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Índice 1) Considerações Iniciais 3.............................................................................................................................................................................................................................................................................

Índice 1) Considerações Iniciais 3............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 2) Conceitos Iniciais de Clima e Meteorologia 4 3) Aquecimento Global 7.............................................................................................................................................................................................. 4) Outros Eventos Climáticos 27............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 5) Questões Comentadas - Conceitos Iniciais de Clima e Meteorologia - Multibancas 32 6) Questões Comentadas - Aquecimento Global - Multibancas 38............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 7) Questões Comentadas - Outros Eventos Climáticos - Multibancas 52 8) Lista de Questões - Conceitos Iniciais de Clima e Meteorologia - Multibancas 58.............................................................................................................................................................................................. 9) Lista de Questões - Aquecimento Global - Multibancas 62............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 10) Lista de Questões - Outros Eventos Climáticos - Multibancas 71 11) Protocolo de Quioto e Acordo de Paris 76.............................................................................................................................................................................................. 12) Protocolo de Quioto com Acordo de Paris - Questões Comentadas 101............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 13) Protocolo de Quioto com Acordo de Paris - Lista de Questões 111 2 118 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá, Estrategista! Professor André Rocha passando para dar alguns breves recados em mais uma aula que iniciamos. Minha ideia é sempre trazer um conteúdo objetivo e direcionado, sem, contudo, deixar de aprofundar no nível necessário exigido em prova. Mais do que tornar você um especialista no assunto, meu objetivo é fazer você assinalar a alternativa correta em cada questão, aumentando as chances de aprovação. Isso muitas vezes passa não pelo esgotamento do assunto em si, mas pelo foco naquilo que realmente importa e pela identificação de assertivas/alternativas incorretas. Nesse sentido, a resolução das questões do livro digital (PDF) é essencial porque também contém parte da teoria atrelada. Ademais, lembre-se que temos também as videoaulas de apoio, mas o estudo pelo livro digital é sempre mais ativo e completo! Dito isso, já podemos partir para o que interessa: MUITO FOCO a partir de agora! Um forte abraço e uma ótima aula! Prof. André Rocha Instagram: @profandrerocha E-mail: [email protected] Telegram: t.me/meioambienteparaconcursos Canal do Youtube: Eu Aprovado 3 118 CONCEITOS INICIAIS DE CLIMA E METEOROLOGIA Há milhares de anos a humanidade procura conhecer aspectos relacionados a fenômenos meteorológicos e a condições climáticas de modo a melhor organizar suas atividades. Nesta aula, trataremos de aspectos meteorológicos e climatológicos, sem fazer tanta distinção entre ambos. Contudo, meteorologia e climatologia não são a mesma ciência. A meteorologia é a ciência que estuda as características físicas, químicas e dinâmicas da atmosfera terrestre, possuindo uma abordagem baseada nas leis da termodinâmica e na mecânica dos fluidos, o que fundamenta os modelos atmosféricos de previsão do tempo, por exemplo. Já a climatologia é um ramo da meteorologia que está mais relacionado aos fenômenos atmosféricos e suas propriedades estatísticas para que se possa caracterizar o clima em função das condições ali presentes. Mas, o que é clima? Segundo a Organização Mundial Meteorológica (OMM), clima é o conjunto flutuante das condições atmosféricas caracterizadas pelos estados e evolução do tempo no curso de um período suficientemente longo. Neste ponto, cumpre diferenciar clima e tempo. Ambos constituem as combinações realizadas por certos valores dos elementos climáticos, ou seja, de estados da atmosfera, mas o tempo é caracterizado por um estado instantâneo e efêmero das condições atmosféricas, enquanto o clima é caracterizado por um conjunto de tendências duradouras, analisadas e estudadas ao longo de um período extenso, com pelo menos algumas dezenas de anos de dados acumulados. Nesse contexto, a OMM define as chamadas normais climatológicas, que são valores médios calculados para um período relativamente longo e uniforme, compreendendo no mínimo três décadas consecutivas. Ademais, a OMM também define os chamados padrões climatológicos normais como médias de dados climatológicos calculadas para períodos consecutivos de 30 anos. 4 118 TEMPO Experiência atual e momentânea (determinado instante) de um estado da atmosfera em um local determinado CLIMA ==b73== Exemplo: o tempo em Corumbá-MS no dia de hoje está ensolarado e úmido Baseado em registros meteorológicos ao longo de muitos anos O clima do pantanal mato-grossense, onde a cidade de Corumbá está inserida, é o tropical continental, com predomínio de altas temperaturas e duas estações bem definidas No âmbito dos sistemas climáticos, os seguintes componentes podem ser mencionados:  Atmosfera: camada de ar que envolve a Terra;  Hidrosfera: representa as águas oceânicas e continentais;  Criosfera: constitui as camadas de gelo e neve na superfície da Terra;  Biosfera: região da crosta terrestre onde se encontram os seres vivos;  Radiação solar: praticamente toda a energia da Terra é proveniente do Sol, sendo que todas as interações entre os outros quatro componentes mencionados são influenciadas pela radiação solar. Outro aspecto introdutório bastante relevante é a diferença entre elementos e fatores meteorológicos/climatológicos. Os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento, entre outros. Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as massas de ar, entre outras possibilidades. 5 118 Exemplo 1: em regra, na troposfera (camada mais baixa da atmosfera), quanto maior a altitude, menor a temperatura e menor a pressão atmosférica. A temperatura e a pressão são elementos e a altitude é fator. Exemplo 2: em regra, quanto mais próximo do mar, maior a umidade relativa do ar. A umidade é elemento e a maritimidade é fator. Exemplo 3: em regra, quanto menor a latitude (mais próximo à linha do Equador), maior a incidência de radiação solar. A radiação solar é elemento e a latitude é fator. ELEMENTOS METEOROLÓGICOS E CLIMATOLÓGICOS FATORES METEOROLÓGICOS E CLIMATOLÓGICOS Caracterizam o estado da atmosfera Afetam os elementos meteorológicos e climatológicos Exemplos: radiação solar, umidade do ar, pressão atmosférica Exemplos: altitude, latitude, continentalidade A partir de agora, estudaremos os principais elementos meteorológicos/climatológicos e os respectivos fatores que mais os influenciam. 6 118 AQUECIMENTO GLOBAL Ao longo de toda a história da Terra, as causas de mudanças no clima são variadas e estão sujeitas a diversos fatores naturais que fogem do controle humano. Muitas das causas naturais das mudanças climáticas possuem grande magnitude, sobretudo quando analisadas em horizontes de tempo extensos. Por exemplo, estima-se que o planeta passa por ciclos de eras glaciais de alguns milhões de anos seguidas por períodos de temperatura mais elevada que impossibilitam a existência de gelo na superfície terrestre (sim, a existência de gelos nos polos indica que estamos em meio a uma das eras glaciais que, nesse caso, teria começado a cerca de 2 milhões de anos). Note, portanto, que as mudanças climáticas podem ocorrer independentemente da existência de vida humana no planeta. Todavia, nos últimos séculos e, em especial, nas últimas décadas, tem-se destacado o papel do homem nas mudanças climáticas em razão de aspectos como o modo de produção poluente e a supressão de ecossistemas naturais. A definição de mudanças climáticas adotada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC)1 é: "Mudanças no estado do clima que pode ser identificada (ex.: por meio de testes estatísticos) por mudanças na média e/ou na variabilidade de suas propriedades e que persiste por um período extenso, tipicamente por décadas ou mais. As mudanças climáticas podem ser devidas a processos naturais internos ou forças (forçamentos) externas, ou ainda a mudança antrópica na composição da atmosfera e no uso da terra." (Tradução nossa). Observação: quando a definição menciona o termo "forças externas", também chamados "forçamentos externos", refere-se a fatos ocorridos fora da "normalidade" que influenciam o clima, como variações na atividade solar, variação na órbita e no eixo terrestre, erupções vulcânicas e, mais importante para o nosso estudo, interferências antrópicas. Admite-se, portanto, que que as mudanças climáticas tenham influência tanto de condições naturais quanto humanas. Dentro da climatologia, a maior corrente cientifica defende que o planeta está aquecendo sobremaneira em razão das atividades antrópicas, preconizando uma imediata redução das emissões de CO2 e outros gases responsáveis pelo efeito estufa. Por outro lado, há uma parte minoritária de cientistas que defende que o processo de aquecimento atual é natural diante dos processos de resfriamento e aquecimento pelos quais a Terra passa ao longo de suas eras geológicas. Nesse sentido, a grande maioria das bancas organizadoras está mais alinhada ao primeiro grupo, entendendo que as atividades humanas têm intensificado os processos de aquecimento do planeta, 1 IPCC. Glossário de termos (Anexo II). In: Managing the risks of extreme events and disasters to advance climate change adaptation. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. 7 118 apregoando a necessidade de redução das emissões atuais provocadas por automóveis, indústrias, desmatamento etc. O CO2 é muitíssimo para a vida na Terra, pois funciona como regulador da temperatura do planeta, sendo o principal responsável pelo que é conhecido como efeito estufa. Sim, você não leu errado: o efeito estufa é primordial para a vida no planeta! A radiação infravermelha que aquece a superfície terrestre possui a tendência de escapar de volta para a atmosfera. Aí é que entra o papel dos chamados Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2 e o CH4 (metano), que são substâncias que absorvem parte dessa radiação infravermelha e dificultam seu escape para o espaço. Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo o planeta aquecido. Portanto, o efeito estufa consiste em um fenômeno natural de aquecimento térmico que possibilita que a temperatura do planeta seja mantida em condições de sobrevivência dos seres vivos aqui presentes. Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas. POR QUE ALGUNS GASES POSSUEM EFEITO ESTUFA? No nível molecular, a radiação infravermelha IV é capaz de mudar o movimento de vibração ou rotação de uma molécula, submetendo-a a uma alteração líquida em seu momento de dipolo. Moléculas poliatômicas, como os gases de efeito estufa (CO2, CH4, N2O, H2O) vibram e absorvem a radiação IV, pois suas ligações covalentes sofrem deformação angular, bem como estiramentos e compressões em decorrência dos diferentes pesos dos átomos. Essas características das moléculas poliatômicas não ocorrem em espécies homonucleares, como o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) atmosféricos, que são moléculas simétricas e, portanto, não sofrem alteração no momento de dipolo. Segundo alguns autores, os principais gases de efeito estufa (GEE) são o dióxido de carbono (CO2), responsável por 55% a 60% do efeito estufa, seguido pelo gás metano (CH4), com 15% a 20% de contribuição, os compostos halogenados, como os clorofluorcarbonos (CFCs), com cerca de 15% e o óxido nitroso (N2O), com cerca de 5% de contribuição. 8 118 Observação: essa proporção de contribuição não considera o vapor de água, apenas os gases passíveis de serem controlados por emissões humanas. A principal faceta do que se conhece por mudanças climáticas é, indubitavelmente, o aumento da temperatura terrestre que vem sendo observado nas últimas décadas. Calcula-se que, no período préindustrial, a concentração de CO2 na atmosfera era de aprox. 280 ppm (partes por milhão), enquanto atualmente a concentração é estimada em aprox. 420 ppm. Vejamos alguns apontamentos do IPCC no relatório publicado em 20232: 1) O aquecimento global induzido pela humanidade, de 1,1°C, desencadeou mudanças no clima do planeta sem precedentes na história recente. Algumas evidências do aquecimento global em andamento apontadas pelo IPCC são: - as concentrações de CO2 na atmosfera é a maior dos últimos 2 milhões de anos; - o derretimento das geleiras é o maior dos últimos 2 mil anos e o nível do mar aumentou mais rápido do que em qualquer século nos últimos 3 mil anos; - a última década foi a mais quente do que qualquer período nos últimos 125 mil anos; - o aumento do aquecimento dos oceanos é o maior desde a última era do gelo; - a acidificação dos oceanos atingiu o nível mais alto dos últimos 26 mil anos. 2) Os impactos do clima nas pessoas e ecossistemas são mais vastos e severos do que se esperava, e os riscos futuros aumentam a cada fração de grau de aquecimento. Cerca de metade da população global vive atualmente em situações de escassez severa de água durante pelo menos um mês por ano, enquanto as altas temperaturas facilitam a disseminação de doenças vetoriais. As mudanças climáticas também dificultam melhorias na produtividade agrícola e, desde 2008, inundações e tempestades extremas obrigaram mais de 20 milhões de pessoas a deixar suas casas todos os anos. Assim, restringir a ultrapassagem do limite de 1,5°C, em tempo e magnitude, será essencial para assegurar um futuro seguro e habitável, assim como manter o aquecimento o mais próximo possível ou abaixo de 1,5°C. Mesmo que esse limite seja ultrapassado até o final do século, o imperativo de reduzir rapidamente as emissões de GEE a fim de evitar níveis ainda mais altos de aquecimento (e os impactos associados a esse aumento) permanece inalterado. 2 Maiores informações em: https://www.wribrasil.org.br/noticias/10-conclusoes-do-relatorio-do-ipcc-sobre-mudancas-climaticasde-2023 9 118 3) Medidas de adaptação podem construir resiliência, mas é necessário aumentar o financiamento para expandir as soluções. A adaptação baseada em ecossistemas, por exemplo, pode ajudar as comunidades a se adaptarem aos impactos climáticos já devastadores em suas vidas e meios de subsistência. Ao mesmo tempo, também protege a biodiversidade, contribui para a saúde, reforça a segurança alimentar, gera benefícios econômicos e fortalece o sequestro de carbono. Muitas medidas de adaptação baseadas em ecossistemas – incluindo a proteção, restauração e manejo sustentável dos ecossistemas, bem como práticas agrícolas mais sustentáveis, como a integração de árvores nas áreas de cultivo e a diversificação das culturas – podem ser implementadas a custos relativamente baixos. Além disso, a colaboração com povos indígenas e comunidades locais é fundamental para o sucesso dessa abordagem, assim como assegurar que as estratégias de adaptação baseadas em ecossistemas sejam planejadas levando em consideração os impactos futuros da temperatura global nos ecossistemas. 4) Alguns impactos climáticos já são tão graves que não é mais possível se adaptar a eles, gerando perdas e danos. Comunidades costeiras nas regiões tropicais, por exemplo, já viram sistemas de recifes de corais inteiros, que antes mantinham seus meios de subsistência e segurança alimentar, passarem por uma mortalidade generalizada. Em paralelo, o aumento do nível do mar já obrigou pessoas vivendo em áreas mais baixas a se mudarem para terrenos mais altos, abandonando locais associados à suas culturas. Na COP 27, os países deram um passo essencial ao concordar em estabelecer arranjos financeiros para perdas e danos, incluindo um fundo exclusivo, embora agora eles precisem definir como esses arranjos, bem como o novo fundo, funcionarão na prática. 5) Em trajetórias alinhadas ao limite de 1,5°C, o pico das emissões de GEE acontece antes de 2025. Mudar o rumo para manter o aquecimento global em 1,5°C (sem ultrapassar esse limite ou com uma margem pequena de ultrapassagem) exige uma redução profunda das emissões de GEE em curto prazo. Nos cenários que mantêm o aquecimento global dentro dessa meta, o pico das emissões de GEE acontece imediatamente antes de 2025, no mais tardar. Em seguida, as emissões caem drasticamente – 43% até 2030 e 60% até 2035 em relação aos níveis de 2019. Embora existam alguns sinais positivos – a taxa de crescimento anual das emissões de GEE desacelerou de uma média de 2,1% ao ano entre 2000 e 2009 para 1,3% ao ano entre 2010 e 2019, por exemplo –, o avanço global na mitigação das mudanças climáticas permanece fora do ritmo necessário. As emissões de GEE registraram um aumento constante ao longo da última década, atingindo 59 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e) em 2019. 6) O mundo precisa parar de usar combustíveis fósseis – a principal causa da crise climática. 10 118 Um conjunto de estratégias pode ajudar nessa tarefa, incluindo desativar as infraestruturas existentes baseadas na queima de combustíveis fósseis, cancelar novos projetos, adaptar usinas de energia fóssil com tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) e ampliar fontes de energia renovável, como a solar e a eólica (que hoje são mais baratas que os combustíveis fósseis em muitas regiões). 7) Precisamos de transformações urgentes e sistêmicas para garantir um futuro resiliente de zero líquido. Embora a redução rápida das emissões de GEE originadas pela queima de combustíveis fósseis seja essencial no combate à crise climática, esses cortes devem ser acompanhados por esforços para acelerar mudanças sistêmicas nos setores de energia, construções, indústria, transportes e agricultura, silvicultura e outros usos da terra. 8) A remoção de carbono hoje é essencial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. Descarbonizar todos os sistemas e construir resiliência não será suficiente para atingir as metas climáticas. O IPCC descobriu que todos os cenários que mantêm o aquecimento dentro do limite de 1,5°C dependem, em algum nível, da remoção de carbono, que envolve tanto soluções naturais, como sequestrar e armazenar carbono nas árvores e no solo, quanto tecnologias emergentes que capturam o dióxido de carbono diretamente do ar. 9) O financiamento climático tanto para mitigação quanto para adaptação precisa de um aumento significativo nesta década. O IPCC mostra que o fluxo atual de financiamento público e privado para combustíveis fósseis ultrapassa em muito o direcionado a medidas de mitigação e adaptação. Assim, embora o financiamento climático público e privado tenha aumentado mais de 60% desde o Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, ainda é preciso muito mais para cumprir as metas climáticas globais. 10) As mudanças climáticas – e nossos esforços de adaptação e mitigação – vão aumentar a desigualdade se não garantirmos uma transição justa. As famílias entre os 10% mais ricos, incluindo uma parcela relativamente ampla em países desenvolvidos, emitem mais de 45% dos gases de efeito estufa em todo o mundo. Em paralelo, famílias na faixa dos 50% mais de renda mais baixa são responsáveis por no máximo 15% das emissões. Os efeitos das mudanças climáticas, porém, já afetam de forma mais severa as comunidades mais pobres e marginalizadas. 11 118 Segundo o IPCC, o mundo precisa atingir o pico das emissões de GEE no máximo até 2025, reduzi-las pela metade até 2030 e atingir o zero líquido em 2050! (IBRASP/PREFEITURA DE ÁGUA FRIA DE GOIÁS - 2018) Um dos problemas ambientais provocados pelas fontes de poluição atmosférica, especialmente os veículos automotores, é o aumento do efeito estufa. Sobre o efeito estufa, considere as seguintes afirmativas. I. O aumento do efeito é responsável pela destruição da camada de ozônio. II. O gás carbônico é o principal gás responsável pelo aumento do efeito estufa. III. O efeito estufa não é um fenômeno natural. Estão incorretas as afirmativas: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III. Comentários: O item I está errado, porque misturou os conceitos. O que provoca a destruição da camada de ozônio são moléculas que contêm cloro e bromo provenientes dos clorofluorcarbonetos (CFCs), não o efeito estufa. O item II está correto. Embora o CO2 não seja o gás com maior poder de absorção da radiação infravermelha, ele é o mais determinante no aumento do efeito estufa em razão das quantidades emitidas. O item III está errado, pois o Efeito Estufa é um fenômeno natural de aquecimento térmico primordial para a vida na medida em que possibilita que a temperatura do planeta seja mantida em condições de sobrevivência dos seres vivos aqui presentes. Desse modo, apenas os itens I e III estão errados, sendo a alternativa B o nosso gabarito. 