A Política Segundo Karl Deutsch

Study Notes

A Política Segundo Karl Deutsch

Para Karl Deutsch, a política é a tomada de decisões em âmbito público, diferenciando-se de decisões pessoais e econômicas.
Seu foco principal está no governo, ou seja, na direção e autogestão de grandes comunidades.
A política abrange a tomada de decisões sobre ações públicas, incluindo o que é feito, quem recebe e o que é produzido/recebido.

A Política como Conciliação de Interesses

Karl Deutsch define a política como a atividade de conciliar diferentes interesses dentro de uma unidade de governo, garantindo a participação no poder proporcional à sua importância para o bem-estar e sobrevivência da comunidade.
A política, nesse sentido, surge como uma forma de governar em sociedades com divergências, evitando o uso indevido da violência.
Em sociedades com interesses e pontos de vista variados, a conciliação é priorizada em relação à coerção.
A ética política defende o governo pacífico como superior ao domínio violento, reconhecendo a política como um bem realístico, e não como um mal necessário.

Carl Schmitt e a Distinção Amigo-Inimigo

Carl Schmitt, filósofo alemão e pensador político influente, desenvolveu uma visão maniqueísta da política, reduzindo-a à distinção amigo-inimigo.
Para Schmitt, o Estado é a base da política, sendo definido como "o status político de um povo organizado no interior de fronteiras territoriais".
A determinação do conceito de político, segundo Schmitt, exige a identificação de categorias específicas, que operam de forma peculiar em relação a outros domínios do pensamento e ação humana.
No campo da moral, as categorias específicas são o bem e o mal; no estético, o belo e o feio; e no econômico, o benéfico e o prejudicial.
A distinção política específica é a distinção amigo-inimigo, a qual, para Schmitt, pode ser aplicada a todas as ações e motivos políticos.
Essa distinção funciona como um critério para definir o político, tanto na teoria quanto na prática, sem depender de outros critérios morais, estéticos, econômicos e outros.
O inimigo político, segundo Schmitt, não precisa ser moralmente mau ou esteticamente feio, nem necessariamente um concorrente econômico.
A característica central do inimigo é sua "existencialmente distinto e estranho em um sentido particularmente intensivo".
Esse conceito tem várias implicações, como a necessidade de união do Estado para enfrentar o inimigo externo, e a visão da pluralidade de opiniões como prejudicial à coesão frente ao perigo comum.
A política, para Schmitt, é a oposição ao outro, ao estranho, sendo inaceitável questionar essa visão binária.
Para Schmitt, quem não é amigo só pode ser inimigo, e, portanto, alvo de perseguição.
Essa visão maniqueísta da política levou Schmitt a se identificar com o nazismo, tornando-se um de seus ideólogos.

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