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Pensadores importantes: 1. **MATTHEW ARNOLD:** Matthew foi um poeta e crítico literário e social inglês da era vitoriana, **conhecido especialmente por suas críticas clássicas aos gostos e modos contemporâneos dos \"Bárbaros\" (a aristocracia), dos \"Filisteus\" (a classe média comercial) e da \"...
Pensadores importantes: 1. **MATTHEW ARNOLD:** Matthew foi um poeta e crítico literário e social inglês da era vitoriana, **conhecido especialmente por suas críticas clássicas aos gostos e modos contemporâneos dos \"Bárbaros\" (a aristocracia), dos \"Filisteus\" (a classe média comercial) e da \"Populaça\".** Ele se tornou o apóstolo da \"cultura\" em obras como \"Culture and Anarchy\" (1869). Matthew Arnold entende a cultura como o **desejo da perfeição:** *«According to his view advanced in the book, **\"Culture \[\...\] is a study of perfection\"**. He further wrote that: \"\[Culture\] seeks to do away with classes; to make the best that has been thought and known in the world current everywhere; to make all men live in an atmosphere of **sweetness and light** \[\...\]\".»* **Capítulo 1 - Doçura e Luz *(sweetness and light)* -- o que o autor entende por cultura.** Para Matthew Arnold **cultura é o estudo da perfeição**; **A cultura é o resultado do estudo --** [Sentido livresco.] Cultura é o saber ler e o saber o que se ler -- [Então a cultura está limitada apenas ao estudo de alguns textos.] Vem de uma **condição interna** de querer saber e aprender -- Não basta ser obrigado a ler algo, tem de ter paixão para aprender Curiosidade VS Paixão: **- Curiosidade...**... Conhecimento superficial, uma satisfação fácil **- Paixão...**... Devoção e entrega pelo conhecimento [O individuo tem de sentir paixão pelo conhecimento.] **A Perfeição** deve ser constituída por... **[...Conhecimento]**: Importância da razão e do desenvolvimento intelectual **[...Bem]**: A paixão pelo bem-estar moral e social e pela sua vontade de propagação (Vontade de Deus) Ambos estes pontos, **em harmonia, contribuem para o desenvolvimento do ser humano -- O bem do todo**: [As partes funcionam regularmente para o bem geral]. Em suma... - A cultura ajuda a atingir a perfeição através do conhecimento (estudo da perfeição); - A cultura é uma função interna -- não é apenas reconhecer, é também gostar do que se faz (paixão pelo conhecimento) -- exemplo: não apenas ler por obrigação, ler por gosto; - A cultura é um desenvolvimento integral. - Ele argumenta que a cultura deve ser a aspiração de toda a sociedade, ajudando a elevar o espírito humano e a promover o bem-estar coletivo. **[Capítulo 2 -- Fazer o que se quer]** O título deste capítulo dá a entender a existência de uma sociedade tomada pela anarquia -- uma sociedade sem leis. Arnold expressa neste capítulo a falta de um Estado no séc.19 que pode zelar pelos interesses de todos e não apenas por um grupo social em particular -- É uma sociedade individualista.... A imperfeição está em todas as classes sociais; Todas as classes sociais resistem à autoridade. **[O Papel do Estado]** -- Deve **funcionar para gerar a harmonia das vontades individuais**; **[fazer o que se quer opõe-se à perfeição]** harmónica que o Estado tenta relevar; reconhece a ideia de um todo equilibrado e sem atrofias. **Porém, em Inglaterra:** A Aristocracia não aceita uma unidade estadual, pois o **cerne de ser Homem consiste na sua individualização e no seu entendimento pessoal**, para que se possa atingir a harmonia coletiva. Best self VS Daily self: **- Best self:**... Melhor versão de si mesmo, pensar nos outros para além de si. **- Daily self:**... Concentração nos seus interesses pessoais. **[Capítulo 3 - Bárbaros, Filistinos e Populaça]** A Nível de categorização de classe social: Bárbaros\>Filistinos\>Populaça Bárbaros: Aristocratas -- Cultura do corpo, mas não propriamente o culto do espírito (unicamente cuidado pela beleza e aparência - fachada social) Filistinos: Classe média -- Materialismo Populaça: Classe baixa -- Sem leis; nada a perder. (A populaça e os filistinos não tem a capacidade de se emocionar com a arte) **["O indivíduo culto é aquele que supera os defeitos da sua classe"]** - permitindo a coesão social e a formação da ideia de estado **Best Self ou O Bem Absoluto** - equilíbrio entre o intelectual, a ética e o impessoal **Intelectual** -- Como organizamos o pensamento para com os outros **Ético** - Como nos dispomos para com outras pessoas **Impessoal** -- Ganhar uma visão de si mesmo e das outras pessoas **[Estado «]-» [Cultura] vs [Anarquia]** **Estado** -- harmonia coletiva; as partes trabalham para o **bem do todo** **Anarquia** - **"cada um por si"** e todos com o poder de fazerem o que querem pela sua liberdade **[Capítulo 4 -- Hebraísmo e Helenismo]** Hebraísmo VS Helenismo: **- Hebraísmo:**... Princípios do cristianismo... Monoteísta... Deus mais forte que todos os deuses politeístas **- Helenismo:**... Antiguidade clássica... Politeísta... Aproximação do ser-humano -- Deuses como pessoas normais Ambas oferecem promessas de aperfeiçoamento ao Homem. Uma finalidade sempre **almeja alcançar a perfeição tendo esta dois meios** que pode seguir para alcançar um supremo sentido ético: **[Hebraísmo]** -- **Conduta e obediência**; o dever ser; trabalho; seriedade; vontade de Deus; disciplina, etc **[Helenismo]** - **Legado clássico**: equilíbrio pessoal pela própria essência; espontaneidade; **conhecer e ajustar**; desenvolvimento integral Nota 1: Numa visão menos séria: Hebraísmo = BDSM e Helenismo = Vanilla Nota 2: **[É pelo Helenismo que a ideia de cultura melhor se concretiza]**, segundo Matthew Arnold, visto que **[a religião não considera algumas áreas valorizadas pelo ser humano]**, tais como a **arte e a ciência**. Neste sentido, **[o dogma não deve ser a base pela questão das exceções na Bíblia.]