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Instituto Superior de Ciências Educativas LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO Sociologia do Desporto Prof. Doutor PAULO MALICO SOUSA [email protected] [email protected] ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FUNDAMENTOS DOS PROCESSOS DE GRUPO 1. Introdução 1.1 O estudo dos grupos: definição...

Instituto Superior de Ciências Educativas LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO Sociologia do Desporto Prof. Doutor PAULO MALICO SOUSA [email protected] [email protected] ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FUNDAMENTOS DOS PROCESSOS DE GRUPO 1. Introdução 1.1 O estudo dos grupos: definição de conceitos 1.2. Estádios de desenvolvimento dos grupos ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO INTRODUÇÃO AOS GRUPOS - Porque é que existem grupos? - Para que servem os grupos? - Como é que se formam grupos? GRUPOS: BASE DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO INTRODUÇÃO AOS GRUPOS “Um problema partilhado é um problema meio resolvido” “A melhor forma de ter uma boa ideia é ter muitas ideias” (Ditados populares) “A loucura é uma excepção nos indivíduos, mas é a regra nos grupos” (Nietzsche, in Robbins, 2002, p. 210) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPO (3 definições): 1- “Dois ou mais indivíduos, interdependentes e interactivos, que se juntam visando a obtenção de um determinado objectivo”. (Robbins, 2002, p. 211) 2 - “Conjunto limitado de pessoas, unidas por objectivos e características comuns que desenvolvem múltiplas interacções entre si”. (Fachada, 2005, p. 145) 3 - “Mais de dois indivíduos – para haver grupo duas pessoas têm que se ligar a uma terceira – que têm uma ligação significativa em comum (um laço, um objectivo ou realização de uma tarefa”. ISCTE) (Luísa Lima, Sebenta Psic. Social, ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPO ≠ DÍADE ≠ AGLOMERADO PARA EXISTIR GRUPO TEM DE HAVER: - Uma estrutura ou organização; - Durabilidade/alguma permanência no tempo; - Interacção entre os membros (algo que os liga); - Consciência de um elemento ou objectivo comum; - Conjunto de normas; - Coesão/percepção colectiva de unidade; - PARTILHAM UM DESTINO COMUM. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO ASSIM: Díade – “grupo” muito particular, com regras muito próprias. Aglomerado – conjunto de pessoas reunidas esporádica e aleatoriamente (não existem laços, nem interacção que as liguem umas às outras) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPO ≠ DÍADE ≠ AGLOMERADO ≠ CATEGORIAS SOCIAIS CATEGORIA SOCIAL: Tipos especiais de pessoas que não necessitamos necessariamente conhecer (ou interagir) para sermos parte dela (e.g., Clubes, religião, partidos políticos). ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPO (4 e 5 definições): 4- GRUPO EM TERMOS PSICOLÓGICOS: “É um qualquer numero de indivíduos que (1) interagem entre si, (2) estão psicologicamente conscientes uns dos outros e (3) têm a percepção de constituírem um grupo”. (Schein, 1980) 5 – DEFINIÇÃO ABRANGENTE: “Conjunto de duas ou mais pessoas que interagem de tal forma que cada pessoa influencia e é influenciada pelas outras”. (Homans, in Pina e Cunha et al., 2003) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPO: MAIS DO QUE A SOMA DAS PARTES - Superior à soma dos indivíduos que o compõem - “O GRUPO PENSA E AGE DE MODO DIFERENTE DE QUALQUER UM DOS SEUS ELEMENTOS CONSIDERADOS INDIVIDUALMENTE” (Fachada, 2005) COROLÁRIO: CRIA-SE UMA CONSCIÊNCIA COLECTIVA QUE NÃO É IGUAL À SOMA DAS CONSCIÊNCIAS INDIVIDUAIS. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO EFICÁCIA DOS GRUPOS PERGUNTA: Podem os grupos denotar desempenho inferior à soma dos desempenhos individuais? RESPOSTA: FENÓMENO DA OCIOSIDADE PREGUIÇA SOCIAL (Karau & Williams, 1993) OU “Sob determinadas circunstâncias, as pessoas reduzem os seus esforços quando trabalham em grupo” ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO EFICÁCIA DOS GRUPOS - “Se os outros se esforçam pouco, porque não hei-de eu fazer o mesmo?” - “No meio de tantas pessoas, ninguém notará que eu me esforço menos” - “Porque haveria eu de me esforçar mais se, depois, recebemos todos a mesma recompensa” - “Se eu me esforçar, quem notará?” ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO EFICÁCIA DOS GRUPOS O efeito de ociosidade social é mais frequente quando: - As tarefas são simples, rotineiras, desinteressantes - Quando o output individual não é identificável - Quando os membros do grupo assistem à ociosidade social dos colegas - Quando as recompensas pelo trabalho do grupo são atribuídas globalmente ao grupo - Quando os indivíduos não são individualmente avaliados ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO EFICÁCIA DOS GRUPOS SOLUÇÃO PARA A OCIOSIDADE SOCIAL: tarefa do líder e/ou chefe - Assegurar que as tarefas são interessantes e desafiantes - Estabelecer uma definição de objectivos criteriosa - Organizar a execução do trabalho para permitir identificar os contributos individuais no desempenho do grupo - Conciliar a recompensa do desempenho grupal com a do desempenho individual - Perfeita interacção entre objectivos/recompensas individuais e grupais ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VARIÁVEIS QUE PODEM INFLUENCIAR A EFICÁCIA DOS GRUPOS ENTRADA NO GRUPO (INPUTS) → Variáveis intra-grupo ● Dimensão do grupo ● Características dos membros ● Papeis ● Normas ● Status ● Estádio de desenvolvimento ● Coesão grupal → Características da tarefa → Variáveis ambientais PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO DECISÃO/RESULTADO (OUTPUTS) ♦Comportamentos requeridos/emergentes ▪ Produtividade ♦ Estilos de liderança ♦ Comunicações ♦ Participação ♦ Influência ♦ Clima de grupo ♦ Funções de tarefa ♦Funções manutenção ▪ Desempenho ▪ Inovação/Criatividade ▪ Bem estar ▪ Viabilidade ▪ Satisfação membros ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO GRUPOS FORMAIS VERSUS INFORMAIS Grupos formais (e.g., equipa desportiva): - São definidos pela estrutura da organização; - Têm atribuições de trabalho que estabelecem tarefas; - O comportamento das pessoas é estipulado em função de metas organizacionais. Grupos informais (e.g., amigos): - Alianças não organização; estruturadas formalmente nem determinadas pela - São formações naturais dentro do ambiente de trabalho, que surgem em resposta à necessidade de contacto social (“o grupo dos almoçaristas”). ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO SUBCLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS 1 – Grupo de comando: é determinado pelo organograma da organização (chefe e seus subordinados imediatos). 2 – Grupo de tarefa: também determinado pela organização, mas formado por pessoas que se juntam para executar uma tarefa. 3 – Grupo de interesse: pessoas que se juntam para atingir um objectivo comum a todos (e.g., funcionários que se juntam para executar o planeamento de férias). 4 – Grupo de amizade: pessoas que se juntam para compartilhar algumas características em comum (afinidades), extrapolando o ambiente de trabalho. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO - Pode não existir uma única razão para as pessoas se juntarem em grupo - A mesma pessoa pode pertencer a vários grupos simultaneamente COROLÁRIO: CADA UM DOS GRUPOS OFERECE BENEFÍCIOS DIFERENTES ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO 1 - SEGURANÇA: redução da insegurança de se sentirem “sós”. Em grupo os sujeitos têm menos duvidas e são mais resistentes a ameaças. 2 - STATUS: inclusão num grupo considerado importante pelos outros proporciona reconhecimento e status aos seus membros. 3 - AUTO-ESTIMA: a filiação a um grupo também faz com que os membros se auto valorizem. