Dermatófitos - Aulas Práticas de Micologia (PDF)

Document Details

ExaltedSpruce

Uploaded by ExaltedSpruce

Egas Moniz School of Health & Science

2024

Teresa Nascimento

Tags

mycology dermatophytes fungi medical mycology

Summary

This document details practical classes on mycology, specifically focusing on dermatophytes. It covers Microsporum sp., Epidermophyton sp., and Trichophyton sp., including their identification, culture media, and microscopic examination.

Full Transcript

Dermatófitos Microsporum sp. Epidermophyton sp. Trichophyton sp. Aulas Práticas de Micologia Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Teresa Nascimento [email protected] 2024-2025 Meio de Cult...

Dermatófitos Microsporum sp. Epidermophyton sp. Trichophyton sp. Aulas Práticas de Micologia Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas Teresa Nascimento [email protected] 2024-2025 Meio de Cultura Identificação do fungo dermatófito Meio de cultura Sabouraud com Sabouraud com Meio cloranfenicol e/ou cloranfenicol e cromogénico para gentamicina actidiona Dermatófitos 2 A incubação faz-se à temperatura ambiente, 25-30ºC, durante 4 a 5 semanas. Exame Cultural Observação macroscópica das colónias Superfície, forma, consistência, pigmentação Observação microscópica Forma dos macroconídios Número e forma dos microconídios Aspetos particulares do micélio Hifas em espiral Candelabros fávicos 3 Exame microscópico a partir da colónia: Preparação com azul de lactofenol, que permite observar as hifas e os conidios (esporos assexuados). Dois tipos de conídios são formados: microconídios, são pequenos e unicelulares. macroconídios, são maiores e septados. 4 5 As características macroscópicas e microscópicas das culturas permitem-nos fazer a identificação dos dermatófitos: A identificação dos dermatófitos faz-se através da: - Velocidade de crescimento - Morfologia macroscópica das colónias - Morfologia microscópica - Pesquisa e estudo das necessidades vitamínicas 6 7 GÉNERO MICROSPORUM M. canis N. gypsea (ex M. gypseum) 8 Microsporum canis vCrescimento das colónias é rápido, colónias lanosas, creme a amarelo na superfície com reverso amarelo a laranja amarelado. A infeção nos humanos ocorre no couro vMicroconídios piriformes, cabeludo e pele glabra. Pode também causar tipicamente ausentes. tinha em cães e gatos vMacroconidios fusiformes, 9 verrucosos e de parede grossa. Microsporum canis 10 Microsporum gypseum vCrescimento rápido das colónias, pulverulentas a granulares. Colónia de cor camurça e com reverso idêntico. vMicroconídios moderadamente abundantes e de forma piriformes. vMacroconídios abundantes, eliptícos a fusiformes (casulo), algumas vezes rugosos e de parede fina. vA infeção em humanos é encontrada no couro cabeludo (quérion) e na pele; é mais frequentemente isolado a partir 11 do solo e de pequenos roedores. Microsporum gypseum 12 13 GÉNERO EPIDERMOPHYTON Caracteriza-se pela produção de macroconídios em forma de clave, de paredes lisas ou moderadamente expessas e multiseptadas; ausência de micronídios. Epidermophyton floccosum E. stockdaleae Exame Macroscópico Cultura de desenvolvimento lento Aspeto: colónia com hifas aéreas mas baixas (penugentas) dando o aspeto de pele de camurça. Com centro elevado e pregueado e periferia plana, de cor amarela-esverdeada. Pigmento: kaki (verso: Reverso castanho-amarelado) 14 Micélio Macroconídios Microconídios Exame microscópico Clamidósporos podem estar Em forma de clava, septados presentes principalmente nas transversalmente com poucos septos (2 Ausência culturas velhas a 6 células), de paredes finas Macroconídios em forma de clava, septados transversalmente com poucos septos ( 2 a 6 células), de paredes finas Microconídios ausentes Clamidósporos podem Microsporum canis estar presentes principalmente Antropozoofílico transmitido pelo gato, nas cão. Cosmopolita. Ataca pêlos e pele glabra. culturas velhas Macroscopia Aspecto Colónia algodoada ou lanosa Desenvolvimento Rápido – 4 a 5 dias 15 Cultura Colónia Camurça Pigmento Verso Amarelo alaranjado Microscopia Epidermophyton floccosum vColónias penugentas de cor amarelo- kaki e reverso castanho. vMacroconídios em clava com paredes finas podendo encontrar-se isolados ou em pequenos grupos. vOs clamidósporos são produzidos muitas vezes em grandes números. vMicroconídios ausentes. vInfeções geralmente cutâneas, especialmente nas virilhas ou pés, raramente unhas e nunca cabelo. 16 17 GÉNERO TRICHOPHYTON Produz macroconídios alongados, multiseptados, de paredes finas e lisas; os microconídios são arredondados. 18 Trichophyton rubrum vO crescimento da colónia é lento a moderado, branco na superfície e vermelho no reverso da colónia. vA infeção é tipicamente encontrada nos pés, mãos, unhas ou virilha. 