Formação de Pastagens: Tipos e Limpeza da Área

Formação de Pastagens

• A criação animal no Brasil explora as pastagens como principal fonte de alimentação.

Tipos de Pastagens

• Pastagem natural.
• Pastagem nativa.
• Pastagens artificiais ou cultivadas, que se dividem em permanentes e provisórias.

Limpeza da área

• Áreas de agricultura ou pastagem requerem roçada geral e/ou aplicação de herbicida para posterior semeadura.
• Áreas com vegetação natural podem usar o correntão para áreas maiores e planas com vegetação composta de arvoretas pouco densas.
• Lâminas frontais são adequadas para áreas com vegetação mais densa.
• Limpeza manual é recomendada para áreas pequenas ou de difícil mecanização.
• A queima é menos recomendável.

Preparo do Solo

• Avaliação da fertilidade do solo e finalidade.
• Determinação do grau de suficiência ou deficiência de nutrientes e identificação de condições adversas.
• Amostragem do solo, dividindo a propriedade em áreas uniformes de no máximo 20 hectares (± 8 alqueires).
• Os critérios incluem topografia ou declividade, drenagem, cobertura vegetal ou cultura, cor do solo, tipo do solo ou textura e de adubação, produção em anos anteriores e sintomas em plantas na última cultura.
• O caminhamiento deve ser em zigue-zague, com amostras de um mínimo de 20 locais diferentes.

Retirada de Amostra Simples

• A profundidade ideal é entre 0 e 20 cm.
• A amostragem pode ocorrer em qualquer época do ano, sendo realizada a cada dois a três anos.

Tipos de Preparo do Solo

• A escolha depende do nível tecnológico adotado na propriedade e participação em associações e cooperativas.
• Sistema Convencional
• Em áreas de vegetação de porte baixo com pequeno grau de declividade, utilizar uma grade pesada para incorporar matéria orgânica, sementes de ervas daninhas e promover a descompactação do solo.
• Se necessário, realizar aração com arado tipo aiveca.
• Após a aração, promover uma gradagem de nivelamento antes do plantio.
• Esta operação deve ser realizada durante o período seco.
• Em solos arenosos, compactar o solo com rolo compactador após o preparo, antes e após o plantio da forrageira, principalmente das gramíneas.

Sistema Plantio Direto (SPD)

• Processo de semeadura em solo não revolvido, colocando a semente em sulcos ou covas com largura e profundidade adequadas.
• Considera-se uma técnica de cultivo mínimo e conservacionista.
• O objetivo é manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais.
• Essa cobertura tem como finalidade proteger o solo do impacto das gotas de chuva, controlar o escoamento superficial e reduzir erosões hídrica e eólica.
• O preparo do solo se limita ao sulco de semeadura, seguido da semeadura, adubação e aplicação de herbicidas em uma única operação.
• Os fundamentos incluem eliminação/redução das operações de preparo do solo, uso de herbicidas para controle de plantas daninhas, formação e manutenção da cobertura morta, rotação de culturas e uso de semeadoras específicas.

Correção da acidez do solo

• Aplicar dois a três meses antes do plantio, no início das chuvas.
• Incorporar a 20-30 cm de profundidade através de aração e uma gradagem de nivelamento.
• Usar calcário, cal virgem agrícola, cal hidratada agrícola ou cal extinta, calcário calcinado, escória básica de siderurgia, carbonato de cálcio, ou PRNT.

Adubação e Correção

• Fósforo: aplicar em função da exigência da planta e simultaneamente com a formação da pastagem, próximo à semente.
• Potássio: aplicar em cobertura, cobrindo 60 a 70% do solo, somando os requerimentos da correção e de formação, também aplicar em cobertura.
• Nitrogênio: aplicar parceladamente e anualmente, sempre a lanço e em cobertura; preferir sulfato de amônio para evitar perdas de nitrogênio; usar uréia em condições de umidade no solo, sem sol pleno e em dias não muito quentes.
• Cálcio e magnésio: utilizar formas disponíveis em PH acima de cinco; a correção da acidez fornece as quantidades exigidas.
• Enxofre: o uso de superfosfatos e sulfatos pode ser suficiente para pastagem.
• Gesso: elimina o Al+3 trocável, fornece cálcio e uma quantidade apreciável de S ao solo.