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO 4 - ASSOCIAÇÃO: satisfação de necessidades sociais. Afiliação. 5 - PODER: o que não pode ser obtido individualmente, pode ser conseguido através da acção grupal. 6 - ALCANCE DE METAS/OBJECTIVOS: conciliação de diversos talentos/habilidades obtido pela acção de saberes multidisciplinares; necessidade de mais que uma pessoa para desempenhar uma tarefa. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO Porque nos juntamos em grupos? A) Funções informativas dos grupos 1. Porque os outros nos permitem avaliar as nossas opiniões e as nossas capacidades (Teoria da comparação social de Festinger, 1954) → É a validação das nossas opiniões - em comparação com outras para confrontar as nossa ideias (ajuda a construir a nossa autoimagem) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO Porque nos juntamos em grupos? A) Funções informativas dos grupos 2. Porque os outros nos ajudam a regular e interpretar os nossos estados emocionais (Schachter & Singer, 1962) → O grupo dá-nos informações em situação de ambiguidade: sobre a maneira como nós “etiquetamos/rotulamos” o que estamos a sentir (os outros clarificam aquilo que nós sentimos) → 4 emoções básicas: Alegria, Tristeza, Vergonha e Medo ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO Porque nos juntamos em grupos? B) Funções Utilitárias dos grupos ● Para obter reconhecimento social/influência e poder sobre os outros (Processos de Influência Social). → serve para comparação com outros em pior situação que nós ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO RAZÕES/MOTIVOS PARA OS SUJEITOS SE REUNIREM EM GRUPO Porque nos juntamos em grupos? C) Funções Identitárias dos grupos ● Para ter acesso a uma identidade social (Tajfel, 1976): motivo de orgulho por pertencermos a uma determinada categoria social. → motivo de orgulho por pertencermos a uma determinada categoria social (Clube A, B ou C; Partido X, Y ou Z; Religião K, W ou Q) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COMO NOS JUNTAMOS EM GRUPOS? A) Em função da proximidade física (Festinger, 1950; Sozcka, 1984) → os amigos escolhem-se em função duma área física especifica → juntamo-nos às outras pessoas pela “lei do menor esforço” (porque estão mais perto de nós, cruzamo-nos com elas na escola, no trabalho, entre outros) B) Em função das semelhanças percebidas (Byrne, 1971) → os valores que são definidos são idênticos entre os sujeitos (afinidades) C) Em função dos objectivos a atingir → tendência para nos juntar-mos a pessoas com objectivos e interesses semelhantes aos nossos ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO VANTAGENS: 1. Tomada de decisão de maior risco - Os grupos tomam decisões que envolvem maior risco do que as individualmente (investigações de Kogan e Wallach, 1967) pessoas Como se explica este fenómeno? Conceito de DIFUSÃO DE RESPONSABILIDADE → quando a decisão do grupo é muito arriscada, EM CASO DE FALHAR, nenhum dos indivíduos do grupo se considera individualmente responsável pelo acontecimento ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO VANTAGENS: 2. Maior rapidez e eficácia na concretização dos objectivos - os objectivos individuais são mais facilmente concretizáveis através da pertença ao grupo (os esforços dos vários elementos aumenta a produtividade). 3. Enriquecimento das decisões – as decisões tomadas em grupo tendem a ser mais ricas e ajustadas aos objectivos do que as decisões tomadas individualmente (variedade de ideias e sugestões apresentadas por cada elemento do grupo). 4. Divisão de tarefas – cada elemento contribui com as suas habilidades/capacidades/aptidões para a consecução de uma tarefa comum. