Questões sobre Sífilis e Prevenção

Faculdade de Maricá

• Instituição de ensino superior
• Foco em saúde

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) (2019)

• Documenta diretrizes terapêuticas para ISTs
• Foco na atenção integral às pessoas com ISTs

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

• Criada pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000
• Instância reguladora do setor de planos de saúde no Brasil
• Vinculada ao Ministério da Saúde
• Promove a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde
• Regulamenta as operadoras setoriais
• Inclui regulação para prestadores e consumidores
• Contribui para o desenvolvimento das ações de saúde no Brasil

Doenças Sexualmente Transmissíveis (ISTs) - Vias de Transmissão

• Cancroide, linfogranuloma venéreo e granuloma inguinal: Via sexual
• Clamídia: Via sexual
• Citomegalovírus (CMV): Via sexual, contato menos íntimo, perinatal
• Gonorreia: Via sexual, perinatal
• Hepatite B (HBV): Via sexual, percutânea, perinatal
• Hepatite C (HBC): Via sexual, percutânea, provavelmente sexual, provavelmente perinatal
• Herpes simples: Via sexual, percutânea, perinatal
• Infecção pelo HIV/AIDS: Via sexual, percutânea, perinatal
• Papilomavírus humano (HPV): Via sexual, perinatal
• Sífilis: Via sexual, perinatal

PCDT para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis - IST (PCDT-IST)

• Atualizações no protocolo, principalmente nas orientações para sífilis na gestação e a avaliação de crianças expostas
• Resistência global da Neisseria gonorrhoeae
• Neisseria gonorrhoeae é um patógeno prioritário resistente a antibióticos (OMS)
• O Brasil monitora a susceptibilidade do N. gonorrhoeae a antibióticos por meio do Projeto SenGono

Saúde Sexual: Abordagem Centrada na Pessoa com Vida Sexual Ativa

• Estratégia para promoção e desenvolvimento humano
• Integra aspectos somáticos, emocionais, intelectuais, e sociais do ser sexual
• Enriquecedoras, melhoram a personalidade, comunicação e prazer

Fisiopatologia das ISTs

• As portas de entrada são a pele, mucosas da uretra, colo do útero, vagina, reto e orofaringe
• Podem ser adquiridas in utero
• Sintomas variam dependendo do microrganismo e podem simular outros diagnósticos
• Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam triagem diagnóstica para grupos de risco específicos

Prevenção Combinada e Sexo Seguro

• A percepção do risco varia entre pessoas e sofre mudanças com o passar do tempo
• A prevenção visa a continuidade de projetos, relacionamentos e vida sexual saudável
• Utilização de todos os avanços científicos
• Profissionais de saúde devem orientar pessoas com vida sexual ativa e suas práticas, minimizando o risco

Prevenção Combinada

• Combinação de ações de prevenção a IST, HIV e hepatites virais
• Incorpora intervenções biomédicas, comportamentais e estruturais (marcos legais) a nível individual e coletivo

Rastreio de ISTs

• Rastreio visa prevenir e reduzir a morbimortalidade da doença alvo
• Diferente de outros tipos de rastreamento, como mamografias (câncer de mama), o rastreamento de ISTs não é focado em uma pessoa individual, mas na detecção da transmissão dentro de uma comunidade

Manejo Clínico de ISTs Sintomáticas

• Avalia as práticas sexuais e os fatores de risco para ISTs
• Faz anamnese e exame físico para identificação da síndrome
• Realiza orientações gerais para todas as ISTs
• Avalia práticas sexuais e identifica possíveis práticas para minimizar o risco
• Realiza testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C, e testes moleculares para caxamídia e gonorreia
• Vacinação para hepatites A e B e HPV, quando indicado
• Orientação sobre métodos de prevenção e combinação de abordagens para prevenção de IST e HIV/hepatites Virais
• Orientação sobre notificação, quando necessário

Sífilis

• Infecção bacteriana sistêmica, crônica e curável, exclusivamente humana
• Quando não tratada, evolui para estágios mais graves, podendo acometer diversos órgãos e sistemas
• Causada por Treponema pallidum (subespécie pallidum)
• Transmissão principalmente por contato sexual, também verticalmente para o feto, durante a gestação
• A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas

Sífilis Primária, Secundária, Latente e Terciária

• Sífilis Recente: Primária, secundária e latente recente (até um ano de evolução)
• Sífilis Tardia: Latente tardia e terciária (mais de um ano de evolução)
• Sífilis Primária: Geralmente uma úlcera (cancro duro) indolor e única
• Sífilis Secundária: Apresenta erupção macular (roséola), geralmente no tronco e extremidades. Lesões cutâneas e mucosas
• Sífilis Latente: Sem sintomas evidentes, mas testes treponêmicos podem ser positivos. Dividida em recente e tardia
• Sífilis Terciária: Manifestações tardias e graves, podendo afetar vários órgãos, como o sistema nervoso e cardiovascular

