14.38 Jesus deixou de ser Deus? 38 Lucas 12.50 39 Lucas 23.46 Mas como Jesus poderia ser onipotente e, ainda 40 João 20.25-27 assim, sentir dor? 43 Como poderia ser onisciente e, ao Lucas 24.39-43 mesmo tempo, não saber o dia de sua volta? 44 Como 41 1 Coríntios 15.42-45 poderia ser imortal e, ainda assim, ter morrido em 42 1 João 3.1-2 nosso lugar? 45 Filipenses 3.21 Pela dificuldade que temos em compreender esse 43 Isaías 53.3 paradoxo 46 ou pela má interpretação de algumas pas- 44 Marcos 13.32 45 Romanos 5.6 sagens bíblicas,b é comum pensarmos que Jesus deixou 46 1 Coríntios 2.4-8 de ser Deus enquanto esteve na terra. Bem como que 47 Atos 10.38 ele realizava milagres somente pela ação do Espírito Santo 47,c ou que recebeu poder divino somente após o a Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 436. b A Bíblia interpreta a própria Bíblia. Só conhecemos o verdadeiro sentido de um texto quando não ignoramos o seu contexto (hermenêutica). c Apesar da comunhão eterna de Jesus com o Espírito Santo, a Bíblia clara- mente atribui a realização de milagres a Jesus e exalta o seu poder divino. Ex.: “manifestou a sua glória” (Jo 2.11) e “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8.27). 4 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia batismo.48, a 48 João 1.32 49 Isaías 9.6 Porém, de acordo com a Bíblia, em momento al- 50 Lucas 1.43 gum Jesus deixou de ser Deus, nem mesmo durante a 51 Lucas 2.11 infância.49 Jesus foi chamado de “Senhor” b já no ventre 52 João 10.30 de Maria 50, c e, também, quando bebê.51 João 14.9 53 Mateus 8.13,26-27 Jesus demonstrou ser Deus João 2.7-9 O próprio Jesus, enquanto homem, afirmou ser 54 Marcos 2.8 Deus,52 demonstrou sua onipotência,53 sua onisciên- Mateus 17.27 cia 54,d e declarou sua eternidade.55, e, f João 6.64 55 João 8.58 e Inúmeras vezes Jesus aceitou ser adorado pelos Apocalipse 22.13 homens.56, g Diferentemente de Paulo,57 Pedro 58 e, até Apocalipse 1.8 f mesmo, de um anjo.59 Já que estes rejeitaram receber 56 Mateus 14.33 adoração, deixando claro que o único digno de ser ado- Lucas 17.15-19 rado é Deus.60 Mateus 8.2-3 Mateus 9.18-19 Além disso, outra forte demonstração de que Je- João 9.38-39 sus permaneceu sendo Deus enquanto homem foi o 57 Atos 14.11-15 a O batismo de Jesus possui um caráter representativo. Os céus se abrindo, 58 Atos 10.25-26 a declaração de Deus Pai e a descida do Espírito Santo (Mt 3.16-17) compõem o 59 Apocalipse 22.8-9 testemunho público da autoridade espiritual de Jesus na qualidade de Messias. 60 Mateus 4.10 Algo fundamental para o início de Seu ministério. b A palavra grega kyrios (Senhor) é empregada 6814 vezes para traduzir o nome de Deus (YHWH) na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento, de uso comum na época de Jesus Cristo), sendo Jesus chamado de “Senhor” (kyrios) inúmeras vezes (Mt 22.44; 1Co 8.6; Hb 1.10-12; Ap 19.16). Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 448. c Mesmo que às vezes a palavra “Senhor” (gr. kyrios) fosse empregada sim- plesmente como tratamento respeitoso dispensado a um superior (Mt 13.27; Jo 4.11), uma vez que Jesus nem havia nascido, Isabel não poderia estar em- pregando a palavra “Senhor” com algum sentido de “senhor” humano. Ibid. d É claro que alguns homens, tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos, re- ceberam revelação divina sobre fatos ou eventos específicos, porém o conheci- mento de Jesus era muito mais extenso. Ele sabia “quais eram os que não criam”, ou seja, distinguia a fé ou a incredulidade [ou qualquer outro sentimento] que