12 118 Os dois principais efeitos imediatos do aquecimento global são o aumento da temperatura e o aumento do nível do mar mas, a partir desses efeitos, é possível verificar uma série de outros impactos possíveis, tais como:  limitação da amplitude geográfica dos sistemas ecológicos e humanos, sobretudo aqueles com alto endemismo ou outras propriedades distintivas. Exemplos: recifes de coral, o Ártico e seu povo indígena, geleiras de montanha e hotspots de biodiversidade;  impactos à saúde humana, meios de subsistência, bens e ecossistemas causados por eventos climáticos extremos, tais como ondas de calor, chuvas intensas, secas e incêndios florestais associados e inundações costeiras;  impactos que afetam desproporcionalmente grupos específicos devido à distribuição desigual dos perigos físicos da mudança do clima, exposição ou vulnerabilidade;  danos monetários globais, degradação em escala global e perda de ecossistemas e biodiversidade;  mudanças relativamente grandes, abruptas e por vezes irreversíveis nos sistemas causadas pelo aquecimento global, como a desintegração dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida;  efeitos deletérios em muitos organismos, inclusive pássaros migratórios, mamíferos (por exemplo, ursos polares) e predadores em posições elevadas da cadeia alimentar;  acidificação dos oceanos e consequente branqueamento de recifes de corais ou até mesmo sua mortalidade generalizada;  mudanças regionais na distribuição e produção de determinadas espécies de peixes, com efeitos adversos para a pesca e a aquicultura;  deslocamentos populacionais nas zonas litorâneas, desaparecimento de ilhas e perda de terras úmidas litorâneas em decorrência do aumento do nível do mar;  extinção de certas espécies de fauna e flora incapazes de se adaptarem às mudanças do clima e favorecimento de surgimento de espécies invasoras exóticas;  redução da disponibilidade de água e do potencial de energia hidrelétrica;  aumento das secas nas latitudes médias e nas latitudes baixas semiáridas;  aumento das pessoas expostas ao risco de escassez de água;  salinização e desertificação das terras agrícolas;  aumento da propagação de certas doenças infecciosas, em especial aquelas de transmissão vetorial (ex.: malária) e as de veiculação hídrica (ex.: diarreia) ou alimentar;  ônus nos serviços de saúde; 13 118  aumento de perdas materiais de infraestrutura geral das cidades (alagamentos de ruas e desmoronamentos de casas) e no campo (redução da produtividade na agricultura e na pecuária). Frise-se que esse é apenas um rol exemplificativo, que não esgota o assunto. De todo modo, resta evidente a importância de reduzir os impactos do aquecimento global. Para tanto, foi negociado, em 1997, o Protocolo de Quioto, primeiro tratado internacional que versou sobre o controle de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Protocolo de Quioto O Protocolo de Quioto foi formalizado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Quioto (Kyoto), Japão, em 1997. Não obstante, somente em 2004 o Protocolo atingiu a porcentagem mínima de adesão de 55% de países poluentes, sendo possível que o Protocolo entrasse em vigor no ano de 2005. No caso do Protocolo de Quioto, os gases de efeito estufa (GEEs) considerados são (Anexo A): dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), embora possuam efeito estufa considerável, não estão inclusos no Protocolo de Quioto por já serem objeto de controle do Protocolo de Montreal, que versa sobre a proteção da camada de ozônio. Os Estados Unidos, mesmo sendo um dos países que mais emitem gases poluente e tendo assinado o acordo em 1998, não o ratificaram e o abandonaram, sob a justificativa de que cumprir as metas estabelecidas por este tratado internacional comprometeria seu desenvolvimento econômico. Uma das críticas do Protocolo de Quioto e um dos motivos pelos quais as emissões globais não foram atingidas, mesmo com o atingimento das metas de várias das Partes, é justamente o fato de não ter incluído países que, considerados não tão desenvolvidos em 1998, tiveram altos índices de emissão nos anos seguintes, como China, Índia e mesmo o Brasil. 14 118 (CEBRASPE/CODEVASF – 2021) Considerando a importância internacional das convenções e dos protocolos que tratam da questão ambiental, julgue o item subsequente. A promoção de políticas e medidas que limitem ou reduzam emissões de gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal está contemplada no Protocolo de Quioto. Comentários: A questão está correta. Os clorofluorcarbonos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), embora possuam efeito estufa considerável, não estão inclusos no Protocolo de Quioto por já serem objeto de controle do Protocolo de Montreal, que versa sobre a proteção da camada de ozônio. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(FCC/SEMAR PI-2018) O Protocolo de Kioto considera como Gases de Efeito Estufa: a) Metano (CH4), Perfluorcarbonos (PFCs), Gás Cloro (Cl2) e Óxido nitroso (N2O). b) Óxido nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Sulfeto de hidrogênio (H2S). c) Hexafluoreto de enxofre (SF6), Sulfeto de hidrogênio (H2S), Metano (CH4) e Ozônio (O3). d) Gás Cloro (Cl2), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6) e Sulfeto de hidrogênio (H2S). e) Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6). Comentários: De acordo com o Anexo A do Protocolo de Quioto, os seguintes GEEs foram considerados: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Não se incluem, portanto, o gás cloro e o sulfeto de hidrogênio. Assim, a alternativa E está correta e é o nosso gabarito. MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO 15 118 Reconhecendo que o esforço econômico seria necessário para cumprimento das metas do Protocolo, ele previu 3 mecanismos para auxiliar os países desenvolvidos no cumprimento de suas metas de redução ou limitação de emissões de gases de efeito estufa. O primeiro mecanismo é a Implementação Conjunta (Joint Implementation) de projetos, permitindo que um país que possui limites de emissões desenvolva um projeto de remoção de emissões em outro país também desenvolvido, ficando assim com os créditos de carbono, aqui chamados de unidades de redução de emissões – URE (Emission Reduction Units - ERU). Assim, os países que investem podem implementar projetos em locais com custo menor, enquanto os que hospedam os projetos se beneficiam com os investimentos e transferência de tecnologias. Não obstante, como os países que hospedam os projetos também possuem suas metas, as reduções devem ser subtraídas do total de emissões designadas. O segundo mecanismo é o Comércio de Emissões (Emissions Trading), que permite que os países que possuem unidades de emissão de sobra (emissões permitidas, mas não utilizadas) vendam esse excesso de capacidade para os países que estão buscando o cumprimento de suas metas. O terceiro e último mecanismo é o mecanismo de desenvolvimento limpo - MDL (Clean Development Mechansim – CDM), que consiste no mecanismo de flexibilização mais importante para nosso estudo, uma vez que é o único que possibilita a participação de países não incluídos no Anexo I, isto é, países considerados menos desenvolvidos pelo Protocolo, como o Brasil. O MDL consiste no desenvolvimento de projetos que reduzam a emissão de gases de efeito estufa. Assim, os projetos no âmbito do MDL são implementados em países menos desenvolvidos e em desenvolvimento, os quais podem vender as reduções de emissão de GEE, denominadas Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para os países desenvolvidos, auxiliando-os assim a cumprir as suas metas e compromissos de redução de GEE assumidos junto ao Protocolo de Quioto. As RCEs são, portanto, certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE), o que gera o chamado crédito de carbono. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono. Dessa forma, concilia-se a implantação de projetos que contribuem para o desenvolvimento sustentável em países menos desenvolvidos (chamados países anfitriões) com a assistência aos países mais desenvolvidos para que cumpram seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões de gases do efeito estufa. Os créditos de carbono podem ser negociados no mercado internacional, atribuindo um valor monetário à poluição. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Além dos países menos desenvolvidos, as indústrias que conseguiram diminuir suas emissões 16 118 abaixo das cotas determinadas também podem vender o excedente de "redução de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional. Os principais setores em que projetos MDL podem ser desenvolvidos são os de geração, distribuição e demanda de energia, indústrias de produção, indústrias químicas, construção, transporte, mineração e agricultura. O Protocolo de Quioto previa um calendário no qual os países desenvolvidos teriam o compromisso de reduzir os gases de estufa (GEE) em 5,2% até 2012, voltando aos níveis de poluentes emitidos em 1990. Em 2012, o Protocolo sofreu uma emenda (Emenda de Doha) para um novo período de vigência, de 2013 a 2020, com metas de redução de 18% das emissões, mas um tratado posterior substituiu essas metas: o Acordo de Paris. Acordo de Paris O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. No Brasil, o Acordo de Paris foi promulgado pelo Decreto nº 9.073/2017. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima. Outros objetivos são: - aumentar a capacidade de adaptação aos impactos negativos da mudança do clima e promover a resiliência à mudança do clima e um desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa, de uma maneira que não ameace a produção de alimentos; e - tornar os fluxo financeiros compatíveis com uma trajetória rumo a um desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa e resiliente à mudança do clima. Adaptação refere-se a iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima, ou seja, para adaptá-los a essas mudanças. 17 118 Claro que é importante tentar frear a ocorrência de tais eventos, mas, na impossibilidade de evitá-los completamente, deve-se procurar a adaptação a eles. Por exemplo: medidas que evitem estragos decorrentes do aumento do nível dos oceanos nas cidades litorâneas, procurando deslocar as populações desses locais e evitar as áreas de maior risco, são medidas de adaptação. As medidas de adaptação são especialmente importantes para os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis a eventos climáticos extremos. Nesse contexto, cada Parte, conforme o caso, deve empreender processos de planejamento em adaptação e adotar medidas como o desenvolvimento ou fortalecimento de planos, políticas e/ou contribuições pertinentes, que podem incluir: a) A implementação de medidas, iniciativas e/ou esforços de adaptação; b) O processo para elaborar e implementar planos nacionais de adaptação; c) A avaliação dos impactos e da vulnerabilidade à mudança do clima, com vistas à formulação de ações prioritárias nacionalmente determinadas, levando em conta as populações, as localidades e os ecossistemas vulneráveis; d) O monitoramento, a avaliação e a aprendizagem a partir de planos, políticas, programas e medidas de adaptação; e e) O desenvolvimento da resiliência de sistemas socioeconômicos e ecológicos, incluindo por meio da diversificação econômica e da gestão sustentável de recursos naturais. Ainda em relação às medidas de adaptação, as Partes reconhecem que tais medidas devem seguir uma abordagem liderada pelos países, que responda a questões de gênero, seja participativa e plenamente transparente, levando em consideração grupos, comunidades e ecossistemas vulneráveis, e que as referidas medidas devem se basear e ser orientadas pelo melhor conhecimento científico disponível e, conforme o caso, pelos conhecimentos tradicionais, conhecimentos dos povos indígenas e sistemas de conhecimentos locais, com vistas a incorporar a adaptação às políticas e ações socioeconômicas e ambientais relevantes, conforme o caso. Cada Parte deve, conforme o caso, apresentar e atualizar periodicamente uma comunicação sobre adaptação, que poderá incluir suas prioridades, necessidades de implementação e de apoio, planos e ações, sem que se crie qualquer ônus adicional para as Partes países em desenvolvimento. Essa comunicação sobre adaptação deve ser, conforme o caso, apresentada e atualizada periodicamente, como um componente ou em conjunto com outras comunicações ou documentos, incluindo um plano nacional de adaptação, uma contribuição nacionalmente determinada e/ou em uma comunicação nacional. 