Tema 5. Adaptação de LC RPG esféricas PDF
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Universidade do Minho
Madalena Lira, PhD
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This document covers the adaptation of Rigid Gas Permeable (RGP) contact lenses, including materials, indications, and general procedures. The document also provides detail on lens parameters, evaluation and diagnostic approaches for the given topic.
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Adaptação de LC Rígidas Permeáveis aos Gases Madalena Lira, PhD [email protected]...
Adaptação de LC Rígidas Permeáveis aos Gases Madalena Lira, PhD [email protected] Tel. 253 604 068 Universidade do Minho Escola de Ciências, Departamento de Física MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 1 Introdução Indicações e limitações das LCRPG Parâmetros das lentes RPG: Terminologia ISO Procedimento geral de adaptação de LCRPG esféricas Parâmetros da primeira lente de ensaio Avaliação e diagnóstico da adaptação Interpretação de fluorogramas Tempo de adaptação e pós-adaptação às LCRPG Técnicas para correção da adaptação de LCRPG MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 2 Introdução Embora as lentes RPG ocupem um lugar pequeno, têm uma elevada importância em certos casos. Materiais Rígidos Permeáveis aos Gases Materiais rígidos (RPG) Polimetilmetacrilato Década de 70: surgem as lentes rígidas (PMMA) permeáveis aos gases (RPG) que atingem valores de Dk/t elevados; (lentes rígidas): Excelente durabilidade; Os mais populares incorporam siloxano na Fácil fabricação; matriz da lente (acrilatos de silicone e Humectabilidade flúoracrilatos de silicone) ; aceitável; Vantagens óticas; Todos os polímeros neste grupo (com Mas… superfícies hidrofóbicas), e não apenas os Baixo Dk/t; materiais baseados em silicone, requerem tratamento de superfície para os tornar Produziam frequentes suficientemente hidrofílicos para serem complicações oculares. usados como lentes de contacto. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 3 Conforto Favorece Performance visual (por poderem ser fabricadas com Materiais tamanho maior). menos rígidos Estabilidade visual Pode piorar (por flexão do material). MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 4 Nomenclatura dos polímeros utilizados Um nome genérico do material da lente atribuído pelo 01 USAN (p.e. tisilfocon A); Um nome próprio atribuído pelo fabricante (p.e. 02 Menicon Z); 03 Pode também ter o nome químico do polímero Segundo a USAN, o termo “focon” é indicador de se 04 tratar de uma LCRPG (para LCH “filcon”). MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 5 Propriedades desejadas Conforto Desenho Imprescindível para o O desenho (ótimo) é a sucesso. chave na adaptação de Estabilidade 06 01 qualquer LC. Material Para poder manter Satisfazer os os parâmetros da lente o material deve ser estável 05 02 requisitos mínimos para uso diário e uso prolongado Um Resistência a depósitos material que 04 03 Humectabilidade Uma lente com depósitos não é apenas mantém e retém a incómoda como se película lacrimal poderá ver afetada regular é essencial para adversamente a sua o uso satisfatório de humectabilidade e lentes biocompatibilidade. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 8 Seleção do paciente: Indicações e Limitações das LCRPG esféricas MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 9 Indicações e limitações das LCRPG Edema por LCH Astigmatismo corneal e instabilidade de LCH Tórica (poderá ser necessário adaptar uma LCRPG tórica) Indicações Neovascularização com LCH Astigmatismo corneal irregular Características do paciente para LCRPG como 1ª opção Uso constante de LC +1 Refração moderada-alta Motivação alta Astigmatismo corneal direto moderado (0,75-2,50) 0 Configuração palpebral adequada 10 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Indicações e limitações das LCRPG Contra-indicações Excessiva sensibilidade ou fragilidade epitelial Tamanho corneal grande > 13 mm A pálpebra superior não chega ao limbo Tensão palpebral Excessiva : muito movimento da lente; Flácida: estabilização inferior; Pestanejo