estava no coração de todos os homens (Jo 2.25; Jo 21.17). Ibid., p. 452. e Da mesma forma que Deus se apresentou em Êxodo 3.14, Jesus atribuiu a si o título “Eu Sou”, que o caracteriza como aquele que existe eternamente e que é a fonte da própria existência. Ibid., p. 450. f A declaração de Jesus em Apocalipse 22.13: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”, não somente atesta sua eternidade, como também, comparada à declaração de Deus Pai em Apocalipse 1.8: “Eu sou o Alfa e o Ômega”, confirma sua divindade. g O próprio Deus Pai ordena aos anjos que adorem a Cristo (Hb 1.6), que todo joelho se dobre ao nome de Jesus e que toda língua confesse que ele é o Senhor (Fp 2.9-11). 5 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia fato de perdoar pecados.61 Somente aquele que rece- Marcos 2.5-7 61 be a ofensa é que pode perdoar.62 Se Jesus não fosse Lucas 7.48-49 Deus, não haveria nenhuma ofensa contra ele, con- 62 Mateus 6.14-15 sequentemente, ele não teria autoridade alguma para Lucas 15.21 perdoar pecados.63, a 63 Daniel 9.8-9 64 Filipenses 2.7 Como observou C. S. Lewis, se Cristo não fosse 65 Lucas 4.3-4 Deus, então não poderia ter sido um grande mestre de Mateus 14.19-21 moral, pois ele afirmava ser Deus. Se não fosse quem dizia ser, seria mentiroso ou lunático, e não um mestre de moral. Aliás, seria o próprio Diabo em pessoa.b As duas naturezas em Jesus Cristo c A verdade é que em momento algum Jesus aban- donou, deixou de lado ou se esvaziou de sua divinda- de, ou mesmo de seus atributos divinos. O termo “esvaziou-se”, encontrado em Filipen- ses,64 significa apenas que Jesus “se fez sem nenhum valor” quando assumiu a forma humana.d Sendo Deus, ele tinha plena ciência de quando de- veria ou não recorrer ao seu poder divino 65 e de quan- do deveria ou não se sujeitar às fraquezas e limitações a C. S. Lewis disse: “Jesus disse às pessoas que os seus pecados estavam per- doados sem nunca sequer consultar as pessoas às quais esses pecados lesaram. Ele se comportou, sem hesitar, como se fosse a parte mais afetada, a pessoa mais ofendida em todas as ofensas. Isso só faria sentido se ele realmente fosse o Deus cujas leis estão sendo infringidas e cujo amor é ferido a cada pecado cometido. Na boca de qualquer outra pessoa que não seja Deus, as palavras im- plicariam o que eu só posso considerar uma tremenda imbecilidade e presun- ção sem precedentes na história.” Cristianismo puro e simples. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017, p. 85-86. b Ibid. c A coexistência das naturezas divnia e humana na pessoa de Jesus Cristo é conhecida como “união hipostática” e tem origem na palavra grega hypostasys (subsistência). Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 461. d Entender que Jesus se esvaziou de sua divindade ou de seus atributos divi- nos (teoria da kenosis) é assumir que Deus mudou. Uma vez que Deus não pode mudar (Ml 3.6; Tg 1.17), logo Jesus não poderia ser Deus. Como escreveu Ber- khof: “Quando nos é dito que o Verbo se fez carne (Jo 1.14), não significa que o Verbo deixou de ser o que era antes. Quanto ao seu Ser essencial, o Logos era exatamente o mesmo, antes e depois da encarnação. Ele continuou sendo o infi- nito e imutável Filho de Deus (Hb 13.8).” Berkhof, Louis. Teologia sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 307. 