18 118 (CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO CRISTÓVÃO-SE – 2023) O Acordo de Paris é um tratado global que estipula medidas de redução de emissão de dióxido de carbono com o propósito de enfrentar a ameaça da mudança do clima no planeta e reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes disso. Assinale a opção que apresenta o ano em que o Acordo de Paris foi celebrado e o ano em que as medidas firmadas nesse acordo começaram a ser cumpridas, respectivamente. a) 2016 e 2022 ==b73== b) 2015 e 2020 c) 2015 e 2022 d) 2016 e 2020 Comentários: Pessoal, o Acordo de Paris foi firmado em 2015, com previsão inicial de início de cumprimento das medidas em 2020 (a primeira revisão oficial do Acordo aconteceu na COP-26, ao final de 2021). Gabarito: alternativa B. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO CRISTÓVÃO-SE – 2023) Ao celebrarem o Acordo de Paris, os governos dos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima assumiram o compromisso de a) combater a pobreza e a fome e seus impactos sobre a cadeia trófica. b) combater as desigualdades regionais que causam a degradação da biodiversidade. c) agir para manter os índices anômalos da alta troposfera abaixo dos 2 °C em relação à média anual de precipitação pluviométrica. d) agir para manter o aumento da temperatura média mundial abaixo dos 2 °C em relação aos níveis préindustriais, envidando esforços para limitar esse aumento a 1,5 °C. Comentários: O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços 19 118 para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima. Gabarito: alternativa D. Pessoal, superando a grande problemática do Protocolo de Quioto, o Acordo de Paris prevê que todas as Partes devem envidar esforços para formular e comunicar estratégias de longo prazo para um desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, tanto os países mais desenvolvidos quanto os menos possuem responsabilidades no âmbito do Acordo de Paris. A ideia é que cada nação faça sua parte por meio das chamadas contribuições nacionalmente determinadas (em inglês, Nationally Determined Contributions – NDCs) à resposta global à mudança do clima, isto é, esforços e metas para atingir os objetivos propostos. Cada Parte deve preparar, comunicar e manter sucessivas contribuições nacionalmente determinadas que pretende alcançar, adotando medidas de mitigação domésticas, com o fim de alcançar os objetivos daquelas contribuições. A contribuição nacionalmente determinada sucessiva de cada Parte deve representar uma progressão em relação à contribuição nacionalmente determinada então vigente e refletir sua maior ambição possível, tendo em conta suas responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais. A ideia é que cada vez as metas sejam cada vez mais ambiciosas e acelerem no sentido de diminuição de emissões e aumento de sumidouros. Inclusive, qualquer Parte pode, a qualquer tempo, ajustar a sua contribuição nacionalmente determinada vigente com vistas a aumentar o seu nível de ambição, de acordo com orientação adotada pela Conferência das Partes. Ao comunicar suas contribuições nacionalmente determinadas, todas as Partes devem fornecer as informações necessárias para fins de clareza, transparência e compreensão, e quaisquer decisões pertinentes da Conferência das Partes. Inclusive, as Partes devem prestar contas de suas NDCs, para que se evidencie o que está acontecendo em cada país. Ao contabilizar as emissões e remoções antrópicas correspondentes às suas contribuições, as Partes devem promover a integridade ambiental, a transparência, a exatidão, a completude, a comparabilidade e a consistência, e assegurar que não haja dupla contagem. 20 118 Aqui, novamente aparece a ideia da equidade e o princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas, à luz das diferentes circunstâncias nacionais de cada país. O Acordo reconhece que, para atingir a meta de longo prazo mencionada acima, as Partes países em desenvolvimento levarão mais tempo para atingir o ponto máximo de emissão para, a partir de então, realizar reduções rápidas das emissões de gases de efeito estufa, de acordo com o melhor conhecimento científico disponível. Inclusive, os países de menor desenvolvimento relativo e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento podem elaborar e comunicar estratégias, planos e ações para um desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa, refletindo suas circunstâncias especiais. Em termos gerais, o Acordo de Paris também prevê a necessidade de se criar fluxo financeiros e o suporte financeiro consistentes na direção de promover baixas emissões de gases de efeito estufa e o desenvolvimento resistente ao clima. Os países desenvolvidos devem prover recursos financeiros para auxiliar as Partes países em desenvolvimento tanto em mitigação como em adaptação, dando continuidade às suas obrigações existentes sob a Convenção. Assim, como parte de um esforço global, os países desenvolvidos devem continuar a liderar a mobilização de financiamento climático a partir de uma ampla variedade de fontes, instrumentos e canais, notando o importante papel dos recursos públicos, por meio de uma série de medidas, incluindo o apoio às estratégias lideradas pelos países, e levando em conta as necessidades e prioridades das Partes países em desenvolvimento. Essa mobilização de financiamento climático deve representar uma progressão para além de esforços anteriores. Nesse contexto, o Acordo prevê que os países desenvolvidos devem comunicar a cada 2 anos informações quantitativas e qualitativas, de caráter indicativo, incluindo, quando disponíveis, níveis projetados de recursos financeiros públicos a serem fornecidos às Partes países em desenvolvimento. Outras Partes que provenham recursos também são encorajadas a comunicar essas informações voluntariamente a cada 2 anos. Outro aspecto importante do Acordo de Paris diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e à transferência de tecnologia. As Partes, observando a importância da tecnologia para a implementação de ações de mitigação e adaptação e reconhecendo os esforços de aplicação e disseminação de tecnologias existentes, devem fortalecer sua ação cooperativa em matéria de desenvolvimento e transferência de tecnologias. 21 118 Desse modo, prevê-se novamente a necessidade de apoio, incluindo apoio financeiro, aos países em desenvolvimento para o fortalecimento da ação cooperativa em matéria de desenvolvimento e transferência de tecnologias em diferentes fases do ciclo tecnológico, com vistas a alcançar um equilíbrio entre o apoio destinado à mitigação e à adaptação. Particularmente em relação ao governo brasileiro, os principais compromissos firmados no Acordo de Paris envolvem as seguintes ações: → aumentar o uso de fontes alternativas de energia (além da fonte hidráulica), como a eólica e a solar; → aumentar a participação de bioenergias sustentáveis na matriz energética brasileira para 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis e incrementando a porcentagem de biodiesel na mistura de diesel; → cortar as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com o indicativo de redução de 43% até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005; → utilizar tecnologias limpas nas indústrias; → melhorar a infraestrutura dos transportes; → diminuir o desmatamento; → restaurar e reflorestar até 12 milhões de hectares de florestas; → zerar o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira até 2030; → compensar as emissões de gases de efeito de estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030; → fortalecer o cumprimento do Código Florestal, em âmbito federal, estadual e municipal; → aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para 18% até 2030, → alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030, incluindo: → expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030; → expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da participação de eólica, biomassa e solar; → alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030. 22 118 → promover novos padrões de tecnologias limpas e ampliar medidas de eficiência energética e de infraestrutura de baixo carbono no setor industrial; → no setor de transportes, promover medidas de eficiência, melhorias na infraestrutura de transportes e no transporte público em áreas urbanas; → ampliar a escala de sistemas de manejo sustentável de florestas nativas, por meio de sistemas de georreferenciamento e rastreabilidade aplicáveis ao manejo de florestas nativas, com vistas a desestimular práticas ilegais e insustentáveis; No Brasil, os principais desafios de cumprimento das metas do Acordo de Paris residem no combate ao desmatamento ilegal e na redução do efeito estufa gerado pelas atividades agropecuárias (mudanças no uso do solo, uso de fertilizante, emissão de metano3 por ruminantes etc.). Para finalizar o assunto do Acordo de Paris, é preciso e necessários sempre lembrar que não há obrigatoriedade no cumprimento das metas estabelecidas, o que muitas vezes dificulta o alcance dos objetivos propostos. O que houve é que as nações signatárias do Acordo assumiram as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (Nationally Determined Contributions – NDCs), que são metas voluntárias de redução de emissões, incrementadas a cada 5 anos. A primeira revisão oficial aconteceu na COP-26, ao final de 2021. Não obstante, cada vez mais há uma pressão internacional para que as metas do Acordo de Paris sejam levadas a sério, sendo um fator importante na agenda da política externa dos países que o ratificaram, dada a urgência de medidas para conter o aquecimento global. 3 O metano possui poder de absorver calor de 20 a 28 vezes maior que o gás carbônico. 23 118 COP-27 Após o Acordo de Paris, na 21ª COP, tivemos mais 6 reuniões semelhantes, sendo a mais recente a COP-27, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito. Alguns dos principais resultados desse último encontro foram: 1) Criação de um fundo para ajudar os países que enfrentam danos severos causados pelas mudanças climáticas. 