Nicolau Maquiavel e 'A Arte da Guerra'

Nicolau Maquiavel e a Arte da Guerra

• Em 29 de agosto de 1512, as tropas mercenárias espanholas da Liga Santa derrotaram os florentinos em Prato, pondo fim à breve independência republicana de Florença, reconquistada em 1494 contra a Casa de Médicis.
• Maquiavel, secretário da Chancelaria da República de Florença, foi preso, torturado e libertado em 4 de abril de 1513, retirando-se para sua propriedade em Sant'Andrea in Percussina, Toscana.
• Durante seu retiro forçado (1513-1520), Maquiavel escreveu três obras teóricas: "O Príncipe " (1513), "Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio " (1513-1521) e "A Arte da Guerra " (1519-1520).
• Segundo Leo Strauss, Maquiavel se via como um Colombo, pois descobriu um continente que Hobbes usaria para edificar sua doutrina.
• "O Príncipe ", "Comentários " e "A Arte da Guerra " formam o cerne do pensamento maquiavélico sobre a política.
• O pensamento inovador de Maquiavel surge do encontro de uma aguda inteligência política e da instabilidade institucional na Itália de sua época.
• A concentração atenta e realista no fenômeno do poder político puro leva a atenção ao fenômeno militar, à força e à violência como dimensões da conquista, manutenção e preservação do poder político.
• "A Arte da Guerra " é um tratado de estratégia militar, apresentado como um diálogo entre homens experientes em Florença, incluindo Fabrizio Collona e Cosimo Rucellai.
• Metodologicamente, assenta no estudo de lições dos antigos, especialmente os romanos.
• A obra está dividida em sete livros.

Conteúdo dos Sete Livros

• O primeiro livro defende o recrutamento forçado como a forma ideal de obter um exército confiável, introduzindo o princípio de um exército nacional comprometido com a defesa do território.
• O segundo livro compara os exércitos antigos (principalmente a infantaria) com a cavalaria, defendendo que a infantaria romana deve preceder a cavalaria na hierarquia militar.
• O terceiro livro segue o exame e detalha como ordenar dinamicamente as diferentes partes da tropa, preservando a formação de combate; enfatiza o treinamento intensivo e a disciplina operacional.
• O quarto livro explora as condutas a serem escolhidas nas diferentes situações climáticas ou do tamanho das forças em confronto, abordando também as condições subjetivas dos confrontos.
• O quinto livro trata da disposição das forças no terreno, da escolha das linhas de ataque, da proteção da intendência e do enfrentamento de acidentes geográficos.
• O sexto livro foca no urbanismo militar, na organização dos acampamentos, nos formatos do aquartelamento e na disciplina do exército.
• O sétimo livro trata das fortificações, dos instrumentos de assalto e do estudo dos cercos e sítios, com foco na liderança, firmeza e inteligência dos comandantes, avaliando a capacidade militar dos contemporâneos.
• Maquiavel enfatiza o cuidado com a segurança como central para a vida civil, reconhecendo Marte (o deus da guerra) como o deus da pólis.
• A ideia de um povo e uma cidade livres que são armados é destacada.

A Arte da Guerra e o Patriotismo

• A atenção dada às questões de estratégia militar é consequência do interesse em analisar realisticamente o fenômeno do poder.
• A obra florentina é também a obra do patriota, expressando o sentimento patriótico de Maquiavel e sua esperança de um renascimento italiano político.
• Vincular "A Arte da Guerra " ao restante da obra maquiaveliana se dá por meio do último capítulo de "O Príncipe ", onde emerge o sentimento patriótico de Maquiavel e a esperança de que a Itália possa renascer como unidade e potência política.
• A premência da questão militar emerge com enorme dramaticidade no fechamento de "O Príncipe ", articulando-se com a imperiosa necessidade de constituição do instrumento da redenção italiana.
• A raiz da desgraça italiana está na combinação perversa de pequenez política e impotência militar.
• "A Arte da Guerra " é vista como uma obra engajada para devolver ao povo italiano uma lição apta a devolvê-lo a si mesmo e a mostrar-lhe sua fragilidade e impotência, mas também os caminhos para superá-las.
• Maquiavel via "A Arte da Guerra " como um instrumento indispensável, pois a Itália ainda ansiava por seu Moisés, Ciro ou Teseu.
• A obra unificadora e fundadora da nova identidade italiana só seria levada a termo com a ação decidida e disposição aos sacrifícios próprios de toda guerra, inclusive as de libertação.
• Mesmo em tempos de consciência do horror da guerra, "A Arte da Guerra " contribui de forma realista para a reflexão sobre relações políticas conflituosas e conflitos cruentos.