** **Matthew Arnold:** - Formado numa **tradição cultural classicista** - Defende o **conhecimento humanístico e a sua atemporalidade** 2. **GEORGE STEINER:** Autor de «Notes towards the definition of culture - Bluebeard\'s Castle » (1971). **- Bluebeard\'s Castle:** Metáfora para a Europa e os seus segredos escondidos que precisam de ser revelados para conhecer-se a realidade das ações cometidas ao longo dos anos. **- Capítulos importantes:** - The great ennui (1815-1915 -- após a 1 G.M): Aborrecimento e tédio pós acontecimentos importantes - A season in hell (1915-1945): Período que engloba a 2 G.M -- Mortes em massa das elites do futuro (jovens) - In a post-culture (1945-séc.XX): Afirmação de que «não existe cultura» - Tomorrow: Esperança para um futuro melhor pois a cultura europeia é bárbara por causa do cristianismo - O holocausto e a inveja religiosa -- Os judeus erem considerados pelos cristãos mãos «perfeitos» a nível religioso. **- Consequências do pós-guerra (pós-cultura):** - Banalização da morte; - Aparecimento e necessidade de seguir regras básicas do código militar; - (Atualmente) não se dá valor à vida. **- Outras ocorrências:** - Reconstrução externa - Reconstrói-se a cidade, mas não a cultura. - Cortes binários -- Perda do ideal de perfeição e da centralidade cultural. - Importação de formas bárbaras nas artes -- Recusa do conceito de utopia\* Isto leva à perca valorativa da educação humanista, da noção do progresso, da noção da transcendência e do valor da linguagem verbal. 3. **BERTRAND RUSSELL** Perspetiva de Bertrand Russell sobre o Trabalho: **- Definição de Trabalho:** Russell define o trabalho como tendo duas formas principais: 1\. Trabalho Manual: Alterar fisicamente a posição da matéria, que ele descreve como desagradável e mal pago. 2\. Trabalho de Supervisão ou Gestão: Direcionar outros a realizarem o trabalho manual, que ele considera agradável e bem pago. Evolução do Trabalho: **Pré-Revolução Industrial:** \- O trabalho envolvia trabalho árduo onde um homem, junto com a sua família, mal conseguia produzir o suficiente para a sua subsistência. \- Qualquer excedente produzido era apropriado pelas classes elitistas, como sacerdotes e guerreiros, em vez dos próprios trabalhadores. **Pós-Revolução Industrial:** \- Nas sociedades ocidentais modernas, há uma desigualdade significativa na distribuição da riqueza, com uma pequena minoria a receber uma grande parte da produção total. \- Muitas pessoas estão empregadas em trabalhos que produzem bens desnecessários devido à falta de controlo central sobre a produção. \- Um grande segmento da população permanece ocioso porque a distribuição do trabalho é ineficiente, levando algumas pessoas a trabalharem demais enquanto outras estão subempregadas. \- As guerras são usadas como meio para resolver problemas económicos, empregando pessoas na produção e uso de explosivos, metaforicamente comparado a crianças a brincar com fogos de artifício. Crítica ao Trabalho e Implicações Modernas **Moralidade do Trabalho Pré-Industrial:** \- Russell critica a visão tradicional de que o trabalho manual extensivo é necessário para a pessoa comum. \- Esta visão está enraizada em tempos pré-industriais e não é adequada para o mundo moderno. **Impacto Tecnológico Moderno:** \- Os avanços tecnológicos tornaram possível distribuir o lazer de forma mais equitativa pela comunidade, em vez de o reservar para alguns privilegiados. \- Russell argumenta que a moralidade que glorifica o trabalho é essencialmente a moralidade dos escravos, implicando que esta mentalidade desatualizada deve ser descartada no mundo moderno e tecnologicamente avançado. Conclusão: Russell defende uma reavaliação do papel e da perceção do trabalho na sociedade. Ele sugere que, com a tecnologia moderna, o lazer deve ser mais amplamente acessível e a visão tradicional e opressiva do trabalho deve ser abandonada. Esta perspetiva promove uma distribuição mais justa e eficiente do trabalho e dos recursos, melhorando, em última análise, a qualidade de vida de todos. \- In praise of idleness em mais detalhes: - O bem resultará em adiar o trabalho; - A poupança tem um efeito negativo na sociedade; - A «dignidade do trabalho» é um mito pois é uma escravatura dependendo de como é gerido; - O conhecimento científico -- Permite a distribuição igualitária do lazer e do trabalho (suportados pela ética) - A redução da carga de trabalho diminui o desemprego e aumenta a produtividade - «the wise use of leisure» VS ascetismo (recusa aos prazeres materiais e carnais) - Controle estatal dos meios de produção (de acordo c/as necessidades) - Com o «tempo livre» - Investir na educação pessoal **A obra pode ser dividida em 5 pontos:** **1. The belief that work is virtuous does more harm than good** Russell argumenta que a crença de que o trabalho é inerentemente virtuoso é prejudicial. Ele afirma que, embora seja necessário mover a matéria para garantir a nossa existência, isso não é o propósito da vida humana. Ele acredita que é preciso ensinar algo diferente nas sociedades industriais modernas, porque a crença na virtude do trabalho causa muito dano. Ele sugere que a felicidade e a prosperidade seriam alcançadas através da redução organizada do trabalho. **2. Modern advancements should mean less work** Russell destaca que os avanços tecnológicos modernos deveriam permitir que as pessoas trabalhassem menos horas, mantendo o nível de conforto. Ele dá o exemplo da fabricação de alfinetes: se uma invenção permitisse dobrar a produção de alfinetes, o lógico seria reduzir as horas de trabalho dos