Hipertensão Porta - PDF
Document Details
Uploaded by Deleted User
Tags
Related
- Manual de Orientação - Hipertensão Arterial na Infância e Adolescência (PDF)
- Prova de Paciente Crítico PDF
- Assistência de Enfermagem nas Doenças Cardiovasculares e Hematológicas PDF
- Assistência de Enfermagem em Doenças Cardiovasculares e Hematológicas PDF
- Sistematização da Assistência de Enfermagem em Hipertensão Arterial: Estudo de Caso PDF
- Fármacos que atuam no sistema cardiovascular PDF
Summary
Este documento fornece um resumo a respeito da hipertensão porta, incluindo conceitos importantes, como o lóbulo hepático e os espaços portais, bem como a veia porta. Também aborda a clínica da condição, como esplenomegalia, circulação colateral, ascite e encefalopatia.
Full Transcript
\ @ casalmedresumos Hipertensão-Porta e Insuficiência Hepática 1. Hipertensão Porta HIPERTENSÃO-PORTA: GRADIENTE DE PRESSÃO > 5MMHG Conceitos Importantes: (medido atr...
\ @ casalmedresumos Hipertensão-Porta e Insuficiência Hepática 1. Hipertensão Porta HIPERTENSÃO-PORTA: GRADIENTE DE PRESSÃO > 5MMHG Conceitos Importantes: (medido através da diferença de pressão entre o sistema porta e o sistema LÓBULO HEPÁTICO: é a unidade funcional do fígado cava). ESPAÇOS PORTAIS: compostos por ramo terminal da artéria hepática, ramo terminal da veia-porta e ducto biliar. Imagem: JUNQUEIRA | Histologia Básica VEIA-PORTA: é uma veia que se encontra entre duas redes de Imagem: progastrojoinville.com.br capilares. Formada pela UNIÃO da veia MESENTÉRICA SUPERIOR com a SISTEMA PORTA-HEPÁTICO: metabolização de substâncias veia ESPLÊNICA Imagem: dreduardoramos.com.br 3/4 do fluxo hepático é VENOSO! Diferente do que ocorre na maioria dos órgãos! Imagem: mdsaude.com Clínica: - ESPLENOMEGALIA - CIRCULAÇÃO COLATERAL: ESÔFAGO, FUNDO GÁSTRICO, ABDOMINAIS, ANORRETAIS - ASCITE - ENCEFALOPATIA Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Abordagem: SITUAÇÃO A: NUNCA SANGROU - SE CIRROSE = realizar rastreamento com EDA - SE VARIZES DE “ALTO RISCO” (calibres de médio a grosso; child B ou C; sinais vermelhos ou “cherry-red-spots”) = profilaxia primária. Como fazer a profilaxia primária? BETABLOQUEADOR*. Ligadura elástica é opção! - Fazer betabloqueador NÃO SELETIVO (propranolol, nadolol, carvedilol) - Se contraindicação: LIGADURA ELÁSTICA VIA EDA. (*) Na prática (e segundo algumas literaturas), atualmente fazemos betabloqueador para todos os pacientes com hipertensão-porta, independente das características das varizes. SITUAÇÃO B: SANGROU (1) Estabilização hemodinâmica (primeira coisa sempre!) (2) Investigação e tratamento agudo (EDA + Drogas) (3) Prevenção de complicações Vamos dissecar cada um desses tópicos Classificação: (1) ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA: Pré-Hepática (muitas varizes/pouca ascite) - Cristaloides/Sangue/Plasma (mais detalhes em hemorragia digestiva) - TROMBOSE DE VEIA PORTA pode ser espontânea (mais comum em - Não é para fazer betabloqueador na vigência de sangramento! crianças) ou por trombofilias (hipercoagubilidade). - TROMBOSE DE VEIA ESPLÊNICA hipertensão porta segmentar (varizes (2) DESCOBERTA DA FONTE E TRATAMENTO: de fundo gástrica ISOLADAS) = lembrar da pancreatite crônica! 