Introdução à Arte e Estética

Introdução à Arte e Estética

• A definição de arte é complexa e desafiadora.
• Gombrich destaca que "Arte" como conceito unitário não existe, apenas artistas individuais.
• A arte reflete transformações históricas e socioculturais ao longo do tempo.
• É crucial entender o contexto original, o propósito do artista e a mensagem para definir uma obra de arte.
• A arte possui um valor estético significativo, especialmente em pinturas e esculturas criadas para exposições.
• A arte também tem valores funcionais, integrando estética e utilidade no cotidiano.
• Apreciar a arte requer uma visão ampla, influenciada pelas experiências pessoais do observador.
• Compreender a arte requer entender sua origem, evolução e o embasamento histórico e teórico.

Pensando sobre a Arte

• Arte é frequentemente associada à habilidade técnica.
• Essa visão não abrange a diversidade da arte.
• Em cada período histórico, a arte busca atender a objetivos específicos.
• Da Pré-História à Idade Média, a arte estava ligada à função religiosa, expressa em pinturas, esculturas e arquitetura.
• A Revolução Industrial no século XIX transformou a arte, deslocando o foco religioso para a expressão estética e social
• Após a Segunda Guerra Mundial, a arte passou por outra transformação social.
• Artistas exploram criatividade e liberdade expressiva, abrangendo dança e teatro.
• O teatro pós-guerra expressava os sentimentos da sociedade.
• Picasso usou a arte para expressar opiniões políticas na obra "Guernica", retratando os horrores do ataque da Alemanha Nazista.

A Arte Como Imitação (Mimese)

• A teoria da arte como imitação (mimese) é uma das mais antigas.
• Platão acreditava que a imitação da natureza já era uma imitação de segunda ordem
• Aristóteles considerava a reprodução da natureza o fundamento da arte.
• A obra "A Crucificação" de Rogier van der Weyden exemplifica a arte como imitação, retratando uma cena bíblica fiel à sua visão.
• A mimese tem origem na Grécia Antiga e é uma interpretação tradicional da arte.
• Através da mimese, artistas criam objetos que representam sua compreensão da natureza, agregando valor estético.
• Cauquelin (2005) argumenta que a mimese da natureza cria ficção, pois não replica os processos naturais.
• "Paraíso" de Lucas Cranach (1530) retrata cenas do Jardim do Éden, exibindo a mimese.
• A mimese age como um espelho, refletindo a realidade do artista em pinturas e esculturas que usam dimensão espacial e perspectiva.
• "O Nascimento de Vênus" de Sandro Botticelli é outro exemplo de arte como imitação.
• O hiper-realismo contemporâneo manifesta a teoria da imitação, buscando representar a imagem humana com a maior fidelidade possível.

Falando Sobre Estética

• Estética se refere a algo bonito e à aparência, sendo tratada como adjetivo.
• Cauquelin (2005) define a estética como um adjetivo que qualifica comportamentos ligados à harmonia, gratuidade, prazer, e desprendimento na arte.
• A forma como o artista expressa suas ideias e a interpretação do observador determinam o conceito do belo.
• Fatores pessoais, admiração, memórias, e o contexto histórico influenciam a percepção do belo.
• Gombrich (1999) aponta que o parâmetro do belo é variável.
• Panofsky (1979) afirma que nem sempre a arte é criada unicamente para apreciação.
• O mural Etnias de Eduardo Kobra no Rio de Janeiro é uma manifestação artística que retrata diversas etnias.
• A obra busca traduzir a união e a paz entre os cinco continentes.
• Estética como substantivo é o campo de estudo teórico para analisar obras de arte.
• Cada período histórico possui um estudo estético específico que informa sobre as características da arte.
• A estética surgiu como disciplina acadêmica no século XVIII com Alexander Baumgarten.
• Antes, a estética estava ligada ao estudo sistemático da filosofia.
• Após as obras de Alexander, a estética separou-se da filosofia para estudar as doutrinas da beleza.
• O estudo da estética cria um julgamento de valor sobre a apreciação pessoal da arte, adotando critérios racionais à experiência visual (ROSENFIELD, 2006).
• A percepção da estética muda com a evolução da sociedade, novos povos e costumes.
• Na pré-história, a estética se manifestava na decoração de cerâmicas ornamentadas.
• No período da antiguidade, o belo estava relacionado às funções sociais como religião, política e culinária.
• Rosenfield (2006) afirma que esculturas, armas e joias arcaicas expressam o prestígio social e político dos seus proprietários.
• Platão e Aristóteles também discutiram os aspectos estéticos das manifestações artísticas.
• As esculturas clássicas revelam os padrões de beleza baseados em equilíbrio e simetria.
• Na Grécia Antiga, a estética era associada a valores éticos, relacionando o belo ao bem, à bondade e a valores morais.
• Aristóteles defendia que a beleza é contemplada, enquanto a bondade é expressa na ação.
• Nos séculos XVII e XVIII, o interesse estético se volta para os objetos de arte, não apenas sua contemplação.
• Nos séculos XIX e XX, a estética se distancia dos estudos filosóficos clássicos.
• As reflexões sobre a arte e a experiência da beleza são desenvolvidas pelos artistas, e os estudos estéticos contemporâneos se baseiam nos padrões da sociedade e relações sociais.