operários. No entanto, na prática, os trabalhadores continuam a trabalhar as mesmas horas, resultando em excesso de produção, falência de empregadores e desemprego. Isso leva a uma distribuição desigual do lazer, causando miséria em vez de felicidade universal. **3. A 4-hour workday should be enough for everybody** Russell defende que, se o trabalhador comum trabalhasse apenas quatro horas por dia, haveria o suficiente para todos e não haveria desemprego, assumindo uma organização sensata. Ele enfatiza que essas quatro horas de trabalho deveriam garantir as necessidades e confortos básicos da vida, enquanto o restante do tempo deveria ser livre para uso pessoal. Ele também sugere que a educação deve ser ampliada para permitir que as pessoas usem seu tempo de lazer de forma inteligente. **4. The wise use of leisure leads to the best things in life** Russell acredita que o lazer bem utilizado é um produto da civilização e da educação. Ele argumenta que, sem uma quantidade considerável de lazer, as pessoas ficam privadas das melhores coisas da vida. Num mundo onde ninguém é obrigado a trabalhar mais de quatro horas por dia, as pessoas poderiam explorar suas curiosidades científicas, artísticas e literárias sem medo de passar fome. O uso sábio do lazer possibilitaria uma vida mais rica e satisfatória. **5. The future is full of good nature, originality, happiness, and joy of life** Russell prevê um futuro onde a felicidade e a alegria de viver substituem o cansaço e o esgotamento. Com menos horas de trabalho, as pessoas valorizariam mais o seu tempo livre e dedicariam parte dele a atividades de importância pública sem depender disso para o sustento. Isso permitiria uma originalidade não limitada pelos padrões convencionais. Além disso, as pessoas se tornariam mais amáveis e menos desconfiadas, reduzindo o gosto pela guerra, que requer trabalho árduo e prolongado. Russell conclui que a natureza benéfica, que resulta da facilidade e segurança proporcionadas pelos métodos modernos de produção, é o que o mundo mais necessita. Ele critica a continuidade da sobrecarga de trabalho, que resulta em desigualdade e sofrimento, e defende uma mudança para um futuro mais racional e justo. **- Useless Knowledge: tipos de conhecimento** **Utilitário**: O conhecimento como **forma de prazer** (Neoclassicismo) **Não-utilitário**: A **ausência de praticidade** de determinados conhecimentos **Revolução francesa** - Deu um "golpe" que gerou novas oportunidades que possibilitaram a aquisição de conhecimentos especializados **Consequências do golpe** - Redução de vocabulário - **desvalorização da estética da palavra; a palavra só é usada em situações práticas** - Tendência verificada do **conhecimento linguístico** - começou a ser visto como uma técnica e não pelo bem ou prazer do mesmo - **Instrumentalização** - **Desvalorização do lazer** -- conhecimento utilitário (apesar de ser útil, o seu uso ao extremo leva a guerras) **Nota: Desequilíbrio - Visão concentrada ao máximo num só tipo de conhecimento** **[Benefícios do conhecimento inútil - Serenidade e Aceitação]** - Promove **hábitos contemplativos** - **Interrupção do ritmo frenético** da produção de vida - **Atenuação da impulsividade** dos instintos - Formentação da resignação inteligente face a infortúnios - Consciência de um destino comum (morte) - Perseguição de interesses não universais **A história da Inglaterra -- HIGHLIGHTS** **Unificação do território** Presença dos Normandos no território -- aqueles que defendem o absolutismo, isto é, o rei acima de todos 1042-1066 -- Eduardo, o Confessor (saxão e normando) é casado com a filha de Godwin (forte opositor dos normandos). Morte de Eduardo em 1066. Morte de Godwin pelas mãos do duque de Normandia na Batalha de Hastings (1066) **As Cruzadas** 1189-1199 -- O rei Richard I participa nas cruzadas - Inspiração para a história de Robin Hood **Limitação do poder régio** Lutas contra os barões - Os barões vêm com a alternativa que necessitam pôr em vigor - **MAGNA CARTA (1215)** - Autolimitação do poder régio e fortalecimento dos direitos dos proprietários herdeiros; liberdade e justiça; ilegalização de impostos à revelia da aprovação do concelho real; livre circulação de mercadores e estrangeiros. 1216-1272 -- Os barões opõem-se à angariação de fundos e à subida de impostos. Batalhas contra o rei. Criadas as universidades de Merton e Baliol. Primeiro uso da palavra "parlament" - formação inicial do parlamento inglês. **O Parlamento inglês** 1327-1377 - Começa a guerra dos 100 anos. Período de transição entre a Idade Média e o Renascimento. União nacional -- inaugura nova ordem intelectual: vislumbre do sentimento de superioridade (autossuficiência). Afastamento voluntário da França - corte de ligações. **Agitação Política e Religiosa** 1377-1399 -- Richard II. Pré-reforma protestante com John Wycliffe à frente dos Lollards (críticos da igreja católica). O rei é deposto por um dos seus rivais. 1413-1422 -- Henry V. Batalha Agincourt (1415) -- ganha pelos ingleses. **Instabilidade Política e o início da Guerra das Rosas** 1422-1461 -- Henry VI sobe ao trono com 1 ano de idade -- gera-se polémica e são nomeados 2 regentes: Duque de Bedford (francês) e o Duque de Gloucester (inglês). Dunois e Joana d'Arc repelem os ingleses. Vitória da França pela derrota dos ingleses (1453). Começa a guerra das Rosas. 1461-1483 -- William Caxton cria a 1ªeditoria inglesa. **Vitória dos Tudors** 1483-1485 -- Impopularidade do rei Richard III que reclama, sem direito, o trono ao sobrinho, prende os dois irmãos e os manda serem assassinados -- Reacende-se a Guerra das Rosas; Vitória da casa de Lencastre (dinastia Tudor) 1485-1509 -- Henry VII. Fim da Idade Média na Inglaterra - início da Renascença e a volta ao intelecto e ao cristianismo clássicos. 