2.1. ENDOSCOPIA EM ATÉ 12 HORAS LIGADURA ELÁSTICA (escolha)/escleroterapia/cianocrilato Intra-Hepática Cianocrilato é a melhor opção para VARIZES GÁSTRICAS PRÉ-SINUSOIDAL (muitas varizes/pouca ascite) - ESQUITOSSOMOSE: o ovo do schistossoma não consegue passar para o 2.2.DROGAS IV (Somatostatina/Octreotide/TERLIPRESSINA) para sinusoide e acaba parando no espaço porta. promover vasoconstrição esplâncnica por 2-5 dias SINUSOIDAL (muitas varizes/muita ascite) 2.3. BALÃO (SE REFRATÁRIO OU INDISPONIBILIDADE DE EDA) COMO - CIRROSE: com a alteração da arquitetura hepática, acaba havendo aumento na MEDIDA TEMPORÁRIA (máximo 24-48 horas) pressão intrasinusoidal e extravasamento de líquido. SENGSTAKEN-BLAKEMORE (3 vias) ou MINNESOTA (4 vias) 300ml de ar no balão gástrico e 30-45mmHg no balão esofágico PÓS-SINUSOIDAL (poucas varizes/muita ascite) - DOENÇA VENO-OCLUSIVA (obstrução de veia centrolobular = pode estar 2.4. TIPS (shunt portossistêmico intra-hepático transjugular) SE AINDA relacionada com o chá da Jamaica | Bush Tea Disease) REFRATÁRIO Vantagem: controla sangramento e ascite e permite o Pós-Hepática (hepatomegalia) transplante - BUDD-CHIARI (trombose de veia hepática devido hipercoagubilidade) Desvantagem: disponibilidade, encefalopatia/estenose (“o - OBSTRUÇÃO DE CAVA INFERIOR (causada por trombose, neoplasia) tubo colocado não banha os hepatócitos, que deixam de detoxificar - DOENÇAS CARDÍACAS (pericardite obstrutiva, insuficiência tricúspide) a amônia”) Contraindicação: IC direita/doença cística hepática, 2. Varizes Esofagogástricas hipertensão pulmonar moderada/severa, trombose de veia Fisiopatologia: porta ou hepáticas. Hipertensão porta > shunt pela VEIA GÁSTRICA ESQUERDA E VASOS CURTOS ENTÃO, AS GRANDES INDICAÇÕES DE TIPS SÃO: (1) sangramento Gradiente pressórico > 5mmHg = hipertensão porta ativo e refratário na fila de transplante; (2) falha na EDA + Gradiente pressórico > 10mmHg = varizes terlipressina; (3) ascite refratária Gradiente pressórico > 12mmHg = risco aumentado de 2.5. CIRURGIA (URGÊNCIA) romper/sangrar Shunts NÃO SELETIVOS (“porto-cava calibrada”) = encefalopatia Primeiros Conceitos... é regra e cursa com hepatite isquêmica. Não permite transplante. - Grande risco: hemorragia (30% costumam sangrar) Usada em último caso, como em pacientes instáveis/sangrando. - Presente em 50% dos cirróticos (é importante EDA 2-2 anos) Não é mais feita na prática e não tem caído mais em prova. - Mortalidade: 20-30% se romper (50% se Child C) (3) PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES: - É a principal causa de morte por cirrose - PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA - Ocorre ressangramento em 60-70% dos casos em 1 ano. Ceftriaxone 1g IV, seguido por NORFLOXACINO 400mg - Fatores de risco p/sangramento: CHILD B/C, CHERRY-RED- 12/12h por 7d SPOTS, > 5mm - RESSANGRAMENTO (PROFILAXIA SECUNDÁRIA) BETABLOQUEADOR E LIGADURA ELÁSTICA (após 6 dias de Classificação: estabilidade hemodinâmica) + EDA MENSAL - F1: pequeno calibre (< 5mm de diâmetro) TIPS/transplante - F2: médio calibre (5-20mm) Cirurgias eletivas (shunt seletivo – Warren*/desconexão**) - F3: grande calibre (> 20mm) Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina (*) É a DERIVAÇÃO ESPLENORRENAL DISTAL (liga esplênica com renal). Obs: no caso de ascite refratária aos diuréticos, ainda podemos tentar como Vantagem: mantém o fluxo mesentérico portal (resolve as varizes) medida conservadora a SUSPENSÃO DE BETABLOQUEADORES, caso estejam Desvantagem: pode piorar a ascite em uso (muitos pacientes têm varizes de esôfago associadas), para melhorar a perfusão renal; ou MIDODRINA, que realiza vasoconstrição periférica, aumenta (**) É a DESCONEXÃO ÁZIGO-PORTAL a PA e também melhora a perfusão renal. Ligadura de v. gástricas + esplenectomia (única com esplenectomia) Mais simples, boa para esquistossomose Qual a meta do tratamento? 3. Ascite ↓0,5kg/dia ou ↓1kg/dia se edema. E a reposição de ALBUMINA? Manobras Semiológicas: - SE PARACENTESE DE GRANDE VOLUME (> 5 LITROS): REPOR 6-8G DE - Piparote ALBUMINA POR LITRO RETIRADO (!!!) - Macicez móvel de decúbito - Semicírculos de Skoda 4. Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) - Sinal da Poça - Manobra da “arranhadura” - Translocação MONOBACTERIANA (E. coli ou Klebsiella) - Toque retal Se síndrome nefrótica: pensar em pneumococo - USG: exame de escolha - Febre, dor abdominal, encefalopatia (mas pode ser assintomática) (identifica derrames a partir de 100ml) - PNM > 250 (é neutrófilos! Não é leucócitos! Cuidado em prova) O diagnóstico é CONFIRMADO com PNM > 250 + CULTURA POSITIVA, Avaliação Paracentese: mas o tratamento está autorizado sem o resultado da cultura. Onde? Fossa ilíaca esquerda Conduta: cefalosporina de 3ª geração (preferência por CEFOTAXIMA) Qual ponto? 1/3 médio lateral da linha entre umbigo e crista por 5 dias + ALBUMINA no 1º e 3º dias (1,5g/kg + 1g/kg) ilíaca Profilaxias: Quanto? 20-30ml. PRIMÁRIA E se estiver causando desconforto respiratório? Litros! - Aguda (pós-sangramento por varizes) = CEFTRIAXONE ou O que pedir? CELULARIDADE com diferencial, PROTEÍNAS totais, NORFLOXACINO por 7 dias ALBUMINA, glicose, LDH, amilase, gram + cultura (pacote - Crônica (proteínas na ascite < 1,5) = NORFLOXACINO 400mg/dia para mínimo) + pesquisa de células neoplásicas se vier sangue ou o resto da vida ADA se desconfiar de TB. SECUNDÁRIA Ascite... Ou é hipertensão porta ou é doença do peritônio! - Após PBE = NORFLOXACINO 400mg/dia para o resto da vida Gradiente de albumina soro-ascite (GASA) = albumina soro – albumina ascite SÍNDROME HEPATORRENAL > 1,1 = TRANSUDATO/HIPERTENSÃO PORTA - ALBUMINA (1,5g/kg 1º dia e 1g/kg 3º dia) (cirrose, IC, Budd-Chiari, pericardite obstrutiva) ASCITE NEUTROFÍLICA: PNM > 250 e cultura negativa = não muda a < 1,1 = EXSUDATO/DOENÇA DO PERITÔNIO conduta, trata (via neoplasia, tuberculose, doença pancreática, nefrótica...) BACTERASCITE: PNM < 250 e cultura positiva = se tiver sintomas, trata. Refinando os conceitos... Se não tem sintomas, repunciona em 48 horas, se quiser. ASCITE DA CIRROSE 5. Peritonite Bacteriana Secundária (PBS) - Causa mais comum... GASA alto (‘alto gradiente/alta pressão’) - Bioquímica e citometria normais (PROTEÍNAS TOTAIS < 2,5) - Lesão de víscera + leucocitose com desvio e POLIMICROBIANA ** A ascite da síndrome nefrótica também cursa com proteínas totais < 2,5 - Falam a favor de PBS: 2 ou + no líquido ascítico PROTEÍNA > 1G/DL ASCITE NEOPLÁSICA GLICOSE < 50 - 2ª causa mais comum de ascite... GASA baixo LDH ELEVADA - Citologia oncótica positiva, proteínas e LDH altos Conduta: EXAME DE IMAGEM (“saber o que houve com essa barriga”) ASCITE CARDÍACA + CEFALOSPORINA DE 3ª + METRONIDAZOL + avaliar intervenção - GASA alto cirúrgica (pode ser apendicectomia, diverticulite, etc) - Citometria e bioquímica normais (PROTEÍNAS TOTAIS > 2,5) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ASCITE TUBERCULOSA - GASA baixo Condição PMN Cultura Proteína LDH Glicose Conduta - Predomínio de mononucleares (> 500), ADA ALTA (+) - Laparoscopia (excelente exame com ± 100% de sensibilidade = detecta PBE Mono granulomas no peritônio) Cefotaxima + > 250 Albumina Tratamento: Ascite < 1g ↓ > 50 - RESTRIÇÃO DE SÓDIO (2g/dia ou 88mEq/dia) Neutrofílica (-) - RESTRIÇÃO HÍDRICA SOMENTE SE HIPONATREMIA (Na < 125) (+) Tratar ou Bacterascite < 250 Mono reavaliar - SE RESTRIÇÃO DE SÓDIO NÃO ADIANTAR: DIURÉTICOS (espironolactona 100-400mg/dia + furosemida 40-160mg/dia) (+) Cefotaxima + PBS > 250 Poli > 1g ↑ < 50 Metronidazol - SE ASCITE REFRATÁRIA (FALÊNCIA/RECORRÊNCIA PRECOCE): + Cirurgia PARACENTESES TERAPÊUTICAS SERIADAS/TIPS/transplante/shunt peritônio-venoso. Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina 6. Encefalopatia Hepática 8. Insuficiência Hepática - ↑Amônia (NH3) Funções Hepáticas: - Metabolismo da bilirrubina (icterícia, com ↑principalmente de BD) - Causas: insuficiência hepatocelular, hipertensão-porta - Síntese de proteínas (diminui albumina, aumenta TAP) - Clínica: FLAPPING, LETARGIA, SONOLÊNCIA - Eliminação de toxinas (encefalopatia, vasodilatação [óxido nítrico]) - Metabolismo intermediário/hormonal (aumenta glicemia, diminui - Diagnóstico CLÍNICO (!), por mais que seja possível dosar a NH3 ( dosagem é testosterona, aumenta estrogênio) errátil e varia muito ao longo do dia) - Precipitada por: pós-hemorragia TGI, constipação, PBE, ALCALOSE (seja Quadro Clínico: por hipocalemia ou uso de diuréticos. É a que mais cai em prova). - Falência hepática aguda: icterícia, alterações circulatórias e neurológicas - Tratamento: corrigir precipitantes + EVITAR RESTRIÇÃO PROTEICA (mas - Falência hepática crônica (> 6 meses): fadiga (principal priorizar proteínas vegetais), por mais que a amônia seja derivada das proteínas manifestação), “estigmas hepáticos”, hipertensão porta da dieta, visto que o paciente já tem pouca proteína + LACTULOSE (efeito laxativo e de tornar o pH do cólon mais ácido, facilitando a conversão de NH3 em Obs: pacientes com cirrose devem obrigatoriamente fazer RASTREIO PARA NH4) + ATB (neomicina, metronidazol, rifaximina) CARCINOMA HEPATOCELULAR com ULTRASSONOGRAFIA SERIADA A CADA 6 MESES! Uma alternativa é a dosagem de ALFAFETOPROTEÍNA. - Transplante: tratamento definitivo! Quais os estigmas hepáticos? ATENÇÃO EM PROVA! ERITEMA PALMAR/TELANGIECTASIAS (vasodilatação) “Insônia + dormir muito durante o dia + cirrose” = provável BAQUETEAMENTO DIGITAL encefalopatia hepática CONTRATURA PALMAR DE