As Teorias Das Artes

• As Teorias das Artes buscam definir o que é arte e seu valor, com base na filosofia.
• As teorias são parte da Estética, focando na arte, mas o estudo da Estética é mais amplo.
• O termo "teoria" identifica um estudo contínuo e em desenvolvimento sobre a arte.
• Existem duas teorias principais a serem analisadas: a Teoria da Fundação e a Teoria do Acompanhamento.

A Teoria da Fundação

• Na Teoria da Fundação, a arte é refletida com base em valores e sentimentos.
• Essa teoria se divide em ambientais e injuntivas.
• A fundação trabalha com a ideia de algo que fundou ou consolidou o processo de construção.
• A fundação da arte se origina nos pensadores da Grécia Antiga que deram início à razão, à ciência e à arte como filosofia.
• Platão via a arte de forma conceitual, ligando o belo à ideia, independente do julgamento humano.
• O belo é parte da criação, um imaginário de perfeição fora do mundo sensível.
• A primeira categoria da Teoria da Fundação é a ambiental, no campo da reflexão, criando uma ambiência para a contemplação da arte
• Platão fundou a Academia de Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.
• A categoria injuntiva remete a uma ordem, estabelecendo regras e princípios para determinar um objeto como obra de arte ou definir seus limites, está no lado mais concreto das fundações.
• Um exemplo apresentado é o pensamento de Aristóteles, que acreditava que a beleza de uma obra estava na simetria, na proporção e na ordem.

A Teoria de Acompanhamento

• Requer o envolvimento de estudiosos da arte.
• Envolve discursos e comentários sobre o fenômeno artístico.
• Essa teoria se subdivide em teorizações secundárias e práticas teorizadas.
• A Teoria de Acompanhamento complementa a fundação, construindo sobre a obra de arte para análises mais completas.
• É aqui que as vertentes da teoria de acompanhamento se aplicam.
• As teorizações secundárias explicam a arte com base em disciplinas teóricas como história, linguística, semiologia e hermenêutica.
• Os estudiosos podem ter uma base concreta para analisar os aspectos importantes da arte.
• As práticas teorizadas permitem aos artistas comentar, expor e explicar sua obra, justificando seu trabalho de maneira prática.
• O contexto histórico é essencial para entender a arte, relacionando espaço e tempo.
• Panofsky (1979) afirma que o local e a data de produção da obra indicam um contexto sociocultural específico.
• É importante considerar a relação entre espaço e tempo, pois as transformações sociais ocorrem em um período e local específicos, influenciando culturas, costumes e tradições.