1493 -- O Papa Alexandre VI divide o Novo Mundo entre Portugal e Espanha (fronteira e independência) John Wycliffe foi o primeiro a fazer uma tradução da Bíblia **A UTOPIA DE THOMAS MORE** **THOMAS MORE:** Thomas More foi um humanista cristão. Ele nasceu em Londres em 7 de fevereiro de 1478 e é geralmente considerado um dos grandes humanistas do Renascimento. Além de suas contribuições para o Reino Unido, More também foi um dos principais humanistas da época. Ele escreveu vários trabalhos filosóficos, incluindo a obra-prima "Utopia" em 1516, que descreve um país ideal. More também foi um defensor da liberdade de pensamento, da justiça social e da importância da educação. Ele foi canonizado como mártir da Igreja Católica em 19 de maio de 1935. **ETIMOLOGIA:** **Utopia** é uma palavra inventada por **Thomas More**, no século XVI, usando o grego. Ela é formada por **OU**, que significa "não" e **TOPOS**, "lugar". Teria o sentido de "lugar nenhum", mas Thomas e outros utopistas usavam para representar um lugar onde tudo funciona perfeitamente. **Não lugar** -- Fazer uma critica através da utopia - Fantasia **Lugar do não** -- Criticar lugares desconhecidos da realidade histórica O lugar do bem não existe (lugar que critica a realidade) - utopia; Thomas More defende, no entanto, que este lugar existe -- Não existem como ilha, o homem é que criou. **Características do mundo utópico:** [Utopia antiga:]... O paraíso depois da morte (ex: ilhas bem-aventuradas ou ilhas afortunadas)... Padrão geral: ambiente natural determina o carater dos habitantes... Sociedade enquanto dádiva utópica... Carater bondoso, pacifico -- havendo uma relação direta entre a bondade do ambiente e dos habitantes [Utopia moderna:]... O paraíso na terra (ex: Thomas More -- Utopia)... Padrão geral: a educação determina o caráter dos habitantes: a política é fundamental para a construção (organização) da sociedade perfeita, o elogio utópico com a crítica com a realidade conhecida A utopia passou a ser uma conquista e não uma dádiva. **O BEM SEGUNDO VÁRIAS IDEOLOGIAS:** Socialismo: Igualdade; abolição da propriedade privada; ausência de dinheiro; valorização da comunidade Liberalismo: Liberdade; valorização do individuo; progresso de riqueza Conservadorismo: Glória nacional; patriotismo; valorização do passado da família e da nação **[Nota:]** A ideologia da **[Utopia de Thomas More é predominantemente uma ideologia de Igualdade (Esquerda) - valorização do trabalho e do esforço]** **Insularidade: Ilha como símbolo** [Porque o isolamento é importante na obra?]...Proteção e Segurança O isolamento geográfico da ilha de Utopia protege seus habitantes de invasões e influências externas. Esta separação física permite que os utopianos vivam em paz, sem a ameaça de guerras ou conflitos com outras nações. A segurança proporcionada pelo isolamento garante a estabilidade necessária para a implementação de suas ideias sociais e políticas....Preservação da Cultura e dos Valores O isolamento ajuda a preservar a cultura e os valores utopianos, protegendo-os das influências corruptoras do mundo exterior. Em \"Utopia\", More descreve uma sociedade com valores e práticas muito diferentes da Europa de sua época, e o isolamento garante que esses valores possam ser mantidos sem a interferência externa....Experimento Social A ilha de Utopia funciona como um laboratório social isolado onde ideias radicais de igualdade, justiça e racionalidade podem ser testadas. A distância do mundo real permite que More explore a viabilidade de suas propostas sem as complicações e resistências encontradas em sociedades estabelecidas....Crítica à Sociedade Europeia O isolamento da ilha utopiana também serve como um dispositivo literário para criticar a sociedade europeia do século XVI. Ao contrastar a isolada e idealizada Utopia com a Europa contemporânea, More destaca as falhas e injustiças de sua própria sociedade, sugerindo que a verdadeira reforma pode exigir um afastamento radical das normas e práticas existentes....Autossuficiência A autossuficiência é um tema chave em \"Utopia\". A ilha é descrita como sendo capaz de suprir todas as suas necessidades sem depender de comércio externo. Isso promove uma economia fechada e sustentável, onde a distribuição equitativa de recursos é possível e a exploração é minimizada. O isolamento geográfico apoia essa autossuficiência, reforçando a ideia de que uma sociedade ideal pode se manter independente e justa....Controle Social O isolamento facilita o controle social e a implementação de leis e políticas utopianas. Sem a interferência externa, as autoridades utopianas podem aplicar suas regras de forma mais eficiente e uniforme, garantindo que os ideais de igualdade e justiça sejam seguidos por todos os cidadãos....Conclusão Em \"Utopia\", Thomas More utiliza o conceito de isolamento para criar uma sociedade ideal onde os princípios de justiça, igualdade e racionalidade podem florescer sem a contaminação de influências externas. Esse isolamento é fundamental para o funcionamento da sociedade utopiana e serve como uma crítica poderosa às imperfeições do mundo real. **A Ilha como símbolo (proteção e eleição) - Insularidade** - Microcosmos do universo - **reflexão sobre a vida humana** - **Refúgio**, o outro mundo, recolhimento e centro espiritual (lugar sagrado; ex: Jardim do Éden) - Aventura -- **viagem perigosa e inédita**, naufrágio, o sobrevivente (o ser eleito) - A Chegada do sobrevivente -- **o mundo às avessas** (encontro com o desconhecido); oposição entre o real e o ideal; **impenetrabilidade física e ideológica** **Hóracio e as Funções da Literatura** **[Intruir - Discussão de