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO VANTAGENS: 5. Criação de laços de amizade – o grupo é tanto mais coeso e produtivo, quanto maior for a amizade e a confiança entre os seus membros (dimensão de relacionamento interpessoal). O sujeito conhece a imagem que os outros têm de si, assim como o que pensam em relação a si próprio Assim: As pessoas que interagem no grupo aumentam a sua capacidade de comunicação e dão-se a conhecer aos outros, o que permite a criação de LAÇOS DE AMIZADE E ENTREAJUDA ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO VANTAGENS: 6. Segurança – o sujeito conhece o pensamento do grupo e assume esse pensamento como seu. O facto de saber que mais alguém comunga desse pensamento, dá-lhe SEGURANÇA para se manifestar. O individuo não se defende sozinho, É DEFENDIDO PELO GRUPO ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO VANTAGENS: 7. Poder e influência face ao exterior A) o grupo pode sofrer a influência social da comunidade onde se insere (sendo condenado pela sociedade) OU B) O grupo pode interferir positivamente na realidade social ● A força do grupo é medido pela força da sua intervenção na sociedade. ● À medida que o poder do grupo se faz notar, a sua influência aumenta significativamente. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO VANTAGENS/DESVANTAGENS DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO DESVANTAGENS: 1. Tomadas de decisão empobrecidas – muitas vezes tomam-se decisões por consenso entre os elementos do grupo verificando-se que não são as mais correctas 2. Pensamento de grupo – dada a estima e consideração por parte do meio onde estão inseridos, é frequente que os seus elementos se supervalorizem assumindo comportamentos que conduzem a Tomadas de Decisão ineficazes 3. Transformação do EU em NÓS – podem originar perda de liberdade de acção individual dos sujeitos (inibição) fazendo com que os sujeitos se submetam ao NÓS (PROCESSO DE COESÃO GRUPAL) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO “ A coesão de grupo é determinada pela força dos laços que ligam os elementos individuais num todo unificado” (ADIR, 1988) Factores que conduzem à coesão de grupo: 1. Proximidade física/atracção interpessoal – as pessoas que trabalham juntas ou que passam muito tempo juntas, têm mais tendência para a coesão 2. Trabalho semelhante – os sujeitos que desempenham funções semelhantes podem entreajudar-se, tornando o grupo mais coeso 3. Homogeneidade – características comuns aos membros do grupo (e.g., raça, idade, status social, atitudes, valores, entre outros) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO OS SUJEITOS PARTILHAM ALGO DE COMUM -UMA IDENTIDADE PRÓPRIA - UMA CULTURA ENRAIZADA - UMA TRADIÇÃO ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO OS ELEMENTOS DO GRUPO SÃO COESOS PORQUE: ● Existe uma interdependência entre si, trabalham em conjunto para um objectivo comum e este é conseguido com o trabalho de todos ● Existe alguma semelhança entre os membros do grupo, o que faz com que eles executem as actividades de grupo ● Existe a oportunidade de todos participarem nas decisões ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO A COESÃO DE GRUPO PERMITE QUE OS SEUS MEMBROS: ● permaneçam juntos ● confiem e sejam leais ● se sintam seguros ● aumentem a satisfação de pertença, à medida que o trabalho se desenvolve ● intensifiquem as interacções entre si ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO COROLÁRIOS: 1. Os sujeitos manifestam atitudes semelhantes desenvolvendo o PENSAMENTO DE GRUPO 2. Qualquer ideia que se introduza contra o pensamento do grupo não é, normalmente, bem aceite (são repelidas as opiniões e pensamentos divergentes) 3. A avaliação que cada membro faz dos outros elementos é mais positiva e favorável do que a avaliação feita em grupos pouco coesos 4. O grupo é tanto mais coeso quanto maiores forem as recompensas e as satisfações que oferece aos seus membros ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO VANTAGENS DE UM GRUPO COESO: ● Maior cooperação ● Comunicação mais ampla e mais fácil ● Aumento da resistência à frustração ● Menor absentismo ● Baixa