DUPUYTREN (sugestiva de hepatopatia 7. Síndrome Hepatorrenal alcoólica). Conceitos: “Ficou assim de tanto segurar o copo de cachaça” - Pode ser decorrente de uma PBE ou de uma DOENÇA HEPÁTICA GRAVE TUMEFAÇÃO DE PARÓTIDAS (sugestiva de hepatopatia alcoólica) - Falência hepática Injúria renal aguda IMPORTANTE! O que acontece? Transaminases estão NORMAIS ou DISCRETAMENTE ELEVADAS! - VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA por liberação de ÓXIDO NÍTRICO pelos vasos em resposta ao surgimento de toxinas não depuradas na Estadiamento e Prognóstico: circulação > VASOCONSTRIÇÃO RENAL (mecanismo pouco esclarecido) CHILD-PUGH sem hipovolemia/lesão renal. - B: bilirrubina Diagnóstico: - E: encefalopatia “IRA pré-renal que não melhora com volume” Urina concentrada e com pouco sódio - A: albumina - T: TAP (INR) Critérios: - CREATININA > 1,5 - A: ascite - ↓SÓDIO URINÁRIO - PROTEINÚRIA < 500 1 2 3 - HEMATÚRIA < 50 Bilirrubina 3,5 2,8 – 3,5 < 2,8 TAP < 1,7 1,7 – 2,3 > 2,3 Tipos: - TIPO 1: rápida progressão (< 2 semanas); precipitada por PBE; Cr > 2,5 Ascite - Leve Moderada - TIPO 2: insidiosa, melhor prognóstico; espontânea; Cr entre 1,5 – 2,0 MELD Tratamento: ALBUMINA (para aumentar a perfusão renal, pois mantém o - B: bilirrubina Se > 20: TRANSPLANTE! líquido no intravascular) + TERLIPRESSINA (por gerar vasoconstrição esplâncnica e redirecionar o fluxo para o rim). Entretanto, o definitivo é - I: INR TRANSPLANTE. - C: creatinina Domínio do assunto... Pausa... O que é a CIRROSE? Cirrose hepática células estreladas ativadas fibrose. Então... RESUMINDO AS PROFILAXIAS PRIMÁRIAS: CIRROSE = FIBROSE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO - Cirrose com varizes: betabloqueador OU ligadura elástica - Sangramento por varizes: ceftriaxone/norfloxacino 7d Causas: - PBE: albumina 1º e 3º dia para SHR 1) INFILTRAÇÃO GORDUROSA (alcoólica ou não-alcoólica) 2) VÍRUS (B/C) PROFILAXIAS SECUNDÁRIAS: - Varizes: betabloqueador E ligadura elástica 3) DEPÓSITO (Wilson, hemocromatose) - PBE: norfloxacino 400mg/dia para o resto da vida. 4) AUTOIMUNE (hepatite autoimune/colangite biliar primária) Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina 9. Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NASH) 10. Hepatite B Crônica Definição: - HBSAG POSITIVO > 6 MESES - Cronificação: adultos (1-5%); crianças (20-30%); RN (90%) - Em 20-50% dos casos evolui para cirrose - Pode evoluir para CHC (10%) sem passar por cirrose Fisiopatologia: Objetivo do tratamento: HBSAG negativo - É a “manifestação hepática” da síndrome metabólica Indicações: - RESISTÊNCIA A INSULINA > ↑ Triglicerídeos (“a esteatose é decorrente da (1) LESÃO HEPÁTICA obesidade!”) | ↑ TNF-alfa e estresse oxidativo - ALT > 2x LSN e HBEAG (+) OU HBV-DNA > 2.000 UI/ml (pré-core) - Esteatose esteato-hepatite (NASH) cirrose (10-50% evoluem para - HBEAG (+) e idade > 30 anos independente de transaminases/HBV- esse estágio) DNA - Tem mais risco de evoluir para cirrose: DM, OBESO e > 45 ANOS. - Atividade fibroinflamatória (biópsia/elastrografia/fibroscan) Manifestações: - Cirrose - ASSINTOMÁTICO (2) LESÃO EXTRA-HEPÁTICA - AUMENTO DE TRANSAMINASES (ALT > AST) - Nefropatia