temas sérios]**: - Religião (tolerância religiosa) - Política (república e aristocracia de mérito) - Economia (abolição da propriedade privada) - Sociedade (igualdade social) - Educação (para todos) - Redefinição de família e de vínculos de parentesco (incluir-se onde é-se promissor ao progresso) - Redefinição do Bem e do edifício moral **[Divertir/Deleitar - uso de nomes humorísticos, presença de situações imaginárias, localização incerta]** **[Nomes de cargos públicos e topónimos]** Utopia -- ilha Rafael Nonsenso (Hitlodeu) Nowater -- Rio (Anydrus) Nopeople/Mayor - Magistrado (Ademus) Lietalk -- Parlamento Styward/District Controller -- O Chefe de 30 famílias Bencheater/Senior District -- O Representante dos Chefes de Família Aircastle -- Capital (Amaurotum) **[Nota: A evolução de determinados nomes revela a presença do passado imperfeito da Utopia à sua descoberta (inóspita - por condições de clima e relevo)]** **O Homem**, com a sua educação/formação intelectual (dada pelos padres), **usa os meios que tem ao seu dispor para dominar a ilha e as suas adversidades** **[LIVRO 1 - Crítica à Inglaterra e Europa -- Utopia distópica]** - Sistema penal: bens materiais » vida - Sociedade preconceituosa, tradicionalista e gananciosa - Nobreza ociosa -- causadora da pobreza e da criminalidade - Aversão à mudança - Conversão da terra agrícola em pastagens (enclosures) **[Povos e lugares utópicos]** - Tallstoria (**Invenção**) - leis penais: restituição de bens ou do valor correspondente; condenação do ladão a trabalhos forçados e/ou escravatura - Nolandia (**Não-existe**) - desconhecem o desejo de expansão territorial e de conquista de outras terras - Happiland (**Todos são felizes**) - A prosperidade da Pátria acima da riqueza pessoal; o rei sujeito à lei **[LIVRO 2 - Idealização de um lugar perfeito]** **Formato quadrangular -- Aircastle** - Constitui, em si, o **formato rigoroso de todas as cidades** da utopia (disposição equitativa) - 54 cidades. - **Equilíbrio do comércio** em cada cidade: presença de bens ricos e isentos de preço - **Cidade + Campo** -- apenas as traseiras das casas apresentam uma parte natural: jardins comunitários, férteis e ricos; de modo a ter uma vida moderada, **a cada 4 anos todos os utopianos se mudam para o campo** - **Todos usavam roupas semelhantes** -- caso fosse preciso uma nova peça de roupa ou calçado, o necessitado transitava para uma família especializada no que precisa - **A perfeição determinada no nº 4**: 4 hospitais em cada periferia das cidades; todos se sentam em grupos de 4 às refeições; etc. **Formato de meia-lua/quarto crescente quase completo** - A forma da **ilha é quase circular** -- o círculo é a condição de perfeição divina, porém, sendo a Utopia criada pelo Homem, apesar de tentar, nunca alcançará a perfeição total - Isolado o território (pelo general Utopos) - a Utopia é a representação de como o Homem, **apesar de não criar no céu** (alusão ao divino), **cria no mar** (ex: é da água que toda a vida nasce - líquido amniótico no útero durante a gravidez) - **Sociedade perfeita, pois, sabe distribuir a riqueza** -- todos comem as mesmas coisas nas porções essenciais, mas como forma de respeito, dá-se sempre aos doentes e aos estrangeiros os alimentos e vestimentas da melhor qualidade -- **neste sentido não há igualdade** **[O Elogio à Ilha]** - Abolição da propriedade privada - A (quase) igualdade social - Teísmo + tolerância religiosa - Poucas leis - Descentralização do poder - Não há classes ociosas -- todos trabalham à exceção de 500 pessoas que fazem parte da elite intelectual que se dedica aos estudos - Dissolução do indivíduo, diluído num coletivo -- as famílias e os representantes das mesmas - A riqueza é da comunidade e não pessoal - Sociedade próspera e pacífica que só parte para a guerra em último caso **[Defeitos do Velho Mundo no Novo Mundo]** - Flatulentines -- povo fora da ilha da Utopia que tem grande adoração pelo ouro e pela prata - Venalians -- povo de mercenários - Blindland -- os habitantes desta ilha (Cloudians) exaltam o espírito de revolta - Quando há guerra, toda a família participa para incitar os homens a lutar por aquilo que lhes é mais importante -- mulheres e filhos **[Dualidades na Utopia]** - Realidade e ficção - Divertir e educar - Igualdade e hierarquias - Monarquia e república - Cristianismo e paganismo - Natureza e civilização - Religião e Filosofia - Pacifismo e treino militar - Terra, mar e ar **[Distopia e a inversão de valores]** - **Em algumas situações um género é mais beneficiado que o outro**, desafiando o princípio da igualdade - **A sobrevalorização das hierarquias** - **Dirigismo** - há sempre um governante supremo que governa sem contestações por parte do "povo" (Mayor e a possível ditadura) - Convicção de que não existe mal, pelo facto deste não ser conhecido -- Amoralidade **(No caso do Livro 2 -- a população conhece e condena o Mal)** **[Lado quimérico/ilusório da sociedade da Utopia]** - Alegria nos funerais - Nudez exposta a todos antes do casamento - Ida completa da família para a guerra - Proibição da luz (sinal de escravidão e infantilidade) - Família ditada por laços práticos e económicos - Dinheiro como elemento corruptor - Indiferença perante a dor e o prazer físicos - Epicurismo e Estoicismo - Desvalorização do ócio - Todas as decisões, independentemente da sua natureza, são tomadas por toda a comunidade (ex: saída da Ilha) - Divinização do Homem - A guerra, quando acontece, ocorre sempre fora da ilha como forma de mantê-la estável e não gerar conflitos internos **[Figuras que demonstram o poder]** **Espiga de Milho** -- simboliza o trabalho e a produtividade **Círio** - simboliza a luz do intelectualismo **[Posicionamento