6 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia de sua natureza humana.66, a 66 João 7.30 João 18.4-12 Como Jesus fazia isso? Não temos condições inte- 67 1 Coríntios 1.27 lectuais para entender totalmente.67, b Este é, e perma- Romanos 11.33-36 necerá, um dos mistérios mais profundos da fé cristã.68 68 1 Timóteo 3.16 Contudo, a fundamentação bíblica tanto da per- 69 João 17.17 feita divindade como da perfeita humanidade de Cris- 70 2 João 9 to é incontestável. Assim como acontece no caso da 2 Coríntios 11.3-4 Trindade divina, não cremos porque entendemos; cre- 71 1 Tessalonicenses 5.23 mos porque é bíblico.69 72 João 11.33-38 73 João 11.39-44 Todas as tentativas realizadas ao longo da Histó- ria, a fim de simplificar essa doutrina para torná-la mais compreensível, sempre se revelaram falhas e an- tibíblicas. 70 Três delas ocorreram já nos primeiros sé- culos da Igreja. Algumas conclusões antibíblicas c 1. O apolinarianismo (Apolinário, 310-390 d.C.) O apolinarianismo defendia a ideia de que Deus assumiu um corpo humano, sem alma ou espírito, sen- do estes provenientes apenas da natureza divina. Po- rém se Jesus tivesse assumido apenas um corpo, sem alma ou espírito humano, não seria um homem com- pleto.71 2. O nestorianismo (Nestório, 386-451 d.C.) O nestorianismo entendia que havia duas pessoas distintas em Jesus Cristo, uma pessoa humana e outra divina. Mesmo que possamos distinguir ações de natu- reza humana 72 e ações de natureza divina 73 em Cristo, a a “Jesus viera para obedecer perfeitamente a Deus, em nosso lugar, e deveria fazê-lo como homem. Se tivesse recorrido a seus poderes divinos para tornar mais fácil para si suportar as tentações ou resistir ao sofrimento, não teria obe- decido plenamente a Deus como homem.” Grudem, Wayne. Teologia sistemáti- ca. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 441. b “A união das duas naturezas numa pessoa é um mistério que não pode- mos compreender e que, por essa mesma razão, é frequentemente negado.” Berkhof, Louis. Teologia sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 298. c Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 457-459. 7 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia Bíblia claramente aponta Jesus como uma única pessoa. 74 Salmos 49.7-9 Salmos 130.3-7 3. O eutiquianismo (Eutiques, 378-454 d.C.) 75 1 Timóteo 2.5-6 O eutiquianismo (ou monofisismo) entendia que a Romanos 5.18-19 natureza humana de Cristo fora absorvida pela natu- 76 João 12.27 reza divina, de modo que as duas naturezas se modi- João 13.21 ficaram, dando lugar a um terceiro tipo de natureza. Mateus 26.38 Contudo, se assim fosse, Cristo não seria nem verda- 77 Hebreus 2.14 deiramente Deus nem verdadeiramente homem. 78 Hebreus 2.18 A necessidade das duas naturezas de Cristo Por que sempre foi e continua sendo tão impor- tante defender a coexistência das naturezas divina e humana na pessoa única de Jesus Cristo? Primeiro, porque este é o ensinamento bíblico; a se- gundo, porque no próprio plano divino de salvação era essencial que o Mediador fosse verdadeiramente Deus 74 e verdadeiramente homem.75 Somente um ser humano sujeito a sofrer no corpo e na alma,76 que vivesse as profundas misérias da hu- manidade,b poderia identificar-se com todas as nossas experiências, provações e tentações.77 Tão somente assim, ele poderia ser verdadeiramente tentado,78 se a A grande controvérsia causada por esses ensinamentos (apolinarianismo, nestorianismo, eutiquianismo) foi solucionada já no ano 451 d.C. no Concílio de Calcedônia. A declaração conhecida como “Definição de Calcedônia” diz que há “um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verda- deiramente homem, constando de alma racional e de corpo [...] [Jesus é único] em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a dis- tinção das naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho...”