Exames Diretos de Sífilis

• Incluem exames em campo escuro (detecta treponemas vivos em amostras frescas) para pesquisa de treponemas, assim como técnicas histológicas em lâmina ou cortes
• São exames diretos para pesquisa do Treponema pallidum em amostras das lesões

Testes Imunológicos para Sífilis

• Usados principalmente para pesquisa de anticorpos contra Treponema pallidum
• Divididos em treponêmicos (positivos permanentemente, mesmo após o tratamento) e não treponêmicos (não persistem sempre, usados para monitorar a resposta ao tratamento)

Testes Treponêmicos

• Testes que detectam anticorpos específicos contra antígenos de T. pallidum
• Os primeiros a tornarem reagentes, pode ser usado como teste inicial ou complementar
• O resultado é expresso em títulos, importante para indicar o estágio da doença e monitorar o tratamento

Testes Não Treponêmicos

• Testes que detectam anticorpos anticardiolipina não específicos
• Usados no diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento (indicados para monitoramento e controle de cura, expressos em títulos)

Atenção

• Orientações sobre tratamento, testes e cuidado.
• Os testes não treponêmicos ajudam a identificar infecção ativa e monitorar a resposta ao tratamento.

Manejo Clínico da Sífilis

• A penicilina benzatina é o tratamento de escolha, eficaz durante a gestação.
• Outras opções (doxiciclina e ceftriaxona) necessitam de acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso para garantir cura.

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), Infecção pelo HIV

• AIDS é a fase mais grave da infecção pelo HIV
• HIV é um retrovírus que infecta células T CD4+
• Estágios: 1. Aguda/Recente (linfócitos TCD4+ > 500), 2. Sintomático (200 a 499 linfócitos TCD4+/mm3), 3. AIDS (<200 linfócitos TCD4+/mm3)

Transmissão do HIV

• Transmitido por fluidos corporais (sangue, sêmen, secreções vaginais), podendo ser percutâneo ou permucoso
• Risco para profissionais de saúde, pessoas com hemodiálise, usuários de drogas venosas, homossexuais e bissexuais

Manifestação Clínica do HIV

• Sintomas amplamente disseminados
• Leves anormalidades imunológicas até imunodeficiência profunda, infecção potencialmente fatal e neoplasia maligna

Manifestações Respiratórias, Gastrointestinais e Oncológicas

• Respiratórias: falta de ar, dispneia, tosse, dor torácia, pneumonia por Pneumocystis jiroveci
• Gastrointestinais: perda de apetite, náuseas, vômitos, diarréia crônica, candidíase oral, prejuízos hidreletrolíticos, dificuldades na reabsorção de nutrientes
• Oncológicas: sarcoma de Kaposi, linfomas de células B, câncer cervical invasivo

Manifestações Neurológicas

• Compromisso cognitivo, disfunção motora, alterações comportamentais (encefalopatia pelo HIV); neuropatia periférica (PNSD ou polineuropatia sensitiva distal); leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML)

Manifestações Depressivas

• Depressão pode ser devido a fatores psicossociais, vergonha, perda da autoestima, sentimentos de desamparo, inutilidade, e ideias suicidas

Manifestações Tegumentares

• Foliculite, dermatite atópica, psoríase
• Erupções na pele (SK, herpes, herpes-zóster)

Manifestações Ginecológicas

• Candidíase vaginal; infecções sexualmente transmissíveis ulcerativas; neoplasia intraepitelial cervical; doença inflamatória pélvica; anormalidades menstruais

Avaliação e Achados Diagnósticos

• Envolve testes para anticorpos anti-HIV, imunoglobulinas e a carga viral.

Processo de Enfermagem

• Avaliação dos fatores de risco, estado físico e psicológico
• Monitorização dos estados físico e neurológico

Estado Nutricional

• Avaliação da ingestão, incluindo métodos para avaliação do peso e medidas antropométricas, testes de sangue para ureia, proteína e albumina,
• Incentivo ao repouso e a pequenas refeições

Integridade da Pele

• Inspecionar pele e mucosas quanto à ocorrência de feridas, ulcerações e infecções.
• Avaliar a área perianal quanto a escoriações
• Orientar sobre cuidados higiene, uso de pomadas, etc.