do autor na Utopia]** - É **ambíguo**: concorda com determinadas coisas da utopia, mas reconhece que há coisas absurdas -- partindo do que escuta do monólogo de Rafael. Thomas More e Raphael Hythloday compartilham um profundo senso de crítica social e idealismo, utilizando suas observações para criticar e refletir sobre as falhas da sociedade europeia. Ao mesmo tempo, diferem em suas abordagens práticas à política e ao engajamento com o poder, com More participando ativamente e Hythloday adotando uma postura mais distante e crítica. Parte superior do formulário Parte inferior do formulário **A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL** Inventos: 1710 -- Thomas Newcomen inventa o motor movido a vapor 1770 -- 300 máquinas em funcionamento 1780 -- James watt inventa o motor rotativo que rentabiliza o invento, reduzindo para 1/3 a quantidade de carvão necessário 1800 -- 1000 máquinas em funcionamento 1830 -- Produção em massa de máquinas a vapor ( O **Romantismo** e a **Industrialização** não simpatizam entre si mas convivem no mesmo período histórico) **\ **\ *1ª Fase:*\ **A) Evolução acelarada da produção:**\ - Mecanização no trabalho -- onda de riqueza na burguesia -- nova estrutura mental (individualismo, liberdade, liberalismo).\ \^ - Intensificação do Êxodo rural em todo o século XIX.\ \^ - Oportunidades de emprego nas cidades industriais. 1780\ \ *2ª Fase*:\ **B) Revolução:\ **- Nos modos de produção (produção em massa da máquina a vapor);\ - Novos ricos;\ - Trabalho feito em série;\ - Conflitos laborais;\ - Formação do sindicalismo;\ - Alteração das cidades (crescimentos dos subúrbios). 1830 **Critérios\ *\ 1. Crescimento económico -- expansão da produção:***\ - Canais (1ªFase);\ - Desemprego no campo (êxodo rural);\ - Pobreza nos grupos não especializados;\ **\ *2. Modos de produção:***\ - Maquinaria;\ - Organização científica do trabalho;\ \ ***3. Evolução da produção:***\ - Indústria textil;\ - Produção de aço e de ferro. **A transformação no trabalho -- consequências (Peter Mathias)** 1. Valorização da ciência; 2. Otimismo; 3. Evangelho do trabalho; 4. Liberalismo económico e político: iniciativa pessoal, competição é saudável, abolição dos impostos alfandegários 5. Utilitarismo: o bem e o mal são dependentes do contexto e das consequências provocadas pelas ações **SÉCULO XIX -- LEGISLAÇÃO:** A. \- No corrimento do século XIX, a Inglaterra revolucionou várias vertentes ideológicas presentes na sociedade inglesa.\ Legislação - 1815 -- Corn Laws: - Restringir a importação de cereais estrangeiros para o benefício da agricultura nacional - Proteção exagerada dos terratenentes - Contestação - Êxodo rural - Anos 30 - Formação da liga de oposição às leis dos cereais - 1846 -- Revogação da lei: - Fim do sistema de apoio artificial à agricultura - Mudança da legislação -- Força do pensamento da burguesia **1. Filosofia:\ **\ **- Utilitarismo e positivismo:\ **\ **(...) Utilitarismo:** \- O utilitarismo procura o bem-estar dos seres conscientes, considerando sempre as consequências das ações para a felicidade geral.\ - A causa é justa se as consequências justificarem o bem da maioria.\ - Promoção da "maior quantidade de bens para o maior número de pessoas.\ \ **(...) Positivismo:** \- O positivismo valoriza o conhecimento científico como a única forma de conhecimento verdadeiro e dá o privilégio à observação dos fenómenos sobre a imaginação. **2. Economia:\ \ - O livre-cambismo:** **(...)** O livre cambismo consiste na livre circulação do câmbio com fatores influenciadores ausentes, tais como as taxas alfandegárias. Decisões como esta permitiram à Inglaterra receber um impulso significante no setor económico do país. **3. Política:**\ **- Liberalismo e socialismo:**\ \ **(...)** O liberalismo, por um lado, emergiu especialmente no setor económico e implicava a defesa da liberdade de comércio e a não intervenção do Estado na economia. **(...)** O socialismo, por outro lado, propôs a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. **4. Ciência:\ - Evolucionismo vs Criacionismo:\ \ (...) Evolucionismo:\ **- O evolucionismo implica a origem e a evolução dos seres vivos a partir de ancestrais comuns, baseando-se na seleção natural e adaptação ao meio ambiente;**\ \ (...) Criacionismo:\ **- A crença de que a origem do universo e dos seres vivos se deve a um ato divino, geralmente associado a um criador ou a uma entidade superior.**\ ** **5. Literatura:\ - Romantismo, ficção científica e romance industrial:**\ **\ (...) Romantismo:\ **- Defesa da subjetividade, onde a visão do mundo era focada na idealização de tudo, nas emoções e sentimentos do indivíduo, nunca na realidade. **(...) Ficção científica:\ **- Hipótese científica + Ficção (Teste literário);\ - O equilíbrio entre a **realidade e a ficção**;\ - A criação literária baseada em **descobertas científicas**;\ - **Imaginação científica:** a imaginação é usada não para distorcer o mundo real mas sim para entender melhor as suas leis de modo a oferecer uma visão da realidade como um sistema ordenado e unificado.\ **\ "O cientista"\ **- Moreau (H.G. Wells) **vs** Frankenstein (Mary Shelley);\ - Moreau: próximidade **vs** Prometheus: abandonamento;\ - Deus da natureza **+** Deus da ciência;\ - O simbolismo da luta pela vida.**\ \ \ (...) Romance industrial:\ **- O romance industrial é um subgênero do romance vitoriano também conhecido como "romance de problema social" ou "romance de condição" da Inglaterra **Aborda principalmente:\ **\ **(...)** A vida da classe trabalhadora e da classe média;\ **(...)** As mudanças no sistema educativo;\ **(...)** O industrialismo;\ **(...)** O desemprego;\ **(...)