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neurociências afetivas processos emocionais sistemas neurobiológicos psicologia

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Este documento discute a neurociência afetiva, descrevendo os processos emocionais primários, secundários e terciários, suas bases biológicas e os diferentes sistemas neurobiológicos. Explora a influência da evolução e da genética na personalidade e comportamento.

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PWP_8_NEUROCIÊNCIAS AFETIVAS: Ramo das neurociências que estuda os fenómenos afetivos no cérebro e no comportamento; Os sistemas afetivos centrais dependem de áreas subcorticais do cérebro, são moldados através de pressões evolutivas e podem influenciar a personalidade humana; Podem ser observado em...

PWP_8_NEUROCIÊNCIAS AFETIVAS: Ramo das neurociências que estuda os fenómenos afetivos no cérebro e no comportamento; Os sistemas afetivos centrais dependem de áreas subcorticais do cérebro, são moldados através de pressões evolutivas e podem influenciar a personalidade humana; Podem ser observado em mamíferos e aves, observação através de estudos de ressecção cortical. 7 sistemas neurobiológicos. Os processos emocionais primários descrevem os afetos fundamentais associados aos sistemas cerebrais primários (incondicionados), são subcorticais e suportam três aspetos: efeitos emocionais; efeitos homeostáticos; afetos sensoriais. Este nível corresponde aos sistemas emocionais básicos identificados por Panksepp, como: SEEKING, FEAR, RAGE, CARE, PANIC/GRIEF, PLAY e LUST. Foi através da estimulação elétrica de cérebros de aves e mamíferos e de estudos farmacológicos que Panksepp definiu as redes emocionais básicas. Base biológica: Essas emoções são processadas por estruturas subcorticais, como: Amígdala, Hipotálamo e Tronco cerebral. Respondem automaticamente a estímulos incondicionais, ou seja, que não precisam de aprendizado prévio para serem ativados. Função: Geram respostas emocionais instintivas para a sobrevivência, como fugir de um predador (medo) ou buscar alimento (SEEKING) e regulam estados homeostáticos básicos, como fome e sono. Os sistemas primários fornecem a "matéria-prima emocional" para os níveis superiores. Embora sejam automáticos e rápidos, suas respostas podem ser reinterpretadas ou moduladas pelos níveis secundário e terciário. Baseados em estruturas subcorticais e influenciam as respostas emocionais e são automáticos e inconscientes (bottom-up). Os processos emocionais secundários emergem da aprendizagem emocional e resultam da experiência direta. Os processos secundários Níveis dependem da aprendizagem de processamento e dos emocional dos gânglios sistemasda afetivos base queneurobioló suportam o condicionamento clássico (associações automáticas), o condicionamento instrumental/operante (reforço) e os hábitos emocionais. Estas estruturas subcorticais armazenam memórias emocionais e padrões comportamentais. Associações entre estímulo e resposta; Tendências comportamentais condicionadas. Baseados no sistema límbico superior. Envolvem aprendizado e respostas condicionadas, como memória emocional. É onde os processos "bottom-up" (dos níveis inferiores) começam a integrar-se com funções mais complexas. Os processos terciário-emocionais são o conjunto de processos intrapsíquicos (processos que acontecem dentro da mente) que nos ajudam a pensar sobre as nossas emoções, regulá-las e decidir como agir, em vez de reagir automaticamente, tendo controlo sobre tendências automáticas de comportamento emocional ou "livre-arbítrio". Processos que ocorrem nas regiões medial-frontais (córtex pré-frontal medial) que modulam (controlam ou ajustam) a intensidade e a expressão das emoções (excitação emocional subcortical) que vêm de partes mais "primitivas" do cérebro (as regiões subcorticais, como a amígdala e o hipotálamo). Localizados no neocórtex. Envolvem pensamento racional, tomada de decisão e cognições avançadas (top-down). Causalidade Bidirecional: Processos cognitivos do nível terciário podem regular emoções mais básicas (top-down). Processos emocionais primários também influenciam as cognições superiores (bottom-up). Base Neurobiológica das Emoções: Emoções estão associadas a neurotransmissores e neuropeptídeos (ex.: dopamina, serotonina). A quantidade de recetores (densidade) influencia a intensidade e a eficácia da transmissão desses sinais. Objetivo evolutivo. SEEKING: Exploração de recursos ambientais. CARE: Cuidado parental. PLAY: Atividades sociais relacionadas à formação de vínculos. LUST/Sistema sexual Identificação de parceiros potenciais e reprodução. RAGE: Competição por e defesa de recursos. FEAR: Fuga e evitamento de ameaças à integridade física GRIEF: Manutenção do contato e vínculos sociais. A personalidade emerge da interação entre predisposições genéticas, mecanismos neurobiológicos e o ambiente, com as emoções básicas desempenhando um papel fundamental. PSICOBIOLOGIA: Ramo das neurociências focado na exploração das intersecções entre biologia e comportamento. Estuda o impacto das estruturas genéticas nas interações e no comportamento complexo. Ramo que explora as consequências da evolução humana na biologia e na sua expressividade relativamente a diversas variáveis psicológicas. Fundamental para perceber como é que a evolução moldou o código genético por detrás dos processos epigenéticos, em função das pressões ambientais. MODELO PSICOBIOLÓGICO DE TEMPERAMENTO E CARÁTER: Os sistemas cerebrais são conceptualizados como substratos neuronais para traços temperamentais; O caráter é influenciado pela aprendizagem sociocultural e amadurece em etapas progressivas ao longo da vida; As dimensões da personalidade envolvem sistemas adaptativos complexos de múltiplas variáveis genéticas e ambientais; Esperam-se interações gene-gene e gene-ambiente para a compreensão do desenvolvimento quantitativo; A personalidade pode ser dividida: em temperamento ( parte inconsciente e de respostas automáticas) e caráter (parte do planeamento consciente). COMPONENTES CEREBRAIS DA EMOÇÃO: Periférico, respostas corporais automáticas e musculares que preparam para ação. Processamento emocional, subcortical (emoções automáticas) + cortical (emoções conscientes/reguladas). E experiência subjetiva, o sentimento consciente, organizado pelo córtex cerebral. Componente Periférico: Refere-se às respostas físicas do corpo, especialmente as mediadas pelo Sistema Nervoso Autónomo (SNA, responsável pelo aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas ou liberação de adrenalina) e pelo Sistema Músculo-esquelético (movimentos voluntários ou involuntários usados para reagir ou comunicar emoções, como expressões faciais, postura corporal e gestos). O SNA fornece a base fisiológica (energia e reações automáticas), enquanto o sistema músculo- esquelético realiza a ação física em si. Processamento Emocional: Envolve o trabalho de estruturas cerebrais que processam emoções. Estruturas subcorticais (Sistema Límbico), partes do cérebro "mais antigas" evolutivamente, como a amígdala, o hipotálamo e o hipocampo, que são responsáveis por reações emocionais automáticas e instintivas. E estruturas Corticais: Incluem o córtex pré-frontal e outras áreas do córtex cerebral, que ajudam a regular as emoções e integrar informações emocionais em um contexto mais complexo e consciente. Experiência Emocional (Subjetiva): Refere-se à perceção consciente da emoção, que ocorre no córtex cerebral. SNA: Simpático e Parassimpático: O SNA prepara o corpo para reagir a estímulos emocionais e fisiológicos. Simpático: Ativado em situações de stresse ou perigo ("luta ou fuga"). Aumenta a frequência cardíaca, dilata as pupilas, e redireciona o fluxo sanguíneo para os músculos. Parassimpático: Atua em situações de relaxamento e recuperação ("descansar e digerir"). Reduz a frequência cardíaca, estimula a digestão, e promove o equilíbrio energético. Funções Emocionais Cerebrais: Hipotálamo: Coordena as respostas fisiológicas, como a frequência cardíaca e a libertação de hormonas. Amígdala: Essencial para emoções como o medo e a raiva; também é responsável pela criação de memórias emocionais. Córtex