Estado Respiratório

• Monitoramento de tosse, escarro, falta de ar, ortopneia, taquipnea e dor torácica
• Avaliação de sons respiratórios

Estado Neurológico

• Examinação quanto à deterioração cognitiva, alterações neuropsicológicas e comprometimentos motores
• Observar os sinais e sintomas de crises e convulsões

Nível de Conhecimento

• Avaliar o conhecimento do paciente quanto à doença e suas formas de transmissão
• Orientar o paciente e sua família sobre a doença, prevenção, tratamento, medos e limitações
• Identificar os recursos e estratégias para manter o suporte familiar

Diagnóstico de Enfermagem

• Identificar diagnósticos de enfermagem baseados na condição do paciente

Problemas Colaborativos/Complicações Potenciais

• Infecções oportunistas e insuficiência respiratória, problemas hidreletrolíticos, reações adversas a medicamentos
• Gravidez ectópica, infertilidade, transmissão ao feto, neurossífilis, meningite gonocócica, síndrome consumptiva, artrite gonocócica, aortite sifilítica, outras complicações relacionadas com o HIV.

Intervenções de Enfermagem: Melhora da Tolerância à Atividade

• Enfatizar a implementação da atividade física, que é importante para pacientes com dificuldades em realizar atividades da vida diária.
• Planejar rotinas diárias que equilibrem atividade e repouso
• Orientar sobre técnicas de conservação de energia.
• Identificar fatores de exacerbação e alívio da dor
• Promover atividade e evitar a fadiga

Intervenções de Enfermagem: Melhora da Desobstrução das Vias Respiratórias

• Avaliar tosse e quantidade e características do escarro
• Monitorar o estado respiratório
• Posicionar o paciente para uma melhor respiração
• Promover a hidratação para diminuir secreções
• Promover a fisioterapia respiratória

Intervenções de Enfermagem: Melhora do Estado Nutricional

• Avaliar peso, ingestão, e níveis de proteínas
• Orientar sobre hábitos alimentares saudáveis
• Implementar planos de alimentação individualizados

Intervenções de Enfermagem: Diminuição da Sensação de Isolamento Social

• Proporcionar atmosfera de aceitação e compreensão
• Apoiar o paciente a se conectar socialmente
• Orientar sobre a disseminação da doença

Intervenções de Enfermagem: Melhora do Conhecimento sobre o HIV

• Orientar o paciente e família sobre a doença, medidas de prevenção e cuidado
• Promover conhecimento sobre medicações, efeitos colaterais e estratégias de manejo

Intervenções de Enfermagem: Alívio da Dor e Desconforto

• Avaliar a dor do paciente e sua qualidade
• Explorar as causas e efeitos da dor e estratégias de alívio
• Administrar medicamentos analgésicos e antidepressivos, conforme necessário
• Incentivar o uso de técnicas de relaxamento

Intervenções de Enfermagem: Enfrentamento do Pesar

• Ajudar o paciente a identificar recursos de apoio
• Incentivar contato com familiares e amigos
• Ajudar a encontrar atividades significativas
• Fomentar a participação em grupos de apoio para AIDS

Promoção dos Cuidados Domiciliares, Comunitários e de Transição, Cuidado Continuado e de Transição

• Encaminhamento para atendimento domiciliar, cuidados paliativos, rede de apoio, assistência legal e financeira

• Reforçar as estratégias de prevenção, promoção de autocuidado e de participação em grupos de apoio.

Resultados Esperados do Paciente

• Continuação de boas práticas de higiene
• Melhora da nutrição, tolerância à atividade e bem-estar
• Menores riscos e problemas relacionados com a doença
• Manutenção dos processos de pensamento adequados
• Diminuição do sofrimento psíquico
• Aumento no bem-estar
• Busca por recursos de apoio e por suporte social
• Melhora da compreensão no que tange a condição e no manejo das complicações

Hepatites - A, B, C, D, e E

• Hepatite A: transmitida por via fecal-oral, com sintomas que variam (muitos pacientes assintomáticos)
• Hepatite B: transmitida por fluídos corporais, podendo desenvolver-se em doença crônica com complicações (cirrose e câncer de fígado)
• Hepatite C: transmitida por fluídos corporais, com alto risco de desenvolver-se como doença crônica
• Hepatite D: doença transmitida por fluídos corporais, necessitando da presença prévia da hepatite B para replicação e desenvolvimento
• Hepatite E: transmitida por via fecal-oral
• Diagnóstico: exames de fezes /soro e acompanhamento clínico

Manejo de Enfermagem para Hepatites

• Orientações sobre nutrição, repouso e higiene.
• Suporte emocional ao paciente
• Medidas profiláticas para infecção
• Utilização de medicações como prescrito
• Intervenções para prevenção da doença (vacina, acesso à água potável, saneamento, boa higiene etc.)

Teste seus conhecimentos sobre a sífilis e as estratégias de prevenção combinada. Este quiz abrange as abordagens de rastreamento, formas de transmissão e informações sobre o agente causal. Confirme o que você sabe sobre essa infecção e suas implicações.