A Arte Na História

• A arte evoluiu ao longo da história com a influência de cada período nas manifestações artísticas.
• A História da Arte atua no campo da análise e interpretação histórica de objetos feitos pelo homem, atribuindo-lhes um valor mais que utilitário, de acordo com Panofsky (1979).
• A História da Arte tem raízes na antiguidade clássica e não menciona apenas o critério estético ou arqueológico.
• A História da Arte ganhou força nos Estados Unidos com historiadores imigrantes, sendo considerada uma disciplina humanística.
• O estudo da História da Arte se originou no Renascimento, com o povo florentino.
• Giorgio Vasari, em 1550, escreveu "Le Vite", considerada a primeira escrita sobre História da Arte.
• A função do historiador é pesquisar, analisar e registrar as transformações da sociedade.
• O estudo da História da Arte conta os acontecimentos que resultaram nas produções artísticas.
• Na Inglaterra, houve o primeiro esforço racional para recensear os monumentos e situá-los no tempo, com o intuito de traçar a evolução dos estilos e determinar-lhes as diferentes fases, criando vocábulos para designá-los.
• É essencial compreender a relação entre arte e história.
• Museus e exposições mostram elementos do passado, revelando usos e costumes de diferentes épocas.

Belas Artes

• A arte tem o poder de narrar culturas, povos e costumes
• As Belas-Artes são produzidas para fins não utilitários, focando na exposição e contemplação através da pintura e a escultura
• As Belas-Artes influenciadas pela arte clássica focam no valor estético.
• A primeira menção do termo foi em 1746, pelo francês Charles Batteaux
• As Belas-Artes estão presentes em escolas de estudos de artes e museus.
• Em oposição à arte aplicada, precisa apenas da visão e audição para ser contemplada
• Museus como o Museu Nacional de Belas Artes revelam a importância dessa manifestação cultural.
• Academias de Arte surgiram no século XVI para formar artistas com base na ciência.
• As Belas-Artes passaram a ter um caráter teórico.
• Houve separação entre arte (belas-artes) e artesanato (artes aplicadas).
• A primeira academia de estudos foi criada pelo italiano Giorgio Vasari, em 1562.
• O cinema é considerado a sétima arte e foi reconhecido como belas-artes no século XX.

Artes Aplicadas

• Artes Aplicadas abordam a produção de objetos úteis ao cotidiano.
• A Revolução Industrial levou à produção em larga escala, causando a perda de espaço para o trabalho artesanal.
• O movimento Artes e Ofícios surgiu no século XIX com John Ruskin e William Morris para resgatar a criação de objetos manuais em meio à produção industrial.
• O Art Nouveau uniu as propostas da indústria, do movimento Artes e Ofícios, e das artes decorativas.
• O Art Nouveau valorizava elementos naturais e novos materiais, buscando preservar o contato do artista com a natureza e desenvolver o artesanato habilidoso resistindo à produção industrial.
• A Bauhaus, criada por Walter Gropius em 1919, contribuiu para unir belas-artes e artes aplicadas com uma escola modernista de design.
• A Bauhaus buscava apresentar a funcionalidade no design de objetos que levassem em conta as necessidades humanas.

A Teoria Institucional da Arte

• A Teoria Institucional da Arte foi criada por George Dickie entre 1969 e 1973
• Essa teoria defende que a arte pode ser o que o artista ou pessoas ligadas ao meio artístico consideram ser arte.
• Antes, só era considerado arte o que despertava um senso e valor estético no espectador.
• A teoria cria uma separação entre o senso estético e o artístico.
• O lado artístico é entendido como uma prática social, uma produção coletiva de um grupo cultural.
• Essa teoria reforça as produções artísticas da época, como os ready-mades, de Marcel Duchamp.
• O conceito do ready-made foi criado por Marcel Duchamp no início do século XX
• Duchamp retirava objetos de seu contexto e uso, expondo-os como arte
• Em 1917, Marcel Duchamp submeteu um urinol de porcelana de nome “Fonte” a uma exposição, transformando-o em uma obra de arte.
• Uma obra do artista chamada “Roda de Bicicleta”, de 1913 é um exemplo que utilizava objetos do cotidiano e transformava em obra de arte
• A arte revela como o ser humano se manifesta ao longo da história, comunicando crenças, insatisfações, sentimentos e sensações