Conceitos e Abordagem -1 PDF
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This presentation covers concepts and approaches in emergency veterinary medicine. It details the history and evolution of emergency services in animals, including the role of the first responders and medical staff. It also introduces various concepts and protocols necessary for effective veterinary emergency services. The document concludes with an emphasis on triage classifications and systems for animal emergency management.
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Conceitos e Abordagem DISCIPLINA: URGÊNCIA E EMERGÊNCIAS EM ANIMAIS DE PEQUENO PORTE Histórico ▪ 1795: Barão Larrey – idealizou a ambulância voadora durante a campanha de Napoleão na Prussia § Larrey desenvolveu a ambulância em duas formas: ü a primeira, era um...
Conceitos e Abordagem DISCIPLINA: URGÊNCIA E EMERGÊNCIAS EM ANIMAIS DE PEQUENO PORTE Histórico ▪ 1795: Barão Larrey – idealizou a ambulância voadora durante a campanha de Napoleão na Prussia § Larrey desenvolveu a ambulância em duas formas: ü a primeira, era um veículo leve coberto, de duas rodas, com espaço para dois pacientes; ü a outra forma era um veículo mais pesado, de quatro rodas, capaz de levar duas a quatro pessoas, puxado por quatro cavalos e projetada para andar em terrenos mais acidentados. Na época, esses veículos transportavam água, comida, ataduras, e outros equipamentos. Foram utilizadas pela primeira vez durante a invasão de Napoleão à Itália, entre 1796 e 1797. Histórico Histórico ▪ O primeiro serviço de ambulância reconhecido para hospitais do EUA foi implementado em 1865, no Hospital Comercial em Cincinnati, Ohio ▪ 1888: Inaugurado em Paris “Serviço de ambulâncias urbanas” ▪ O surgimento dos serviços de emergência pré-hospitalar no Brasil foi influenciado diretamente pelos modelos americano e francês, sendo assim também com o uso de automóveis ambulância. Histórico Histórico ▪ 1906: 4 ambulâncias na cidade de SP – 1 a delegacia de policia da capital ▪ 1960: primeiro programa de treinamento de Técnicos de Emergência Medica – Corpo de Bombeiros de Chicago Histórico ▪ ATLS ▪ A dvanc e d Traum a Life S uppo rt ▪ é um programa de treinamento para médicos para o manejo de casos de trauma físico agudo, desenvolvido pelo Colégio Americano de Cirurgiões. ▪ objetivo é ensinar uma abordagem simplificada e padronizada aos pacientes com trauma. o Inicialmente planejado para situações de emergência onde somente um médico e um enfermeiro estivessem presentes. o ATLS é hoje amplamente aceito como o padrão de cuidado para a avaliação inicial e tratamento. Histórico ▪ Símbolos 1. Detecção precoce: os primeiros socorristas (podendo ser civis não treinados), envolvidos ou não, procuram a entender e detectar o problema. 2. Alerta: a ajuda profissional é chamada. 3. Pré-socorro: os primeiros socorristas dão os primeiros socorros e fazem os cuidados de acordo com suas capacidades. 4. Socorro no local do acidente: os profissionais de emergência médica chegam e prestam os cuidados imediatos no local. 5. Cuidados no transporte: os profissionais de emergência médica fazem a transferência do paciente para o hospital, por ambulância ou helicóptero. Eles prestam o atendimento médico durante o transporte. 