membranosa/PAN Diagnóstico: - Excluir outras causas! (3) FATORES DE RISCO - USG: detecta esteatose - HCV/HIV/imunossupressão - ESCORE CLÍNICO FIB-4: estratifica! - História familiar de CHC - FIBROSCAN: está indicado se FIB-4 evidenciar risco moderado-alto R: replicação viral (HBeAg/HBV-DNA > 2000) + idade > 30 anos ou - BIÓPSIA: se indício de cirrose, rigidez > 8,5kPa ou dúvida diagnóstica lesão hepatocelular (TGP > 2x) Tratamento: E: exame complementar (biópsia > A2F2, elastografia) - Dieta + exercício - GLITAZONA E ANÁLOGO GLP-1 tem benefícios para diabéticos C: coinfecção (HCV, HIV) - Vitamina E I: imunossupressão (droga, quimioterapia) Diagnóstico Diferencial: F: família (história de hepatocarcinoma) EH ALCOÓLICA EH Ñ ALCOÓLICA E: extra-hepáticas (PAN, GN membranosa) (NASH) Como tratar? TRANSAMINASES AST > ALT (!) ALT > AST INTERFERON OU ↓FOLATO/B1/B6 SIM (!) NÃO Alfapeg-IFN, SC, 48 semanas HBEAG POSITIVO TENOFOVIR (TDF) BIÓPSIA MALLORY +++ MALLORY + VO, tempo indefinido SEM RESPOSTA AO TENOFOVIR (TDF) ASSOCIAÇÃO > 40G ETANOL SD. METABÓLICA INTERFERON VO, tempo indefinido (!) HBEAG NEGATIVO HIV FERRITINA NORMAL ALTA (!) ENTECAVIR OU FEBRE VO, tempo indefinido CLÍNICA DOR ASSINTOMÁTICO DOENÇA RENAL OU ABDOMINAL HEPÁTICA GRAVE TENOFOVIR ALAFENAMIDA (TAF) IMUNOSSUPRESSÃO Pouco usado no Brasil (caro) ICTERÍCIA QUIMIOTERAPIA Não tem restrição quanto doença renal ABSTINÊNCIA DIETA/EXERCÍCIO ou óssea TRATAMENTO PREDNISOLONA GLITAZONA/GLP-1 Alternativa para a contraindicação ao 40MG 28D VITAMINA E tenofovir ou entecavir (uso prévio de lamivudina é contraindicação ao ATENÇÃO! O quadro de hepatite alcóolica é AGUDO! entecavir por conta de resistência cruzada) ALFAPEGUINTERFERON Trata: virgem de tratamento | HBEAG POSITIVO Via subcutânea, 1x/semana por 48 semanas Como rastrear o abuso de álcool? Alta toxicidade Escore CAGE: “Se 2 ou + respostas positivas = abuso de álcool” Não pode: hepatopatia grave, gestante, citopenias TENOFOVIR C: cut-down (acha que deve diminuir a quantidade de bebiba?) Trata: SEM RESPOSTA AO IFN | HBEAG POSITIVO/NEGATIVO | HIV A: annoyed (fica aborrecido quando reclamam que você bebe muito?) Via oral, tempo indefinido, 300mg/dia Não pode: doença renal ou óssea G: guilty (se sente culpado pela maneira que costuma beber?) ENTECAVIR E: eye openner (bebe para conseguir fazer as atividades?) Trata: HEPATOPATIA GRAVE | DOENÇA RENAL | IMUNOSSUPRESSÃO/QT Se mentir, FALAM A FAVOR DE INGESTA ALCOÓLICA: Via oral, tempo indefinido - AUMENTO ISOLADO DE GGT Não pode: gestante - CARÊNCIA DE B1/B6 - MACROCITOSE (VCM > 100) - TGO > TGP Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina Então... 12. Doença de Wilson INTERFERON 48 SEMANAS SC OU Fisiopatologia: - HBeAg positivo TENOFOVIR, TEMPO INDETERMINADO, VO - MUTAÇÃO NA ATP7B (autossômica recessiva) - ↓Excreção biliar e consequente ↑COBRE, que geralmente se acumula no fígado ou no sistema nervoso central. - HBeAg negativo - ↓CERULOPLASMINA (proteína plasmática que transporta o cobre) - S/resposta ao interferon TENOFOVIR VO TEMPO INDETERMINADO - HIV Manifestações: Forma HEPÁTICA: - Doença renal/hepática grave - Aguda/crônica com evolução para cirrose/fulminante