Treinamento de Conselheiros - Apostila para Embaixadores do Rei PDF
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Fábio Henrique Pontes
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This document is a training manual for counselors of the "Embaixadores do Rei" organization, aimed at equipping leaders to work with boys. It covers topics such as the importance of organizing boys' groups, different developmental stages of boys, and coaching skills. The manual also suggests creating effective youth ministries by providing specific approaches and examples.
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Treinamento de Conselheiros Embaixadores do Rei Fábio Henrique Pontes SUMÁRIO NECESSIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO PARA MENINOS......................................................................5 EMBAIXADORES DO REI............................................................
Treinamento de Conselheiros Embaixadores do Rei Fábio Henrique Pontes SUMÁRIO NECESSIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO PARA MENINOS......................................................................5 EMBAIXADORES DO REI....................................................................................................................................8 AGRUPAMENTO: UMA TENDÊNCIA DA ADOLESCÊNCIA...........................................................................................8 UM GRUPO FORTE E VITORIOSO..............................................................................................................................8 O UNIVERSO DA ORGANIZAÇÃO EMBAIXADORES DO REI......................................................................................8 ÁREAS DE CRESCIMENTO DO ER...........................................................................................................................10 HISTÓRICO DOS EMBAIXADORES DO REI.................................................................................................12 EMBAIXADORES DO REI NOS EUA.......................................................................................................................12 EMBAIXADORES DO REI NO BRASIL......................................................................................................................12 OS MENINOS........................................................................................................................................................14 DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS...........................................................................................................14 NECESSIDADES BÁSICAS DOS MENINOS................................................................................................................15 JUNIORES..............................................................................................................................................................16 ADOLESCENTES....................................................................................................................................................18 O CONSELHEIRO DOS EMBAIXADORES DO REI......................................................................................21 QUALIDADES DO CONSELHEIRO DOS EMBAIXADORES DO REI..............................................................................21 O QUE O CONSELHEIRO NÃO É...............................................................................................................................25 QUATRO GRANDES DESAFIOS DO CONSELHEIRO...................................................................................................25 COMO ORGANIZAR UMA EMBAIXADA.......................................................................................................26 A DIRETORIA DA EMBAIXADA......................................................................................................................30 ONDE ENCONTRAR UMA DIRETORIA ASSIM?.........................................................................................................31 QUEM PODE PARTICIPAR DA DIRETORIA – E QUEM NÃO PODE!..............................................................................31 QUEM ESCOLHE A DIRETORIA?.............................................................................................................................32 COMECE PELO CORAÇÃO......................................................................................................................................33 CHAVES PARA O SUCESSO COM A DIRETORIA DA EMBAIXADA.............................................................................33 VALORIZAÇÃO E RECOMPENSA DA DIRETORIA.....................................................................................................34 INICIANDO O TREINAMENTO DA DIRETORIA.........................................................................................................35 TREINANDO O EMBAIXADOR-CHEFE....................................................................................................................35 TREINANDO O ASSISTENTE...................................................................................................................................36 TREINANDO O SECRETÁRIO...................................................................................................................................37 TREINANDO O INTENDENTE..................................................................................................................................37 TREINANDO O PORTA-VOZ...................................................................................................................................38 TREINANDO OS CÔNSULES....................................................................................................................................38 POSSO TER MAIS CARGOS?....................................................................................................................................39 FAZENDO SUA EMBAIXADA DECOLAR......................................................................................................40 UNINDO OS EMBAIXADORES DO REI.....................................................................................................................40 ACOMPANHANDO INDIVIDUALMENTE OS EMBAIXADORES DO REI.......................................................................40 MANTENDO A EMBAIXADA EM ATIVIDADE E CRESCIMENTO CONTÍNUO................................................................42 MANTENDO A IGREJA ENTUSIASMADA COM A EMBAIXADA..................................................................................46 O REINO DE DEUS NÃO PÁRA NOS FERIADOS, NEM TIRA FÉRIAS............................................................................47 MÚSICA NA EMBAIXADA.................................................................................................................................48 O QUE CANTAR NA EMBAIXADA?..........................................................................................................................48 MÚSICAS PARA INTEGRAR....................................................................................................................................48 MÚSICAS PARA ENSINAR......................................................................................................................................48 MÚSICAS PARA ADORAR......................................................................................................................................49 SUGESTÃO DE MÚSICAS.......................................................................................................................................49 TRABALHO NOS POSTOS.................................................................................................................................50 MOTIVANDO O EMBAIXADOR A SUBIR DE POSTO..................................................................................................50 TOUR PELOS POSTOS............................................................................................................................................50 COMO ESTUDAR OS POSTOS..................................................................................................................................50 AVALIAÇÃO DO ARAUTO......................................................................................................................................51 Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 2 RESUMOS DOS MANUAIS DE POSTOS..........................................................................................................54 MANUAL DO CANDIDATO.....................................................................................................................................54 MANUAL DO EMBAIXADOR ARAUTO....................................................................................................................56 MANUAL DO EMBAIXADOR ESCUDEIRO...............................................................................................................57 MANUAL DO EMBAIXADOR CAVALEIRO...............................................................................................................60 MANUAL DO EMBAIXADOR SÊNIOR......................................................................................................................61 MANUAL DO EMBAIXADOR MASTER....................................................................................................................61 MANUAL DO EMBAIXADOR EMÉRITO...................................................................................................................62 NOTAS....................................................................................................................................................................68 Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 3 PREFÁCIO Parabéns! Você está participando do novo treinamento de líderes da melhor Organização para meninos e rapazes. Embaixadores do Rei tem sido uma bênção para meninos e rapazes há várias décadas. Tem formado pastores, missionários, crentes consagrados e homens de caráter. Agora você também tem a oportunidade de fazer parte deste grande departamento do reino de Deus. Estude bastante esta pequena apostila, ela faz parte de um novo sistema de treinamento de conselheiros. Ajude-nos anotando quaisquer erros e comentando o conteúdo. Não esqueça de trazê-la no dia do seu curso. Bons Estudos! Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 4 NECESSIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO PARA MENINOS OS MENINOS PRECISAM Você já observou os meninos de seu bairro, ou mesmo os da sua igreja? Sempre que paro para observar, vejo o quanto eles são incentivados pelo meio em que vivem. A sociedade e as famílias, cada vez mais desestruturadas, com pais ausentes e descompromissados estão formando homens sem quaisquer valores morais. Os adolescentes não têm mais limites. Vale tudo para ser feliz. A promiscuidade, o homossexualismo, o desrespeito ao próximo e a desonestidade já são considerados normais. Nem mesmo os meninos da igreja escapam de tanta pressão do mundo e acabam indo na mesma onda. Muitas igrejas não têm um programa adequado para meninos, não conseguem ensina-los verdades espirituais e valores morais de forma eficiente, por isso acabam desperdiçando o potencial de seus juniores e adolescentes. As grandes empresas já descobriram que as crianças são uma enorme fonte de lucro. Temos milhares de produtos voltados para o público infantil: brinquedos, jogos de videogame, filmes, programas de computador, revistas, roupas, e uma infinidade de artigos que, para serem vendidos, seus fabricantes jogam pesado, incentivando fortemente o consumismo. A igreja, por sua vez, tem falhado em relação aos pequenos. Culto Infantil e Escola Dominical são muito importantes, mas para ganhar os meninos é necessário mais: Ele precisão pertencer a um grupo que os ensine valores cristãos. A IGREJA PRECISA Na maioria das igrejas por onde passo, encontro o seguinte problema: não há gente disponível para trabalhar. Pense na sua igreja: Quantos membros ela tem? Quantos membros participam regularmente? Quantos membros trabalham com dedicação? Se excluirmos as mulheres, os números se tornam quase que insignificantes. Simplesmente não há líderes e poucos são os crentes dispostos a trabalhar. Isso acontece porque, por um longo tempo, os meninos foram deixados de lado. Os líderes da época esqueceram que não são eternos e que precisam de gente capacitada para que o Reino de Deus continue se expandindo. Homens adultos já assumiram seus compromissos de vida, já tem valores formados e tem muita dificuldade em mudar pensamentos e aprender coisas novas. Os meninos estão cheios de disposição, prontos a aprender, ainda estão formando seus ideais, opiniões e objetivos de vida. Se nós os ensinarmos corretamente, serão uma força para a igreja de hoje e grandes líderes para o amanhã. Portanto, investir nos meninos é investir na igreja. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 5 A SOCIEDADE PRECISA Violência, crimes, corrupção e todo o tipo de maldade são vistos em qualquer lugar do mundo, como nunca se viu e, o pior: a tendência é piorar. Faltam líderes nacionais de caráter, políticos honestos, empresários e trabalhadores responsáveis. O sistema de governo é corrompido porque é composto por pessoas corrompidas. O homem tem sua natureza corrompida pelo pecado, por tanto é necessária uma mudança profunda em cada cidadão. A sociedade precisa de exemplos, pessoas dispostas a mostrar sua fé através de suas obras. O mundo não precisa de políticos evangélicos que cuidem dos interesses das igrejas, precisa de políticos que cuidem da sociedade. Os meninos devem ser educados de tal maneira que possam ser exemplos para a sociedade, por isso, se forem agrupados e bem orientados, podem encontrar o lugar que Deus quer que ocupem neste mundo. Meninos bem ensinados formam uma igreja espiritual que vive uma fé verdadeira e pode influenciar o mundo. EMBAIXADORES MBAIXADORES DO REI: CANAL DAS BÊNÇÃOS DE DE DEUS Embaixadores do Rei é uma Organização missionária batista que tem como objetivo promover o crescimento físico moral e espiritual dos meninos de 9 a 16 anos, apresentando-lhes as necessidades do mundo perdido, envolvendo-os com missões e ensinando-os a viver diariamente sua fé. Esse objetivo é alcançado através de atividades específicas e um sistema de crescimento espiritual chamado sistema de postos. SERÁ QUE O MÉTODO DOS EMBAIXADORES DO REI REALMENTE FUNCIONA? Sim. Para Jimmy Carter, um dos maiores presidentes que o Estados Unidos, funcionou: A Organização Embaixadores do Rei teve um papel muito importante em minha vida desde a minha infância. Não somente por ter me dado uma visão panorâmica do trabalho cristão pelo mundo, mas por me ensinar sobre valores éticos, trabalho e sobre a beleza do mundo de Deus. Depois de servir por onze anos na marinha dos Estados Unidos e ter retornado para Plains, Georgia. Meu primeiro trabalho na igreja foi ser um líder de Embaixadores do Rei. Como um adulto, trabalhando com meninos tive a oportunidade de unir a fé cristã com aspectos práticos do dia-a -dia. Jimmy Carter Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 6 Henry T. Blackaby, autor do livro Experiências com Deus e Conhecendo a Deus e fazendo sua vontade, traduzido para diversos idiomas, declara: Eu sou totalmente comprometido com os Embaixadores do Rei. Durante meus trinta anos como pastor, sempre achei que a Organização Embaixadores do Rei é uma das melhores organizações missionárias da nossa Convenção. Sem dúvidas, há outros grupos que ensinam a memorizar as escrituras, mas nenhum ensina missões tão bem quanto os Embaixadores do Rei. Nenhum outro que baseie todas as suas atividades nas Escrituras, na memorização de versículos e nos fundamentos bíblicos de missões. A Organização Embaixadores do Rei também conduz os meninos a uma imersão total em missões através do ensino e da prática de atividades missionárias. Muitos homens estão nos campos missionários hoje por causa dos Embaixadores do Rei. Eu continuarei a ajudá-los ao máximo. Henry T. Blackaby Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 7 EMBAIXADORES DO REI Embaixadores do Rei é uma Organização missionária batista que reúne meninos de 9 a 16 anos que visa o crescimento físico, moral e espiritual de seus membros, formando entre eles um ambiente de camaradagem, diversão e responsabilidade. AGRUPAMENTO: UMA TENDÊNCIA DA ADOLESCÊNCIA Todo ser humano sente necessidade de conviver num grupo.1 Essa necessidade te início na infância, quando a criança entra na escola e começa a formar seu grupo de amizade com pessoas do mesmo sexo. Na adolescência essa tendência aumenta e se torna difícil ver famílias passeando com seus filhos adolescentes, pois os eles preferem estar em seu próprio grupo. UM GRUPO FORTE E VITORIOSO Os Embaixadores do Rei formam grupos nas igrejas locais chamados de embaixadas. A Embaixada é um grupo forte porque possui seus próprios valores morais, que são valores bíblicos. A Embaixada é um grupo forte porque está sempre unida por objetivos comuns como: promover seu próprio crescimento, vencer um acampamento estadual, ajudar no trabalho da igreja, entre outras coisas. As conquistas da embaixada são conquistas de cada embaixador. O menino se torna alguém vitorioso e isso o satisfaz. O UNIVERSO DA ORGANIZAÇÃO EMBAIXADORES DO REI Embaixador do Rei: um representante de Jesus Cristo na Terra Quando um menino entra para a Embaixada, passa a ser diferente dos outros garotos da igreja. Ele tem um título especial, participa de um grupo especial com programas próprios, diferente de outros grupos da igreja. O próprio nome Embaixador já é de grande peso, pois um Embaixador representa o seu governo em outro país. Portanto o Embaixador do Rei representa Jesus Cristo na terra. Isso é uma grande responsabilidade. Quando o Embaixador do Rei atinge a idade limite, estará muito mais preparado para a vida do que qualquer outro garoto. Um Embaixador aprende a se cuidar sozinho e também aprende a cuidar dos outros; participa de acampamentos, viagens, passeios, olimpíadas e diversas atividades que a maioria dos garotos não tem a chance de participar. Carteira, uniforme e bandeiras Na embaixada tudo é especial para o menino. Ele possui uma Carteira de Embaixador do Rei, uniforme, chaveiro, bolsas e diversos acessórios que só podem ser usados pelos membros da Organização. Isso dá a eles um “status” especial, principalmente quando a embaixada se apresenta em ocasiões solenes. Mas isso não é só, os Embaixadores do Rei possuem sua própria bandeira, seu compromisso e sua insígnia com significados especiais. Neste momento, você deve estar pensando: “Um grupo com tantas coisas especiais não pode ser apenas mais um método de estudo bíblico!” Realmente não é. Embaixadores do Rei é Organização que forma HOMENS, ajudando os meninos a crescerem em todas as áreas de sua vida. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 8 Insígnia Insígnia Insígnia é um símbolo, uma figura que nos faz lembrar alguma coisa. A insígnia dos ER tem quatro partes: Escudo – Simboliza a fé e lembra o seu possuidor que ele é um embaixador por Cristo Faixa – Mostra que o ER é trabalhador, falando de Cristo aos perdidos. Coroa – Em suas cinco pontas apresenta os cinco ideais dos Embaixadores do Rei. Ramo de Louro – Simboliza a vitória que deve ser ganha por Cristo e para Cristo. Suas nove folhas representam a idade em que o menino deve ingressar na embaixada. Assim como cada parte da insígnia tem um significado, cada cor faz o Embaixador lembrar de algo especial: Azul: Azul Lealdade a Cristo, a Igreja de Cristo e a Organização Embaixadores do Rei Branca Pureza do Corpo, da Mente e da Alma na adoração a Deus e somente a Ele. Branca: Amarela Preciosidade de Cristo para o Embaixador quando este o aceita como Salvador; do Amarela: Embaixador para Cristo quando este emprega o melhor de si no trabalho de Deus. Tema, Divisa e Compromisso Embaixadores do Rei é uma Organização que tem como base a Palavra de Deus, por isso possui um tema e uma divisa extraídos da própria Bíblia. O tema, a divisa devem ser recitados em uníssono com todos em posição de sentido. Tema: Somos Embaixadores por Cristo Divisa: De sorte que somos Embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus. (II Co 5.20) O compromisso dos ER é o ideal de vida de cada membro da Organização e não somente um texto para ser decorado e recitado a cada reunião. Os conselheiros devem trabalhar para que o compromisso seja visto de maneira completa na vida de cada ER. Prometo: Esforçar-me por uma vida digna de um Embaixador do Rei; guardar meus lábios da A partir Palavra dita mentira, da impureza e de tomar o nome de daqui, com ênfase Deus em vão; conservar meu corpo limpo e todos pelo pronto para o serviço; estudar a vida de falam em dirigente grandes Embaixadores do Rei na Palavra de uníssono Deus e nos livros missionários; dar tudo o que puder para o sustento de missões e, pelo meu trabalho, ajudar a estabelecer o Reino de Deus na terra. Prometo ser leal a Jesus Cristo, viver para Ele e serví-lo sempre. A partir Terei uma vida pura, daqui, direi sempre a verdade, somente os corrigirei os meus erros, batizados seguirei a Cristo, o Rei, falam em Se assim não for, uníssono. para que nasci? Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 9 Hino Oficial O atual hino oficial dos Embaixadores do Rei foi escolhido em 1970 pelos conselheiros de ER na Convenção Batista do Recife. Ele é baseado nas cores da Organização. “Firmando Propósito” Letra: Edson José Machado Música: Antonio Coutinho Sendo embaixador eu quero Sendo embaixador eu quero Ser leal a Cristo Rei Ter o corpo limpo e são Conhecer seus mandamentos Ter a mente pura eu posso Pertencer a sua grei. E também o coração. A minha organização A minha alma será pura Eu desejo ser leal Para adorar a Deus Minha igreja e seu programa Pois somente a Ele devo Honrarei até o final. Dispensar louvores meus. Sendo embaixador eu quero Ser precioso a meu Jesus Meu propósito está firme Trabalhando na seara Sou Embaixador do Rei Espalhando a sua luz. O Senhor em quem confio Cristo a mim é mui precioso Dá me plena paz eu sei. Sendo eu embaixador Como conselheiro O aceito Guia, Rei e Salvador. Serviço Real Serviço Real é o trabalho que o Embaixador do Rei faz para ajudar seu próximo sem querer qualquer recompensa. Há dois tipos de Serviço Real: Serviço Real Individual é aquele que o Embaixador do Rei faz sozinho no lar, na vizinhança, na escola, etc. São exemplos de Serviço Real Individual: Ajudar a mãe a arrumar a casa, ajudar o pai em seus afazeres domésticos, cuidar dos irmãos, ajudar um vizinho necessitado, ajudar um colega de escola necessitado. Serviço Real Coletivo (ou Especial) é aquele que o Embaixador do Rei faz em grupo, com a embaixada, sob a supervisão do conselheiro. São exemplos de Serviço Real Coletivo: Distribuição de Folhetos, Mutirão Missionário, reforma ou limpeza na casa de alguém que esteja doente, arrecadar alimentos para os necessitados. ÁREAS DE CRESCIMENTO DO ER O homem é um ser completo: A Bíblia não nos mostra uma divisão entre vida espiritual e vida secular. Tudo o que fazemos é um reflexo de nossos valores morais e espirituais, portanto precisamos trabalhar vários aspectos do menino. Desejamos que ele cresça: Fisicamente Os meninos, na maioria das vezes são adrenalina pura. Gostam de esportes, brincadeiras agitadas e tudo que os ajude a gastar energia. Essas atividades, além de muito divertidas, desenvolvem todo seu corpo. Por isso, na Embaixada são feitos diversos jogos, acampamentos, olimpíadas e atividades físicas. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 10 Intelectualmente Deus nos criou para pensar, disse o matemático francês Blaise Pascal, inventor da máquina calculadora. Se não fosse assim, o homem teria maior habilidade para correr e saltar do que pensar. Os animais que Deus criou correm mais rápido, saltam mais alto e nadam mais ligeiro por maiores distâncias. A lógica demanda a conclusão que Deus criou os homens para pensar (...) 2. Mas parece que, no Brasil e em diversas partes do mundo, as pessoas detestam pensar. Elas têm uma grande aliada: a televisão, que traz tudo e a única coisa que você precisa fazer é assistir. Muitas igrejas são assim também: os crentes só assistem ao culto, à aula da EBDa e às reuniões. Na embaixada é diferente: quem faz todo o trabalho de direção, organização e planejamento são os próprios meninos através da diretoria da embaixada. O conselheiro é um mestre, alguém que ensina como pensar e fazer, ele também faz, mas somente quando os meninos não puderem. Aprender a pensar bem vale muito dinheiro.3 Organizar, administrar, resolver problemas, liderar equipe são as qualidades dos mais altos executivos e diretores de empresas. A experiência da embaixada fará a diferença na vida profissional do Embaixador do Rei a seu tempo. Espiritualmente O objetivo da Organização Embaixadores do Rei é desenvolver o caráter cristão dos meninos de tal maneira que se tornem crentes ativos e consagrados, possuídos de um espírito intensamente evangelístico e missionário. 4 A Organização Embaixadores do Rei possui cinco ideais para o crescimento espiritual de seus membros: Estudo da Bíblia, Missões, Oração, Mordomia e Serviço Real. Estudo da Bíblia — Faz com que o menino saiba a melhor maneira de se relacionar com Deus e com o próximo, mostra o amor de Deus por ele e por todas as pessoas, ensina qual é o melhor modo de viver. Missões — O estudo de Missões apresenta a realidade dos povos ao redor do mundo, suas características e necessidades; traz biografias de homens de fé que servem como exemplo para os meninos. A prática de missões leva o Embaixador do Rei a cumprir o propósito de Deus declarado em Mateus 28:19-20. Oração — Não é possível ser um cristão sadio sem estar com Deus5. Através do hábito de orar o Embaixador passa a ter comunhão com Deus, aprende a interceder pelos outros e se envolve com missões, pois ora pelos missionários. Mordomia — Como representante de Deus na Terra, o Embaixador precisa saber que tudo o que ele tem e o que ele é pertencem a Deus. Tempo, talentos, dinheiro, bens e tudo o mais pertence a Deus, portanto precisamos fazer bom uso dessas coisas. Por causa dessa ênfase de dedicação a Deus, muitos Embaixadores e conselheiros se tornam pastores. Serviço Real — É todo o trabalho que o Embaixador do Rei faz, em nome de Cristo, sem ganhar nenhuma recompensa. A embaixada deve ser ativa, fazendo trabalhos práticos na igreja, isto ensina o Embaixador a ter uma fé viva. a EBD é a sigla de Escola Bíblica Dominical Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 11 HISTÓRICO DOS EMBAIXADORES DO REI Para compreender a natureza da Organização Embaixadores do Rei é necessário compreender a forma como foi criada, suas origens e sua chegada à cultura brasileira. EMBAIXADORES DO REI NOS EUA O alicerce da Organização Embaixadores do Rei está em missões, pois em 1883, um grupo de meninos de 12 a 14 anos começou a se reunir em Owensboro, Kentucky, EUA. Eles se encontravam regularmente com seu pastor para estudar missões e coletar dinheiro para sustentar uma jovem que estudava missões na escola da missionária Lottie Moon em Tengchow, na China. Outros grupos de meninos em diversos lugares dos EUA também vieram a se interessar por missões desde 1890 até os primeiros anos do século XX. Em outubro de 1907, Fannie Heck foi escolhida como presidente da “Comissão para o Trabalho Missionário para Meninos” da Sociedade Feminina Missionária da Convenção Batista do Sul dos EUA. Certa vez ela e Elizabeth Briggs, assistiram a uma conferência missionária para jovens em Asheville (Carolina do Norte) onde ouviram o hino "The King's Business" (Mensagem Real), que falava sobre embaixadores cristãos. Foi então que a senhorita Briggs sugeriu o nome Embaixadores e Fannie acrescentou o "do Rei", fazendo nascer deste encontro o nome “Embaixadores do Rei”. Em maio de 1908 a União Feminina Missionária da Convenção Batista do Sul dos EUA adotou a recomendação daquela comissão e começou a promover a “Ordem dos Embaixadores do Rei", para meninos de 9 a 16 anos. A primeira embaixada foi formada pela sra. W.M. Petway na Primeira Igreja Batista de Goldsboro, Carolina do Norte, com o nome de Embaixada Carey Newton. Em 1915, havia 500 embaixadas com mais de 4.500 embaixadores. Dez anos depois o número de embaixadas chegou a 1.500 com 14.500 membros. Em 1924 foi introduzido o sistema de postos original, com os postos de Arauto, Escudeiro, Cavaleiro e Embaixador. Em 1929 foram introduzidos mais dois postos superioresb, Embaixador Especial e Embaixador Plenipotenciário para meninos a partir de 13 anos. A Organização cresceu de tal forma que em 1940 a União Feminina Missionária do Alabama contratou J. Ivyloy Bishop para promover a Organização naquele Estado durante o verão. No verão seguinte Bishop dividiu seu tempo entre o Alabama e Mississipi. Todo esse trabalho fez com que ele fosse convidado para ser o primeiro secretário-geral dos Embaixadores do Rei. Em 1944 foi realizada a primeira "Conferência Missionária para Rapazes" em Ridgecrest, Carolina do Norte. Dois anos depois, foi lançada a revista Ambassadors Life, uma publicação mensal para Embaixadores do Rei e seus líderes, e em 1949 esta revista chegou a 35.897 exemplares. EMBAIXADORES DO REI NO BRASIL Em 1947 a junta de Richmond mostrava grande interesse em nomear missionários para outros países, nesta mesma época Bishop acabara de chegar de uma viagem missionária por vários países da América do Sul e, numa das reuniões da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos foi companheiro de quarto do Pr. Alvin Hatton que b Eram considerados postos básicos: Arauto, Escudeiro, Cavaleiro e postos superiores: Embaixador, Embaixador Especial, Embaixador Plenipotenciário. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 12 havia sido coordenador dos Embaixadores do Rei no estado de Arkansas e possuía uma chamada missionária para o Brasil, Bishop disse: “Alvin, não deve existir um campo missionário no mundo maior e mais maduro do que o Brasil. E meninos... tem milhares. Os batistas brasileiros estão precisando de Embaixadores do Rei e pelo menos alguns missionários e pastores mostraram bastante interesse nesse tipo de trabalho” 6 Em 4 de março de 1948 o Pr. Alvin Hatton e sua esposa Katie viajaram da cidade Van Buren em Arkansas para Nova York e de lá embarcaram para o Brasil, onde chegaram após dezesseis dias de viagem ao Rio de Janeiro. (HATTON, p. 33) Desde o dia 31 de março de 1948 até o começo de maio foi formada uma comissão para discutir como seria a Organização no Brasil. Eles traduziram e adaptaram o material americano para um manual simples em português que era mimeografado. A comissão reunia-se durante 2 ou 3 horas por dia, uma vez por semana. Em julho, do material traduzido já havia cópias mimeografadas que foram apresentadas na reunião da Missão Batista do Sul do Brasil. A Missão votou a favor da proposta de Miss Landrum pedindo da junta de Richmond Us$ 5.000,00 para começar o trabalho de ER e pedindo a aprovação do nome do Pr. Alvin Hatton como obreiro dos ER. Um ano mais tarde houve a primeira reunião com os meninos da I.B. da Tijuca e a Organização ER foi apresentada para os adolescentes do Colégio Batista de Itacuruça, onde em 4 de setembro do mesmo ano houve a primeira reunião da Embaixada da Igreja Batista de Itacuruça. Em Agosto de 1949 foi realizada a primeira reunião de reconhecimento de postosc - Embaixadas da I.B. da Tijuca e Itacuruça no templo da I.B. da Tijuca. Em 1950 foi redigido um acordo entre a JUERP e a União Feminina a respeito do Treinamento e da Educação Missionária dos Juniores tendo sido criado o Departamento de Embaixadores do Rei que passou a ser promovido pela própria União Feminina. Neste mesmo ano foi comprado o Sítio do Sossego e no período de 26 de fevereiro à 1º de março de 1951 foi realizado o 1º Acampamento dos Embaixadores do Rei no Sítio do Sossego com 18 acampantes e 3 igrejas representadas. No primeiro trimestre de 1954 foi criada a revista "O Embaixador", uma publicação periódica que traria estudos bíblicos, dicas sobre como fazer reuniões com Embaixadores do Rei e sugestões de atividades, além de ser um canal de comunicação entre o Departamento de Embaixadores do Rei da União Feminina e as embaixadas das igrejas. Dois anos depois foi publicado pela primeira vez, o boletim "Voz do Embaixador" que trazia notícias e fotos de acampamentos, congressos e embaixadas. No ano de 1957, de 13 a 18 de julho, realizou-se o primeiro acampamento nacional dos Embaixadores do Rei, no Sítio do Sossego. Era um acampamento diferente dos que até então estavam sendo promovidos. Visava reunir caravanas de todo o país. Isso não significava apenas uma aventura, mas, sobretudo, bênçãos e alegrias espirituais. O acampamento nacional percorreu diversos Estados do país, retornando em 1975 ao Sítio do Sossego que comemorou 25 anos de acampamentos. A partir de janeiro de 1978, com a criação da União Masculina Missionária, na Assembléia da Convenção Batista Brasileira realizada em Recife-PE, o departamento de Embaixadores do Rei foi transferido para esta entidade tendo como seu primeiro secretário-geral, eleito em 1979, o irmão Dirceu Amaro. c Reunião feita perante a igreja, reconhecendo que o menino cumpriu todos os requisitos para ser promovido ao próximo posto. Nesta reunião o menino fala para a igreja um pouco do que aprendeu. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 13 OS MENINOS Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gn 1.27 Os meninos têm características e necessidades diferentes das meninas e é isso que a Organização Embaixadores do Rei procura suprir. Embaixadores do Rei trabalha com meninos na faixa etária de 9 a 16 anos. Costumamos considerar como juniores os de 9 a 12 anos, e adolescentes os de 13 a 16 anos. Essa divisão será utilizada em todo esse material DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS Dentre todos os animais, os meninos são os mais indóceis. Platão A diferença entre meninos e meninas pode ser vista desde seu nascimento, começando pelo próprio corpo e estendendo-se às emoções, raciocínio lógico e a sexualidade. Sabemos que Deus criou homens e mulheres, sexos distintos, como está escrito em Gênesis 1.27: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou.” Podemos citar algumas características dos meninos7: São mais agressivos que as meninas em todas as culturas do mundo São mais afirmativos, audaciosos e excitados do que as meninas Tendem a arriscar a vida sem qualquer motivo São atraídos por tudo o que é perigoso Pensam muito menos na possibilidade de se machucarem Gostam de impressionar os amigos e eventualmente as meninas São mais lentos em aprender com a dor e pensam que seus ferimentos foram fruto de “má sorte” e que talvez a sorte mude da próxima vez. Três fatores causam esse comportamento masculino: testosterona, serotonina e a amígdala. Testosterona Até oito semanas após a concepção, homens e mulheres são tecnicamente iguais, a variação só ocorrerá se um cromossomo Y for recebido do pai. O cromossomo Y possui um gene que fará os testículos se desenvolverem e produzirem o principal hormônio masculino, a testosterona, que fará com que os órgãos sexuais externos se desenvolvam.8 Os adolescentes em especial sofrem com o grande aumento no nível de testosterona, pois “em algum momento por volta dos onze e os treze anos, os níveis de testosterona voltam a subir significativamente, chegando em 800% em relação aos primeiros anos de vida”9e se não forem ensinados à autodisciplina, podem entrar num ciclo de aumento de agressividade, ainda mais por que a testosterona aumenta o domínio e a agressividade, mas o comportamento de dominar ou derrotar também aumenta os níveis de testosterona.10 Este comportamento masculino é refletido no mundo dos negócios onde os homens geralmente ocupam cargos de chefia, tanto que depois de trinta anos de influência feminista e programas de ação afirmativa, só existiam em 2001 sete funcionárias executivas em cargos de chefia entre as empresas da Fortune 500 nos Estados Unidos. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 14 Uma vez que os meninos têm toda essa vontade de buscar riqueza, poder, fama e posição, é necessário que eles sejam ensinados a buscar a verdadeira riqueza que está no céu (Mt 6.19), o poder que vem do alto e serve para tornar a vida humana melhor; a fama e a posição que venham a alcançar não deve ser utilizada somente para o seu próprio bem, mas de alguma forma para beneficiar a sociedade e glorificar a Deus (Mt 5.16). Precisam, além disso, aprender a liderar, uma vez que os homens têm estado em posição de liderança muito mais vezes que as mulheres. Serotonina Chamada de neurotransmissor por carregar informações de uma célula a outra sem permitir que elas se percam, a Serotonina é um hormônio que serve para aliviar as emoções e ajudar a controlar o comportamento impulsivo. Em uma experiência com ratos, aqueles que apresentam falta de serotonina tinham um comportamento mais agressivo, atacando intrusos com mais rapidez e intensidade, além de preferirem recompensas pequenas e imediatas em lugar de esperar por recompensas maiores. A Testosterona é o acelerador e a serotonina o freio da agressividade. Você pode imaginar que as mulheres possuem tipicamente mais serotonina do que os homens. Amígdala O cérebro possui uma parte, no formato de amêndoas, chamada de amígdala que influencia a agressividade e o medo. Experimentos comprovam que animais que eram normalmente agressivos se tornaram extremamente dóceis quando suas amígdalas foram cirurgicamente lesionadas. A amígdala é o motor de partida da agressividade e do medo11 e sempre se baseia em fatos anteriores (FREEDMAN). A amígdala é maior nos homens do que nas mulheres, o que ajuda a explicar por que os meninos têm mais probabilidade de serem explosivos do que as meninas e se envolverem no que o psicoterapeuta Michael Gruian chamou de “comportamento de risco moral”. 12 NECESSIDADES BÁSICAS DOS MENINOS Pesquisando os livros Educando Meninos e Criando Meninos, dois best-sellers, encontramos algumas necessidades básicas que os meninos têm, principalmente quando estão agrupados. Eles precisam saber claramente três coisas: Quem está no comando Quais são as regras Se essas regras serão aplicadas com justiça. Os meninos, por causa dos hormônios, lutam pelo domínio e quando não há um chefe, começam a brigar por essa posição visando estabelecer uma ordem social, embora nem sempre consigam por serem todos da mesma idade. Quando criados num ambiente muito à vontade, sob o princípio de não intervenção e despidos de liderança, eles, no geral, começam a desafiar as convenções sociais e o bom senso. Muitos se espatifam e queimam durante os anos da adolescência. Alguns nunca se recuperam. 13 A autoridade, no entanto, não pode ser arbitrária ou punitiva, pois se assim for o stress dos rapazes aumenta e eles voltarão à lei da selva. Se o chefe for gentil e justo, mesmo que severo, os rapazes deixam suas atitudes violentas e progridem no aprendizado. 14 Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 15 Existe a história de um velho chefe escoteiro que chegou à cidade e assumiu um grupo de garotos incrivelmente bagunceiros. Era um verdadeiro inferno: eles viviam brigando e quebrando coisas, não aprendiam nada e alguns meninos mais quietos, não suportando a situação, tinham deixado o grupo. Era preciso dar um jeito. Logo na primeira noite com eles, o chefe escoteiro estabeleceu algumas regras, convidou dois garotos a se adaptarem ou irem embora, instalou uma estrutura clara e começou a ensinar habilidades de uma maneira organizada. A transformação foi enorme; em dois meses o sucesso era completo. 15 Junto com a autoridade vem a necessidade de regras claras e principalmente que essas regras, com suas recompensas e punições sejam aplicadas com justiça. JUNIORES O junior, também chamado de pré-adolescente, aos 9 anos, está no meio de uma fase onde “começa a querer aprender a ser homem”.16 Ele está procurando um homem para imitar. Se o pai não for próximo, a criança precisa encontrar um substituto. Muitas vezes, é no conselheiro dos Embaixadores do Rei que o menino encontra esse homem a quem vai imitar. Desenvolvimento Físico O corpo do junior já tem suas formas mais ou menos definitivas. Sua resistência à dor e sua coordenação motora estão em desenvolvimento. Nesta fase os impulsos sexuais dão lugar ao desenvolvimento do pensamento e a socialização, para que o menino deixe o mundo do faz-de-conta da infância e possa entrar com firmeza na adolescência onde haverá o despertamento sexual. Por tanto, normalmente, os juniores não tem envolvimento com questões sobre sexo, eles não ficam excitados como os adolescentes. Em geral, os juniores são ativos, gostam de brincar, lutar e correr. Portanto precisam de jogos ao ar livre ou que envolvam corridas, exercícios físicos e atividades para gastarem energia. Desenvolvimento do Pensamento O junior está deixando o pensamento infantil e adquirindo a capacidade de pensar logicamente. Ele sentirá a necessidade de transmitir o seu próprio pensamento e de ver sua argumentação aceita por outras pessoas, pois quer mostrar que também tem opinião. Esse período da vida tem por finalidade exatamente preparar o desenvolvimento do indivíduo no mundo da realidade. O junior gosta de ouvir histórias e pode se sentir inspirado pela vida de grandes servos de Deus, já que consegue fazer comparações mais profundas que a criança, por isso deve ser incentivado a refletir sobre o que está aprendendo de forma que saiba aplicar os ensinamentos recebidos ao seu cotidiano. Perguntar também é característica do junior. Ele pergunta naturalmente e precisa de repostas claras e objetivas, adequadas ao seu nível pessoal de desenvolvimento, para formar sua opinião. Mesmo as perguntas mais simples devem ser respondidas com seriedade. Não tente enrolar, pois a maioria dos juniores é capaz de analisar sua resposta. Os juniores gostam de coisas trabalhosas e competições. Ensine-os a trabalharem para serem os melhores, sempre usando de honestidade e procurando superarem-se a si mesmos. Os juniores gostam de responsabilidades e tarefas que provem sua capacidade. A diretoria da embaixada e os consulados atendem este ponto. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 16 Como o junior tem a capacidade de pensar sobre ele mesmo e sobre os outros, é muito importante que os pais ou líderes não usem práticas disciplinares que realcem suas dificuldades, pois isto poderá levar ao desenvolvimento de um sentimento de incompetência na escola ou futuramente no trabalho. Socialização Entre os 10 e 12 anos, quando os meninos começam a formar seus próprios grupos, começa a fase de afastamento da família em busca da independência. Esses grupos são constituídos somente por meninos e há cooperação, troca de idéias e de experiências. Esse grupo também tem a finalidade de ser uma fortaleza contra os adultos e contras as meninas. Suas brincadeiras geralmente reproduzem situações reais (por exemplo: polícia e ladrão, resgate de um soldado na selva). Isto acontece porque eles estão saindo do mundo de brincadeiras da infância (por exemplo: viagem ao espaço, super-herói que voa) para o mundo real. Eles se reúnem para driblar as regras de proteção impostas pelos pais, como: nadar escondidos, ir para lugares mais distantes que o permitido, quebrar as vidraças de uma casa abandonada, enfim, sentirem-se livres das regras. Por outro lado, a criança mais velha, quando acompanhada de uma menor, em geral aplica as regras morais e de segurança dadas em casa. Quando esses grupos se estabelecem, temos a primeira e mais básica estrutura que se desenvolverá até as regras de socialização adulta. O conflito pelo poder será estabelecido. Demonstrações de força, de esperteza, de disponibilidade econômica e de coragem caracterizarão a luta pela liderança. Não serão raros os episódios de agressão e segregaçãod. Mas, num grupo sadio, os episódios de camaradagem, de união, de luta pelo companheiro frágil, de perseverança em busca de um objetivo comum grandioso, como conseguir o terreno ao lado para jogar bola, predominarão17; esse é o tipo de grupo que deve ser a embaixada. Surgem os apelidos de acordo com os traços mais marcantes de cada um, tais como: pezão, orelha, gordo, jumento e outros. Como alguém pode gostar de ser chamado de “pezão”, “rato” e outras coisas do tipo? Há duas hipóteses: Na primeira, apesar de parecer, o apelido não tem sentido pejorativo, por exemplo: pezão pode ser o artilheiro do time, “ratão” pode ser o mais esperto. Na segunda, o apelido é pejorativo, mesmo assim o menino prefere ser inferiorizado e brigar contra isso a não pertencer a um grupo. Normalmente, os “bodes expiatórios” já vêm de casa com este sentimento de desvalorização. Portanto o conselheiro precisa verificar se todos os juniores estão se integrando, se estão sendo marcados pejorativamente e ajudar os meninos na resolução de conflitos para que a embaixada seja um grupo sadio em que haja união e camaradagem. Emocionalmente Em geral, não há motivos biológicos para desajustes. Seu quadro emocional é o reflexo de sua infância e de seu relacionamento com os pais. Ele precisa ter suas necessidades de amor, segurança e atenção supridas na família. Quando isso não acontece, o junior vai procurar alguém para substituir os pais emocionalmente. Espiritualmente A maioria dos nascidos em lar cristão recebe a Cristo ou toma outras decisões espirituais nessa idade. d Segregação: quando alguém é separado do grupo, discriminado. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 17 A emoção faz parte do contexto que leva o menino a tomá-las, todavia você não pode abusar delas, pois decisões puramente emocionais acabam com o tempo, mas aquelas tomadas com a razão e o coração duram para sempre. O junior reconhece pecado como pecado e sente a culpa que ele produz. Dúvidas sobre o cristianismo também surgem neste momento. A certeza da salvação pode ser uma delas. O conselheiro deve procurar saber quais foram as decisões que o menino já tomou e verificar suas dúvidas sobre assuntos espirituais. A influência da Família O relacionamento com a mãe é fundamental para o desenvolvimento afetivo, social e intelectual do junior. O pai é fundamental na formação do caráter do menino, pois através dele, o filho aprenderá regras morais fundamentais para o convívio social e se identificará com os padrões de conduta paternos, formando uma identidade masculina sadia. O ajustamento pessoal e social do junior está muito ligado às atitudes paternas. Pais muito autoritários ou muito distantes afetivamente podem facilitar o aparecimento de problemas de personalidade e dificuldades de interação com os companheiros. Portanto o conselheiro deve conhecer a família do ER e saber como é o relacionamento familiar, a fim de detectar os problemas que são originados pela família. ADOLESCENTES A adolescênciae é o período da vida compreendido entre os 13 e os 20 anos, isto é, entre a infância e a vida adulta, em que o indivíduo amadurece físico, mental e socialmente, portanto uma fase caracterizada por mudanças e desenvolvimento. Esse período é difícil para o adolescente, seus pais, professores e líderes eclesiásticos, pois “quando os hormônios desencadeiam uma série de eventos psicológicos que precedem a idade adulta, a criança dócil pode se transformar num adolescente bravo e revoltado”18 e, mesmo que isso não ocorra da forma mais drástica, o adolescente, pelo menos questionará as ordens recebidas quando não se opuser radicalmente a elas. Mudanças físicas Adolescência é uma fase de grandes mudanças. É possível imaginar a confusão de um menino de 13 anos que, olhando para o espelho começa a estranhar seu próprio corpo. Pêlos começam a surgir, uma leve penugem que ele chamará de bigode pelos próximos anos começa a despontar, algumas partes do corpo também estão crescendo e, para seu azar, são desproporcionais ao restante do corpo. Isso gera um grande desconforto e o menino adolescente se torna desajeitado, afinal ele precisa se acostumar com o novo tamanho de seus braços e com sua força física que aumentou muito. Mas as dificuldades não são somente de coordenação motora são também estéticas. Algumas vezes o nariz ou os lábios crescem antes do rosto que vai se alongando e se enchendo de espinhas. Outra surpresa é a voz que agora começa a ficar mais grave, mas insiste em oscilar do grave para o agudo com freqüência. eAdolescência: fase do desenvolvimento humano caracterizada pela passagem à juventude e que começa após a puberdade (HOUAISS) Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 18 Mudanças na percepção do mundo e no raciocínio O adolescente passa a não aceitar as coisas simplesmente como elas são. Ele passa a ter um olhar crítico da sociedade, da igreja, da sua família e até dele mesmo. Então percebe que as coisas não são perfeitas, que na igreja nem sempre as pessoas vivem o que pregam, que pais são falhos e que ele mesmo tem defeitos. Tudo isso pode ser uma grande fonte de angústia. O raciocínio do adolescente também se desenvolve, passando do raciocínio de forma concreta para a lógica abstrata, com isso adquire a capacidade de elaborar hipóteses e deduzir suas conseqüências, em decorrência disso pode procurar uma concepção mais profunda de Deus e da sua própria existência19. Portanto o adolescente está aberto para refletir e tomar para si verdades espirituais, podendo aprender mais sobre Deus e sobre sua própria vida. Mudança no aspecto social Por se tornar um ser crítico, o adolescente começa a procurar seu lugar na sociedade, isto é, fora do lar. Ele organiza ou passa a fazer parte de um grupo. Os adolescentes buscam no grupo aceitação, realização e liberdade para serem eles mesmos sem censura. A fonte de segurança do adolescente é geralmente encontrada em sua aceitação por parte de outros, especialmente seus companheiros da mesma idade. 20 Cada grupo adota um conjunto de valores que o identificam. Esses valores podem ser notados nas roupas, nas práticas ilícitas como o uso de entorpecentes, consumo de cigarros e bebidas, vandalismo ou desordem, nas atividades como os esportes, programas religiosos, shows e passeios. Portanto, os adolescentes precisam de um grupo que possua valores positivos para que não se envolvam com grupos de usuários de drogas, marginais ou promíscuos; precisam de um grupo que os aceite, permita-lhes a realização de grandes tarefas e proporcione momentos de liberdade do controle paterno, sendo, contudo, supervisionados por adultos competentes. A importância da religião para o adolescente É na religião que o adolescente encontrará um ensinamento mais profundo sobre Deus e um conjunto de valores morais necessários para criar sua identidade. Embora o adolescente esteja num processo de separação dos pais, “a maioria dos adolescentes reflete bastante as posições sociais, políticas e religiosas de seus pais” 21. Uma vez que na religião o adolescente encontra um grupo para fazer parte, um conjunto de valores para guiar sua vida, além de ideais nobres e altruístas, estudos indicam que adolescentes que possuem crenças religiosas são os que menos consomem álcool, tabaco e outras drogas conforme constatado em pesquisas realizadas entre 1989 e 1996 (vide tabela 1). Estudos com estudantes secundários Autor, ano e local Grupos estudados e Principais resultados / Comentários número de sujeitos Grube et. al., 2.927 estudantes em Estudantes ginasiais menos envolvidos com nível pós-primário. uma religião estavam mais envolvidos com 1989, tabaco, álcool e drogas. Irlanda Singh & 1.603 estudantes Quatro variáveis religiosas estiveram Mustafá, secundários. claramente relacionadas com um Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 19 1994, significativo menor envolvimento com drogas: 1) Aderir e participar de programas Trinidad Tobago religiosos para jovens; 2) Valorizar ensinamentos religiosos; 3) Considerar a importância de crer em Deus e 4) consideram importante rezar quando se tem dificuldades. McC Miller & 7.722 estudantes de 5,8% dos estudantes afirmaram nunca ter Plant, 1996 15 a 16 anos de uma usado bebidas alcoólicas e a principal razão amostra para tal foram suas crenças religiosas. Inglaterra representativa nacional Tabela 122 Numa pesquisa publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria23 realizada na cidade de Campinas (SP) por pesquisadores da Unicamp, com 2.287 estudantes de 1º e 2º graus de escolas publicas e particulares, sendo 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino com idades variando entre 11 e 26 anos e uma média de 15,8 anos, é interessante observar algumas conclusões: protestantes históricos e pentecostais possuem uma freqüência menor que os católicos e espíritas de usuários de drogas e álcool; quanto mais religioso o subgrupo de estudantes menor a freqüência de uso pesado de droga; ter tido uma educação religiosa na infância relacionou-se a um menor uso no mês ou uso pesado das diferentes drogas; e adolescentes com menos educação religiosa e menos religiosidade pessoal atual tendam também a ser aqueles que se sentem psicologicamente pior. Os valores religiosos evangélicos também contribuem para que adolescentes iniciem sua vida sexual mais tardiamente e, como conseqüência, ocorra um menor número de gravidezes precoces, podendo constituir famílias mais equilibradas quando estiverem em idade adulta. 24 Adolescentes Precisam de Mentores O adolescente, a partir dos quatorze anos, entra numa fase de separação dos pais e entrada no mundo adulto, começa a desenvolver uma vida independente da família e passa a enfrentar desafios em que muitas vezes nem os pais têm como ajudar. Um adolescente de quinze anos certamente não está pronto para a vida adulta, ele precisa de alguém que servirá como ponte entre a família e o mundo “lá fora”. O conselheiro dos ER não é apenas um professor religioso cujo compromisso restringe-se às reuniões da embaixada. Ele deve manter um relacionamento pessoal com cada menino, procurando conhecer sua família, seus problemas e estabelecer um relacionamento de amizade. O conselheiro deve ser alguém especial para o menino e o menino é especial para ele. Numa fase em que o adolescente não ouve os pais, certamente ouvirá alguém de fora de casa que se preocupe com ele. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 20 O CONSELHEIRO DOS EMBAIXADORES DO REI O líder dos Embaixadores do Rei é chamado de conselheiro. Deve ser um membro ativo da igreja que seja por ela aprovado e participe de um curso de formação de conselheiros oferecido pelo seu DCER. Embora as mulheres sejam ótimas para liderar embaixadas, a Organização incentiva fortemente que homens desempenhem este papel por causa do efeito positivo de sua influência sobre os meninos. Uma embaixada pode ter quantos conselheiros e auxiliares necessitar, mas o ideal é que haja pelo menos um conselheiro ou auxiliar para cada dez embaixadores. QUALIDADES DO CONSELHEIRO DOS EMBAIXADORES DO REI Relacionamento com Deus A primeira e mais importante das qualidades do conselheiro dos ER é o seu relacionamento com Deus. Trabalhando com meninos adolescentes e juniores, o conselheiro dos ER será sempre um exemplo. Os meninos precisam ver nele um homem de Deus a quem podem seguir. Creio que todas as qualidades que alguém deve ter para ser um conselheiro de ER essa é pré-requisito, isto é, o líder não pode começar a trabalhar com os ER sem ter um bom relacionamento com Deus. Relacionamento com Deus: 1. Conversão – certeza da salvação 2. Oração 3. Palavra de Deus 4. Adoração 5. Bom Testemunho Caráter O líder sempre agirá baseado em seu caráter, seja nas situações normais ou nas adversidades, por isso podemos considerar que caráter está relacionado mais à pratica do que ao discurso. Ninguém pode ensinar aquilo que não pratica. Os Embaixadores não esperam que seus conselheiros sejam perfeitos, mas que tenham atitudes coerentes com o que pregam. Eles observarão como você trata ou fala dos outros irmãos da igreja, como você se relaciona com sua família, sua esposa ou namorada. Um líder não só permanece acima do limite entre certo e errado mas também fica bem distante das ‘áreas cinzentas’.25 A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e carácter. Mas se tiver de passar sem um, que seja estratégia. Norman Schwarzkopf Carisma É a capacidade de atrair pessoas para si, um magnetismo que faz com que as pessoas queiram estar junto com o líder. Carisma não é algo sobrenatural, é um traço de caráter que pode ser desenvolvido como qualquer outro. Para atrair as pessoas: Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 21 Amor à vida o Não seja rabugento, amargo, deprimido. o Seja festeiro e brinque com os ER Dê um 10 a todas as pessoas o Espere o melhor das pessoas / veja o lado bom. o Encoraje-os a alcançar o potencial que eles têm Dê esperança Compartilhe sua vida o Experiência, sabedoria, recursos Seja positivo o Escolha olhar as coisas e pessoas pelo lado bom. Conheça seus ER pelo nome, seus gostos. Comprometimento É manter os olhos no objetivo a despeito das dificuldades. Para cada tipo de pessoa comprometimento significa algo diferente. O comprometimento começa no coração o Quando você se sacrifica pelo compromisso O comprometimento é medido pela Ação Em certos momentos o comprometimento é a única coisa que leva o líder a continuar Comunicação As pessoas só o seguiram se souberam o que você quer. Se um líder não é capaz de transmitir uma mensagem com clareza e motivar outros a agir de acordo com ela, então nem mesmo importa ter uma mensagem. Gilbert Amélio – Presidente e CEO da National Semiconductor Corp. Comunique-se com os ER, aos pais e a igreja. Fale com simplicidade Quando for falar em público: o Qual é o meu público? o Quais são suas dúvidas? o O que eu preciso falar? o Quanto tempo tenho? Apresente a verdade – a credibilidade precede os grandes comunicadores Competência Conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes. Conhecimentos relativos à: Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 22 o Bíblia o Liderados o Organização Habilidades o Esportes e Recreação o Organização de eventos o Comunicação - oratória Atitude o Agir com competência na hora certa. Iniciativa É buscar oportunidades e estar pronto para ações. Quando tudo está bem, a embaixada está cheia e todos ER participando ativamente é hora de novidades! Muitos líderes esperam o trabalho enfraquecer para tentar coisas novas, pois pensam que os meninos vão sempre gostar das mesmas coisas. Acontece que os tempos mudaram e as atividades agora são outras. Há alguns anos atrás não existia Internet, as crianças não tinham acesso aos computadores e só sabiam o que os pais ou a escola ensinava. Tudo mudou, agora elas aprendem sozinhas. Procure sempre atividades melhores, aumente o grau de dificuldade e exija um grau de responsabilidades. Novos objetivos precedidos por vitórias têm grandes chances de serem alcançados. Ouvir Aprenda a ouvir o que precisa saber e não o que deseja escutar. Como conselheiro: o Ouça com atenção o Mostre que está ouvindo, fazendo perguntas. o Ouça não só as palavras, mas as atitudes e expressões. Como líder o Ouça sem se defender o Ouça os ER -> em relação à programação, aos eventos, aos estudos... o Ouça os pais o Ouça seus líderes o Ouça outros líderes da igreja o Ouça os irmãos da igreja o Ouça sua equipe Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 23 Solução de Problemas Líderes eficientes sempre superam um desafio. Esta é uma das características que distingue os vencedores dos que vivem reclamando. Mantendo uma atitude positiva, planeje prevendo o pior. Enfrente a realidade de uma situação. Resolva um problema por vez Tome decisões somente nos seus bons momentos de liderança Educabilidade Esteja sempre disposto a crescer Cure sua doença do alvo Supere seu sucesso Deixe o orgulho de lado Visão O futuro pertence àqueles que vêem possibilidades antes de se tornarem óbvias. A visão vem do líder ou de alguém a quem ele se liga A visão atende às necessidades dos outros A visão ajuda você a reunir recursos Relacionamentos A habilidade de trabalhar com pessoas e desenvolver relacionamentos é absolutamente indispensável para a liderança eficiente. Entenda como as pessoas pensam e sentem: o Elas gostam de sentir especiais -> faça elogios sinceros o Elas desejam um futuro melhor -> mostre-lhes esperança o Elas desejam direção -> seja o navegador o Elas são egoístas -> fale primeiro das necessidades delas. o Elas se sentem desanimadas emocionalmente -> encoraje-as o Elas desejam sucesso -> ajude-as a vencer. Adapte seu estilo de liderança à pessoa que você está liderando. Descubra o melhor das pessoas, não o pior. Relacione-se com os meninos Relacione-se com outros conselheiros de sua embaixada Relacione-se com os pais dos ER Relacione-se com seus líderes, pastores. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 24 O QUE O CONSELHEIRO NÃO É Alguns conselheiros acabam se frustrando e tomando atitudes inconvenientes por não entender bem seu papel junto aos meninos. O conselheiro não é pai, embora o menino possa gostar dele como se fosse e transferir ao conselheiro o papel de pai, principalmente quando o pai é ausente. Essa transferência, contudo, é temporária chegando até o começo da adolescência. O conselheiro que adota emocionalmente um menino pode passar a não respeitar as decisões da família, querendo impor proibições fora dos limites da embaixada. Se o menino o obedecer, a família perde a autoridade. Se o menino não obedecer, o conselheiro perde autoridade e o sofre diante da impotência de mudar a vida do ER. O conselheiro não é técnico de time de futebol, portanto não deve se preocupar em formar uma embaixada de profissionais do esporte e gastar a maior parte do tempo treinando para competições esportivas. O conselheiro deve lembrar-se que os esportes e a recreação são utilizados para levar os meninos a um propósito maior que é o crescimento espiritual. O conselheiro não é um comandante do exército, mesmo porque ER não é uma Organização militar. A preocupação, portanto, não deve ser a de ter um grupo que saiba marchar, fazer posição de sentido ou realizar acampamentos na selva. Embora tudo isso possa ser bom, não é o foco da Organização. QUATRO GRANDES DESAFIOS DO CONSELHEIRO O primeiro grande desafio do conselheiro é unir um grupo de meninos, sejam eles garotos com quem se quer iniciar uma embaixada ou aqueles que já participam de uma embaixada. O segundo grande desafio do conselheiro é acompanhar individualmente cada Embaixador do Rei, ser seu amigo e conselheiro. O terceiro grande desafio do conselheiro é manter a embaixada em atividade e crescimento contínuo através de uma diretoria ativa, concursos internos, reuniões agradáveis e atividades especiais. O quarto grande desafio do conselheiro é manter a igreja entusiasmada com a embaixada. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 25 COMO ORGANIZAR UMA EMBAIXADA O começo de um projeto é sempre muito importante. Se uma semente for lançada de maneira correta ela pode dar bons frutos, mas se for lançada no lugar errado será só desperdício. Algumas pessoas querem organizar (ou reorganizar) uma embaixada, mas começam sem planejamento e sem o mínimo de estrutura; acabam fazendo com que o trabalho dê errado. O que acontece é que em vez de ajudar, acabam dificultando a implantação futura da Organização Embaixadores do Rei. São requisitos básicos para se organizar uma embaixada: Apoio do pastor Líderes disponíveis Espaço físico disponível Recursos materiais O apoio do pastor é necessário porque é ele quem levará a igreja a apoiar a embaixada. Líderes disponíveis também são necessários uma vez que uma embaixada precisa de crentes dispostos a trabalhar com os meninos. Algumas vezes a igreja ou o pastor pressionam um irmão para trabalhar com os ER, ele inicia o trabalho, mas logo vai embora e a embaixada tem que parar. Isto é frustrante para os meninos e para a igreja. A embaixada precisa de um lugar para se reunir. O ideal é que seja um lugar separado só para ela, mas, como hoje isso é praticamente impossível na maioria das igrejas, deve ter uma sala que possa utilizar semanalmente. Os recursos materiais também são necessários. Talvez não seja muito dinheiro, mas são necessários alguns folhetos Para Ser Embaixador, manuais do Candidato, Caderneta de Conselheiro e de Secretário, bíblias para emprestar aos visitantes e, se possível, uma bandeira dos ER. 1º Passo — Treinar os líderes Se você não tem líderes treinados, isto é, que participaram de um CICER ou concluíram o sistema de postos dos ER, este é o primeiro passo. Hoje, o único treinamento disponível para conselheiros de ER é o CICER, que é ministrado por algum DCER (Departamento Convencional de Embaixadores do Rei), ou pelo DENAER (Departamento Nacional de Embaixadores do Rei). Além do CICER, é recomendável que o futuro conselheiro dos ER leia livros sobre adolescentes e sobre liderança. Se possível, visite boas embaixadas em funcionamento e converse com outros conselheiros. O conselheiro não precisa ser um expert no assunto para iniciar uma embaixada, mas deve ter o conhecimento mínimo. 