Resumo de Psicologia Social PDF
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Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
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Este documento fornece um resumo introdutório de psicologia social, que abrange a relação entre indivíduos e estruturas sociais, e inclui conceitos como dinâmica de grupo, atitudes e preconceitos, metodologias, e questões sociais como a agressividade e as desigualdades.
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Ponto 1 - Introdução à Psicologia Social A psicologia Social estuda como as pessoas pensam, se influenciam e se relacionam, abordando interações de grupo, influências culturais e o impacto da tecnologia. Enquanto ciência, utiliza métodos científicos para formular teorias e testar hipóteses sobre o c...
Ponto 1 - Introdução à Psicologia Social A psicologia Social estuda como as pessoas pensam, se influenciam e se relacionam, abordando interações de grupo, influências culturais e o impacto da tecnologia. Enquanto ciência, utiliza métodos científicos para formular teorias e testar hipóteses sobre o comportamento humano. Psicologia Social enquanto Ciência é uma disciplina científica que usa o método científico para recolher dados, ou resultados, bem como para conceber e testar empiricamente teorias sobre a natureza humana. Surgimento - O campo emergiu na década de 1930, focando na relação entre indivíduos e estruturas sociais. Temas como dinâmicas de grupo, atitudes e preconceitos tornaram-se centrais. Tópicos emergentes com a Psicologia Social: - dinâmica de grupos; - atitudes; - preconceitos; Precursores: Kurt Lewin é o 'pai' da Psicologia Social, focado em Dinâmicas de Grupo. Leon Festinger destacou-se pela teoria da dissonância cognitiva. Esta linha do tempo destaca as contribuições importantes de vários psicólogos e pesquisadores que moldaram o entendimento sobre o comportamento social e as interações. A Psicologia Social consolidou-se no século XX com contribuições de Kurt Lewin, Leon Festinger e outros, destacando-se no estudo de preconceitos, atitudes e dinâmicas de grupo. A investigação nas ciências sociais na Psicologia Social preocupa-se com questões sociais como agressividade, tirania, desigualdades, harmonia social e mudança social. O maior contributo da psicologia social é o uso de metodologias experimentais que ajudam a prever e identificar relações causais com precisão. As metodologias da Psicologia Social ajudam a identificar relações causais para intervenções práticas, como a redução de preconceitos. Esta metodologia ajuda a orientar intervenções práticas, como a promoção de contatos entre diferentes grupos sociais para reduzir o preconceito, evitando esforços inúteis ou potencialmente prejudiciais. Como inicia o processo de fazer acontecer a Psicologia Social? Primeiro, é necessário a teoria com uma série de princípios que explicam e predizem eventos observados. Segundo, é preciso uma hipótese com uma proposição testável que descreve a relação entre dois ou mais eventos. Terceiro, quer-se uma amostra que é um grupo de pessoas suficientes em número e diversidade, seleccionados de forma aleatória ou não aleatória – e que irá influenciar o grau de confiança nos resultados do estudo. A investigação em Psicologia Social utiliza conceitos como replicabilidade, interação e mediação para analisar relações causais. As investigações da Psicologia Social aplicam conceitos como replicabilidade e mediação para prever relações causais e orientar intervenções práticas, como estratégias para reduzir preconceitos. Psicologia Social crítica: Movimento que surge como crítico da busca de uma busca de leis universais que se considera não existirem na natureza humana. Argumento: quando os contextos mudam (por ex., tempo ou lugar), as regras e convenções sociais também mudam e, logo, as “leis universais” também mudam. Ciência/psicologia Social e subjetividade “… a ciência não é puramente objectiva. Os cientistas não se limitam a ler o livro da natureza. Pelo contrário, eles interpretam ciência, usando as suas próprias categorias mentais. Nas nossas vidas quotidianas, nós vemos o mundo através das lentes dos nossos