Adubação de Manutenção

• Anual, devido ao ciclo vegetativo das espécies forrageiras.
• Análise de solo de amostras coletadas nos 10 cm superficiais.
• Utilizar pastagens já formadas com fósforo de fosfatos naturais reativos e em cobertura.
• Aplicar nitrogênio de 60 a 240 kg de N por ano, independente da análise do solo.
• Economicidade é importante.

A escolha da Espécie Forrageira

• Critérios incluem assistência técnica e levantamento de um histórico detalhado da região, incluindo índice pluvial médio anual e mensal, temperatura média anual e mensal, fotoperíodo, ocorrência de geadas e ocorrência de pragas importantes.
• Levantamento da área em que será implantada a pastagem:
  • Profundidade, fertilidade, estrutura, textura do solo, topografia, susceptibilidade à erosão, culturas de cobertura anteriores, possibilidade e Duração de Encharcamento.
• Detalhes
  • Topografia mais acidentada: Preferência para espécies estoloníferas: B. decumbens cv. Basilisk; B. humidicola cv. Humidicola; B. humidicola cv. Llanero (Dictyoneura).
  • Textura do solo:
    • Solos arenosos ou de textura mista: todas as espécies podem ser utilizadas.
    • Para solos com textura mais argilosa, espécies com sistema radicular mais vigorosos: B. brizantha cv. Marandú; B. brizantha cv. Xaraés (MG-5); Panicum maximum cv. Mombaça.
  • Para fertilidade do solo, considere se for baixa, média ou alta exigência.
  • Drenagem do solo:
    • Deficiência de drenagem: espécies tolerantes ao encharcamento, como B. humidicola cv. Humidicola.
    • Drenagem lenta: a B brizantha cv. BRS Piatã e Xaraés podem ser empregadas.

Critérios para escolher a espécie forrageira

• Tipo de manejo que será adotado (utilização ou não de fertilizantes na formação e manutenção).
• Forma de estabelecimento e sistema de pastejo (lotação rotacionada ou lotação contínua).
• Espécie e raça animal; expectativa de produção.

Semeadura

• Os tipos mais empregados são:
  • Manual (áreas com alto declive e de difícil acesso para máquinas, a lanço ou com matraca).
  • Mecanizada: A lanço (mesmo equipamento para distribuição de calcário).
  • Em sulcos: distribui e cobre as sementes em uma só operação.
  • Semeadura Aérea.

Incorporação para semeadura a lanço

• Grade niveladora fechada logo após a semeadura para germinação e emergência das plântulas.
• Rolo compactador sempre empregar em solos arenosos.

Valor cultural (VC)

• Expressa a qualidade físico-fisiológica das sementes de gramíneas forrageiras e a proporção de sementes puras que são viáveis num lote.
• O preço das sementes é geralmente baseado no valor cultural.
• É expresso em porcentagem e é obtido pela fórmula: % VC = (% pureza x % germinação ou % sementes viáveis) / 100.

Taxa de Semeadura

• É a quantidade mínima em quilogramas do lote de sementes disponível a ser plantado por hectare.
• Cada espécie deve ser respeitada e pode ser calculada pela seguinte fórmula: Q = SPV x 100 / VC, onde Q é a quantidade de sementes comerciais (kg), SPV são sementes puras viáveis (kg/ha) e VC é o valor cultural.

Controle de Plantas Invasoras

• A partir de duas semanas da semeadura, pode ocorrer um processo de competição e redução da produção da forrageira.
• O controle deve começar duas semanas após a semeadura, mantendo a área livre de invasoras até 45 dias do crescimento.