. Ibid., p. 459-460. b “Desde que o homem pecou, era necessário que o homem sofresse a penali- dade. Além disso, o pagamento da pena envolvia sofrimento de corpo e alma, sofrimento somente cabível ao homem. Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana, não somente com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as suas debilidades a que está sujeita, depois da Queda, e, assim, devia descer às profundezas da degradação em que o homem tinha caído. Ao mesmo tempo era preciso que fosse um homem sem pecado, pois um homem que fosse, ele próprio, pecador e estivesse privado da sua própria vida, certamente não poderia fazer uma expiação por outros.” Berkhof, Louis. Teo- logia sistemática. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001, p. 292. 8 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia manter sem pecado 79 e oferecer-se como sacrifício em 79 Hebreus 4.15 nosso lugar.80 Além, é claro, de ser um perfeito exem- 1 Pedro 2.22 plo humano para que pudéssemos segui-lo.81, a 1 João 3.5 80 Hebreus 2.17 Por outro lado, se não fosse Deus, mas apenas 81 1 João 2.6 um homem, por mais perfeito que fosse, não pode- Romanos 8.29 ria apresentar um sacrifício infinito,82, b propiciando 1 Pedro 2.21 a p ossibilidade de redenção a todos os seres huma- 82 Hebreus 9.12 nos,83 inclusive aqueles que ainda não haviam nascido, 1 Pedro 3.18 como eu e você.84 Se Jesus não fosse plenamente Deus, 83 2 Coríntios 5.14-19 jamais poderia conceder salvação eterna aos que O 84 1 Pedro 1.8-9 aceitassem pela fé.85 Romanos 15.21 85 João 10.27-28 Conclusão 2 Coríntios 6.2 86 Filipenses 2.5-11 O Filho de Deus, infinito, onipresente e eterno tor- nar-se homem e unir-se para sempre a uma natureza humana.86 Trata-se de algo insondável c e, de longe, do maior milagre de toda a Bíblia, muito maior do que a ressurreição ou a criação do Universo. d “‘Permanecendo o que era, tornou-se o que não era’. Em outras palavras, enquanto Jesus ‘permanecia’ o que era (ou seja, plenamente divino), ele tornou-se o que não fora antes (ou seja, também plenamente hu- mano). Jesus não deixou nada de sua divindade quan- do se tornou homem, mas assumiu a humanidade que antes não lhe pertencia.” e a Ibid., p. 293. b “Ainda que a natureza divina de Jesus não tenha morrido de fato, Jesus pas- sou pela experiência de morte como pessoa inteira, e ambas as naturezas, hu- mana e divina, participaram juntas dessa experiência. A Bíblia não nos permite dizer nada mais além disso.” Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 462. c “Por outro lado, boa coisa é estudarmos algo sobre Deus e não a compreen- dermos totalmente. A consciência de que há certas facetas em Deus e na Reve- lação Especial que nos são intelectualmente inalcançáveis nos deixa humildes diante do Senhor, e nos lembra do fato de que, sendo criaturas, jamais pode- remos colocar o Deus infinito sob nosso microscópio.” Ribeiro, Paulo. “União hipostática: a dupla natureza de Jesus Cristo”. Disponível em:. Acesso em: 15 de junho de 2018. d Grudem, Wayne. Teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 465. e Ibid. 9 Quem é Jesus Cristo? | Vai na Bíblia Sendo gerado pelo Espírito Santo no ventre de 87 Atos 1.11 Maria, nasceu e viveu sem pecado, morreu pela huma- 88 Hebreus 13.8 nidade, ressuscitou dos mortos e voltará em breve, 87 Hebreus 9.28 pois continua vivo e viverá para sempre.88 Sendo 100% Apocalipse 22.12-13 Deus e 100% homem.89 Colossenses 1.15-20 89 João 17.3-5 10