preconceitos” Objetividade na Psicologia Social tem a Influência dos Valores de: ○ Forma óbvia: A escolha dos temas de pesquisa é influenciada pelos valores dos pesquisadores. ○ Forma Sutil: A interpretação dos dados científicos é influenciada pela perspectiva cultural e pessoal dos cientistas. Ou seja, eles não apenas observam a natureza, mas também a interpretam através de suas próprias "lentes" culturais e sociais. e Conceitos com Valores Ocultos: ○ Exemplos de conceitos como "vida boa", patriotismo vs. nacionalismo, expats vs. migrantes, etc., mostram como valores podem estar embutidos em termos e definições. A terminologia usada pode refletir preconceitos ou valores específicos. O diagrama representa quatro áreas principais da Psicologia Social, cada uma destacando aspectos diferentes de como os indivíduos pensam, sentem, se relacionam e aplicam esses conhecimentos. Pensando e Sentindo Entendendo a nós mesmos. Compreendendo o mundo social. Atitudes, emoções e comportamento. Relação Como nos comunicamos uns com os outros. O impacto da persuasão nas nossas interações. A dinâmica das relações íntimas. Pertença A importância dos grupos sociais. Como somos influenciados pelo grupo. As dinâmicas dentro dos grupos. As interações entre diferentes grupos. Aplicação Estratégias para melhorar a convivência entre grupos. Mecanismos para compreender e controlar comportamentos agressivos. A importância do altruísmo e da justiça nas interações sociais. Ponto 2 - Identidade Social Self & Identidade - Self enquanto actor social – assumindo e representando papéis na presença dos outros; - Self enquanto agente motivado – que age de acordo com os desejos internos e formula objectivos, valores e planos para guiar o seu comportamento no futuro. - Self enquanto autor autobiográfico - que faz um balanço da vida para criar uma história sobre quem sou ‘eu’, como me tornei em quem sou e para onde pode estar a ir a minha vida. O auto-conceito é o conjunto de crenças que uma pessoa tem sobre si mesma, formando sua compreensão de quem é. - Ele se baseia em esquemas pessoais com diferentes dimensões valorizadas do self. - A teoria de múltiplos papéis sugere que ter múltiplas identidades é benéfico para a saúde e o bem-estar. - A claridade do auto-conceito refere-se à necessidade de ter crenças e identidades claramente definidas e coerentes, evitando mudanças rápidas ou imprevisíveis. - O self verdadeiro consiste nas características que uma pessoa realmente considera que a definem, além das demonstrações periféricas, e as pessoas geralmente se veem como morais e boas. Autoconsciência é um estado psicológico de estar ciente das suas características, sentimentos e comportamentos, ou a consciência de si mesmo como ser único. - Autoconsciência pública – relativa a aparência. - Autoconsciência privada - relativa aos aspectos pessoais e privados de si mesmo. O Self social desenvolve-se através: - Dos papéis que assumimos; - Das identidades sociais que formamos; - Das comparações que fazemos com os outros; - De como as outras pessoas nos julgam; - Da cultura envolvente. A Auto-Estima é a forma como cada pessoa se avalia e se considera em termos de valor. - Auto-Estima elevada » Melhora a resiliência, a ter mais iniciativa, resiliência e emoções positivas; - Auto-Estima baixa » Leva a problemas sociais e psicológicos, como uso de drogas, ansiedade, depressão. - Narcisismo & Auto-Estima: O narcisismo, associado a níveis elevados de auto-estima, pode causar agressividade e problemas em diversos contextos relacionais. A teoria da adaptação cognitiva sugere que a saúde mental é fortalecida por crenças positivas, mesmo que ilusórias, como ilusões de controle, invulnerabilidade e engrandecimento. Essas crenças ajudam a lidar com adversidades, promovendo resiliência e otimismo. "Realistas", que não adotam essas crenças, podem ser mais suscetíveis à depressão. Essa teoria destaca que percepções positivas e motivação autodeterminada favorecem o bem-estar psicológico. Em suma, a teoria da adaptação cognitiva destaca como crenças positivas, mesmo ilusórias, promovem resiliência e bem-estar mental. A teoria da identidade social é uma teoria psicológica que explica como a autoestima