19 Trichophyton rubrum Amostra biológica em Dermatofito agar 20 21 Trichophyton rubrum vO crescimento da colónia é lento a moderado, branco na superfície e vermelho no reverso da colónia. vMicroconidios são em forma de roca e piriformes e estão distribuidos ao longo das hifas de ambos os lados. vMacroconidios são em forma de lápis e charuto. vA infeção é tipicamente encontrada nos pés, mãos, unhas ou virilha. Raros ou ausentes, finos, cilíndricos ou Muito raros na variedade autóctone; Abundância de puas em clava e podem formar-se numerosos e piriformes na variedade Trichophyton rubrum (verrumas), órgãos directamente nas extremidades das africana; encontrados ao longo das pectinados em cruz hifas; na variedade africana em hifas não ramificadas ou directamente de Lorraine “salsicha de Strasbourg”; podem estar dos macroconídios presentes artrósporos Microconidios piriformes distribuídos ao longo das hifas de ambos os lados. Macroconidios são em forma de lápis a charuto (raros). GLOSSÁRIO Acladium Tipo de inserção dos conídios (aleurias) Aleuria ou Esporo assexuado formado ao longo das hifas aleuriósporo Apotécio Ascocarpo em forma de taça 22 81 Trichophyton mentagrophytes vCrescimento moderado a rápido, colónias pulverulentas a granulosas, branco a creme na superfície com reverso amarelado, castanho ou vermelho acastanhado. v Numerosos microconídios, unicelulares, redondos a piriformes e dispostos em grupos “cacho de uva”. Hifas em espiral estão muitas vezes presentes. vMacroconidios multiseptados, forma de roca e frequentemente ausentes. vInfecção tipicamente encontrada nos pés, mãos, ou virilhas, mas também por vezes associada a lesões 23 inflamatórias do couro cabeludo e unhas. Trichophyton tonsurans vCrescimento lento. Colónias rasas, pulverulentas, de cor creme-brancas. Reverso: amarelo-castanho escuro. vMicroconídios: numerosos, piriformes, variando no tamanho e forma. vMacroconídios: raros. Quando presentes são alongados, por vezes fusiformes de paredes lisas. vInfecções primárias no couro cabeludo. Ocasionalmente a pele 24 glabra e as unhas são afectadas. Trichophyton tonsurans 25 26 A- Tinea capitis por Tricophyton mentagrophytes B- Exame microscópico de T.mentagrophytes: filamentos articulados em ângulo recto, portadores de numerosos microconídios redondos; macroconídios +/- numerosos. 27 Tinea corporis por Trichophyton verrucosum O exame micológico depende da demonstração do dermatófito nas amostras colhidas, e compreende: Colheita das amostras Observação macroscópica Observação microscópica Inoculação Observação macroscópica das colónias Observação microscópica das colónias 28 Amostras Pelos, cabelos e unhas 29 Colheita amostras Importância capital colheita mal executadaà falso negativo Material necessário: 2 ou 3 pinças de diferentes tamanhos - raspador de Vidal, bem aguçado - 2 tesouras finas de ponta aguçada, direitas ou curvas - 1 par de tesouras muito fortes, curvas - zaragatoas - caixas de Petri 30 - tubos de vidro de abertura larga - uma lâmpada de UV Princípios essenciais da colheita Colher no local onde se situam os filamentos micelianos em actividadeà variável com o tipo de lesão clínica. Aconselhar o doente a abster-se do tratamento durante alguns diasà varia com o medicamento e a natureza da lesãoà até 1 mês em certos casos. Lesões múltiplasà colher separadamente 31 cada lesão (Ex: unhas da mãos, unhas dos pés) Tinhas do couro cabeludo e barba: colhem-se os cabelos ou pelos com uma pinça. Devemos procurar os cabelos partidos ou os que emitem fluorescência quando expostos à luz UV. Tinhas da pele glabra: raspa-se o bordo exterior da lesão com um bisturi ou um raspador de Vidal, e recolhem-se as respectivas escamas. Tinhas das unhas: com tesoura, alicate ou corta- unhas, ou raspador de Vidal, colhem-se os fragmentos das unhas. O material deve ser colhido para caixa de Petri esterilizada. 32 EXAME DIRETO Ao material colhido adiciona-se uma gota de KOH 20-30%, deixa-se actuar mais ou menos tempo consoante a natureza e espessamento do material, e observa-se ao microscópio entre lâmina e lamela. O KOH dissocia a queratina e desagrega as células facilitando a observação das hifas e artrósporos eventualmente presentes. O seu diâmetro e morfologia permite a diferenciação destes dermatófitos dos outros fungos. 33 Exame directo após clarificação Cabelos e pelos Observa-se o tipo de parasitismo pilar, ectotrix (elementos fúngicos fora do cabelo) ou endotrix (elementos fúngicos no interior do cabelo- mais raro). Pele e unhas Apresentam-se sob a forma de filamentos (hifas). 34 Notas Práticas É aconselhável semear imediatamente as colheitas com zaragatoa ou, na impossibilidade, evitar a sua dissecação com algumas gotas de soro fisiológico. Os fungos nas escamas podem ser semeados sem inconveniente alguns dias depois. A vitalidade dos esporos e filamentos nos cabelos é sempre da ordem de algumas semanas, muitas vezes de vários meses. 35 EXAME CULTURAL As sementeiras devem ser sempre efetuadas - com exame direto positivo - com exame direto negativo As sementeiras devem ser efetuadas sempre antes do exame direto. 36

Use Quizgecko on...
Browser
Browser