2) Avanços em medidas de adaptação, mas não na escala e no ritmo necessários. Diferentemente dos avanços em perdas e danos, no que diz respeito à adaptação, o progresso ficou aquém do necessário para lidar com os impactos cada vez mais severos e rápidos das mudanças climáticas. 3) Reforço para as reformas de financiamento climático, o qual ocupou o centro das negociações no encontro. A decisão da COP 27 reflete a preocupação dos países em desenvolvimento de que o compromisso assumido pelas nações desenvolvidas de fornecer US$ 100 bilhões por ano ainda não foi cumprido. 4) Os cortes de emissões não foram suficientes. Na COP 27, os países entraram em um acordo em relação a compromissos que refletem apenas avanços modestos na redução de emissões. 5) Lançamento de novas iniciativas importantes na África. A COP 27 foi chamada de “COP africana” por ter acontecido no Egito e, sob esse guarda-chuva, diversas iniciativas africanas chamaram a atenção. 6) A maior parte das regras para os mercados de carbono foram finalizadas na COP26, e a COP27 deveria apenas acertar detalhes operacionais. Infelizmente, porém, as partes tiveram dificuldades com o grande volume de texto e a natureza altamente técnica do conteúdo. 7) Na COP 27, as soluções baseadas na natureza foram incluídas na decisão principal das negociações pela primeira vez. O texto incentiva as partes a considerarem soluções baseadas na natureza ou abordagens ecossistêmicas e, ao mesmo tempo, assegura garantias sociais e ambientais relevantes. Um dado importante, que é proveniente da COP anterior, a 26, realizada em Glasgow, na Escócia, diz respeito aos anos em que alguns países se comprometeram a zerar as emissões líquidas de gases de efeito 24 118 estufa. Veja na imagem4 abaixo e note que o Brasil manteve o compromisso de alcançar o zero líquido em 2050: (AMEOSC/PREFEITURA DE BARRA BONITA-SC – 2021) Em 2015 o governo brasileiro participou da Convenção de Paris, que reuniu diversas nações em prol da busca de soluções para potencializar o desenvolvimento sustentável, concordando em buscar cumprir o acordo de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). Fazem parte deste acordo: I. Aumentar a participação de fontes renováveis e não hidráulicas, como a eólica e solar; 4 Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/os-principais-resultados-da-cupula-de-lideres-mundiais-daonu-na-cop26-em-glasgow 25 118 II. Aumentar a participação da bioenergia sustentável, biocombustíveis e biomassa, juntamente com a busca de aumentar a eficiência energética no setor elétrico. III. Diminuir a produção de etanol em favor da queda do desmatamento, convertendo 20% desta área em ambientes de reflorestamento. IV. Promover tecnologia limpa e eficiência energética nos setores industrial e de transporte. Estão corretos: a) Apenas os itens I e II estão corretos. b) Apenas os itens III e IV estão corretos. c) Apenas os itens I, II e IV estão corretos. d) Todos os itens estão corretos. Comentários Acabamos de ver alguns dos principais compromissos que o Brasil assumiu no Acordo de Paris e entre eles constam o que está disposto nos itens I, II e IV. O item III, porém, não está correto: o etanol é considerado um biocombustível, não havendo previsão para diminuir sua produção, tampouco para converter 20% da área de plantio em ambientes de reflorestamento. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------(PREFEITURA DE BATAGUASSU – MS – 2021) O que é o acordo de Paris? a) É um compromisso internacional discutido entre 195 países com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global. b) É um compromisso internacional discutido entre 184 países com o objetivo de minimizar as consequências das queimadas na Floresta Amazônica. c) É um compromisso internacional discutido entre 175 países com o objetivo de conscientizar a população mundial sobre consequências das queimadas na Austrália e do mundo. d) É um compromisso entre os países europeus com o objetivo de aumentar os cuidados e preservação do meio ambiente. Comentários O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. Portanto, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito. 26 118 OUTROS EVENTOS CLIMÁTICOS Além do efeito estufa, outros eventos climáticos e meteorológicos naturais podem ser exacerbados diante do cenário atual de utilização dos recursos naturais, interferência antropogênica na natureza, adensamento populacional e mudanças climáticas em geral. Inicialmente, é interessante sabermos o conceito de período de retorno, pois já foi cobrado em prova. Trata-se do intervalo de tempo estimado entre dois fenômenos naturais de igual magnitude. Na climatologia, pode-se aplicar esse fator para se estimar as chances de ocorrência de certo terremoto de determinada magnitude. Em locais sujeitos a tais fenômenos, portanto, essa estimativa pode auxiliar no projeto construtivo de edificações pensadas para suportar tais eventos. Vejamos agora alguns aspectos acerca dos principais fenômenos de interessa para fins de provas de concursos públicos! El Niño e La Niña O El Niño, também chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS), é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento incomum (em geral, a cada 5 anos) das águas oceânicas do Oceano Pacífico nas proximidades do continente sul-americano e, mais intensamente, na costa do Peru. Trata-se de um aumento da ordem de 4 a 6 °C acima da média térmica das correntes quentes que aí circulam. Embora ocorra nessa localidade, os efeitos desse fenômeno podem ter dimensões planetárias, uma vez que há interação das águas superficiais do Oceano Pacífico com a atmosfera. Figura1 representativa da elevação das temperaturas das águas do Oceano Pacífico, na costa do Peru (El Ninõ) As origens da ocorrência do El Niño ainda não são totalmente conhecidas, mas estudiosos concordam que a interação entre o oceano e a atmosfera é que gera efeitos de escala global. O aumento dos fluxos de 1 Imagem passível de reprodução, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:El_Ni%C3%B1o_198283.png 27 118 calor sensível e de vapor de água da superfície do Oceano Pacífico para a atmosfera provoca mudanças na circulação atmosférica e na precipitação em escalas regional e global e, consequentemente, mudanças climáticas e nas condições meteorológicas de várias partes do mundo. Alguns dos efeitos observados são: secas anormais, precipitações intensas, perdas agrícolas, prejuízos à pesca, entre outros. No Brasil, o El Niño costuma provocar precipitações intensas na região sul, aumento das temperaturas nas regiões sul e sudeste, intensificação das secas no nordeste e reduções de chuvas no norte do país. Algumas consequências do El Ninõ em diversas regiões do globo, incluindo o Brasil. Já a La Niña é caracterizada como o processo contrário do El Niño, ou seja, um resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, gerando também impactos nas atividades humanas. Ocorre quando a porção leste do Pacífico fica sujeita ao aumento anormal das pressões, que geralmente são elevadas. Os episódios La Niña favorecem a chegada de frentes frias até a região nordeste do Brasil, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, bem como chuvas mais intensas nas regiões norte/nordeste e secas mais intensas na região sul (oposto do El Niño). No Centro-sul do Brasil, as frentes frias também têm sua passagem mais rápida que o normal e com mais força. Circulação Termohalina A circulação termohalina (termossalina) refere-se à circulação oceânica global movida pelas diferenças de densidade das águas dos oceanos devido a variações de temperatura ou salinidade. Conduzido pelos diferentes gradientes de densidade criados pelo calor da superfície e pelos fluxos de água doce, esse mecanismo de correntes oceânicas transporta grandes quantidades de calor e sal do equador aos polos. Uma mudança na força da circulação termohalina pode levar a grandes mudanças climáticas regionais e globais. 28 118 Tempestades Tropicais As tempestades tropicais são ciclones que podem ter denominações variadas a depender de onde ocorrem: são furacões no Caribe e no oceano atlântico, ciclones no oceano índico e Baía de Bengala, tufões nos mares da China e oceano pacífico, ciclones tropicais ao largo da Oceania, willy-willies na Austrália e baguiós nas Filipinas. As tempestades tropicais são centros ciclônicos, quase circulares, com pressão extremamente baixa, na qual os ventos giram em espiral. Geralmente, seu diâmetro varia de 160 a 650 km e a velocidade de seus ventos varia de 120 a 200 km/h. Deslocam-se à uma razão de 15 a 30 km/h, nunca se originam sobre superfícies terrestres e são enfraquecidos quando se movimentam sobre o continente e sobre superfícies aquáticas frias. Além das águas quentes dos oceanos (acima de 27 ºC), um furacão também depende de outras duas condições para existir: alta umidade do ar e ventos no mesmo sentido na baixa e na alta troposfera. Tornados Diferem-se dos ciclones pois se estabelecem em uma área menor, mas são considerados os fenômenos meteorológicos mais violentos, em consequência da alta concentração de energia que envolvem. Um tornado é visto como uma coluna ondulante de nuvens, aparentemente suspensa de uma espessa nuvem escura (cumulonimbus) e tocando a terra. No seu centro, o ar toma-se rarefeito sob a influência da força centrífuga e sua pressão cai para quase a metade do seu valor normal. As velocidades dos ventos perto do centro da coluna só podem ser calculadas, pois quaisquer instrumentos na sua proximidade são destruídos, sendo, entretanto, provável que estas velocidades alcancem valores próximos a 500 km/h. Os tornados ocorrem em frentes frias, quando o ar quente está muito úmido e instável, aparecendo onde há diferenças extremas entre a direção das massas de ar frio e quente. Tectonismo O tectonismo, com movimentações na escala de milhões de anos, pode causar mudanças nos padrões da circulação atmosférica e da circulação oceânica. As correntes oceânicas dependem da geometria dos oceanos e esta é controlada pela tectônica de placas. Ilhas de Calor Os centros urbanos apresentam características que favorecem o aumento da temperatura nesses locais, tais como a concentração de fontes de calor nas cidades, excesso de asfalto, prédios, pouca vegetação, emissão de poluentes condutores de calor, entre outros. 