de uma pessoa é influenciada pelo grupo social ao qual pertence. A teoria sugere que as pessoas buscam aumentar sua autoestima identificando-se com grupos que são socialmente valorizados e diferenciando-se de grupos desvalorizados. Este processo ajuda a moldar a identidade social e influência como vemos a nós mesmos e aos outros. Em suma, a teoria da identidade social explica como a autoestima é influenciada pelo grupo social a que pertencemos. Conceitos fundamentais: Exclusão é o ato de deixar um indivíduo ou grupo de fora das atividades sociais, políticas, econômicas ou culturais. Segregação é a separação de grupos com base em características como raça, gênero, religião, entre outros. Integração envolve a incorporação de indivíduos de diferentes grupos em uma sociedade, mantendo suas identidades culturais. Inclusão vai além da integração ao criar um ambiente onde todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, são valorizadas, respeitadas e ativamente envolvidas na sociedade. Esses conceitos ajudam a compreender as dinâmicas sociais e a promover sociedades mais justas. Ponto 3 - Perceptor social A realidade social é construída por interações, normas e esquemas cognitivos, que moldam nossas percepções e crenças e comportamentos, criando uma visão compartilhada do mundo em que vivemos. Cognição Social: “estudo das bases cognitivas do pensamento social e do comportamento social” - Atribuição Causal - É o processo de atribuir uma causa a um evento ou comportamento. Permite antecipar o futuro; garantir que os eventos positivos voltem a acontecer; evitar que eventos negativos se repitam; parece ocorrer espontaneamente; e é atribuída a responsabilização a alguém. - Percepção dos Outros - Como criamos impressões sobre os outros O projeto de Heider e Simmel demonstra como os seres humanos têm uma forte tendência a interpretar até mesmo movimentos aleatórios como comportamentos intencionais. Esta tendência pode estar relacionada a mecanismos psicológicos que ajudam a entender e prever o comportamento de outros seres humanos, mas também pode levar a crenças em teorias da conspiração. A ABORDAGEM DO CIENTISTA NAÏF A abordagem do cientista naïf sugere que as pessoas buscam explicações simples para entender o mundo social, influenciando julgamentos e interações. Erros Comuns na Atribuição - Erro atributivo fundamental é a supervalorização de fatores pessoais. - “Quem bate no nosso carro é mau condutor.” - A diferença entre o ator e o observador é o foco na situação ao avaliar o próprio comportamento. - “Quando batemos noutro carro estamos a ter um dia mau, ou estava mau tempo…” - Efeito de halo é a generalização de características com base em impressões iniciais. - “Ele conduz bem/mal, deverá ser uma pessoa bastante atenciosa/preguiçosa…” Teoria da Inferência Correspondente Esta teoria explica como as pessoas fazem atribuições disposicionais, considerando escolha, expectativa e intenção do comportamento. De acordo com esta teoria, as pessoas são mais capazes de fazer atribuições disposicionais, quando o comportamento foi escolhido livremente, não é em função da situação ou dos papéis esperados e é claramente intencional. Investigação posterior sugere que as pessoas muitas vezes não prestam muita atenção se o actor teve escolha ou se o comportamento foi normal na situação. A Teoria da Atribuição explica como as pessoas entendem e explicam eventos e comportamentos. Esta teoria influencia áreas como saúde mental, desempenho acadêmico e relacionamentos, mostrando como atribuímos causas aos eventos. Em resumo, a teoria mostra que a forma como atribuímos causas aos eventos influencia a nossa saúde mental, desempenho e qualidade dos relacionamentos. Ponto 4 - Categorização Social A categorização é o processo cognitivo de classificar informações e indivíduos em grupos. A categorização resulta de influências do indivíduo, como a informação passada e influências contextuais determinados pelo contexto. Tal como categorizamos os objetos em diferentes tipos, também categorizamos as pessoas de acordo com os seus membros de grupo social. Uma vez que o fazemos, começamos a responder a essas pessoas mais como membros de um grupo social