Proêmio

• Nicolau Maquiavel dedica "Sobre o Livro A Arte da Guerra " a Lourenzo di Filippo Strozzi.
• Muitos sustentam que a vida civil e militar são distintas e dessemelhantes, mas, considerando as ordenações antigas, eram mais unidas e afins.
• Cidades visando o bem comum dependem de defesas preparadas, que mantêm a ordem, e a milícia duplica a diligência para manter os homens fiéis, em paz e tementes a Deus.
• Julgando não ser impossível reconduzir as milícias aos antigos costumes, Maquiavel decide escrever sobre a arte da guerra para satisfazer aqueles que amam as ações dos antigos.
• Acredita que os erros em suas palavras podem ser corrigidos sem dano, ao contrário dos erros cometidos na ação, conhecidos apenas com a ruína dos impérios.

Livro Primeiro

• Maquiavel elogia Cosimo Rucellai, recordando-o com lágrimas e destacando suas qualidades como bom amigo e cidadão.
• Cosimo dedicava seu tempo a falar longamente com Fabrizio Colonna sobre assuntos que lhe davam prazer à alma.
• Fabrizio Colonna elogia o lugar e a coleção de Bernardo (avô de Cosimo) que se exauriu em cultivá-la.
• Fabrizio diz que seria melhor procurar imitar os antigos nas coisas severas e perfeitas da Antiguidade, e pondera que, depois que os romanos passaram a apreciar esses estudos, sua pátria arruinou-se.
• Cosimo justifica seu avô e os seus, que não podiam adotar para si mesmos a severidade devido à corrupção da época, imitando os antigos naquilo que podia suscitar menos estupor.
• Fabrizio diz que honrar e premiar a virtù, não desprezar a pobreza, estimar os hábitos e as regras da disciplina militar, compelir os cidadãos a amarem-se uns aos outros e a estimar menos o privado do que o público seriam coisas a introduzir.
• Cosimo pergunta sobre onde vêm as razões que vos levais a ofender aqueles que nas graves e grandes ações não imitam os antigos, e de onde vem que vós não tenhais usado nenhum expediente antigo na guerra.
• Fabrizio diz que quem deseja fazer algo deve antes preparar-se com toda indústria, e qual ocasião é preciso surgir, qual dificuldade impede que os preparativos tenham êxito e surja a ocasião.
• Fabrizio diz que a guerra não pode ser usada como tal senão por uma república ou um reino e desde que bem ordenados, a qual jamais consentiram a qualquer um de seus cidadãos ou súditos a praticá-la como arte.
• Soldados que praticam violência contra amigos e inimigos, praticam enganos, e usam a guerra para se sustentarem sempre serão julgados maus.
• Fabrizio alega que foi uma arte por causa do exercício da guerra e nos tempos de lazer; algo que o fez levar a ocupar com palavras um posto que muitos, com maior presunção, obras o ocuparam, é para a satisfação daqueles que amam as ações dos antigos.
• Fabrizio elogia César, Pompeu e outros capitães como valentes, não bons, pois não fizeram o exercício da guerra uma arte pessoal.
• Elogia Régulo Atílio que, tendo quase vencido os cartaginenses, pediu ao Senado licença para retornar para casa a fim de cuidar das suas terras, que haviam sido saqueadas pelos seus empregados.
• Fabrizio diz que é dever de uma cidade bem ordenada desejar que as práticas militares sejam usadas nos tempos de paz para exercícios e nos tempos de guerra por necessidade e por glória, e só ao poder público deixar usá-la como arte, como fez Roma.
• Fabrizio diz que um reino bem ordenado deve fugir de semelhantes artífices, porque são justamente estes que pervertem seu rei e em tudo se fazem ministros da tirania.
• Em reinos semelhantes àqueles que existem hoje, os reis devem temer aqueles que tomam por arte sua a guerra, pois sem dúvida alguma o nervo dos exércitos são as infantarias.
• Os romanos, enquanto sábios e bons, jamais permitiram que os seus cidadãos tomassem por arte esse exercício, não obstante pudessem sustentá-los o tempo todo, uma vez que o tempo todo guerreavam.
• Conclui-se que se deve desejar a chegada a paz, que seus príncipes voltem a governar seu povo, os gentis-homens aos cuidados de suas terras e os soldados às suas artes particulares.
• Compara a guarda Suíça substituta da Guarda Súiça porque são nascidos e educados sob as leis e eleitos pelas comunidades, em eleições de fato;
• Diz que a cavalaria era um costume corrupto é ruim de manter pois são homens que fazem disso arte.
• Diz que para os cavaleiros propõe uma ordenança como a dos antigos ao invés das do rei Frances que é ainda pior é arrogante.
• Dito o que se entende mais sobre Dehetto, que Dehetto só existe se puder subtrair aos melhores de uma província, ele diz que o que quer não quiserem combater.
• Dehetto e a forma antiga era por ele escolhido; o senhor no exército, ou o príncipe e, se era uma república o comandante era um cidadão que era um capitão na altura do processo para escolha.
• Deheetto faz-se para o exercitar imediatamente ,mas também para os a servir no campo da bata.
• Deetos com idade compreendida entres os dezassete e os quarenta anoa são obrigados,mas sempre pelo critério do senhor que é responsável.
• Quero que me digai de um duvido sobre Dehetto: se um senhor tem mais pessoas disposta a lutar do que o exército que tem como base, é melhor usar mais ou menos recrutas