29 118 Desse modo, a ilha de calor urbana é caracterizada pela temperatura média anual em um centro urbano mais alta do que a de suas redondezas. Para se ter ideia, em alguns casos essa diferença pode atingir mais de 10 ºC. Em termos de poluição atmosférica, as ilhas de calor são fenômenos relevantes porque o contraste de temperatura forma uma circulação convectiva que contribui para a concentração de poluentes sobre as grandes cidades. Inversão Térmica Na troposfera, camada da atmosfera mais próxima a superfície terrestre, normalmente o ar vai se resfriando à medida que cresce a altitude. Assim, o ar mais próximo à superfície é mais quente e, portanto, menos denso, o que o possibilita de subir. ==b73== Quando, porém, uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impede-se o movimento ascendente do ar próximo à superfície, que já está mais denso, fenômeno conhecido por inversão térmica. Nesse sentido, é necessário que haja um deslocamento vertical dos ventos para o ar quente se misture com o ar frio e desestabilize o fenômeno. No período de inverno, esse fenômeno se intensifica diante da menor intensidade solar e da ausência de nebulosidade. Trata-se de um fenômeno que ocorre naturalmente em muitos lugares, mas que acaba sendo mais percebido nos grandes metrópoles em função da maior concentração de poluentes atmosféricos que são impedidos de dispersar e ficam aprisionados mais de maneira mais próxima à população. (IBFC/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - 2017) O fenômeno da inversão térmica encontra-se entre os fenômenos relacionados à poluição atmosférica. Sobre esse fenômeno assinale a alternativa incorreta. a) Ocorre geralmente em cidades muito industrializadas b) No fenômeno, na intersecção do ar quente com o ar frio forma-se uma camada de inversão, com o ar quente sob o ar frio, evitando que os poluentes passem para as camadas superiores da atmosfera c) Acontece principalmente nos períodos de inverno d) O fenômeno cessa quando ocorre deslocamento horizontal dos ventos e) Os poluentes ficam dispersos na troposfera, criando uma névoa sobre o local Comentários: A alternativa A está correta, porque a industrialização gera uma maior quantidade de poluentes emitidos, o que favorece a ocorrência da inversão térmica. 30 118 A alternativa B foi considerada correta, mas está errada. Veja que ela afirma que o ar quente fica sob o ar frio na inversão térmica, quando sabemos que o ar quente fica SOBRE o ar frio, isto é, acima dele. A alternativa C está correta, pois no período de inverno a inversão térmica se intensifica, uma vez que a camada de inversão fica mais estreita, o que aprisiona os poluentes de um modo mais próximo da população. A alternativa D está errada e foi considerada o gabarito, haja vista ser necessário um deslocamento vertical (não horizontal) dos ventos para o ar quente se misture com o ar frio e desestabilize o fenômeno. A alternativa E está correta, visto que a inversão térmica impede a dispersão de poluentes emitidos pelas fontes presentes na superfície terrestre. 31 118 QUESTÕES COMENTADAS – CONCEITOS INICIAIS DE CLIMA E METEOROLOGIA - MULTIBANCAS 1. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE BELÉM-PA - 2021) Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, em um nível simples, o tempo é o que está acontecendo na atmosfera em qualquer momento. O clima, em sentido estreito, pode ser considerado o "tempo médio" ou, de uma forma cientificamente precisa, pode ser definido como a "descrição estatística em termos de média e variabilidade de quantidades relevantes durante determinado período de tempo". Sobre climatologia e suas características, é correto afirmar que a) o tempo meteorológico é resultado das características dos elementos climáticos presentes na mesosfera, camada mais próxima da litosfera. b) o fator latitude implica num efeito sobre a temperatura do ar, a qual diminui a partir do Equador à medida em que aumenta a latitude em direção aos Polos. A latitude é também determinante no fotoperíodo e na radiação solar total recebida nas diferentes estações do ano. c) o fator relevo estabelece que quanto mais acidentado for o relevo mais frio será e quanto mais plano, mais quente. Isso ocorre, entre outros motivos, porque os raios solares se intensificam em superfícies sólidas. d) o Albedo é o conceito que define a força que o ar exerce sobre as superfícies com as quais tem contato, devido ao contínuo bombardeamento das moléculas que o compõem contra tais superfícies. O Albedo é uma medida de tal força por unidade de área. e) quanto maior a umidade relativa do ar maior será sua amplitude térmica. Sendo a umidade relativa do ar a definição da massa de vapor de água (usualmente em gramas) por unidade de volume (usualmente em m3 ). Comentários A alternativa A está errada, pois a camada mais próxima é a troposfera, não a mesosfera. A alternativa B está correta e é o nosso gabarito. Regra geral, quanto maior a latitude, mais frio será, pois mais espalhados ficam os raios solares. A alternativa C está errada, pois não há essa relação direta. O relevo pode favorecer temperaturas mais quentes ou mais frias em um determinado local, pois pode impedir ou favorecer a chegada de massas de ar, por exemplo. 32 118 A alternativa D está errada, pois trouxe uma ideia relacionada à pressão atmosférica, não ao albedo, que representa a relação entre a quantidade de luz refletida pela superfície terrestre e a quantidade de luz recebida do Sol. A alternativa E está errada. Em geral, é o contrário: quanto maior a umidade do ar, menor a amplitude térmica, pois a água esquenta e resfria mais devagar, segurando o calor. 2. (CONTEMAX/PREFEITURA DE CONCEIÇÃO-PB - 2019) O clima é definido por Max Sorre como uma "sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado local da superfície terrestre". (SORRE, M. A noção de gênero de vida e sua evolução. In: MEGALE, J. F. (Org.) Max Sorre: Geografia. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1984.) Sabendo que o clima de uma região se manifesta no sistema oceano-continente-atmosfera, assinale a alternativa que responda a seguinte pergunta: Quais são os elementos básicos que servem para definir o tipo climático de uma determinada região? ==b73== a) Relevo, pressão e temperatura. b) Vegetação, relevo e temperatura. c) Latitude, altitude e temperatura. d) Umidade, pressão e temperatura. e) Maritimidade, vegetação e relevo. Comentários Os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento, entre outros. Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as massas de ar, entre outras possibilidades. Só com essa diferenciação, já era possível acertar a questão, pois ela pede os elementos, não os fatores. Relevo, vegetação, latitude, altitude e maritimidade são fatores, não elementos. Já umidade, pressão e temperatura são elementos, sendo a alternativa D o nosso gabarito 3. (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE JUAZEIRO-BA - 2016) O tempo meteorológico é algo que varia muito sobre a face da Terra. Viajantes e escritores, desde épocas imemoriais, têm descrito as infinitas variações do tempo meteorológico, de lugar para lugar e, também, de tempo para tempo, no mesmo local. Sobre as diferenças entre tempo e clima, assinale a alternativa correta. a) O clima é a soma total das condições atmosféricas de um dado local, em um determinado tempo cronológico. b) O tempo meteorológico é a soma total das condições atmosféricas de um dado local, em um determinado tempo cronológico. 33 118 c) O tempo meteorológico é uma generalização ou a integração das condições do tempo para um certo período, em uma determinada área. d) O clima é uma experiência diária; é o estado instantâneo da atmosfera. e) Meteorologia e climatologia são sinônimos, pois não possui diferença entre tempo e clima. Comentários Para esta questão, cumpre diferenciar clima e tempo. Ambos constituem as combinações realizadas por certos valores dos elementos climáticos, ou seja, de estados da atmosfera, mas o tempo é caracterizado por um estado instantâneo e efêmero das condições atmosféricas, enquanto o clima é caracterizado por um conjunto de tendências duradouras, analisadas e estudadas ao longo de um período extenso, com pelo menos algumas dezenas de anos de dados acumulados. A alternativa A está errada, pois trouxe o conceito de tempo, não de clima. A alternativa B está correta e é o nosso gabarito, conforme justificativa anterior. A alternativa C está errada, pois é o clima meteorológico que é essa generalização ou a integração das condições de tempo. A alternativa D está errada, pois é o tempo que é um estado instantâneo, não o clima. A alternativa E está errada, visto que há sim diferença entre clima e tempo, conforme estudamos. 4. (IDECAN/SEARH-RN - 2016) O clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo durante um longo período, enquanto tempo climático é a combinação momentânea dos elementos que constituem o clima, refletindo as condições atmosféricas em um determinado instante. Portanto, o estudo do clima deve apoiar‐se na análise dos elementos e fatores climáticos. Constitui um fator que influencia o clima: a) Hidrografia. b) Massas de ar. c) Temperatura. d) Pressão atmosférica. Comentários Questão problemática, ao meu ver. Conforme estudamos, os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento, entre outros. Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as massas de ar, entre outras possibilidades. 34 118 Agora, vamos às alternativas: podemos pensar em temperatura e pressão atmosférica certamente como elementos do clima. Já a hidrografia pode ser pensada como um fator do clima, pois pode influenciar o clima de uma região. Por esse motivo, a banca apresentou a alternativa A como gabarito. Entretanto, as massas de ar também são classificadas pela maior parte dos autores como fatores do clima, não como elementos, o que dá margem para anulação da questão, que não foi concretizada. Apenas uma menor parte dos autores considera massas de ar como elementos climáticos, já que massa de ar é uma porção de ar da atmosfera que pode ser quente, fria, úmida, seca, influenciando e determinando a condição climática em grande escala espacial. 5. (CEBRASPE/SLU-DF - 2019) Julgue o próximo item, relativo a hidráulica, meteorologia e climatologia. Pressão atmosférica, velocidade do vento e umidade relativa do ar são fatores climáticos utilizados para a descrição das condições atmosféricas em determinado local, em dado instante. Comentários A questão apresentou elementos climatológicos e afirmou que são fatores climatológicos. Os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento e a, entre outros. Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as massas de ar, entre outras possibilidades. Portanto, questão errada. 6. (CEBRASPE/MPOG - 2015) A respeito de tempo e clima, julgue os itens a seguir. A afirmação “o inverno na cidade de Porto Alegre é o mais rigoroso do Brasil" relaciona-se ao conceito de tempo. Comentários Pessoal, inverno é uma estação do ano (refere-se a clima), não uma situação momentânea (tempo). Logo, questão errada. 7. (CEBRASPE/MPOG - 2015) A respeito de tempo e clima, julgue os itens a seguir. A afirmação “o aquecimento global deverá elevar a temperatura média da superfície da Terra em até cinco graus Celsius nos próximos anos" está relacionada ao conceito de clima. Comentários Agora sim! O aquecimento global é algo que modifica o clima como um todo, em grande escala temporal. 35 118 Questão correta. 