do que como indivíduos Pensar nos outros em termos de membros do seu grupo é conhecido como categorização social - o processo cognitivo natural pelo qual colocamos indivíduos em grupos sociais Expectativas: é o que antecipamos que irá acontecer. Então, as expectativas são uma fonte de atenção seletiva e acessibilidade: agimos de acordo com o esperado e procuramos ver o que esperamos Estas regulam interação com os outro uma vez que as nossas expectativas quanto aos outros modificam a forma como interagimos com eles, o que frequentemente os leva a ir de encontro às nossas expectativas. Enviesamentos Confirmatórios - Estudo de Kelley (1950) mostrou que expectativas iniciais moldam percepções e comportamentos, exemplificando o viés de confirmação. O estudo de Kellen aborda um estudo em que numa situação hipotética antes de apresentar um professor substituto, os alunos ouviram uma nota biográfica. O professor foi descrito como "caloroso" para um grupo e "frio" para outro. Os alunos que receberam a descrição "caloroso" tiveram uma impressão mais positiva do professor. Na condição "caloroso", 56% dos alunos participaram no debate, enquanto apenas 32% participaram na condição "frio". Concluindo, a percepção e o comportamento dos alunos foram influenciados pela descrição inicial, demonstrando o efeito de confirmação cognitiva, onde os indivíduos tendem a interpretar comportamentos de forma que confirmem suas expectativas. Profecias Auto-Confirmatórias mostram como expectativas moldam comportamentos, levando à confirmação das crenças iniciais. - Exemplo: Se um professor acredita que um aluno é capaz, ele pode fornecer mais apoio e estímulo, levando o aluno a performar melhor, confirmando assim a expectativa positiva. Resolução de Problemas: Algoritmos e Heurísticas Tentativa e erro : Por exemplo, Thomas Edison experimentou milhares de filamentos de lâmpadas antes de encontrar um que funcionasse. Algoritmos - regra ou procedimento metódico e lógico que garante a solução de um problema específico. Contrasta com o uso geralmente mais rápido - mas também mais propenso a erros - de heurísticas. Heurística: estratégia de pensamento simples que geralmente nos permite fazer julgamentos e resolver problemas com eficiência; geralmente mais rápido, mas também mais propenso a erros do que um algoritmo. Heurísticas - são regras que podem ser usadas para fazer julgamentos que não são 100% confiáveis, mas que dão uma resposta precisa na maioria das situações. São utilizadas quando não há, tempo, informação e/ou poder de processamento para fazer sempre julgamentos perfeitos. Existem três heurísticas principais em situações quotidianas: Heurística da Representatividade: o categorizar por semelhanças; o Exemplos: achar que as loiras são todas burras, achar que pessoas que usam óculos são mais inteligentes, etc. Heurística da Disponibilidade: o Baseia-se num exemplo de acontecimento recente; o Exemplo: dizer que nunca mais vai andar de avião por se lembrar de um acidente de avião recente. Heurísticas de Ancoragem e Ajuste: o Baseiam-se em informações iniciais como referência. Obstáculos à resolução de problemas: Enviesamento confirmatório (Tendemos a reunir Recência (tendência para prestar atenção à informação factos e argumentos que confirmem e justifiquem as recente) nossas opiniões) perceção seletiva (Tendência para permitir que as Efeito âncora (as nossas decisões são influenciadas pela nossas expectativas influenciam a nossa informação inicial) perceção do mundo) Desistência prematura pela procura de provas Ponto cego (as nossas opiniões são isentas) (tendência para aceitar o 1º argumento como correto) Conservadorismo e inércia (falta de vontade para Efeito Adesão (tendemos a seguir a maioria) e Placebo mudar padrões) (acreditamos que vai produzir efeito em nós) Estereótipos - Conjunto de crenças e expectativas generalizadas acerca de um grupo particular e seus membros, positivas ou negativas. Desenvolvem-se a partir da nossa tendência para classificar e organizar a vasta quantidade de informações que encontramos na vida diária. - Existem estereótipos bons e maus, servem de certa forma para simplificar o mundo, observando os indivíduos através das