órbito-frontal: Regula o estado de alerta geral (arousal). E Córtex ventral-medial: Controla respostas emocionais e comportamentais. Eixo HPA (Hipotálamo-Pituitária-Adrenal): Principal sistema de resposta ao stress. Componentes principais: Hipotálamo, que liberta CRF (fator liberador de corticotropina). Pituitária, que liberta ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) na corrente sanguínea. E as glândulas Adrenais (Supra-renais), que libertam glucocorticoides (como cortisol) para mobilizar energia e regular o estresse. Implicações, a ativação crónica pode levar a problemas como ansiedade, depressão ou doenças relacionadas ao estresse. Modelos de stresse (Cannon, Selye e Lazarus): Cannon: Introduziu o conceito de "luta ou fuga" como resposta adaptativa ao estresse. E enfatizou a ativação do SNA para garantir a sobrevivência. Selye: Descreveu a Síndrome Geral de Adaptação, que inclui três fases: 1. Alarme: Reconhecimento do fator de stresse. 2. Resistência: Tentativa de adaptação ao fator de stresse. 3. Exaustão: Desgaste físico e mental após uma exposição prolongada ao stresse. Lazarus e Folkman: Apresentaram um modelo centrado na interação entre o indivíduo e o ambiente. O stresse surge quando a situação é avaliada como uma ameaça e os recursos do indivíduo são insuficientes para lidar com ela. Sistema Límbico: Primeira Proposta: Circuito de Papez, propôs que o sistema límbico era fundamental para as emoções. O circuito inclui, hipotálamo, tálamo, giro cingulado, hipocampo e fórnix. Este circuito contribui para o processamento emocional, mas o conceito original era limitado. Expansão por Paul MacLean, este incorporou outras áreas no conceito de sistema límbico: Hipotálamo, área septal, núcleo accumbens, amígdala e córtex frontal. Destacou a importância do sistema límbico no controlo das emoções e dos comportamentos sociais. Modelo de Processamento de Estímulos: Um estímulo emocional é processado de duas formas: 1. Processamento subcortical: Rápido e automático, como reações instintivas (ex.: medo). 2. Processamento neocortical: Mais lento e analítico, associado ao pensamento consciente. As informações processadas levam a ações motoras e reações autonómicas, que têm impacto no corpo. A noradrenalina é um neurotransmissor relacionado com a atenção, emoções, vigilidade e aprendizagem. É também libertada como uma hormona na corrente sanguínea onde produz a contração dos vasos sanguíneos e aumentos da frequência cardíaca. Desempenha um papel nas perturbações do humor. Subsistema neuroquímico Noradrenalina: Neurónios noradrenérgicos localizam-se em dois grupos principais na protuberância e no bulbo. O principal grupo de neurónios noradrenérgicos é o Locus Coeruleus que tem projeções para o córtex cerebral, tálamo e córtex cerebelar. O Locus Coeruleus possui projeções para várias áreas do cérebro, como o córtex cerebral, o tálamo e o córtex cerebelar. Têm também projeções para regiões sensoriais do tronco cerebral e da espinal medula. Desempenha um papel na modulação da atividade cortical e na regulação das aferências sensoriais. No sistema nervoso periférico, a noradrenalina atua como neurotransmissor nos neurónios pós- ganglionares do sistema nervoso simpático, promovendo ações como a vasoconstrição e o aumento da frequência cardíaca. Dopamina é um neurotransmissor envolvido na regulação dos movimentos e da postura. Também modula o humor e desempenha um papel no reforço, motivação e emoções hedónicas. Pode desempenhar uma função na dependência A perda de dopamina em determinadas zonas do cérebro produz alterações motoras e outras características dos s. parkinsónicos. Subsistema neuroquímico Dopamina: SISTEMAS DE NEUROTRANSMISSORES Sistema Nigroestriatal: A dopamina origina-se na substância nigra e termina na porção dorsal do estriado, sistema responsável pelo controlo de movimentos motores. Sistema Meso-límbico: Os neurónios dopaminérgicos projetam-se do mesencéfalo para estruturas como o estriado ventral, a amígdala e várias áreas do sistema límbico. A dopamina nesta via é importante para a recompensa e para o