2º Passo — Divulgar Dê uma palavra rápida para a igreja (adultos) enfatizando: O ambiente agradável de uma embaixada, que proporcionará maior integração dos meninos na igreja. As oportunidades de lazer que os meninos terão Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 26 O crescimento espiritual através dos estudos da bíblia e de missões O crescimento pessoal (disciplina, iniciativa, liderança) através das atividades. Convide os meninos na EBD ou nas uniões de treinamento, enfatizando: As oportunidades de lazer Os acampamentos e atividades especiais O crescimento espiritual através dos estudos da bíblia e de missões 3º Passo — Realizar as reuniões iniciais As primeiras reuniões servem para explicar aos meninos o que é uma embaixada, o que eles farão como Embaixadores do Rei, escolher o nome e a diretoria da embaixada. Todas as reuniões dos ER devem ser divertidas, por isso você deve usar dinâmicas e brincadeiras para os meninos se integrarem, mas a primeira reunião deve ser especialmente marcante, afinal, a primeira impressão é a que fica. Primeira Reunião 1. Faça um ou dois quebra-gelos 2. Ensine uma ou duas músicas, preferencialmente dos ER, exceto o Hino Oficial 3. Faça uma dinâmica com ensino bíblico (máx. 20 minutos) 4. Cante novamente uma das músicas ensinadas 5. Fale sobre a Organização Embaixadores do Rei a. Explique que a igreja está pensando em iniciar uma embaixada b. Mostre que existem embaixadas em vários outros países c. Fale que os ER fazem acampamentos, olimpíadas e passeios. d. Fale sobre o que o menino vai aprender na embaixada através da bíblia: i. coisas boas para ser um homem de caráter, ii. ser honesto, trabalhar em equipe, ajudar o próximo, iii. ser independente, etc. e. Fale sobre os manuais dos ER f. Explique o significado do nome Embaixadores do Rei i. Diga que eles serão representantes de Jesus Cristo 6. Abra uma oportunidade para os meninos perguntarem 7. Se possível, leve um ou dois ER de outra embaixada que possuam medalhas ganhas na Organização para mostrar aos meninos. 8. Faça um momento de recreação a. Explique que os ER possuem quatro regras nos esportes e que elas devem ser aplicadas desde já b. Faça diversas brincadeiras 9. Encerre fazendo um circulo e explicando que na próxima reunião, os meninos poderão saber o que fazer para se tornarem Embaixadores do Rei. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 27 Segunda Reunião 1. Faça um ou dois quebra-gelos 2. Relembre as músicas ensinadas. 3. Relembre a. As atividades dos ER: acampamentos, olimpíadas e passeios. b. O que o menino vai aprender na embaixada através da bíblia c. Os requisitos mínimos 4. Verifique os requisitos que os meninos já aprenderam marcando-os na Caderneta do Conselheiro 5. Ensine uma música dos ER 6. Faça uma dinâmica com ensino bíblico (máx. 20 minutos) 7. Explique como funciona a diretoria da embaixada e seus cargos. 8. Faça um momento de recreação a. Relembre as quatro regras dos ER nos esportes e que elas devem ser aplicadas. b. Faça diversas brincadeiras 9. Encerre fazendo um circulo lembrando que os meninos que souberem os requisitos mínimos poderão se tornar Embaixadores do Rei. Terceira Reunião 1. Relembre duas ou três músicas 2. Verifique os requisitos que os meninos já aprenderam marcando-os na Caderneta do Conselheiro 3. Faça uma dinâmica com ensino bíblico (máx. 20 minutos) 4. Explique que uma embaixada deve ter um nome, por isso os meninos devem escolhê-lo. a. Deve ser o nome de um missionário ou pastor b. Traga duas ou três sugestões de nomes com pequenas biografias c. Faça a votação 5. Leve uma sugestão de nomes para a diretoria da embaixada e coloque em votação 6. Cante duas ou três músicas dos ER 7. Faça um momento de recreação a. Relembre as quatro regras dos ER nos esportes e que elas devem ser aplicadas. b. Faça diversas brincadeiras 8. Encerre fazendo um circulo lembrando que os meninos que souberem os requisitos mínimos poderão se tornar Embaixadores do Rei. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 28 4º Passo — Treinar a diretoria Verifique o capítulo A diretoria da Embaixada 5º Passo — Organizar Oficialmente Oficialmente a embaixada É importante que seja realizado um culto de organização da Embaixada perante a igreja. Esse culto tem o objetivo de oficializar o novo ministério, incentivar os meninos, conhecer outras embaixadas e informar a igreja. Embora seja uma programação solene, esta programação, não deve ser cansativa, deve edificar aos participantes. Uma sugestão de programação: 1. Abertura 2. Palavra de explicação do Motivo do Culto 3. Oração 4. Entrada das bandeiras (Brasil, Cristã, Embaixadores do Rei) 5. Compromisso dos Embaixadores do Rei - dirigido pelo Embaixador-Chefe 6. Hino Oficial dos ER 7. Apresentação das Embaixadas / coordenadores / presidentes, etc... presentes e Palavra de Boas Vindas 8. NÚMEROS ESPECIAIS/ PARTICIPAÇÕES 9. Momento de Louvor 10. Mensagem 11. Organização Oficial da Nova Embaixada a. Apresentação dos conselheiros b. Apresentação dos ER c. Breve relato sobre o início dos trabalhos d. Apresentação da diretoria e. Apresentação nome da embaixada e breve bibliografia do patrono. f. Oração pela nova embaixada, pelos conselheiros e pela diretoria. 12. Encerramento Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 29 A DIRETORIA DA EMBAIXADA Embaixadores do Rei é uma verdadeira fábrica de líderes e, isto só acontece porque na embaixada quem faz a maior parte do trabalho são os próprios meninos. Eles aprendem na prática o que poderão fazer na igreja quando adultos. Isso acontece através da diretoria da embaixada, que geralmente é eleita anualmente. Para crescer em número e qualidade é necessário que a embaixada tenha uma diretoria consagrada a Deus, responsável e capacitada, que consiga dirigir sozinha as programações de maneira que Deus seja glorificado, os embaixadores se sintam integrados e satisfeitos, e a embaixada cresça sem parar. Conseguir uma diretoria assim não é uma tarefa fácil. Na verdade Deus já escolheu cada Embaixador que vai ocupar um cargo em sua embaixada. Você só precisa descobrir quem são e lapidá-los, para que sejam brilhantes no trabalho de Deus. Neste capítulo você vai descobrir como selecionar sua diretoria, treiná-la e fazer com que ela sempre cresça espiritualmente e faça a embaixada crescer junto. A diretoria é o primeiro escalão de uma empresa, o grupo que decide os rumos que ela deve tomar, as estratégias e tomas as decisões para a empresa crescer e gerar lucro. A palavra de um diretor tem grande peso nas decisões. Não é qualquer um que pode fazer parte da diretoria de uma empresa. Somente os profissionais mais qualificados e experientes chegam lá. A diretoria é quem tem maior liberdade: não tem hora para chegar, não assina ponto e pode faltar quando quiser. Mas ela tem responsabilidade de atingir os objetivos. Não há desculpas para o fracasso, por isso acabam trabalhando mais que todos os outros funcionários. Na igreja, a diretoria é quem toma as decisões ou encaminha cada assunto “mastigado” para a assembléia. É também a diretoria que cuida de assuntos confidenciais e procura manter a paz, a comunhão e o crescimento da igreja. A diretoria é a liderança de uma organização e, biblicamente, liderança é sinônimo de serviço. Assim como a Igreja, a embaixada tem sua diretoria. Essa diretoria dirige as programações, faz o planejamento, organiza eventos, se preocupa com tudo o que há por fazer, enfim é ela quem executa todo o trabalho. Mas há uma diferença entre a diretoria da igreja e a diretoria da embaixada: a idade. Um menino não tem como tomar decisões tão acertadas quanto um adulto. Eles ainda não têm a experiência de vida e os conhecimentos necessários para decidir com autonomia, por isso seu trabalho como conselheiro é educá-los para que adquiram competência para cumprir suas funções. A diretoria também é a ponte de ligação entre os conselheiros e os demais embaixadores, uma vez que a diretoria treinada e discipulada consegue refletir os padrões bíblicos, toda a embaixada seguirá seu exemplo. Os embaixadores se sentirão motivados quando perceberem a diretoria trabalhando. A diretoria da embaixada geralmente é composta pelos seguintes cargos: Embaixador-Chefe - É o presidente dos Embaixadores do Rei. Assistente - É o vice-presidente da embaixada Secretário - É quem cuida das informações da embaixada. Intendente - É o responsável por todo o material da embaixada e pela arrumação do local de reuniões. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 30 Porta-voz - É o responsável por manter a igreja e os embaixadores informados sobre as atividades da embaixada. Cônsules e Consulados Consulados Quando a embaixada atinge o número de dez membros, podemos dividi-la grupos chamados de consulados com a finalidade de aumentar a comunhão entre os Embaixadores e realizar competições entre os consulados. Cada consulado deve ter um Cônsul, isto é, um Embaixador que seja seu líder. ONDE ENCONTRAR UMA DIRETORIA ASSIM? Em muitas embaixadas os conselheiros fazem todo o trabalho. A verdade é que essas embaixadas não se desenvolvem, pois os meninos precisam fazer e não apenas assistir. Eles dizem que não encontram meninos dispostos e prontos para o trabalho. Isto é verdade! As diretorias não chegam prontas na embaixada, o conselheiro é quem seleciona e treina cada membro para exercer seu cargo com habilidade. O mais tímido pode ser o melhor Embaixador-Chefe se você treiná-lo adequadamente, prova disso é o Pr. Willian Alvin Hatton, que trouxe os Embaixadores do Rei para o Brasil: Eu tinha aproximadamente dez anos quando foi organizada a Embaixada William Buck Bagby na minha igreja, a University Baptist Church. Quem a organizou foi a senhora R.M. WHITE [...]