Tipos de controle

• Preventivo: limpeza cuidadosa dos tratores e implementos, fermentação de esterco e materiais orgânicos, uso de sementes de espécies forrageiras não contaminadas, isolamento de áreas e quarentena de animais oriundos de zonas infestadas, evitar a introdução de plantas ornamentais e adubação adequada.
• Mecânico: adotado com frequência desde a implantação da pastagem para evitar a reprodução das invasoras; Roçagem manual ou mecanizada, arranquio, Gradagem e aração
• Cultural: aumentar a competitividade da planta forrageira ( adubação correta, utilização de espécies bem adaptadas, tipo de manejo empregado, espécies forrageiras com maior agressividade );
• Químico: herbicidas (alto rendimento, eficiência, controle das indesejáveis, efeito rápido, redução do banco de sementes, viabilidade econômica); risco aos recursos naturais, contaminação dos alimentos, cuidados na aplicação e armazenamento das embalagens.

Pastejo Inicial

• Estimula o crescimento lateral e perfilhamento quando as plantas apresentarem um desenvolvimento compatível.
• Deve ser feita com alta lotação, curta duração, animais mais leves e em condições ótimas, 60-90 dias após a semeadura.

Uso de Leguminosas Forrageiras

• Necessita nível tecnológico médio da propriedade.
• Formas de uso: plantadas em consórcio com as gramíneas; exclusivas para uso na época seca como banco de proteína; cultivo; posterior incorporação (adubo verde).

Formação e Utilização de Banco de Proteína (Creep Grazing)

• A leguminosa deve ser adaptada às condições edafoclimáticas locais, tolerante à seca, com elevado teor proteico, produzir forragem satisfatoriamente, boa recuperação pós-pastejo e ser bem consumida pelos animais.
• O tamanho da área ideal é de 10% a 15% do total da área de pastagem.
• O preparo da área deve ser finalizado no período seco.
• No início do período chuvoso, Plantio das Sementes que devem ser escarificadas
  • Água quente à temperatura de 80° C, por 2 a 4 minutos.
  • Água natural: sementes emergidas por +/- 4 horas. Essa operação deve ser feita de preferência à tarde, na véspera do plantio
  • A adubação deve ser feita em razão da análise de solos e das exigências da leguminosa escolhida para a formação do banco de proteína
• Deve-se proporcionar uma maior freqüência possível do animal ao banco de proteína:
  • Acesso diário por 1 a 2 horas, a cada 2 ou 3 dias, ou implementar um sistema de rodízio.

Sistemas Silvipastoris

• Integração de árvores ou arbustos, pastagens e animais, com a finalidade de obter produtos ou serviços destes três componentes.
  • Benefícios: captação de nutrientes profundos, melhora na atividade microbiológica, as árvores podem ajudar a controlar o processo de erosão.
  • Produção de forragens: o crescimento pode ser prejudicado ou favorecido (tolerância à sombra, grau de sombreamento, competição por água e nutrientes).
• Conforto animal: procura por ambientes sombreados.
• Espécies a serem utilizadas
  • As espécies arbóreas e as gramíneas devem ser tolerantes ao sombreamento
  • As espécies forrageiras devem ter boa produtividade, alto valor nutritivo, serem adaptadas ao manejo e condições edafoclimáticas
  • As árvores devem ter crescimento rápido, copa reduzida e pouco densa, fuste longo, para diminuir sombreamento no pasto e regeneração rápida quando sofrer alguma injúria, não causar efeito tóxico sobre a espécie forrageira

Arranjo Espacial

• Plantio de linhas simples.
  • O espaçamento entre árvores é com base na espécie, altura da árvore e tipo de copa
  • Recomendados: 3x10; 5x10; 10x10; 5x20; Sentido leste-oeste.
• Plantio de linhas duplas:
  • Espaçamentos de no mínimo 10 m entre linhas duplas. Sentido leste-oeste modelo; para evitar plantas daninhas entre as linhas, recomenda-se o plantio de uma leguminosa tolerante ao sombreamento, como o Arachis pintoi.
• Pequenos bosques: espaçamentos 3x2; 3x3; 3x5m
• Há problemas com pisoteio do gado nas raízes superficiais das árvores, compactação do solo, devido ao não crescimento de gramíneas por excesso de sombra, provocando a exposição do solo.
• Plantio aleatório: não há espaçamento indicado, pois é muito utilizado quando se deseja aumentar a biodiversidade, ou a regeneração de espécies naturais.