8. (CEBRASPE/PEFOCE - 2012) A respeito da química da atmosfera, julgue o próximo item. Clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio ambiente atmosférico de determinada região ao longo do ano. Comentários É isso mesmo! Note que há várias definições possíveis de clima. Mas o importante é entender que se trata de conceito de integração dos estados de tempo (estados momentâneo) em uma escala temporal maior. Questão correta. 9. (METTA C&C/PREFEITURA DE POCINHOS-PB - 2011) Sobre a climatologia, julgue os itens a seguir em V ou F: I. Tempo e clima são popularmente considerados a mesma coisa, mas para a climatologia possuem importantes diferenças. II. Clima é o nome que se dá a faixa de temperatura que costuma ocorrer em um determinado local. III. A temperatura é o registro do calor da atmosfera de um lugar, cuja variação depende da sua localização e da circulação ambiental. É(são) VERDADEIRO(s) o(s) item(ns): a) I; b) I e II; c) I e III; d) II e III; e) I, II e III. Comentários A afirmativa I está correta. Embora muitas vezes tratados como sinônimos, o tempo é caracterizado por um estado instantâneo e efêmero das condições atmosféricas, enquanto o clima é caracterizado por um conjunto de tendências duradouras, analisadas e estudadas ao longo de um período extenso, com pelo menos algumas dezenas de anos de dados acumulados. A afirmativa II está errada pois, das possíveis definições de clima, "a faixa de temperatura que costuma ocorrer em um determinado local" não é uma delas. A Organização Mundial Meteorológica (OMM) define clima como o conjunto flutuante das condições atmosféricas caracterizadas pelos estados e evolução do tempo no curso de um período suficientemente longo. A afirmativa III está correta, porque trouxe uma adequada definição de temperatura. 36 118 Assim, apenas as afirmativas I e III estão corretas, sendo a alternativa C o nosso gabarito. 10. (CEBRASPE/IEMA-ES - 2004) Julgue o próximo item, que versam acerca dos principais fenômenos atmosféricos e da climatologia. Existe uma diferença entre fatores e elementos climáticos. Os elementos são aquelas grandezas meteorológicas que comunicam ao meio atmosférico suas propriedades e características peculiares, por exemplo, a temperatura do ar. Já os fatores são mecanismos que influenciam na variação dos elementos climáticos, como, por exemplo, os movimentos astronômicos. Comentários É isso mesmo! Os elementos meteorológicos ou climatológicos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera em um dado local e instante, tais como radiação solar, temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, velocidade do vento, a direção do vento, entre outros. Já os fatores meteorológicos ou climatológicos são agentes que influenciam esses elementos mencionados, tais como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as massas de ar, entre outras possibilidades (inclusive, os movimentos astronômicos, como a rotação e translação). Questão correta. 37 118 QUESTÕES COMENTADAS – AQUECIMENTO GLOBAL MULTIBANCAS 1. (QUADRIX/CRP 19ª REGIÃO - 2022) Um panorama do mundo atual permite encontrar avanços e retrocessos, guerra e paz, além de dinamismo econômico, que, no entanto, exclui uma parcela significativa da população mundial. A respeito desse cenário, julgue o item. Um relatório recente, produzido por especialistas convidados pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi enfático ao afirmar que o propalado aquecimento global é um tema politizado e que seus efeitos não comprometem o futuro do Planeta. Comentários Não precisava nem conhecer o relatório da ONU para saber que ela não iria publicar conteúdo no sentido de que o aquecimento global é um tema politizado e que seus efeitos não comprometem o futuro o Planeta. A grande maioria da comunidade científica e também a ONU são enfáticos ao afirmar que o aquecimento global é uma constatação objetiva e comprovada cientificamente e que seus efeitos comprometem sim o futuro do planeta. Logo, questão errada. 2. (CEBRASPE/FUB – 2022) Os dois extremos gelados do planeta estão sofrendo, mais do que qualquer outra parte da Terra, os efeitos do aquecimento global. Ártico e Antártida, regiões essenciais para a regulação da temperatura, derretem a um ritmo mais acelerado do que a ciência previa. Correio Braziliense, 20/3/2022, p. 12 (com adaptações). Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, e considerando a amplitude do tema que ele focaliza, julgue o item que se segue. A emissão em larga escala de gases de efeito estufa amplia o aquecimento global. Comentários Claro que sim! Lembre-se que o efeito estufa é um fenômeno natural, mas a sua exacerbação resultante da emissão em larga escala de GEEs agrava o que chamamos de aquecimento global. Questão correta! 38 118 3. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE COLÔMBIA-SP - 2021) Após dois anos de alta, as emissões de gases do efeito estufa do setor de energia pararam de aumentar em 2019, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). O jornal francês Les Echos destacou que 33 milhões de toneladas de gás carbônico foram emitidas em 2019, mesma quantidade do ano anterior. (Disponível em: Veja mais em https://noticias.uol.com.br/meioambiente/ultimasnoticias.) Quanto ao efeito estufa, está INCORRETO o que se afirma em: a) É um fenômeno atmosférico. b) O gás metano é o segundo maior contribuinte para o aumento das temperaturas da Terra. c) O uso de energias renováveis é uma das atividades que mais produzem gases de efeito estufa. d) Sua concentração na atmosfera impossibilita que o calor seja irradiado, aquecendo a superfície terrestre, elevando as temperaturas. Comentários A alternativa A está correta. Efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural responsável pela manutenção da vida na Terra. Sem a presença desse fenômeno, a temperatura na Terra seria muito baixa, o que impossibilitaria o desenvolvimento de seres vivos. A alternativa B está correta. O metano (CH4) está apenas atrás do CO2 em termos de contribuições para o aquecimento global. A alternativa C está errada e é o nosso gabarito. É a queima de combustíveis fósseis (ex.: carvão mineral e derivados de petróleo em geral) que mais produz GEEs. O uso de energias renováveis não utiliza combustíveis fósseis, que, por definição, são não renováveis. A alternativa D está correta. A concentração dos GEEs na atmosfera impede que o calor seja irradiado, aquecendo ainda mais a superfície terrestre. Esse aumento das temperaturas decorrente da intensificação do efeito estufa é conhecido como aquecimento global. 4. (PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC/PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC - 2021) “As emissões vão cair em 2020, mas as concentrações seguem aumentando. É pouco provável que nós possamos perceber qualquer desaceleração no nível de acúmulo de gases causadores do efeito estufa. “A confiança e dependência da ciência para informar as ações do governo e sociedade, na solução de uma emergência global, são exatamente as medidas que precisamos para promover planos que resolvam a próxima crise a ser enfrentada pela humanidade, diz Grahame Madge, porta-voz do Met Office. A próxima grande crise a ser enfrentada pela humanidade segundo o trecho acima é: Fonte: https://canaltech.com.br/meio-ambiente/aquecimento-global-2020-pode-bater-recordede-ano-maisquente-163997/. a) Mudança climática. b) Crise econômica. c) Crise da moeda verde. 39 118 d) Crise da União Europeia. Comentários Mudança climática se refere a transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Essas alterações podem ser naturais, mas, desde o século 18 as atividades humanas têm sido a principal causa das mudanças climáticas, principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis. Assim, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito. 5. (QUADRIX/PREFEITURA DE CANAÃ DOS CARAJÁS-PA - 2021) Ele é um fenômeno natural e essencial para a vida na Terra. Entretanto, a intensificação da emissão de gases poluentes na atmosfera tem gerado o aquecimento global. Esse fenômeno é o a) desenvolvimento sustentável. b) efeito estufa. c) protocolo de Kyoto. d) fundo verde para o clima. e) mecanismo de desenvolvimento limpo. Comentários O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas. Logo, a alternativa B está correta e é o nosso gabarito. 6. (QUADRIX/CRP-MS – 2021) Características marcantes do mundo atual são as mudanças, rápidas e profundas, que alteram a vida no Planeta. São transformações econômicas, políticas, sociais, culturais e ambientais que não encontram paralelo no passado. Considerando esse cenário, com seus aspectos positivos e negativos, e a realidade brasileira atual, julgue o item. Segundo muitos cientistas, a emissão de gases poluentes na atmosfera amplia o denominado efeito estufa, o que influenciaria as mudanças climáticas. Comentários A radiação infravermelha que aquece a superfície terrestre possui a tendência de escapar de volta para a atmosfera. Aí é que entra o papel dos chamados Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2 e o CH4 (metano), que são substâncias que absorvem parte dessa radiação infravermelha e dificultam seu escape para o espaço. 40 118 Isso impede que ocorra uma perda demasiada de calor para o espaço, mantendo o planeta aquecido. Portanto, o efeito estufa consiste em um fenômeno natural de aquecimento térmico que possibilita que a temperatura do planeta seja mantida em condições de sobrevivência dos seres vivos aqui presentes. Sem o efeito estufa, a Terra seria muito fria e não possibilitaria o desenvolvimento de muitas das espécies conhecidas, inclusive a humana. O grande problema relacionado ao efeito estufa é a sua intensificação excessiva, que pode ocasionar um aquecimento demasiado no planeta, inviabilizando diversas relações ecológicas e até mesmo a sobrevivência de certas espécies. Esse superaquecimento é conhecido como aquecimento global e faz parte dos processos de mudanças climáticas. Questão correta! 7. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) O século XX já foi definido como “era dos extremos”. Essa realidade não se alterou nas primeiras décadas do século XXI. Política, economia, cultura, comportamento, relações internacionais, meio ambiente, enfim, em todos os aspectos, o mundo contemporâneo busca construir um novo cenário, em meio a contradições e à crescente complexidade. A partir dessas considerações iniciais, relativas aos dias de hoje, julgue o item. Aquecimento global e mudanças climáticas são expressões usadas com frequência na atualidade e expressam a existência de estudos e de preocupação com o uso desenfreado dos recursos naturais, pondo em risco a própria vida no Planeta. Comentários Faz sentido! O aquecimento global é um fenômeno climático que refere-se ao aumento das temperaturas médias do Planeta nos últimos anos, tendo como principal causa a ação do homem sobre o meio. O termo “mudanças climáticas”, embora intimamente relacionado ao aquecimento global, é mais amplo, pois pode se referir a outras mudanças para além do aumento das temperaturas, como chuvas intensas, secas severas, enchentes, furacões etc. Questão correta. 