desenvolvimento de comportamentos motivados, como o reforço positivo. Sistema tuberoinfundibolar: Os neurónios dopaminérgicos são produzidos no hipotálamo e projetam-se para a hipófise (glândula pituitária), localizada na base do cérebro. A partir dessa projeção, a dopamina é libertada na eminência média, que é uma região próxima ao hipotálamo, e tem como principal função a regulação da libertação de hormonas pela hipófise. Hipotálamo e Medula Espinhal: O hipotálamo também contém neurónios dopaminérgicos que se projetam até à medula espinhal, que é uma parte importante do sistema nervoso central. A medula espinhal é responsável por regular várias funções autonómicas (ou seja, funções involuntárias) do corpo, como a temperatura corporal, funções respiratórias e cardiovasculares. Serotonina contribui para diversas funções como regular a temperatura corporal, o humor, a fome, o sono e a dor. Entre outros neurotransmissores e salvaguardando a contribuição complexa de múltiplos fatores de natureza diversa, desequilíbrios da função deste neurotransmissor parecem estar relacionados com: Depressão, comportamento impulsivo e agressividade. Subsistema Neuroquímico Serotonina: Núcleos de Rafe: A serotonina é produzida nos núcleos de Rafe, que estão situados na linha média do tronco cerebral. Estes núcleos projetam-se para o cérebro anterior, incluindo áreas como o córtex cerebral, hipotálamo e cerebelo. A atividade desses neurónios aumenta durante o despertar, tendo um papel importante na regulação do estado de alerta e no controlo do humor. Acetilcolina ativo na manutenção de padrões electro encefálicos (EEG) de vigília do neocórtex. Desempenha um papel na memória, através da excitação dos neurónios. A morte de neurónios colinérgicos está relacionada com a demência de Alzheimer. Subsistema Neuroquímico Acetilcolina: Núcleos Pontinos e Prosencéfalo Basal: A acetilcolina é libertada a partir de neurónios localizados nos núcleos pontinos e no complexo do núcleo basal, que projetam para várias áreas do cérebro, incluindo o hipotálamo, tálamo e córtex cerebral. Estes sistemas estão envolvidos na regulação do estado comportamental e na manutenção da vigília. Sistema Nervoso Periférico: A acetilcolina também é usada pelos neurónios motores da espinal medula e pelos neurónios pré-ganglionares do SNA, controlando funções autonómicas, como a frequência cardíaca e a digestão. Glutamato – o principal neurotransmissor excitador relacionado com a aprendizagem e a memória. O seu papel na doença de Alzheimer, embora não completamente esclarecido tem sido hipotetizado. Subsistema Neuroquímico Glutamato: O glutamato é amplamente distribuído em várias regiões do cérebro, promovendo a excitação cortical e o fortalecimento das conexões sinápticas, essencial para a aprendizagem e a memória a longo prazo. GABA (ácido gama-aminobutirico) é um neurotransmissor inibidor amplamente distribuído nos neurónios do córtex contribuí para o controle motor, visão e muitas outras funções corticais. MUITO relacionado com a ansiedade e com a epilepsia. Subsistema Neuroquímico ÁCIDO GAMA AMINOBUTÍRICO GABA: O GABA está amplamente distribuído no córtex cerebral e em outras áreas do SNC, onde regula a actividade excitatória e previne a hiperactividade neuronal que poderia levar a distúrbios como convulsões ou transtornos emocionais. Opiáceos endógenos: Endorfinas; Dinorfinas; Encefalinas. Produzem sensações de bem-estar, tranquilidade e regulam as sensações de dor. Oxitocina: Pode se considerada uma neuro hormona, é produzida no hipotálamo e armazena da hipófise anterior. Várias funções como: Facilitar a vinculação; Sentimentos de empatia; Relaxamento muscular; Relações sociais; Orgasmos. Subsistema Neuroquímico Oxitocina: A ocitocina é produzida no hipotálamo e armazenada na hipófise posterior, e é libertada para a corrente sanguínea ou para o sistema nervoso central. No SNC, a oxitocina exerce funções moduladoras, principalmente nas interações sociais e na vinculação emocional, promovendo comportamentos de cuidado e aproximação.

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