Introdução à IPM - Aula Teórica 8

Introdução à Interação Pessoa-Máquina (IPM) - Aula Teórica 8

• A aula teórica 8 aborda a recolha de dados (II), cenários e requisitos da IPM.
• A apresentação baseia-se em slides de Alan Dix (Lancaster University), slides de Manuel J. Fonseca, e conteúdo do livro "Introdução ao Design de Interfaces".

Aula de Hoje

• A aula cobre a recolha de dados, métodos para a análise de utilizadores e tarefas, cenários de utilização e tarefas, e requisitos de usabilidade.

Observação

• As entrevistas e questionários têm limitações, pois as pessoas podem ter dificuldades em explicar seu comportamento e como realizam tarefas.
• A observação direta é fundamental para entender o contexto de trabalho dos utilizadores e suas necessidades.
• A observação é útil em todas as fases do desenvolvimento de interfaces.
• permite análise de necessidades e avaliação de protótipos, tanto avançados como preliminares.

Tipos de Observação

• Direta: observação presencial ou através de vídeo.
  • Ambiente de trabalho (estudo de campo): observação no local de trabalho do utilizador (casa, rua, etc.).
  • Ambiente controlado (estudo controlado): observação em condições controladas, como em laboratórios de usabilidade.
  • Estudos Etnográficos: Estudo particular da observação direta, observando pessoas no seu "habitat natural". (geralmente 6 semanas) e aprender a "cultura" do nativos, que permitem ver o mundo com os olhos deles. Tem como desvantagem poder produzir muitos dados difíceis de analisar.
  • Laboratório: observação em ambientes controlados, com equipamentos como gravação de áudio e vídeo e espelhos.
    • Pensar em voz alta: técnica usada em estudos controlados, solicitando que os utilizadores expressem seus pensamentos a respeito das tarefas que executam. Isto ajuda a compreender seus processos cognitivos e dificuldades.
• Indireta: observação não presencial através de diários (cultural probes) ou registros de interação (logs).
  • Diários (cultural probes): os utilizadores registam suas atividades, dificuldades, facilidades e reações através de texto, imagens, áudio ou vídeo. É idealizado após as tarefas sendo concluídas.
    • Vantagens: recolher informação com mínima interferência, baixo custo de recursos e não necessitar de equipamentos especiais.
    • Desvantagens: depende da motivação do utilizador, e eles tendem a exagerar os acontecimentos.
  • Registos de interação (logs): registos de ações de utilizador: teclas, rato, ajuda, etc., coletados automaticamente.
    • Vantagens: obstrução mínima e recolha automática.
    • Desvantagens: exige ferramentas poderosas de análise e requere alterar a aplicação para usar esta técnica.

Outras técnicas para análise de requisitos/necessidades

• Documentação: recolher informações sobre as tarefas através de manuais de instruções, material de treinamento, manuais de procedimentos e regras.
• Sistemas similares: análise de produtos concorrentes para identificar pontos positivos e negativos para melhorar ou evitar.
• Inquéritos contextuais: compreensão do contexto de trabalho do utilizador com entrevistas, observações, discussões e reconstruções, utilizando métodos mestre-aprendiz.

Outros componentes da Engenharia de Usabilidade

• Monitorização Fisiológica: inclui Eye Tracking (seguimento do olhar) e medidas fisiológicas (batimento cardíaco, respiração, condutividade da pele).
• Eye Tracking: análise do movimento e foco do olhar, usando círculos vermelhos para indicar foco e linhas vermelhas para indicar o percurso. Os tempos de focagem (vermelho = mais tempo, amarelo = um pouco, verde = menos, ausência de cor = não olham) fornecem informações sobre a interação com o interface.
• Medidas Fisiológicas: analisando as reações emocionais associadas às alterações físicas, usando sensores ligados ao utilizador, que permitem monitorar batimento cardíaco, respiração, condutividade da pele, stress ou irritação, atividade eléctrica no cérebro e tomada de decisões.

Métodos de Recolha para Análise de Utilizadores e Tarefas

• Análise de requisitos, criação de requisitos, identificações de perfis de utilizadores.

Escolha das Técnicas a Usar

• O objetivo do estudo, exploração, avaliação e outros detalhes, participantes (crianças vs. adultos) , natureza da técnica, equipamentos necessários, pessoas, tempo e dinheiro, mais que uma técnica (triangulação).

Combinações Possíveis

• Entrevistas + Questionários, Questionários + Observação, Entrevistas + Observação, e outras combinações apropriadas.

Já Fizemos

• Análise de Tarefas (requisitos funcionais, tarefas)
• Análise de utilizadores (perfis de utilizadores)
• Respostas às 11 perguntas chave.

Cenários de Utilização

• Ferramenta usada nesta fase do ciclo (pensar, funcionalidades, quem utiliza, contexto de uso).
• Permitir transmitir uma ideia da solução antes de a desenvolver (comunicar com clientes e entender as dinâmicas).
• Cenários e histórias dos utilizadores e descrição como utilizadores agem (motivações, necessidades, dificuldades).
• Formas lineares e um cenário para cada tarefa.
• Detalhes e contexto, entender o objectivo sobre as personas, contexto e o porquê.
• Histórias dos utilizadores relevantes.
• Exemplos de cenários (e.g., compor uma música nova, preparar uma banda para atuar).

Cenários de Tarefas

• Descrever os objetivos, fornecer contexto e motivação para as tarefas, fornecer detalhes necessários, fornecer conteúdo suficiente para que os utilizadores saibam o que fazer, e evitar que os utilizadores adivinhem.
• Recomendações: reais, específicos, fazíveis, usando linguagem do utilizador, simples e claros.
• Não devem indicar como fazer a execução da tarefa.
• Criados a partir de cenários de utilização.
• Utilizados na avaliação com utilizadores.
• Exemplos podem incluir a criação de uma música nova usando "pauta mágica" para compor.

Requisitos de Usabilidade

• Objetivos de Usabilidade (Nielsen): aprendizagem (facilidade de utilização), eficiência (produtividade), memorização (facilidade de lembrar-se), prevenção de erros e satisfação.

• Engenharia de Usabilidade: métodos quantitativos (teste de usabilidade, Lei de Hicks, Lei de Fitts) para medir a experiência do utilizador.

• Escolher as medidas de usabilidade relevantes (eficiência, eficácia, satisfação).

• Critérios e diferentes valores para a usabilidade (médio, individual, percentagem).

• Exemplos de critérios de usabilidade (e.g. tempo máximo para realizar uma tarefa, número de erros).

• Definições de objetivos e medidas de usabilidade.

• Cenários Utilização + Requisitos de Usabilidade, onde os requisitos devem partir dos cenários de utilização (objetivo, medida e critério de usabilidade).

• Exemplos de cenários (e.g., tocar uma música recém aprendida).

Overview (Etapa 1 + 2)

• Etapa 1: identificar as necessidades (Análise de utilizadores e tarefas, Personas e Funcionalidades).
• Etapa 2: conceber soluções (Cenários de utilização, cenários de tarefas e requisitos de usabilidade.)

Esta aula teórica aborda a recolha de dados, cenários e requisitos na Interação Pessoa-Máquina. Serão discutidas as limitações de entrevistas e questionários e a importância da observação direta. O conteúdo é baseado em slides de especialistas e no livro 'Introdução ao Design de Interfaces'.