6. Transferência para os cuidados definitivos: cuidados apropriados são dados no hospital. Estrela da vida Medicina de emergência Medicina de emergência Ø em 1907 foi concebido o primeiro título de Médico Intensivista pela Universidade de Missouri, culminando na fundação da Sociedade de Medicina em Cuidados Intensivos em 1970. Ø Na Medicina Veterinária somente nos anos 80 foi fundado a Sociedade de Emergência e Cuidados Intensivos Norte-americana e pouco depois, Europeia. No século 21 - se difundiu na América Latina com a criação da Sociedade Latino- americana de Emergência e Cuidados Intensivos CONCEITOS ▪ Emergência ▪ Substantivo relativo do verbo “Emergir” ▪ Derivado do latim Emero , mersi, mersum com significado de “sair do mar, sair da àgua” ▪ Definição: Ocorrência ou situação perigosa de aparecimento súbito, de imprevisto, que necessita de solução imediata CONCEITOS ▪ Urgência ▪ Derivado do grego Urgeo, ursum, com significado de “apertar, seguir de perto, perseguir” ▪ Definição: ocorrência ou situação perigosa de aparecimento rápido, mas não necessariamente imprevisto, necessitando de solução em curto prazo CONSIDERAÇÕES ▪ Implantação de manuais e protocolos no serviço de emergência e cuidados intensivos ® influenciam diretamente nos resultados de sobrevivência, tempo e custo de internação ▪ Protocolos ▪ Recepção ▪ Enfermagem ▪ Médicos Veterinários MEDICINA BASEADA EM EVIDENCIAS (MBE) ▪ Sugere a abordagem com base em pesquisa clinica por meio de análise sistemática de resultados ▪ Sackett et al (1996) - ¨É a aplicação, sob consciência e juízo adequados, da melhor evidência coerente no processo de decisão sobre o cuidado de pacientes individuais” ▪ Normatização protocolos e guias ▪ “A chance de sobrevivência de um paciente aumenta quando a equipe não perde tempo tentando determinar qual a melhor alternativa de abordagem” (Shock Trauma Critical Care Medicine) TRIAGEM ▪ Significado: “escolher” - descreve o processo pelo qual a atenção ao paciente é priorizada de acordo com a gravidade de seu quadro clinico e a necessidade, ou não, de receber atenção imediata. “É o processo o qual coloca o paciente certo, no local certo, no tempo certo para receber o nível de cuidado certo” Rabelo TRIAGEM Triagem a distância v Resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) nº 1.465/2022 ü O que ocorreu? ü Quando ocorreu? ü O que foi feito até o momento? ü Quais problemas concomitantes o paciente apresenta? TRIAGEM Triagem a distância De modo indireto serão avaliados quatro sistemas orgânicos (checar a estabilidade do paciente) ü Sistema respiratório ü Sistema cardiovascular ü Sistema nervoso central ü Sistema urogenital TRIAGEM Triagem a distância Requer atenção Imediata: ü Dificuldade respiratória ü Dor intensa ü Traumatismos ü Anormalidades neurológicas/depressão mental grave ü Vômito/diarreia grave ü Sangramento visível ü Palidez das mucosas ü Incapacidade para urinar ü Ingestão de toxinas ou corpos estranhos TRIAGEM Triagem presencial Parte essencial da avaliação do paciente em emergência – deve incluir a comunicação básica e concisa com o tutor (realizado em poucos minutos) História detalhada postergarda após a estabilização TRIAGEM Triagem presencial Comunicação básica e concisa § Qual é a causa da lesão ou problema? § Quando se iniciaram os sinais clínicos? § Quais tratamentos de emergência o paciente já recebeu? TRIAGEM Triagem presencial Após obtenção das informações básicas avaliar o estados: ü Respiratório (postura - ortopneica; taquipneico) ü Cardiovascular (hipoperfusão – coloração de mucosas ; TPC; qualidade do pulso e temperatura da extremidade do membro) ü Neurológico (estado de consciência; locomoção). TRIAGEM Triagem presencial Categorização após análise dos sistemas: Ø Classe 1 : paciente crítico ou em risco vital Tratamento imediato Insuficiência respiratória por traumatismo torácico parada respiratória ou obstrução das vias aéreas Todo paciente inconsciente deve ser enquadrado nesta categoria TRIAGEM Triagem presencial Categorização após análise dos sistemas: Ø Classe 2 : paciente crítico ou muito grave Tratamento em poucos minutos após a sua admissão Lesões múltiplas Choque/hemorragias Nesta categoria : Via aérea permeável e função pulmonar