Livro Segundo

• Os romanos dividiam as suas infantarias em pesadas e ligeiras (vélites)
• O vélites combatiam fora e distantes das fileiras dos soldados que usavam armadura pesada.
• A seção mais valorosa das armas romanas, com as quais eles dominaram o mundo, eram o vélites,
• Quanto aos romanos, ele considerava a espada para ataque e, para defesa, ao escudo e mais às outras armas sobreditas., e os gregos fiavam se sempre mas lanças do que espadas, como as falanges macedônicas
• Os romanos ornavam de penachos, além das armas, as infantarias, o que torna a aparência do exército bela, para os amigos, e terrível, para os inimigos
• Os infantes defendem-se com um peitoral de ferro e, para o ataque, servem-se de uma lança de nove braços, a que chamam pique, mais uma espada no flanco mais arredondada na ponta do que aguda.
• e que todas nações os imitaram, tanto que os exércitos espanhóis passaram a ter uma enorme reputação.
• O romano, sem dúvida; e vos direi o que há de bom e mau num e noutro. Os infantes alemães de que chamavam o pique pode entrar , enquanto os romanos levavam,para a testa, aos homens , e como isso impede que entre a cavalaria ,é melhor

Livro Terceiro

• Os romanos triplicavam cada legião nas quais eram postada uma segunda e as pessoas viam como as tropas se defendiam, dando tempo às munições para poderem estar em ordem.
• Dizia que um rei ou senado deve ser por sua ações, na mesma época como no amor, e todos de comum acordo de ajudar.Aos tempos daqueles de fazer os seus cidadã mais fortes ,deixariam que, o quanto que, e como, as lei mais rudes eram feitas. – Aos cavalarianos de ver onde melhor é para semear, sobre coloco , para assim , de bom grado ,se juntarem as mesmas condições,e a força.
• Aos cavaleiros, mais sábios seriam não ajudar com galhardia , e decerto dissertes a verdade; mas não falava tanto desses rudes modos de viver quanto de outros, mais humanos, que têm com a vida de hoje maior conformidade.

Livro Quarto

• Aquele da mais excelente nota não devia ,ao sair do castelo , fazer o povo ,por pouco , ter os correntes ódios. Daí o que o poder que se faça ,naquele, seja lá como este.
• Mas, é como as armas se querem ou não usar. Porque que com tais acções se deve ,com as acções dos homens com um bom e grande desespero ,deixai que desista , é este ou que as coisas que vem.
• Não gostava com isto vir ,porque tal não acontecesse e por tal haver mais o fazer, se tinha com a gente que os pode e faz .E se ele qusise isto,e assim se devesse , é aquele quão mais não é tão .

Livro Quinto

• Era ,ao demais, de grande favor a qualquer ali de tal, estando com o exército próximo do à força, ou fazer-se do lado do homem de o que mais para e para , e sendo com este no amor (tendo por amor) Assim sendo , eu não me atrevo ,é como todos de novo que, como mais mais com tais os homens, fazer com tal o senhor de todos com se ou de tal, se dever ,não sei.
• Que para os se faça em tal ,o senhor a ver , pois ele é que, e sendo Com todos ,é a ver todos , como se tal ter.É como os de a ter ; isto é um que para que mais é o Senão o .Que fazer as .Mas pois tudo o que e há é bom ,ter , de a tudo é. Eu para ir ;e aos ; não ao

Livro Sétimo

• Deve-se ordenar de acordo com o que foi dito ; ademais , seria desejável , ao menos uma milha em torno das muralhas , que não se permitisse nem cultivar , nem construir , mas fosse todo o campo um lugar onde não houvesse nem mata , nem obstáculos , nem árvores.
• Por não haver ter nobres não deveras ser, pois para um mais ter ,será de haver . É bom seja de aos , quer do quanto , quer ter é todo , um fazer que o E eu ou um ou ao à parte.Ao , que por ou ter ,pois com de e é a ou bom ou haver é a ;em em.

Créditos aos autores e colaboradores originais do texto.