características que lhes atribuímos. Preconceito - é uma avaliação negativa (geralmente) injustificável face a um grupo particular e seus membros. Pode ser explícito ou implícito. Muitas das vezes são atribuídas devido à “raça”, religião, género, idade, … Discriminação - é um comportamento direcionado aos indivíduos com base na sua “filiação” a um grupo particular. Estilos explicativos, como o 'otimista' ou 'pateta alegre', refletem formas positivas de interpretar situações e desafios. Pessoas com este estilo tendem a buscar aprendizados em situações adversas, olhando para a vida de uma maneira mais construtiva. Esse tipo de explicação pode influenciar interações sociais, promovendo uma abordagem mais colaborativa e empática ao lidar com os outros. Ponto 5 - Atitude e Persuasão Atitude é uma predisposição para avaliar pessoas, comportamentos, crenças ou conceitos, influenciando ações. Como se formam as atitudes? - Todas as atitudes são uma combinação de crenças, sentimentos ou avaliações e alguma predisposição para agir em consonância e são formadas através das nossas experiências; os papeis sociais e normas sociais impostas pela sociedade; condicionamento clássico. Como podemos avaliar as atitudes? As atitudes são formadas por experiências, normas sociais e condicionamento. Podem ser avaliadas direta ou indiretamente, e variam em valência (positiva, negativa ou ambivalente) e intensidade. As medições de atitudes incluem escalas de concordância e classificações de atributos. As atitudes frequentemente influenciam comportamentos, alinhando crenças e ações. Atitudes e Comportamento “A nossa definição de atitude incluiu um componente de acção consequente com as crenças, sentimentos e avaliações subjacentes. Assim, as atitudes medidas por comunicação pessoal predizem o que as pessoas realmente fazem. “ - Uma coisa é dizer que não gosta daquele ambiente outra é sair dele e é esta saida que determina o comportamento do individuo. As atitudes mudam tudo” - porque é que é importante as atitudes ir mudando? Porque tal como as nossas experiências vão mudando , estas vão acrescentando algo à vida como comportamentos, crenças, etc, isto serve também para não estagnarmos e irmos “crescendo”. Ou seja, as experiências mudam conforme as experiências. Mudança de atitudes Facilidade com que podemos modificar as nossas atitudes depende de inúmeros fatores. Salienta-se: - A fonte da mensagem - As características da mensagem - As características do alvo Fonte da Mensagem - são as características de uma pessoa que transmita uma mensagem persuasiva, conhecida como um comunicador de atitudes, têm um impacto importante na eficácia dessa mensagem. Os comunicadores que são física e socialmente atraentes produzem maior mudança de atitude do que aqueles que são menos atraentes. Além disso, o conhecimento e a credibilidade do comunicador estão relacionados com o impacto de uma mensagem - excepto em situações em que o público acredita que o comunicador tem uma motivação, dissimulada. Características Da Mensagem Como é que a mensagem afeta as atitudes? Em geral, as mensagens têm 2 lados que incluem a posição do comunicador e a de quem está argumentando contra - são mais eficazes do que as mensagens unilaterais, com o pressuposto de que os argumentos do outro lado podem ser efetivamente refutados e de que o público tem conhecimento sobre o tópico. Mensagens que produzem medo costumam ser eficazes quando fornecem ao público meios de reduzir o medo. No entanto, se o medo for muito exagerado, as mensagens poderão evocar mecanismos de defesa das pessoas e serão ignoradas. Características do Alvo - A mudança de atitude depende de fatores como credibilidade e atratividade do comunicador, estrutura da mensagem e características do público. Mudança de atitudes: Apelos ao medo Apelos ao medo são eficazes quando equilibram gravidade, autoeficácia e mensagens claras, mas podem ser contraproducentes se exagerados. Modelo linear: quanto mais medo a mensagem evocar, mais persuasiva é. Modelo curvilíneo: existe um nível “ótimo” de medo, a partir do qual o potencial persuasivo da mensagem diminui. Resultados de meta-análise ilustram que apelar ao medo leva à mudança de