** Histórias de amor entre pessoas de classes sociais diferentes. **FASES DO PERIODO VITORIANO:** 1. Fase: 1832-1851 -- 1 REFORM ACT - Revogação das leis dos cereais - Rápido crescimento económico - Voto aos homens da classe média - Elaboração da **carta do povo** (1838) - Eleição dos parlamentos 2. Fase: 1852-1873 -- 2 REFORM ACT - Desenvolvimento da atividade sindical - Voto para os homens trabalhadores das cidades - Prosperidade económica e reformas políticas 3. Fase: 1873-1903 -- 3 REFORM ACT - Crise económica - Voto para o trabalhador agrícola -- sufrágio masculino universal **CHARLES DARWIN** **Charles** Darwin era um naturalista britânico que propôs a teoria da evolução biológica por seleção natural. Darwin definiu evolução como \"descender com modificações\", a ideia de que as espécies mudam ao longo do tempo, dão origem a novas espécies e compartilham um ancestral comum. O mecanismo que Darwin propôs para evolução é a seleção natural. Como é que o princípio da variação de Charles Darwin é aplicado na obra de H.G. Wells - \"A Ilha do Dr. Moreau\"? O princípio da variação de Charles Darwin está realmente refletido no romance \"A Ilha do Dr. Moreau\" de H.G. Wells. O romance explora temas de evolução e seleção natural, que são centrais para a teoria de Darwin. Ele desconstrói uma conceção essencialista de identidade, mostrando nossa conexão biológica com outras formas de vida e como isso altera a maneira como pensamos sobre nós mesmos e o planeta. Moreau em si pode ser visto como uma personificação da evolução, manipulando a natureza em seus experimentos. O romance também toca nas implicações ideológicas das teorias de Darwin como eram entendidas na época. **VALORES DA CIENCIA VITORIANA** **- Verdade:**\ (...) Devoção à objetividade e da emoção ao amor à verdade;\ \ **- Ordem**\ (...) Para além do caos aparente, existe uma interação de forças que atuam umas sobre as outras e, no seu conjunto, permitem que o mundo seja regulado e organizado.\ \ **- Parentesco com a natureza:**\ (...) A humanidade integra-se no universo (a natureza), nem pode desrespeitar as suas leis. **O CIENTISTA** 1. Monreau Wells -- Cientista Darwinista... Proximidade... Não abandona as criaturas... Consciência da sua responsabilidade 2. Frankeinstein... Abandono das suas criações... Não respeita as leis da natureza... Sem responsabilidade ***A ILHA DO DOUTOR MOREAU*, de H. G. Wells** A. Resumo A Ilha do Doutor Moreau é um romance de ficção científica que conta a história do náufrago Edward Prendick, resgatado por um navio que o acaba deixando na ilha do enigmático Doutor Moreau. A princípio, Prendick acredita que a ilha é um paraíso tropical, mas logo descobre que Moreau está conduzindo experimentos bizarros em animais, transformando-os em criaturas humanoides por meio de cirurgias e manipulações genéticas. Essas criações são governadas por uma série de leis rigorosas que visam limitar o seu comportamento selvagem e manter a sua aparência humana. Estas normas são: 1. Não matarás. 2. Não tratarás nenhum animal de forma cruel ou desumana. 3. Não realizarás experimentos em seres humanos. 4. Não criarás nenhum animal híbrido que possa prejudicar a ordem natural. 5. Não interferirás na evolução natural das espécies. 6. Não criarás e imporás leis que visem escravizar ou dominar animais. 7. Não te envolverás em práticas que possam fazer com que as criaturas doutrinadas sejam capazes de resistir ou rebelar-se contra ti -- assim como a toma do sangue 8. Respeitarás a vida e a liberdade de todos os seres vivos. 9. Não prejudicarás a flora e fauna locais. À medida que Prendick explora a ilha e se aprofunda nos segredos do Doutor Moreau, este fica cada vez mais preocupado com a ética e com as implicações desses experimentos sinistros. Eventualmente, os animais se revoltam e Prendick é forçado a fugir para salvar a sua vida. Voltando à cidade inicial, consegue ver traços das criaturas da ilha presentes no comportamento e maneira de ser das pessoas da cidade, refletindo-se, assim, acerca do parentesco que existe entre todas as espécies. B. Análise I. Personagens a. Edward Prendick - Protagonista e intruso - Jovem médico e estudante de anatomia comparada - Observador, analítico, corajoso e determinado -- características essenciais que lhe garantem a sobrevivência - "The man who has nowhere to go" - Emocionalmente frágil, isto é, facilmente é afetado pelo ambiente à sua volta - É motivado pelo desejo primordial-animal de sobreviver perante uma situação de quase morte - Representante do livre-arbítrio b. Doutor Moreau - Cientista brilhante, enigmático e obsessivo - Olhos "profundos e penetrantes" -- demonstram a sua tenacidade - Aparência mais idosa, cabelos e barba grisalhos - Usa vestes brancas durante os experimentos - Busca pela perfeição da evolução geneticamente modificada - Não valoriza o sentido da vida pelo que começa a fazer os seus experimentos por mero acaso - "A teimosa carne animal vence sempre" - Representante da ciência, da religião e do livre-arbítrio - Cientista criador -- paradoxo com o criacionismo: tentando agir como deus acaba por levar à morte de tudo c. Montgomery - Inicialmente: marinheiro rude e desagradável - Ajuda Prendick a chegar à ilha de Moreau - Personalidade dupla: mistura de antipatia e bondade - Protege os pequenos animais da ilha, apesar de ser leal a Moreau - "The man that is going nowhere" - Representante da ordem -- equilíbrio entre o bem e o mal - Traz para a ilha espécies de animais a pedido de Moreau - Sempre que novas espécies chegam este lê os mandamentos/lei de Moreau - Representante do livre-arbítrio II. Espaços - A ilha -- onde Moreau constrói o seu laboratório de experiências - A casa de Moreau -- usada para o mesmo dormir e armazenar itens de pesquisa - O pátio -- onde os animais