alterado Ausência de astigmatismo total com existência de astigmatismo corneal Astigmatismo corneal e refrativo diferentes Teste de tolerância negativo Lesões corneais não atribuídas a corpo estranho Desconforto que não diminui ou até aumenta 11 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Fatores importantes para ter uma boa aceitação das RPG Nunca prescrever RPG para uso ocasional; Motivação alta; Prescrição moderada ou alta; Astigmatismo corneal moderado ou baixo (1.5D a 2.5 D); Outros parâmetros oculares favoráveis à adaptação (tensão e abertura palpebral). MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 12 LC RPG e astigmatismo Em princípio, o paciente não tem AI (astig. AC = AT ou AC ~ AT Sim interno) A RPG só irá corrigir parte do AC – quer AC ≠ AT AC > AT Não dizer que existe AI – RPG Tórica AC < AT Não Compensa o AC, mas ficamos com o AI. AC Irregular Sim Ajuda a uniformizar a superfície corneal Podemos adaptar um paciente com -5.00-1.25x180º com RPG corneais esféricas? a) Sim b) Não MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 13 Podemos adaptar um paciente com -5.00-1.25x180º com RPG corneais esféricas? - Sim DEPENDE - Não da origem do astigmatismo Se o astigmatismo de 1.25 D for corneal (AT=AC) – Se o paciente tiver AT 1.25 mas AC 1.75 (AC comodidade; Pode afetar ✓Tingido 3&9; ✓Centro de gravidade (CG). MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 27 Efeito do desenho das LC no CG CENTRO de GRAVEDAD LENTE POSITIVO Quanto mais anterior se encontre o CG na lente, C de G C de G Más grueso Más delgado 94N27-62S.PPT CENTRO de GRAVEDAD LENTE NEGATIVO menos estável será a adaptação devido à maior força de deslocação C de G C de G produzida pela gravidade. Pequeño Grande 94N27-63S.PPT MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 28 ✓Lentes de menor tamanho Pior centragem: CG anterior ✓Lentes mais planas ✓Lentes de maior diâmetro Melhor centragem: CG ✓Lentes de menor raio de curvatura posterior MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 29 O CG do sistema LC-SCA: ✓Pode condicionar a adaptação; ✓Para ficar situado mais posteriormente: ✓Aumentar o diâmetro total da lente; ✓Aumentar a potência negativa da lente (mais negativa ou menos positiva); ✓Diminuir o RZOP; ✓Diminuir a espessura axial da lente. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 30 Verificação das LC MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 31 Porque se devem verificar os parâmetros? ✓Assegurarmo-nos que entregamos as lentes corretas; ✓Qualidade de fabricação; ✓Para avaliar as alterações que podem ocorrer durante o seu uso; ✓Verificar os conjuntos das lentes de ensaio. ✓A verificação das LC passa por 2 etapas: laboratório e clínico. ✓Parâmetros verificados: alguns são os mesmos ✓Haverá mais parâmetros verificados no laboratório devido à fabricação, controle de qualidade, etc. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 32 O que deve ser verificado? ✓Raio de curvatura: radioscópio, queratómetro, etc. ✓Potência: focómetro. ✓Parâmetros dimensionais: diâmetro (lupa) e espessura (radioscópio). ✓Perfil do bordo. ✓Qualidade e superfície das lentes (lupa, analisador de perfis). MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 33 Procedimento geral de adaptação de lentes RPG esféricas MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 34 Seleção da lente de prova Procedimento geral de adaptação Avaliação e diagnóstico da adaptação Sinais, sintomas e tempo de adaptação à lente RPG Alteração da adaptação MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 35 Seleção da lente de prova MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 36 Medidas preliminares: para quê? Diâmetro pupilar Para selecionar o diâmetro da zona ótica Diâmetro corneal Para selecionar o diâmetro total Características das pálpebras Para selecionar o diâmetro total Raios de curvatura Para selecionar o raio de curva corneal base Refração +AV Para selecionar o tipo de LC MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 37 Lentes de prova necessárias –Requisito necessário: alguma variedade de lentes de prova; –Isto faz com que seja possível fazer os testes com lentes que podem estar muito próximas do desenho final da lente; –A adaptação observada nas lentes de teste pode ser semelhante às lentes finais. Negativas Altas: PVP= -6.00D Baixas: PVP= -3.00D Diâmetros: parâmetro muito importante da adaptação Positivas 9.20mm e 9.60mm Altas: PVP=+5.00D Baixas: PVP=+2.00D Os efeitos da gravidade nos desenhos das Raio de curvatura lentes positivas são significativos pelo que se Desde 7.00mm até 8.50mm deve ter cuidado em assegurar que a lente (passos de 0.05 ou 0.1mm) de prova seja próxima da lente definitiva. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 38 Parâmetros da primeira lente de ensaio Também se pode realizar o pedido a partir do RC corneal e refração: Adaptação Empírica Tem várias limitações: Limitações da queratometria Mede apenas 3 mm centrais As zonas periféricas não são avaliadas Não considera a asfericidade da córnea Falta de previsibilidade do menisco lacrimal Parâmetros palpebrais Dinâmica da LC com o seu desenho particular no olho Astigmatismo residual (AR) ou induzido (AI) Maior tempo de adaptação MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 39 FORÇAS QUE ACTUAM NA SUPERFÍCIE ANTERIOR DO OLHO MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 40 Forças que atuam na superfície anterior do olho Afeta a estabilidade da lente através da localização do centro de gravidade (CG) Força da CG gravidade O CG depende do RC, diâmetro, espessura e potência refrativa; g Lentes menores ou mais planas: CG mais anterior e têm pior centragem; Ao contrário, lentes de maior diâmetro e/ou RC menor: CG mais posterior e portanto, melhor centragem. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 41 Forças que atuam na superfície anterior do olho Movimentos palpebrais Contribuem para dinamizar a LC; Pálpebras tensas, deslocam excessivamente a lente e provocam maior atrito mecânico com a superfície ocular; Pálpebras muito flácidas têm pouca influência na centragem da lente. Forças de capilaridade Força de adesão entre a LC e a superfície ocular através da lágrima; Depende da espessura lacrimal pós-lente; Lágrima ausente ou em excesso, pode piorar a centragem. Quanto mais semelhante forem as superfícies da LC e da córnea, mais forte será a adesão; Em superfícies muito diferentes (queratocone ou córneas irregulares) a estabilização é mais difícil. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 42 FILOSOFIA DE ADAPTAÇÃO MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 43 Filosofias de adaptação de LCRPG Adaptação sub-palpebral Adaptação inter-palpebral A adaptação pode ser mais plana Utilizada em LC de pequeno tamanho Evita a estabilização inferior Adaptação mais fechada Melhora o conforto Maior desconforto? 44 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Adaptação sub-palpebral Lente grande; Uma parte fica coberta pela pálpebra superior; Quando estabilizada após o pestanejo, fica ligeiramente subida; Favorece o conforto uma vez que a pálpebra superior não toca no bordo da LC. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 45 Adaptação inter-palpebral Lente mais pequena; Menor curva base; Após o pestanejo fica entre as duas pálpebras centrada; Pode estabilizar inferiormente; Pode causar maior desconforto pela interação palpebral. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 46 Procedimento geral de adaptação de LCRPGE Teste de tolerância ANAMNESE Tolerancia física PARÂMETROS OCULARES REFRACÇÂO E EXAME OCULAR E Fragilidade epitelial EXTERNOS QUERATOMETRIA GRADUAÇÃO DE SINAIS Escolha de parâmetros TESTE DE SELECÇÃO SELECÇÂO Filosofia de adaptação TOLERÂNCIA (RPG) DE PARÂMETROS DA DA LC Material LC Tórica Geometria AVALIAÇÂO MATERIAL GEOMETRÍA Raio, diâmetro,… DIÂMETRO RAIO BASE Avaliação preliminar 10-20’ CONFORTO AVALIAÇÃO (após 10’) CLÍNICA COBERTURA CORNEAL Avaliação definitiva PRELIMINAR (após 30’ - 1h) 30’ - 1h BOM CENTRAMENTO E MAU ESTABILIDADE AVALIAÇÃO RELAÇÃO LENTE CÓRNEA CLÌNICA PUSH-UP, TRACÇAO PALPEBRAL DEFINITIVA BOM (LCH) MAU FLUOROGRAMA (LCRPG) ESFÉRICA SOBRE-REFRACÇÃO ESFEROCILINDRICA PEDIDO LC ESFÉRICA VERIFICAÇÃO TÓRICA FRONTAL PEDIDO LC TÓRICA DE PARÂMETROS PEDIDO LC BITÓRICA ENTREGA DAS LC INSTRUÇÕES E CALENDÁRIO DE ST. MANUTENÇÃO PÓS- ADAPTAÇÃO HORÁRIO DE USO 47 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Seleção lente de prova: Raio de curva base Baseado na topografia e/ou queratometria; Relacionado com o raio de curvatura corneal médio (Km= (K1+K2)/2); Normalmente no intervalo de ± 0.10mm deste valor; Importante realizar uma boa seleção para a 1ª lente de teste. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 48 Seleção lente de prova: Raio de curva base Guia de adaptação para a seleção do RC da lente RPG (Contactologia, Gonzalez-Meijome) Astigmatismo Curva base em relação a Km corneal (D) Esférica R0=Km+0.10mm a 0.05mm 0.25-0.75 R0=Km+0.05mm a 0mm 1.00- 1.50 R0=Km-0.05mm a -0.10mm >1.50 R0=Km-0.05mm- [0.05x [(K2-K1)/0.50D]] ou superfície asférica Critério de equivalência entre R0 e diâmetro: Por cada 0.50mm de aumento no diâmetro, deve-se aplanar em 0.05mm o raio de curvatura para compensar o aplanamento periférico da córnea e garantir uma boa relação entre a lente e a córnea. Atenção! O intercambio lacrimal será menor quanto maior for o diâmetro da lente. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 49 Selecção lente de prova: Raio de curva base Seleção do raio de curva base da lente RPG E: EXEMPLO 1 7.90 K1= 8.00 mm 8.00 8.00 K 2 = 7.90 mm 8.00 AC = 0.10 mm ⬄0,50 D Qual o valor do RC da LC a adaptar? a) 7.95 mm Astigmatismo Curva Base “r0” (em relação ão valor b) 8.00 mm Corneal (D) queratométrico médio “KM=(K1+K2)/2 ”) Esférica r 0 = KM+ 0.10mm ou Km + 0.05mm c) 8.70 mm 0.25 – 0.75 r 0 = KM + 0.05mm ou r0 = KM d) 7.90 mm 1.00 – 1.50 r 0 = KM – 0.05mm ou Km – 0.10mm > 1.50 r0 = KM –0.05 – [0.05 x (K2-K1)/0.50D] 50 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Selecção lente de prova: Raio de curva base Seleção do raio de curva base da lente RPG E: EXEMPLO 2 7.80 K1= 8.00 mm 7.85 8.00 K 2 = 7.80 mm 7.85 AC = 0.20 mm ⬄1,00 D Qual o valor do RC da LC a adaptar? a) 7.85 mm b) 8.00 mm Astigmatismo Curva Base “r0” (em relação ão valor Corneal (D) queratométrico médio “KM=(K1+K2)/2 ”) c) 8.70 mm Esférica r 0 = KM+ 0.10mm ou Km + 0.05mm d) 7.90 mm 0.25 – 0.75 r 0 = KM + 0.05mm ou r0 = KM 1.00 – 1.50 r 0 = KM – 0.05mm ou Km – 0.10mm r0 = KM –0.05 – [0.05 x (K2-K1)/0.50D] > 1.50 (K1, K2 em dioptrias a partir de -1.50) 51 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Selecção lente de prova: Raio de curva base Seleção do raio de curva base da lente RPG E: EXEMPLO 3 7.50 K1= 8.00 mm 7.60 8.00 K2 = 7.50 mm 7.60 AC = 0.50 mm ⬄2,50 DC Qual o valor do RC da LC a adaptar? a) 7.50 mm Astigmatismo Curva Base “r0” (em relação ão valor Corneal (D) queratométrico médio “KM=(K1+K2)/2 ”) b) 8.00 mm Esférica r 0 = KM+ 0.10mm ou Km + 0.05mm c) 7.75 mm 0.25 – 0.75 r 0 = KM + 0.05mm ou r0 = KM d) 7.60 mm 1.00 – 1.50 r 0 = KM – 0.05mm ou Km – 0.10mm r0 = KM –0.05 – [0.05 x (K2-K1)/0.50D] > 1.50 (K1, K2 em dioptrias a partir de -1.50) 52 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Seleção lente de prova: Diâmetro corneal Baseado no diâmetro corneal (DHIV); Normalmente, escolhe-se um ØT < 2mm que o DHIV; Deve-se também considerar a posição das pálpebras (abertura, posição e tensão); Pálpebras flácidas, diâmetro maior; Pálpebras rígidas, diâmetro menor; Abertura palpebral menor que a média, escolher ØT baseado em todas as características da adaptação. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 53 Escolha da primeira lente de teste: Diâmetro *Foto de um piggyback (lente RPG por cima de uma lente hidrófila) LCH RPG https://www.researchgate.net/publication/51020878_High_Dk_piggyback_contact_lens_system_for_contact_lens- intolerant_keratoconus_patients/figures?lo=1&utm_source=google&utm_medium=organic 54 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Seleção lente de prova: Diâmetro corneal Guia de adaptação para a seleção do ØT da lente RPG (Contactologia, Gonzalez-Meijome) Diâmetro Diâmetro Curvatura Abertura da lente pupilar corneal palpebral 8.8- 9.0 mm ≤6mm ≥45D ≤9.0mm 9.2- 9.4mm 6-8mm ≈42-45 D 9.5-10.5mm 9.6- 9.8mm ≥8mm ≤42D ≥10.5mm Notas: O uso de diâmetros elevados pode aumentar o conforto devido à menor interação da pálpebra com o bordo periférico durante o pestanejo. Considerando uma posição e abertura palpebral normal é possível utilizar diâmetros totais entre os valores 9.50 - 10.00 mm. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 55 Seleção lente de prova: Diâmetro da zona ótica (DZOP) O DZOP deve ser suficientemente grande para cobrir toda a pupila; Deve ser maior 1.5 mm que o diâmetro pupilar em baixa iluminação; Um DZOP pequeno pode causar problemas em lentes descentradas; Normalmente não são controlados pelo profissional mas sim estabelecidos para cada marca de LC. Quanto maior for o diâmetro da pupila, abertura palpebral e mais plana for a córnea, maior deve ser o diâmetro total da lente para atingir uma completa cobertura pupilar e estabilização sobre a córnea. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 56 Seleção lente de prova: Diâmetro corneal Geometria posterior esferoprogressiva Raios de curvatura da zona ótica e as sucessivas zonas de aplanamento periféricas. 1ª banda (LENTE r1: 0.5 mm mais plana que r0 BICURVA) b1: 0.2-0.3 mm de largura 2ª banda (LENTE r2: 1.5 mm mais plana que r0 TRICURVA) b2: 0.2-0.3 mm de largura 3ª banda (LENTE r3:2.5 mm mais plana que r0 TETRACURVA) b3: 0.2-0.3 mm de largura LENTE PENTACURVA LENTE MULTICURVA Imita o aplanamento corneal sem mudanças drásticas de Geometria posterior asférica curvatura. A partir de um raio de curvatura central, a lente muda a sua curvatura de um modo contínuo. 57 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 S Selecção de lente de prova: Lentes asféricas vs lentes esferoprogressivas Geometria posterior (asférica vs esferoprogressiva) Menor profundidade sagital: adaptação mais plana A tabela de adaptação para selecionar esferoprogressivas ligeiramente fechadas serve para estas lentes. Melhor estabilidade em astigmatismo irregular e inverso em asféricas Incrementam a área de contacto lente-córnea Maior probabilidade de aderência em UP MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 58 Selecção de lente de prova: Lentes asféricas Surgem pela necessidade de procurar geometrias posteriores da LC semelhante ao perfil asférico da córnea; Conseguir um padrão de alinhamento entre ambas as superfícies; Menor atrito com a superfície corneal; Podem solucionar alguns casos de instabilidade da LC esferoprogressiva (astigmatismo corneal) sem necessidade de lentes tóricas; Aumenta a atração capilar (pode ser uma desvantagem por diminuir o movimento); Elimina zonas de transição; Diminuição de tinções corneais periféricas MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 59 Seleção da lente de prova: Potência de vértice posterior Escolher na caixa de prova a lente mais semelhante ao erro refrativo do paciente. No caso de adaptação empírica: PVP= componente esférico da refração corrigido para a distância de vértice Seleção da PVP: Exemplo Q: 7.94 (42.50) x 180º // 7.72 (43.75) x 90º Rx= -5.00 -1.25 x 180º Qual a P da LC inicial? a) -4.75 b) -5.00 c) -5.00 -1.25 x 180º d) -4.75 -1.25 x 180º MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 60 Sobre-refração A PVP final deve ser determinada após se ter alcançado a adaptação desejada. A sobre refração funciona também como indicador do tipo de adaptação. Para uma adaptação alinhada, a potência criada pela película lacrimal é igual a zero, logo a sobre refração é igual à refração ocular. Más Más plano plano Alineado Alineado Más Más curvo curvo 94N27-20S.PPT Se a sobre refração apresentar valores mais negativos ou mais positivos do que a refração ocular, pode ser indicativo de a adaptação estar plana Más Más plano plano Alineado Alineado Más Más curvo curvo ou fechada criando um menisco lacrimal positivo ou negativo. 