ENTECAVIR VO TEMPO INDETERMINADO - Imunossupressão Alternativa: TENOFOVIR ALAFENAMIDA Forma NEUROPSIQUIÁTRICA: - Quimioterapia - DISTÚRBIO DO MOVIMENTO (PARKINSONISMO) - ALTERAÇÃO DE PERSONALIDADE/PSICOSE 11. Hepatite C Crônica - ANÉIS DE KAYSER-FLEISHER (98% dos Definição: pacientes com lesão do SNC) - HCV-RNA POSITIVO > 6 MESES “Lâmpada em fenda” - Cronificação: 80-90% - Possui múltiplos genótipos (principais: 1 e 3) - Geralmente JOVEM (5-30 ANOS) - 20-30% dos casos evoluem para cirrose e 5-10% para CHC (diferente da Se pintar uma criança de 10 anos com cirrose, fica atento, pode ser doença de hepatite B, obrigatoriamente passa pelo estágio de cirrose) Wilson! Transmissão: - Pode ter ANEMIA HEMOLÍTICA COOMBS NEGATIVO, SÍNDROME DE - Drogas injetáveis, sexual, perinatal, familiar FANCONI/LESÃO TUBULAR PROXIMAL, CATARATA Conduta: - TRATAMENTO PARA TODOS! Diagnóstico: - Triagem: ↓CERULOPLASMINA Objetivo do tratamento: RESPOSTA VIROLÓGICA SUSTENTADA (RVS) - Confirmação: ↑COBRE LIVRE, URINÁRIO OU HEPÁTICO (em biópsia) HCV-RNA negativo 12-24 semanas após o tratamento /ANÉIS DE KF, GENÉTICA (mutaçãoATP7B) Opções terapêuticas? Tratamento: ESQUEMA PANGENOTÍPICO: - Quelante (ZINCO/TRIENTINA/D-PENICILAMINA) SOFOSBUVIR + VELPASTAVIR (12 semanas) - TRANSPLANTE (graves/refratárias) CURA! Se cirrose ou CHILD B/C: associar ribavirina ou prolongar para 24 semanas 13. Hemocromatose “DM bronzeado” ESQUEMA GENÓTIPO 1 (MAIS PREVALENTE): SOFOSBUVIR + LEDIPASVIR (12 semanas) - Relativamente comum (1:250) - Mais comum em homens (caucasianos) de 40-50 anos ESQUEMA SE CLEARANCE < 30: - Menos comum em mulheres, pois sangram mensalmente GLECAPREVIR/PIBRENTASVIR Fisiopatologia: - Mutações nos genes C282Y e H36D ↑Absorção intestinal e Acrescentar RIBAVIRINA se: pacientes com cirrose e em todos consequente ↑FERRO nos tecidos: fígado, pâncreas, coração... aqueles com menor chance de RVS: falhados a esquema com interferon, genótipo 3, sexo masculino, > 40 anos, etc. Seus Clínica: principais efeitos colaterais são HEMÓLISE e INJÚRIA RENAL. - 6 H’s HEPATOMEGALIA (+ risco ↑CHC) HIPERPIGMENTAÇÃO (“DM bronzeado”) Detalhe: mesmo curado após o tratamento, o paciente pode se reinfectar! O HEART (IC, arritmias) ANTI-HCV POSITIVO NÃO CONFERE IMUNIDADE PERMANENTE! HIPOGONADISMO (atrofia testicular/redução de libido) HIPERGLICEMIA (DM insulinodependente: 70%) Se liga! HARTRITE (pseudogota/artropatia hemocromatótica) Hepatite B Hepatite C Diagnóstico: - Triagem: ↑FERRITINA (> 150-200) E/OU SATURAÇÃO DA Cronificação RN > criança > adulto 80-90% TRANSFERRINA (> 45-60%) - Confirmação: teste genético (MUTAÇÃO C282Y E H63D) Extra-hepática PAN, GN membranosa, Crioglobulinemia, GN importante rastrear parentes de primeiro grau Gianotti-Crosti mesangiocapilar - Dúvida: RM, biópsia hepática Tratamento: Alguns... Todos! - FLEBOTOMIAS (500ml, seriada). Vai tirando ferro até a ferritina chegar Tratamento INF, Tenofovir ou Sofosbuvir + em torno de 50 Entecavir Ledispavir/Velpastavir - Quelantes? (DESFEROXAMINA). Até pode, mas não é a base do tratamento. - TRANSPLANTE NÃO CURA! Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina 14. Transplante Hepático (3) INFECÇÃO (66%) Para passar o olho... - BACTÉRIAS: fazer antibioticoprofilaxia cirúrgica convencional O transplante hepático somente deve ser indicado quando a probabilidade de - FUNGOS: fazer fluconazol 14 dias + SMX-TMP 1 ano (cândida + sobrevida e qualidade de vida forem maiores que quando adotado método aspergillus + Pneumocystis) terapêutico convencional. Assim, pacientes com doença hepática grave e - VÍRUS: fazer ganciclovir 6-12 meses (HSV + CMV) progressiva, seja crônica ou aguda, que não se beneficiem com outro tratamento alternativo deverão ser submetidos ao transplante. (4) REJEIÇÃO CELULAR AGUDA (45%) - Febre + dor abdominal + mal-estar + anorexia Causas/Indicações: - Aumento de bilirrubina ↑↑↑ (MUITO expressivo) (1) CIRROSE NÃO COLESTÁTICA (65%): hepatites B/C, alcoólicas, NASH, - Aumento de FA/ALT/AST ↑ síndrome hepatopulmonar e doenças metabólicas; - Biópsia percutânea confirma o diagnóstico (2) CIRROSE COLESTÁTICA: cirrose biliar, colangite esclerosante, atresia biliar - Corticoide em altas doses é o tratamento +/- OKT3 (anticorpo e doença de Caroli; monoclonal CD3, específico para tratar esse tipo de rejeição atenção para o (3) AUTOIMUNE: hepatite autoimune risco de infecção pelo CMV) (4) NEOPLASIA: metástase de TNE e hepatocarcinoma (5) MISCELÂNEA: amiloidose, trauma, hepatite fulminante (5) REJEIÇÃO CELULAR CRÔNICA (10%) - Rejeição ductopênica ou “Vanishing Bile Duct Syndrome” As principais são... - Geralmente nos primeiros 2 meses pós-transplante 1º HEPATITE C (~ 20%) > - Perda dos ductos biliares > 50% dos tratos portais 2º ÁLCOOl (~ 15%) > - A conduta é o re-transplante 3º CHC (~ 8%) > 4º HEPATITE FULMINANTE (~ 5%) > 5º AUTOIMUNE (~ 3%) Cada doença possui a sua “nuance” para o transplante (exemplo: critérios de Milão para CHC; critérios de King’s College para hepatite fulminante, etc), mas as principais causas de transplante são as citadas acima! Contraindicações: (1) ABSOLUTAS: - Doença cardiopulmonar avançada - Malignidade extra-hepática - Sepse NÃO controlada - Uso ativo de substâncias ilíticas (deve haver abstinência > 6 meses) - Incompatibilidade ABO (2) RELATIVAS: - Instabilidade hemodinâmica - Hipóxia grave - HIV - Doença psiquiátrica refratária - Suporte social inadequado Complicações: Imagem: vaidam.com (1) VASCULARES: TROMBOSE DE ARTÉRIA HEPÁTICA (2-8%) Assintomático ou falência hepática fulminante Se elevação de BT/AST/ALT: investigar com USG doppler. Se alterado: arteriografia celíaca/angioTC Conduta: reconstrução cirúrgica. Se não der certo: trombólise. Se ainda refratário: recoloca na fila de transplante. TROMBOSE DE VEIA-PORTA Geralmente ocorre antes do transplante Tratar com trombectomia ou by-pass OBSTRUÇÃO DE VEIA CAVA INFERIOR (raro) Tratar com anticoagulação e/ou Stent (não é indicado o procedimento cirúrgico) (2)BILIARES (podem ou não ser acompanhadas por trombose de artéria hepática) FÍSTULA (10-50%) Diagnóstico: colangiografia pelo tubo T ou CPRE Conduta: Drenagem + ATB + Stente endoscópico ESTENOSE OU OBSTRUÇÃO (7-15%) Erro técnico na anastomose Diagnóstico: USG + colangiografia + biópsia hepática Conduta: reconstrução cirúrgica Medicina livre, venda proibida. Twitter @livremedicina