tolerância para com os elementos menos produtivos ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO COESÃO DO GRUPO DESVANTAGENS DE UM GRUPO COESO: ● Pode restringir a abertura a novas ideias ● Resiste a mudanças no que respeita às práticas existentes ● Os outros grupos vêem-no como sendo de trato difícil, reduzindo intergrupal assim a possibilidade de cooperação MOD. CONCEPTUAL DE COESÃO Factores Ambientais Factores de Liderança Factores Pessoais Factores de Equipa Coesão: - Tarefa - Social Produtos do Grupo Produtos Individuais Adaptado de Carron (1982, in Weinberg & Gould, 1995) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO NATUREZA Há na coesão de equipas duas dimensões fulcrais: a prática (Tarefa) e a social Carron et. al., (1998) Coesão prática (Tarefa) – Reflecte o grau de unidade desenvolvido pelos membros para alcançarem as metas e objectivos traçados pela equipa Coesão social – Reflecte até que ponto os membros de uma equipa gostam uns dos outros e apreciam a sua mútua companhia ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO A coesão prática tem um impacto muito maior no desempenho de grupo (realização da tarefa) do que a coesão social. Principais influências sobre o nível da coesão do grupo: • Factores ambientais • Factores pessoais • Factores de liderança • Factores de equipa Carron et. al., (1998) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FACTORES AMBIENTAIS: - Consistem em circunstâncias sociais, ambiente físico e vários aspectos estruturais do próprio grupo. A socialização, as expectativas da família e a pressão exercida pelos colegas são exemplos de factores ambientais susceptíveis de afectarem a coesão da equipa. -Grupos mais pequenos tendem a interagir mais, isto é, desenvolvem maior coesão. - Grupos maiores observa-se a tendência para os membros formarem coligações mais pequenas, o que não favorece o desenvolvimento de uma equipa coesa ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FACTORES PESSOAIS: - Incluem o grau de semelhança nas atitudes, aspirações, compromissos e capacidades. - Quando são partilhados torna-se mais provável uma maior coesão: tendência para se formar um relacionamento positivo dentro da equipa, susceptível de contribuir para a melhoria do desempenho global. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FACTORES DE LIDERANÇA: - É fundamental, já que pode envolver os seus membros na tomada de decisão, nos objectivos colectivos e na própria estrutura orgânica do grupo. - Desenvolve um sentimento de pertença em cada elemento. - Encoraja uma responsabilidade partilhada no tocante ao desempenho entre todos os elementos do grupo. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FACTORES DE EQUIPA: -As experiências partilhadas pela equipa são importantes para o desenvolvimento da sua coesão. - Partilha dos êxitos, dos insucessos, dos pontos altos e baixos, pode contribuir para unir uma equipa em torno de um objectivo final comum. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO CONSIDERAÇÕES FINAIS - Vários autores (e.g., Carron et. al., 1998) consideram que as equipas que permanecem juntas durante mais tempo, tendem a ser mais coesas e a ter um melhor desempenho. - LEMAS COMO : “Não existe EU em equipas de trabalho “ encontram-se em muitas Organizações. Estas expressões reflectem a crença dos Gestores em relação à importância desta temática na gestão do trabalho em equipa. ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO - OS GRUPOS PASSAM POR UMA SEQUÊNCIA PADRONIZADA NA SUA EVOLUÇÃO CONSUBSTANCIADA EM 5 DIFERENTES FASES/ETAPAS ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO 1ª FASE PROCESSOS PRINCIPAIS O QUE OS MEMBROS SE AUTO QUESTIONAM QUESTÃO CHAVE PARA O GRUPO “Como é que eu me ajusto ao grupo?” “Porque é que estamos aqui?” ● Grande incerteza quanto ao propósito do grupo, sua estrutura e liderança ● Baixos níveis de confiança mútua ● Troca de informação e exploração da tarefa FORMAÇÃO (“quebra de gelo”) ● Identificação de semelhanças entre os membros e estabelecimento de relações interpessoais → Fase de Orientação ● As regras de funcionamento e interacção vão sendo traçadas ● No final deste estádio: os indivíduos começam a considerar-se como membros do grupo ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO 2ª FASE PROCESSOS PRINCIPAIS O QUE OS MEMBROS SE AUTO QUESTIONAM QUESTÃO CHAVE PARA O GRUPO “Qual é o meu papel aqui?” “Porque é que estamos em luta uns com os outros ?” ● Confronto entre as posições dos vários elementos (emocionalidade e tensão no grupo) ● Desenvolve-se alguma clarificação de papéis AGITAÇÃO/ REDEFINIÇÃO/ TEMPESTUOSIDADE/ TORMENTA → Fase de Conflito e Crescimento ● Podem desenvolver-se (formação de alianças) subgrupos ● Os sujeitos tentam impor as suas preferência e atingir uma situação de status intragrupo (tentativas de influência) ● Na parte final deste estádio: a hierarquia de liderança dentro do grupo é clarificada (no caso do conflito não degenerar em desagregação do grupo) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO 3ª FASE PROCESSOS PRINCIPAIS O QUE OS MEMBROS SE AUTO QUESTIONAM QUESTÃO CHAVE PARA O GRUPO “O que é que os outros esperam de mim?” “Poderemos chegar a acordo sobre os nossos papéis e as nossas tarefas como grupo?” ● O grupo começa a funcionar de modo mais coordenado ● Formação de consensos, desenvolvimento de coesão, unidade e identidade grupal NORMALIZAÇÃO/ COORDENAÇÃO/ INTEGRAÇÃO INICIAL → Fase de Coesão ● Emergência de lider(es) ● Estabelecimento de papéis e de normas ● As forças hostis são desencorajadas ● No final deste estádio: há uma solidificação da estrutura do grupo e estabelecimento de comportamentos aceitáveis ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO 4ª FASE PROCESSOS PRINCIPAIS O QUE OS MEMBROS SE AUTO QUESTIONAM QUESTÃO CHAVE PARA O GRUPO ● Esforços virados para a tarefa ● Papéis claramente definidos ● Normas de trabalho em equipa FORMALIZAÇÃO/ DESEMPENHO/ INTEGRAÇÃO TOTAL ● O grupo denota maturidade e organização → Fase de Desempenho e Funcionalidade ● As discordâncias são encaradas de modo positivo, sendo resolvidas de maneira criativa ● Os seus membros trabalham bem em conjunto: existe cooperação e coordenação ● As questões relacionadas com liderança estão completamente resolvidas “Como é que eu posso desempenhar o melhor possível o meu papel?” “Como podemos realizar trabalho adequadamente?” ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO FASES/ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DO GRUPO 5ª FASE PROCESSOS PRINCIPAIS O QUE OS MEMBROS SE AUTO QUESTIONAM QUESTÃO CHAVE PARA O GRUPO “O que vem a seguir?” “Como podemos fazer a transição ?” ● Estágio final de desenvolvimento dos GRUPOS TEMPORÁRIOS ● Preocupação com a conclusão das actividades SUSPENSÃO/ INTERRUPÇÃO/ SEPARAÇÃO OU REORIENTAÇÃO → Fase de Dissolução ● Fim dos papéis: Redução interdependência e desintegração da ● Satisfação pela tarefa realizada e resultados alcançados (componente funcional) ● Tristeza pelo relacionamentos de camaradagem emocional/afectiva) termo dos amizade e (componente ● Em GRUPOS MAIS PERMANENTES: pode suceder reorientação para outras ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO OS PAPÉIS NOS GRUPOS DOCUMENTO ORIENTADOR: OS PAPÉIS DOS VÁRIOS ELEMENTOS ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO ESTRUTURA ● retrato do grupo num determinado momento temporal (análise transversal do grupo) PROCESSO ● dinâmica do grupo ao longo do tempo (análise longitudinal do grupo) ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO A ESTRUTURA DOS GRUPOS 1. ESTRUTURA AFECTIVA 2. ESTRUTURA DAS INTERACÇÕES 3. ESTRUTURA DA COMUNICAÇÃO 4. ESTRUTURA DE PODER 5. ESTRUTURA DA TAREFA ESTRUTURA E PROCESSOS DE GRUPO EXERCICIO FORMATIVO DE DINÂMICA DE GRUPO: “ABRIGO SUBTERRÂNEO”