94N27-20S.PPT MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 61 Exemplo 1 Rx LC ensaio Adaptação -3.00D -3.00D ótima A sobrerefração esperada é: a) Nula Más Más plano plano Alineado Alineado Má Má b) -0,50 94N27-20S.PPT c) +0.50 d) Não sabemos MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 62 Exemplo 2 Rx LC ensaio Adaptação -3.00- 1.25 x 100º -3.00D boa A sobrerefração esperada é: a) Nula Más Más plano plano Alineado Alineado Má Má b) 0.00 -1.25 x 100 94N27-20S.PPT c) -0.50 D d) Não sabemos MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 63 Exemplo 3 Rx LC ensaio Adaptação -3.00D -3.00D fechada A sobrerefração esperada é: a) Nula b) Positiva Más Más plano plano Alineado Alineado Más Más curvo curvo c) Negativa d) Não sabemos 94N27-20S.PPT MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 64 Preparação do paciente e aplicação das lentes de prova Correto manuseio do paciente antes da 1ª aplicação da lente; A sensação inicial de corpo estranho é comum a todos os pacientes; O paciente deve conhecer a interação lente-pálpebra e as consequentes sensações (sem causar medo ao paciente!!). Explicar ao paciente: A razão da incomodidade que vai sentir; A necessidade de adaptação das lentes; Período de tempo que pode demorar a adaptação. A adaptação normalmente é rápida e o paciente notará a melhoria. Fator chave: Transmitir confiança no manuseio e aplicação das lentes. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 65 Avaliação e diagnóstico da adaptação MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 66 Notas iniciais O paciente não deve Aplicar a lente com olhar na direção uma solução de primária do olhar nem humectação para cima durante os moderadamente 1ºs minutos (causa viscosa. maior desconforto).. Indicar ao paciente que Dar tempo suficiente olhe para baixo; para a lente Pestanejar para que a estabilizar antes de solução humectante se qualquer avaliação misture com a lágrima. (20-30 min). Lacrimejo excessivo induz aparência imprecisa: Porque a fluoresceína pode ser “lavada” demasiado rápido resultando um padrão inexato; A adaptação dinâmica será mais instável com uma tendência para uma quantidade excessiva do movimento da lente. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 67 Avaliação visual Realização da sobre-refração: Se não se obtém uma AV aceitável apenas com lentes esféricas, deve-se fazer uma refração esfero-cilindrica; Avaliação da humectabilidade da LC Se a humectação é fraca, o valor final da refração será incerto devido à superfície refrativa ser irregular. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 68 Avaliação da lente de prova Movimento da lente induzido pela pálpebra durante o pestanejo Lag em olhar lateral Fase dinâmica Estabilização pós -pestanejo Renovação lacrimal Avaliação da (fluoresceína) lente de prova Centramento Fase estática Cobertura Fluorograma MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 69 Avaliação e diagnóstico da adaptação Avaliação Dinâmica Avaliação Estática Movimento Centramento Quantidade Centrada Direcção: Vertical / Oblíqua Subida Velocidade: Lenta / Média / Rápida Descida Tipo: Rotacional Apical / Suave / Pendular Estabilidade Após Pestanejo Cobertura Corneal Retenção da Pálpebra superior Correta Duas Fases Excessiva Insuficiente “LAG” em Observação Lateral Renovação Lacrimal 70 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Avaliação dinâmica da adaptação Step 5 Step 1 Alterar a posição do Lente com nível olhar para melhor de acomodação se observar a adaptação aceitável Step 4 Step 2 Iluminação Olho em posição difusa primária Step 3 Pestanejar normalmente MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 71 Avaliação dinâmica da adaptação Lag em olhar lateral - Qual o lag da lente quando o paciente olha lateralmente? - A pupila deve permanecer coberta pela lente em todas as direções do olhar - A lente deve-se manter na superfície corneal em olhar lateral https://www.youtube.com/watch?v=MroaauXG- tE MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 72 Avaliação dinâmica da adaptação: Movimento Quantidade (excessivo, imóvel…) Tipo (suave, rotacional …) Movimento com o pestanejo Direção (vertical, oblíqua…) Velocidade (lenta, média, rápida…) Movimento em olhar Uma das características mais importantes lateral a avaliar na adaptação MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 73 Avaliação dinâmica da adaptação: Movimento Estabilização após o pestanejo Ponto mais alto na córnea que o bordo inferior da lente alcança na abertura do