criados por Moreau são mantidos em celas - A casa dos homens -- residência dos auxiliares de Moreau - O bosque -- área florestal densa e isolada onde os animais criados por Moreau se escondem e se refugiam - A praia -- onde chegaram os tripulantes do navio encalhado - A casa da besta -- sala secreta onde Moreau mantém os seus experimentos mais trabalhados III. Importância das cores - Vermelho -- representa o sangue, a morte e a violência. Descreve os seres híbridos e a sua natureza agressiva e predatória - Branco -- simboliza a pureza, limpeza e divinização. Vincado na aparência contraditória de Moreau - Verde -- representa a natureza e a vida selvagem, associando-se, também, à esperança e à renovação - Preto -- remete para todo o contexto negativo, assim como o verdadeiro "eu" de Moreau - Azul -- representa a calma e a estabilidade, assim como Prendick. IV. Ciência (acaso), Religião (determinismo) e Ética-científica (livre-arbítrio) d. O cientista i. Moreau (H.G.Wells) vs Frankenstein (Mary Shelley) ii. Moreau -- proximidade vs Prometheus -- abandonamento iii. Deus-Natureza vs Deus-Ciência iv. O símbolo da luta pela sobrevivência e. Conhecimento científico v. Entropia -- lei da dissipação da energia, semelhante ao efeito borboleta vi. Darwinismo -- luta pela vida e evolução controlada vii. Psicologia -- plasticidade moral e mental -- manipulação da consciência viii. Consequências do avanço científico -- ética científica **Charles Dickens -- Hard Times (1854)**\ (Hard Times -- Referência à música "Hard times in the mill" -- Pete Seeger)\ \ - A obra aborda as consequências da revolução industrial nos operários e nos jovens.\ **Período conhecido por "Hungry Forties"** -- Ilude às leis dos cereais.\ \^- "Condition-of-Englando Question": as consequências sociais da revolução industrial no início do século 19:\ \ - Documentação do sofrimentos dos mais pobres;\ - Reprodução de discursos e linguagens típicos das classes baixas/trabalhadoras;\ - Discussão das movimentos de reforma, como o Cartismo e correntes filosóficas como o Utilitarismo;\ - O protagonista no centro da ação é um elemento de representatividade da insatisfação da classe trabalhadora.\ \ Partes do livro:\ **I** -- **"Sowing"** (Semear) -- *" The One Thing Needful"\ ***II** -- **"Reaping"** (Colheita) -- *"Effects in the Bank"\ ***III** -- **"Garnering"** (Recolha) -- *"Another Thing Needful"\ *\ \^- Não nos devemos esquecer das lições do passado pré-industrial e recorrer aos ciclos da natureza para nos apercebermos das falhas da industrialização -- A Solução Pré-Industrial. As personagens da obra:\ \ **(!) A cidade de Coketown:**\ **→** "Personagem" apresentada como "a cara pintada de um selvagem" pelo caos presente associado à selva. É uma cidade industrial que, pelo efeito da industrialização, torna-se num ambiente caótico que equipara-se a um ambiente tão "selvagem" que é equiparado a uma selva.\ **→** O selvagem normalmente pinta o rosto para partir para a guerra. Esta metáfora serve para demonstar que, na cidade, está presente uma luta pela sobrevivência individual que se assemelha ao Darwinismo social.\ \ **(!) Josiah Bounderby of Coketown:**\ **→** personagem-tipo do "self-made man", do homem industrial e proprietário dos espaços e detentor da maior riqueza entre todos os personagens da obra.\ \ **Mr and Mrs Gradgrind:**\ **→** Mister Grandgrind é o filosofo que vai fundamentar teoricamente a filosofia que subjage à industrialição. Defende a objetividade, os factos, é um grande crítico da imaginação (educa as suas crianças baseando-se nos factos) e, em consequência, a sua família é altamente disfuncional. A sua esposa, Mrs. Gradgrind é uma pessoa que "já desistiu de viver" por não conseguir desenvolver sentimentos nem esperança ou motivações e viver sobre a filosofia materialista defendida pelo marido.\ \ **James Harthouse:**\ **→** É uma personagem-tipo do político. Procura ser eleito como um membro do parlamento e envolve-se com a companheira de Bounderby. Representa um político que utiliza as pessoas à sua volta para o seu próprio benefício e bem-estar. **(!) Sissy Jupe:**\ **→** É uma personagem oposta ao sistema da cidade e da industrialização. Vem do circo e não consegue acompanhar a filosofia do professor "teach nothing but facts." -- Pertence a várias classes sociais, representa também o que faz falta na sociedade (as artes, por exemplo) num mundo baseado na criação de riqueza e nos factos, não na amizade, no sentimentalismo. Representa a irmã mais velha "sissy" de vários personagens que salva no desenrolar da ação da obra. **(!) Bitzer:**\ **→** É uma personagem que acompanha o sistema imposto pelo professor M'Choakumchild e enquadra-se bem com o sistema da cidade. **(!) Mr. M'Choakumchild:**\ **→** É um professor que ensina nada mais que factos aos alunos. "Teach nothing but facts." Defensor do conhecimento factual. Rejeita o sentimentalismo e "abraça" os factos. O nome ilude à expressão "choke a child."\ \ **(!) Stephen Blackpool:**\ **→** A primeira vítima da industrialização ao sair de Coketown, suspeito por ser o criminoso por detrás do roubo do banco. Ao regressar para a cidade, cai numa mina (Blackpool, daí o nome dele) e perde a vida nesta. É o mártir do operariado na industrialização.\ \ **Slack Bridge:** → Realiza a construção de uma ponte que, ao invés de aproximar as suas pontas, divide-as ainda mais. É um sindicalista que procura criar uma ponte entre os operários e os patrões mas realiza a sua ação de um modo tão mal praticado que acaba por os afastar ainda mais. **The HANDS (Operariado):**\ → Servem apenas como mão de obra e realizar trabalhos ordinários;\ → "So many hundred Hands in this Mill; so many hundred horse Steam Power." (Bounderby)