8. (QUADRIX/CRP-MA - 2021) Um aspecto marcante do mundo, nos dias atuais, é a velocidade das mudanças que ocorrem em todos os setores. Da política à economia, na forma como as sociedades se organizam, tudo se transforma rápida e profundamente. Considerando essa realidade, julgue o item. Hoje há certeza científica de que a ação humana não promove alterações na natureza. Comentários Pelo contrário! É claro que a ação humana promove alterações na natureza, basta pensar em aspectos como desmatamentos, perda de hábitats promovidos pela substituição do uso e ocupação do solo, emissão de gases de efeito estufa, emissão de poluentes diversos etc. 41 118 Questão errada. 9. (QUADRIX/CRP-MS - 2021) As duas primeiras décadas do século XXI confirmam a realidade que o século anterior criara: a crescente importância do conhecimento científico e as incessantes inovações tecnológicas; a economia globalizada, ampliando os mercados e a circulação de capitais e de produtos; a mudança climática, negada por alguns, mas parecendo cada vez mais evidente; e as enormes desigualdades, que não dão sinal de arrefecimento. Considerando esse cenário da atualidade como referência inicial, julgue o item. Mundo afora, movimentam-se setores da sociedade no combate ao aquecimento global, o que envolve, entre outras ações, cortes profundos em emissões de carbono na atmosfera. Comentários De fato, tem havido, cada vez mais, movimentações de diversos setores no sentido de diminuir as emissões de gases de efeito estuda. ==b73== Alguns dos exemplos mais notórios são o Acordo de Paris e os relatórios do IPCC. Questão correta. 10. (PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS/PREFEITURA DE BATAGUASSU-MS – 2021) O que é o acordo de Paris? a) É um compromisso internacional discutido entre 195 países com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global. b) É um compromisso internacional discutido entre 184 países com o objetivo de minimizar as consequências das queimadas na Floresta Amazônica. c) É um compromisso internacional discutido entre 175 países com o objetivo de conscientizar a população mundial sobre consequências das queimadas na Austrália e do mundo. d) É um compromisso entre os países europeus com o objetivo de aumentar os cuidados e preservação do meio ambiente. Comentários Formalizado em 2015, o Acordo de Paris é um compromisso firmado por 195 países que prevê metas para a redução de emissão de gases do efeito estufa com o objetivo de tentar conter o avanço do aquecimento global. Assim, a alternativa A que está correta e é o nosso gabarito. 11. (OBJETIVA/PREFEITURA DE PATO BRAGADO-PR – 2021) As concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera atingiram um novo recorde no ano passado - disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM). (Fonte: UOL - adaptado.) Considerando-se o assunto da notícia, assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo CORRETAMENTE: 42 118 Caso o ritmo atual de aumento das concentrações de gases de efeito estufa se mantenha, o aumento da temperatura no final deste século vai superar, de longe, a meta estabelecida, em virtude do Acordo de ________, de limitar o aquecimento global a +1,5°C, ou a +2°C acima dos níveis pré-industriais. a) Paris. b) Genebra. c) Tóquio. d) Bangkok. Comentários O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima. A partir das explicações realizadas, a alternativa que corresponde ao que foi pedido na questão é a alternativa A, nosso gabarito. 12. (IBADE/ISE-AC – 2021) “A crise climática não é mais uma preocupação sobre o futuro. Em muitas partes do mundo, ela já começou.” (bbc news 31/10/2021). O ano de 2021 foi o mais quente já registrado. Milhões de pessoas estão vivendo em temperaturas extremas, enfrentando uma ameaça crescente de enchentes ou incêndios florestais. Pode-se afirmar que as causas do aquecimento global são, entre outras: I- o uso de combustíveis fósseis II- a prática indiscriminada de queimadas. III- a prática indiscriminada do desmatamento. IV- a prática da redução do CO2. V- O descarte descuidado do lixo, sobretudo o orgânico, pois sua decomposição forma gases como o metano. Dos itens acima mencionados, estão corretos, apenas: a) I e III. b) II e IV. 43 118 c) I, III e V. d) I, II, III e V. e) II, III, IV e V. Comentários Os itens I, II e III estão corretos. De fato, queima de combustíveis fósseis, desmatamento e queimadas contribuem para emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, bem como a redução do sequestro de carbono. Já o item IV está errado, pois a redução de CO2 não favorece o aquecimento global, pelo contrário. O item V também está correto, porque o metano é um gás emitido pelo lixo em decomposição e possui alto poder de aquecimento! Assim, os itens I, II, III e V estão corretos e a alternativa D é o nosso gabarito. 13. (FGV/FAMEMA - 2021) Desde 2015, negociadores de países e governos do mundo se reúnem anualmente na Conferência do Clima para acordar medidas capazes de limitar as emissões de gases de efeito estufa e se aproximar das metas estabelecidas no Acordo de Paris que, previa-se, entraria em vigor em 2020. Por isso, a Conferência do Clima de 2019 (COP 25) gerou grande expectativa: os líderes dos países tinham em mãos uma grande oportunidade de resolver questões importantes do Acordo de Paris, como o Art. 6, sobre os mercados de carbono. O tratado internacional conhecido como Acordo de Paris, debatido na COP 25 e do qual o Brasil é signatário, resultou a) de uma visão malthusiana do desenvolvimento econômico. b) da confiança nos mecanismos de autorregulação do mercado. c) da progressiva afirmação do conceito de desenvolvimento sustentável. d) dos compromissos entre países produtores e consumidores de petróleo. Comentários A alternativa A está errada. O conceito de desenvolvimento econômico empregado nas discussões na COP 25 não está relacionado ao crescimento populacional propagado por Malthus. A ideia veiculada na COP 25 foi de um desenvolvimento econômico sustentável que respeite o clima e diminua as emissões de gases de efeito estufa. A alternativa B está errada, pois, se for depender dos mecanismos de autorregulação do mercado, apenas o viés econômico seria observado e não haveria incentivo para diminuir as emissões de GEEs. A alternativa C está correta e é o nosso gabarito. O objetivo da COP foi discutir ações de desenvolvimento sustentável respeitando o clima e diminuindo as emissões de gases de efeito estufa, o que reafirma o conceito de desenvolvimento sustentável. 44 118 A alternativa D está errada, uma vez que a discussão não foi pautada no sentido de estabelecer compromissos entre produtores e consumidores, mas sim a todos os quase 200 países. 14. (AOCP/PREFEITURA DE BELÉM-PA – 2021) Em 2015, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), foi adotado um novo acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. Foi aprovado por países Parte da UNFCCC, para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis préindustriais. O excerto faz referência a) ao Acordo de Paris. b) ao Protocolo de Quioto. c) ao Protocolo de Montreal. d) à Convenção de Viena. e) à Cúpula da Terra. Comentários O Acordo de Paris foi adotado durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), em Paris, com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima. Logo, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito. 15. (IBADE/ISE-AC – 2021) O Acordo foi feito no dia 12 de dezembro de 2015 durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP). As propostas do Acordo de Paris entraram em vigor no dia 4 de novembro de 2016. Cento e noventa e seis países assinaram o Acordo de Paris em 2015. Os Estados Unidos abandonaram o Acordo durante o governo do expresidente Donald Trump. Em 2021, com a eleição de Biden, o país voltou a seguir o documento. O descumprimento do “Acordo” por algum dos países que assinaram o documento não prevê punição posto tratar-se de: a) uma cooperação mundial de combate ao aquecimento global. b) um registro do compromisso entre as nações envolvidas nas guerras do século XX. 45 118 c) um acordo feito entre os reinos de Portugal e Espanha, assinado em Paris na presença de 196 países. d) um acordo de cessar-fogo a vigorar em toda a Europa, que implicou a suspensão de todos os enfrentamentos sobre temas como mudanças climáticas e potencial armamentício. e) um acordo sobre o derretimento das geleiras no continente Antártico. Comentários Pessoal, o Acordo de Paris é uma cooperação mundial de combate ao aquecimento global. O tratado foi aprovado pelos 195 países Parte da CQNUMC para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e os impactos da mudança do clima. Assim, a alternativa A está correta e é o nosso gabarito. 16. (IBADE/ISE-AC – 2021) “O Brasil anunciou, em Glasgow, um aumento das suas metas de redução de emissões de gases. Nós tínhamos um compromisso de reduzir em 43% as emissões, até o ano de 2030, com base nas emissões de 2005. Em Glasgow nós elevamos isso para 50%.” (Ronaldo Costa Filho, Embaixador https://news.un.org/pt/interview/2021/) do Brasil nas Nações Unidas. Acerca do assunto, podem ser citadas algumas ações dos governos necessárias para diminuir a emissão de gás carbônico como, EXCETO: a) Implantação de energia renovável. b) Incentivo, à agricultura sustentável. c) Incentivo a diminuição do uso de agrotóxicos. d) Ampliação da produção de energia termelétrica. e) Redução do desmatamento e queima das florestas. Comentários Pessoal, as usinas termelétricas produzem energia por meio da queima de combustíveis fósseis, então é evidente que a ampliação da produção por parte dessas usinas não constitui uma ação para diminuir a emissão de gás carbônico. Logo, a alternativa D está errada e é o nosso gabarito. Todas as demais alternativas trouxeram ações que, em princípio, evitam ou diminuem a emissão de CO2 e outros GEEs, seja pela diminuição de emissões (ex.: energia sustentável) seja pelo aumento de sequestro (ex.: redução do desmatamento). 46 118 17. (PREFEITURA DE TIJUCAS-SC/PREFEITURA DE TIJUCAS-SC – 2021) O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as consequências do aquecimento global que hoje vivenciamos são uma pequena mostra do que está por vir. Assinale a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento global, segundo o IPCC. a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2). b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas que causam enormes danos ambientais. c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO 2) e outros gases de efeito estufa. d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em grandes territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que produzem o efeito estufa. e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais quentes do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores. Comentários A alternativa A está errada, porque tais métodos alternati

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