atitudes, bem como de comportamentos, sendo sobretudo eficaz quando a mensagem: - evoca quantidades relativamente elevadas de medo; - enfatiza a gravidade do problema e a suscetibilidade das pessoas/sociedades/contextos; - recomenda comportamentos isolados em vez de repetidos; - tem como alvo o público feminino. Persuasão - Modelo de probabilidade de elaboração A receptividade das pessoas a mensagens persuasivas relaciona-se com o tipo de processamento da informação que é realizado. O modelo de probabilidade de elaboração distingue entre processamento central (lógico e detalhado) e periférico (baseado em fatores superficiais). A via central gera mudanças mais duradouras e fortes. Na transmissão da mensagem o alvo pode estar: Ponto 6 - Obediência e Conformismo O tema de Obediência e Conformismo aborda como os indivíduos ajustam seus comportamentos ou atitudes em resposta à influência social. A dissonância cognitiva , um conceito de Festinger, descreve o desconforto que sentimos quando pensamos em comportamentos contraditórios, levando-nos a mudar atitudes ou ações para reduzir esse desconforto. Um exemplo clássico é o estudo em que os participantes, pagando com 1 dólar ou 20 dólares para mentir sobre uma tarefa tediosa, tiveram respostas diferentes. Quem recebeu menos justificou a mentira reavaliando a tarefa como interessante, enquanto quem recebeu mais manteve uma tarefa como tediosa, pois tinha uma justificativa externa clara (o pagamento). O conformismo reflete a tendência das pessoas de se ajustarem às normas de um grupo, muitas vezes por duas razões: a influência normativa , que ocorre quando queremos evitar críticas ou exclusão social, e a influência informativa , quando entendemos que o grupo possui informações corretas. Por exemplo, no experimento de Asch, os participantes frequentemente seguiam as respostas incorretas do grupo para não destruir, especialmente em culturas coletivistas. A aprovação , por sua vez, refere-se às mudanças de comportamento devido às ordens diretas de uma autoridade. A Experiência de Milgram demonstrou que as pessoas são capazes de realizar ações honestas aos seus valores quando instruídas por uma autoridade legítima. No experimento, os participantes acreditaram estar administrando choques elétricos dolorosos a outros, mas continuaram devido à pressão da autoridade, mesmo demonstrando grande angústia. Outro estudo importante foi a Experiência da Prisão de Stanford , de Zimbardo, que simulou uma prisão para observar como papéis sociais influenciam comportamentos. Os "guardas" tornaram-se abusivos, enquanto os "prisioneiros" apresentavam sinais de estresse e passividade. O estudo evidenciou o impacto de forças situacionais, mas recebeu críticas éticas e metodológicas. Por fim, fatores como a proximidade da vítima, a legitimidade da autoridade e o apoio de um colega desobediente foram identificados como influências chave na obediência. Esses estudos mostram como forças externas e contextos sociais podem moldar nossas ações, levando-nos tanto a conformar quanto a obedecer, muitas vezes de forma surpreendente. Ponto 7 - Relacionamentos Interpessoais O que nos atrai nas relações? A atração interpessoal baseia-se em fatores como proximidade (geográfica ou online), familiaridade (efeito da exposição repetida), similaridade (validação mútua) e reciprocidade (tendência universal de responder positivamente quando somos valorizados). Nas amizades, estudos mostram que relações próximas são afastadas para o bem-estar e ajudam a lidar com o estresse. Amizades online podem ser especialmente importantes para pessoas mais tímidas ou ansiosas. Amor Romântico - De acordo com o modelo triangular de Sternberg, o amor romântico possui três componentes: Intimidade (conexão emocional e apoio). Paixão (atração física e motivada). Compromisso (decisão de sustentar a relação). Os casamentos também apresentam dinâmicas variadas, como amor por companheirismo e por paixão, e são influenciados por fatores culturais. Em casamentos arranjados, o amor pode crescer ao longo do tempo, enquanto em casamentos por amor pode haver declínio. Principais focos de conflito - stress de trabalho; dinheiro; sexo; trabalho doméstico; entrada na parentalidade ou os sogros. Conjugalidade positiva - Sonhar em conjunto; Funciona como equipa; Alimenta a Ternura e a Admiração; Cultiva o Sentido de Humor Vinculação e Estilos de Apego A teoria de Bowlby explica que o apego, desenvolvido na infância, relações ao longo da vida. Existem quatro estilos principais de vinculação: 1. Seguro : relacionamentos saudáveis e conectados. 