olho; Pode ser mais facilmente medida a recentragem da lente pos-pestanejo; Determina-se a quantidade que a lente se move para recuperar a sua posição de repouso (até 3mm). Aqui a pálpebra superior levantou a lente Depois de solta, caiu para uma posição inferior MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 74 SEM MOVIMENTO MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 75 POUCO MOVIMENTO MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 76 MUITO MOVIMENTO MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 77 Avaliação dinâmica da adaptação: Movimento Movimento: Tipo Idealmente deve ser suave; Seguido a cada pestanejo; Otimiza a comodidade e a estabilidade da visão; A lente pode rodar em torno do ápice corneal se existir toque central; Quando existe toricidade corneal, o movimento pode ser mais problemático; Quando o olho está aberto depois de cada pestanejo, a lente mostra um pequeno movimento. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 78 Movimento Movimento: Direção A desejável é vertical; Se é maior em direção obliqua ou diagonal, deve indicar-se os quadrantes de inicio e fim. Movimento: Velocidade Lenta, média ou rápida; Avaliada depois da abertura palpebral. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 79 Movimento em olhar lateral Quando o paciente dirige o olhar nas várias posições, a lente deve descair ligeiramente para o lado contrário; Garante que não exista aderência entre a LC e a córnea; A LC não deve ultrapassar a região limbal nem descentrar em excesso. O ideal é: Que a lente após a deslocação provocada pelo pestanejo ou empurrada propositadamente com a pálpebra inferior (push-up), retorne suavemente, de forma continua e precisa à sua posição original. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 80 Renovação lacrimal Importante para a boa oxigenação corneal; Durante a avaliação dinâmica, com a lágrima tingida com fluoresceína pode-se observar o grau de renovação lacrimal pelo bordo da lente. A renovação lacrimal é menor em lentes fechadas e maior em lentes planas MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 81 Avaliação estática da adaptação Facilita determinar a relação entre a superfície posterior da lente e a superfície anterior corneal MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 82 Avaliação estática da adaptação Step 5 Step 1 Com a lente Lente com nível centrada, avalia-se de acomodação o padrão de fluoresceína aceitável Step 4 Iluminação Step 2 difusa// Olho em posição Fluoresceína//fi primária ltro azul Step 3 LC na posição natural ou de Podem ser usadas as repouso; pálpebras para manipular a LC MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 83 Avaliação estática da adaptação: centragem É raro estar perfeitamente centrada; Não existem regras para o que é considerado um grau aceitável de descentramento; Descentramento excessivo pode causar problemas significativos: Nível visual; Irritação limbal e conjuntival; Instabilidade da lente. Determina-se por comparação relativa do centro geométrico da córnea e o centro da lente. 84 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 CENTRADA MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 85 DESCENTRADA INFERIOR MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 86 DESCENTRADA TEMPORAL MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 87 Avaliação estática da adaptação: cobertura Cobertura corneal Relacionada com o diâmetro; Cobertura incorreta: se a lente está centrada e toca na zona limbal; 88 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Fluoresceína: avaliação Facilita determinar a relação entre a superfície posterior da lente e a superfície anterior corneal Fluoresceína Fluoresceína: Lâmpada como aplicar de fenda Filtro azul Filtro suplementar Kodak MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Wratten #12. 89 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Fase Estática Áreas mais fluorescentes: presença de lágrima Áreas mais escuras: área de contacto ou espessura lacrimal reduzida. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 90 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Fase Estática Interpretação de fluorogramas (3) Periferia (2) Paracentral (1) Central Zona (2) Paracentral Zona central paracentral (3) Periferia Zona periférica 91 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Interpretação de fluorogramas Geometria posterior (esférica vs tórica) LC Esférica SCA Esférica 92 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Interpretação de fluorogramas: Zona central Na posição estática: avalia-se a relação da adaptação central; O padrão da fluoresceína ideal mostrará uma relação paralela ou alinhada entre a lente e a córnea. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 94 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Fluorograma – relação entre a lente e a córnea Alinhamento Alinhada Fluoresceína uniforme Aclaramento Fechada Mais fluoresceína no centro Contacto Menos fluoresceína no Plana centro MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 95 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Fluorograma – relação entre a lente e a córnea OK ---------------------------→ Mais fechada (acúmulo de lágrima central) OK -------------------------------------------------→ Mais plana (toque central) Zona de toque Zona com fluoresceína MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 96 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Se o RZOP é menor: Superfície posterior da lente é mais curva que a da superfície corneal; Produz uma adaptação fechada; Acumulação de fluoresceína nesta zona. Se o RZOP é maior: Produz uma adaptação plana; O centro da lente toca a córnea; Observação de zona escura quase circular. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 97 Zona paracentral: (zona mal definida) Quando existe um acumulo central (fechada), é observada uma banda de contacto adjacente a esta zona; Quando existe alinhamento central, também existe uma área de alinhamento estendida à zona paracentral. Quando existe toque central (plana), a zona paracentral apresentará claridade pela presença de fluoresceína. MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 98 Zona periférica Esta zona levanta-se afastando- se da córnea (bordo da lente); Zona mais brilhante de fluoresceína; Permite avaliar a claridade axial de bordo (CAB) Mínima Normal Excessiva MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 99 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Largura e claridade Largura e claridade excessiva Largura inexistente adequada Levantamento de bordo Levantamento de bordo Levantamento de bordo excessivo reduzido MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 adequado 100 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Alinhamento Acumulação Contacto Área Central Área Paracentral Área Periférica 101 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Central - Paracentral - Periférica 102 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Avaliação e diagnóstico da adaptação: Interpretação de fluorogramas Fluorogramas (córnea esférica) 103 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 Avaliação e diagnóstico da adaptação Adaptação fechada Adaptação aceitável lig. Fechada Adaptação Tipos de adaptação óptima Adaptação aceitável lig plana Adaptação plana MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 104 Relações da adaptação: Mais plana Alinhada com Mais curva que a córnea a córnea que a córnea Más plano Más plano Alineado Alineado Más curvo Más curvo 94N27-20S.PPT MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 105 Características de uma adaptação fechada Avaliação estática Apresenta uma Zona de contacto Pode produzir Reduzida acumulação na zona deformação ou claridade e apical de paracentral da distorção corneal espessura de fluoresceína córnea; por pressão; bordo MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 106 MLira, Fundamentos de Contactologia 24-25 107 Características de uma adaptação LC RGP fechada Avaliação dinâmica > toricidade corneal : tipo de Quantidade A velocidade Normalment movimento Restringe o de pode ser e bem pode ser movimento movimento suave e na centrada e “oscilante” da lágrima; limitada direção estável; por oscilar (