. Antes da organização da Embaixada, ela convidou uma meia dúzia de meninos para algumas reuniões na casa dela. Foi realmente para treinar a diretoria da nova Embaixada. Creio que foi a nossa Conselheira quem democraticamente escolheu a diretoria e, não sei porque, fui colocado como Embaixador-Chefe. Acho que não havia no Texas um menino mais tímido do que eu. Mas, de qualquer maneira, não fugi da responsabilidade. Eu e os meus colegas da diretoria nos sentimos muito honrados. A senhora WHITE ensinou a cada um de nós como deveríamos dirigir as reuniões da Embaixada. O plano funcionou porque a nossa conselheira sabia ensinar e também inspirar os meninos no serviço do Rei. Ela era uma Conselheira extraordinária Durante vários anos irradiou entusiasmo pela organização Embaixadores do Rei e sabia transmitir esse entusiasmo aos meninos. Dou graças a Deus pela vida dessa Conselheira que soube me interessar no trabalho dos ER. Ela foi sempre uma verdadeira inspiração, despertando na gente a vontade de trabalhar, de dar o máximo como Embaixador de Cristo. f QUEM PODE PARTICIPAR DA DIRETORIA – E QUEM NÃO PODE! A diretoria é o grupo de líderes da embaixada e, por isso, o exemplo que todos os embaixadores seguirão. Quando os apóstolos foram selecionar os sete para ajudá-los, os critérios eram: ser cheios do Espírito e de sabedoria (At 6.3). Paulo recomenda a Timóteo que ele seja um exemplo aos fiéis (1Tm 4:12). Portanto, são requisitos para: todo líder ser cheio do Espírito Santo, ser sábio e ser (bom) exemplo para os outros. f Hatton, Willian Alvin, Sempre Embaixador, p. 8-9 Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 31 Lembre-se que os Embaixadores do Rei são juniores e adolescentes e não devemos esperar ou exigir atitudes adultas deles, mas algumas atitudes comprometem em muito a atuação na diretoria da embaixada, por exemplo: brigar, falar palavrões, faltar freqüentemente a embaixada ou ter um mal testemunho na escola. Trazendo os princípios bíblicos concluímos que, para fazer parte da diretoria da embaixada, o ER deve, obrigatoriamente, ser convertido e ter um bom testemunho diante dos outros ER. No caso de um adolescente também é necessário que ele seja membro da igreja. Não pode ser membro da diretoria da embaixada qualquer ER não-convertido, pois como Deus poderá atuar através dele? Antes de escolher alguém, tenha em mente que: Cargo não é método para manter um menino na embaixada; Cargo não é prêmio por boas ações ou bom testemunho; Novos convertidos não devem exercer liderança (1Tm 3.6); e Quem não serve sem cargo não serve para o cargo. QUEM ESCOLHE A DIRETORIA? O processo de escolha da diretoria é diferente em cada embaixada, de acordo com seu tamanho, tempo de organização e desenvolvimento. O ideal é que os conselheiros analisem cada Embaixador e, orando, escolham os nomes. Depois de escolhidos, cada um dos nomes deve ser consultado e uma indicação dos conselheiros deve ser feita para que a embaixada vote. O modelo de cédula de votação abaixo traz a indicação do nome feita pelos conselheiros e uma linha em branco para que a embaixada vote. Cédula de Votação Marque um X no candidato de sua preferência ou escreva um nome na linha em branco: Embaixador Chefe: ( ) João da Silva Santos Assistente: ( ) Marcelo Antonio Pereira Secretário: ( ) Felisberto Justino Intendente: ( ) Lucio de Moura Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 32 Nem sempre é necessário preencher todos os cargos. Na cédula acima, por exemplo, não consta o cargo de Porta-Voz. COMECE PELO CORAÇÃO Em muitas ocasiões, conselheiros já com muitos anos de trabalho reclamam sobre os pais dos seus Embaixadores: - Os pais não dão apoio a embaixada. Até o Embaixador-Chefe falta nas reuniões, assim é muito difícil trabalhar! É duro dizer, mas o problema não está nos pais, nem nos embaixadores. O problema é que os ER não estão conectados ao seu conselheiro. John Maxwel, em seu livro "As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança" diz o seguinte: Diz um antigo ditado: para liderar a si mesmo, use a cabeça: para liderar os outros, use o coração, [...] Os líderes eficazes sabem que você primeiro tem de tocar o coração das pessoas antes de lhes pedir ajuda. [...] Não só o líder que busca se comunicar precisa estabelecer ligações com as pessoas. É algo necessário para todos. Quanto mais fortes a relação e a ligação entre as pessoas, maior será a probabilidade de o subordinado querer ajudar o líder. [...] Alguns líderes têm dificuldades com a Lei da Ligação porque acreditam que estabelecer a ligação é responsabilidade dos seguidores. [...] Mas os líderes de sucesso [...] sempre tomam a iniciativa [...] Eles dão o primeiro passo e depois se esforçam por continuar a cultivar os relacionamentos. [...] Quando o líder consegue estabelecer essa ligação com os seus comandados, isso se revela no modo como a organização atua. Os funcionários exibem uma incrível lealdade e uma sólida ética profissional. O sonho do líder se transforma na aspiração dos subordinados. O impacto é incrível. Na embaixada, o que geralmente acontece é que os ER se desanimam, pois não se sentem amados e queridos por seu líder. Como não há ligação afetiva, qualquer coisa mais interessante que surgir merecerá a atenção deles. CHAVES PARA O SUCESSO COM A DIRETORIA DA EMBAIXADA Relacionamento Íntegro com Deus Você pode aplicar todas as técnicas de liderança, recursos didáticos, técnicas de psicologia e tudo que tiver disponível, mas sem o poder de Deus atuando o máximo que você pode criar é um clube para garotos. Se você quer uma embaixada espiritual precisa contar com o poder e a direção de Deus. Cultive uma vida devocional diária, separando um tempo para ler a Bíblia e orar por você, seus problemas, suas alegria e também por seus Embaixadores. A certeza de que Deus é quem está dirigindo será o seu alicerce quando as lutas e desilusões surgirem. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 33 Bom Testemunho Suas atitudes sempre falarão mais alto que suas palavras. Você não pode ensinar aquilo que não pratica. Tenha certeza que os ER observarão como você trata ou fala dos outros irmãos da igreja, como você se relaciona com sua família, sua esposa ou namorada. Os Embaixadores não esperam que seus conselheiros sejam perfeitos, mas esperam que eles sempre busquem melhorar e vivam o que pregam. Desonestidade, mentiras e favoritismo acabarão com a credibilidade de um líder. A dedicação de cada Embaixador do Rei será proporcional à sua dedicação. Quando você colocar alguma coisa à frente de Deus eles entenderão que assim devem agir. A maior lição para os Embaixadores do Rei deve ser a própria vida do conselheiro. Amizade estreita com a diretoria Um junior ou adolescente precisa, antes de qualquer outra coisa, da sua amizade. Antes de serem membros da diretoria da embaixada, são adolescentes como quaisquer outros, com seus medos, problemas, alegrias, sucessos e fracassos. Eles precisam de alguém que molde suas vidas dentro dos padrões de Deus. Os adolescentes só escutam a quem amam e respeitam, a quem se dedica a eles e os ama. Essa dedicação e amor se expressam em: Tempo – Você precisa passar tempo com a diretoria da embaixada, não só na embaixada ou em atividades a ela relacionadas. Faça um passeio. Vá com eles ao cinema. Brinque. Convide-os para assistir um filme em sua casa. Mostre que você não é apenas o conselheiro da embaixada, mas é o amigo deles. Compreensão – Não se mostre chocado quando eles lhe contarem seu pecados, suas dificuldades e até mesmo seus mais profundos problemas. Os adolescentes querem alguém que os entenda e possa ensiná-los a vencer seus problemas. Paciência – E muita paciência! Tenha certeza que eles a testarão. Vão procurar descobrir seu limite, desafiar sua autoridade e, algumas vezes, até mesmo tentarão lhe enganar. Resista firme e conta até 1.000, mas não se descontrole Respeito – O adolescente tem direito de tomar suas decisões, certo é que também deverá arcar com suas conseqüências. Você deve alertá-lo quando necessário, mas respeitar suas decisões e intender que ele tem vida própria e você não pode comandá-lo diretamente e nem deve comandá-lo indiretamente. Humildade – Chegue até onde o adolescente está. Considere a opinião dele tão importante quanto a sua. Dizer: “sou eu quem mando por aqui” não é uma atitude humilde. Sinceridade – Você deve respeitar o adolescente, mas deve ser sincero quando achar que ele não está tomando a decisão certa. Ele precisa saber que, mesmo não concordando, você respeita a opinião dele. VALORIZAÇÃO E RECOMPENSA DA DIRETORIA Uma diretoria comprometida trabalhará muito. Terá que deixar muitos momentos de recreação, férias e viagens para se dedicar a embaixada. Certamente Deus abençoará cada um de seus membros, e você poderá ser um canal dessas bênçãos. Valorizar a diretoria não significa dizer que ela é melhor que o resto da embaixada, mas demonstrar que você sabe o quanto eles se dedicam. Algumas maneiras de fazer isso são: Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 34 Elogiar a atuação de cada um nas reuniões de diretoria Elogiar a diretoria nos cultos e programações que a embaixada realiza com toda a igreja Convidar a diretoria da embaixada para um passeio ou atividade especial Levar alguns ER da diretoria quando você for participar em algum outro evento da Organização. Quando precisar chamar a atenção de algum membro da diretoria faça-o particularmente. INICIANDO O TREINAMENTO DA DIRETORIA O primeiro passo é dar aos ER uma visão geral sobre o trabalho da embaixada. Para isso faça um estudo de um ou dois dias sobre o Guia dos Embaixadores do Rei, disponível no site http://www.embaixadoresdorei.com.br. Depois do trabalho coletivo é preciso trabalhar com cada membro da diretoria individualmente, explicando qual é sua tarefa e como executá-la O segundo passo é mostrar a maneira como Deus normalmente opera, isto é, através de homens que tem um compromisso com Ele. A diretoria da embaixada deve ser assídua aos cultos da igreja, EBD e às próprias reuniões da embaixada. Aliás, as reuniões da embaixada devem ter prioridade na vida dos ER. Um membro da diretoria deve saber que, algumas vezes, ele deverá deixar de ir a uma festa de aniversário, a um passeio e até mesmo em uma viagem pois é com ele que Deus conta para realizar o trabalho da embaixada. Por último, esse compromisso com Deus é mostrado através de um bom testemunho. O verdadeiro Embaixador do Rei é o mesmo na igreja, na escola e na sua casa. Ele deve ser “um obreiro aprovado que não tem do que se envergonhar” (2Tm 2.15) em qualquer lugar. A diretoria deve saber que é sempre observada pelos demais ER e por isso será um exemplo para eles. Sua tarefa como conselheiro é ajudar o ER na sua caminhada de crescimento espiritual. Para isso, deixe claro que todos ser humano tem suas dificuldades e que você está disposto a ajudar. O ER precisa saber que pode contar com você para ajudá-lo a resolver seus problemas. TREINANDO O EMBAIXADOR-CHEFE O Embaixador-Chefe precisa desenvolver as seguintes características: Boa comunicação – Saber expressar suas idéias, dirigir uma programação, transmitir avisos, conversar com os ER. Ser um incentivador – Levar os outros a se apaixonarem pelos planos da embaixada, de maneira que se comprometam em colaborar. Amar as pessoas – Preocupar-se com os faltosos, com os que passam por problemas e com os desanimados. Capacidade de resolver problemas – Buscar caminhos alternativos para resolver problemas quando estes passerem insolúveis. Capacidade de gerenciar – Recursos humanos e materiais O Trabalho do Embaixador- Embaixador-Chefe - Planejar e dirigir as reuniões, cultos e demais programações - Planejar com a antecedência necessária, cada programação, solicitando, também com antecedência, a participação dos outros ER. Treinamento de Conselheiros - Fábio H. Pontes 35 - Quando o Embaixador-Chefe estiver dirigindo uma programação, deve: - ter um roteiro escrito com tudo o que vai fazer; - treinar a leitura textos que serão lidos diante da embaixada; - falar olhando para os ouvintes; - evitar gírias e expressões chulas; - não repreender asperamente alguém que se comporta mal; - ter a expressão física adequada ao mo