2. Ansioso/ambivalente : medo de exclusão e busca excessiva por proximidade. 3. Evitante : dificuldade em formar laços próximos. 4. Desorganizado : mistura de comportamentos contraditórios. Manutenção e conflitos - Para manter relacionamentos positivos, é importante: Celebrar eventos positivos juntos (capitalização). Demonstrar gratidão e investir em comunicação construtiva. Resolver conflitos com perdão , que aumente a satisfação e o compromisso. Os conflitos comuns incluem estresse, questões financeiras, trabalhos domésticos e parentalidade. Relacionamentos positivos fortalecem o sonhar juntos, cultivam humor e mantêm uma vida erótica satisfatória. Divórcios e Famílias Bi-Nucleares As taxas variam culturalmente. Sociedades individualistas, como os EUA, mostram maiores taxas em comparação com culturas coletivistas. Após o relatório, o conceito de famílias binucleares (ambos os pais continuam presentes na vida dos filhos) promove relações familiares saudáveis. Em resumo, os relacionamentos interpessoais são fundamentais para o bem-estar humano, com desafios e formas de fortalecimento que variam em diferentes contextos e melhorias da vida. Ponto 8 - Grupos Na Psicologia Social, distingue-se entre aglomerados e grupos. Um aglomerado refere-se a pessoas que compartilham uma ligação sem valor psicológico. Por outro lado, um grupo caracteriza-se pela interação, interdependência e percepção de pertença. Segundo Turner (1982), um grupo é formado por "dois ou mais indivíduos que se percebem como membros da mesma categoria social". Características dos Grupos 1. Interação: Regras e normas estruturam as relações entre os membros (Homans, Sherif). 2. Interdependência: Os objetivos só podem ser atingidos coletivamente (Mills, Deutsch). 3. Percepção de Membro: Os integrantes sentem que pertencem ao grupo e têm respostas típicas de pertença (Bales). Ingroup e Outgroup Ingroup: Grupos aos quais pertencemos. Outgroup: Grupos aos quais não pertencemos. Os grupos respondem a uma necessidade humana fundamental de pertença, descrita por Baumeister e Leary (1995) como um impulso para criar e manter relações duradouras e positivas. Classificação dos Grupos 1. Psicológico: Compartilham uma percepção de pertença. 2. Categoria Social: Baseados em atributos comuns (e.g., idade, gênero). 3. Categoria Sociológica: Relacionados a fatores sociológicos, como classe ou status. 4. Organização Social: Estruturas mais formais que evoluem com papéis e normas definidas. Dentro dos grupos, os membros podem assumir diferentes papéis: Instrumentais: Contribuem para tarefas (ex.: iniciadores, informadores). Sócio-emocionais: Mantêm um clima positivo (ex.: animadores, humoristas). Os grupos passam por estágios de desenvolvimento, desde a formação até a suspensão, conforme descrito por Tuckman. Por que os Grupos são Importantes? Informação: Fornecem normas sociais e guias de ação. Pertença: Reforçam a autoestima e a aceitação. Segurança: Validam crenças e reduzem o medo existencial. Do ponto de vista evolutivo, os grupos foram essenciais para a sobrevivência humana, ajudando a atingir objetivos coletivos e evitando o isolamento, que era prejudicial à sobrevivência. Facilitação Social - A presença de outras pessoas pode melhorar o desempenho em tarefas simples ou dominadas (Triplett, 1898). No entanto, em tarefas complexas ou novas, essa presença pode atrapalhar. Pertencer a um grupo tem também a função de validação de forma a que nos sintamos incluídos. Impactos da Pertença e Não Pertença Pertencer: Aumenta autoestima, bem-estar, resiliência e acelera a recuperação em saúde. Não Pertencer: Associado à solidão, psicopatologias e até suicídio. Os grupos, portanto, são ferramentas essenciais na vida humana, trazendo benefícios significativos, mas também desafios que precisam ser geridos.