adequada TRIAGEM Triagem presencial Categorização após análise dos sistemas: Ø Classe 3 : paciente grave Tratamento em algumas horas após a sua admissão Fraturas abertas, feridas profundas ou penetrantes queimaduras Sem sinais de Choque Sem alterações do estado mental TRIAGEM Triagem presencial Categorização após análise dos sistemas: Ø Classe 4 : paciente menos grave Atendimento prestado nas primeiras 24 horas da sua admissão Intoxicação por exposição ou ingestão recente de tóxicos Traumatismo potencialmente grave Prolapso de órgãos Hipertermia Feridas abertas, fraturas, queimaduras, distocias Avaliação Primária Também deve ser rápida (poucos minutos) Objetivo: avaliar o ABCD do paciente ABCD do paciente A (airway) : via aérea B (breathing) : respiração Seguir a ordem estabelecida C (circulation) : sistema cardiovascular D (disability) : presença de déficits do SNC Avaliação Primária Via aérea (A) – assegurar uma via aérea permeável (prioridade) Auscultação dos sons respiratórios – expansão torácica Inspeção visual das narinas, seios nasais, cavidade oral, traqueia e laringe v Obstruções ou rupturas da via aérea: intubação orotraqueal v Sangue, secreção, vômitos, corpo estranho ou massa que leve a obstrução : extração ou sucção v Paciente comatoso : deve ser entubado (ofertar fonte de oxigênio) Avaliação Primária Sistema Respiratório (B) – segunda prioridade Inspeção, palpação, auscultação e percursão v Não respirar – ventilar v Cianose Avaliação Primária Sistema Cardiovascular (C) Frequência cardiaca e ritmo – ausência de batimento ou pulso (protocolo de parada respiratória) Pulso – assincronia, irregularidade ou ausência na região distal pode ser sinal de comprometimento cardiovascular TPC – aumento (vasoconstrição periférica ou hipoperfusão periférica) Mucosa pálida, cianose – avaliação imediata Avaliação Primária Sistema Cardiovascular (C) Temperatura corporal - Diferença entre a temperatura central e a periférica superior a 4 0C – difusão periférica deficiente (vasocontrição) Hemorragias Avaliação Primária Sistema Nervoso Central (D) Estado mental – coma ou convulsões (qual a causa? Origem metabólica ? Aumanto da PIC (pressão intracraniana)? Presença de lesões óbvias na coluna vertebral (assimetrias, deslocamentos) ou na cabeça. Avaliação Secundária É iniciada após a recuperação e a estabilização do paciente Será realizado um exame físico minucioso e completo; Obtenção de história clínica detalhada e realização de exames complementares Agora o médico responsável deve ser capaz de tomar decisões referentes ao planejamento terapêutico definitivo, prognóstico e opções de tratamento do paciente em questão. Manchester Triage System (MTS) É um sistema de triagem que realiza a seleção ou a separação em escalas. Com ele, o paciente é classificado em 5 cores, baseado nos seus sinais e sintomas, de modo a representar a gravidade do seu caso e o seu tempo seguro de espera. CATEGORIA DESCRIÇÃO TEMPO DE ESPERA Vermelho Imediato 0´ Laranja Muito Urgente 15´ Amarelo Urgente 30-60´ Verde Padrão 120´ Azul Não urgente 240´ Manchester Triage System (MTS) A cor vermelha expressa emergência, apontando para gravidade máxima, em que há a possibilidade de morte. Portanto, o paciente deve ser atendido de imediato. A cor laranja tem o sentido de muito urgente. A pessoa classificada nessa cor precisa de atendimento praticamente imediato, devendo ser atendida em até 10 minutos. São casos graves, com um risco significativo de falecimento. A cor amarela significa urgente. Esse paciente precisa de atendimento rápido, mas pode aguardar por um período de até 60 minutos. A gravidade desses casos é moderada, mas não há riscos imediatos. A cor verde significa pouco urgente, logo, menos grave, podendo o paciente aguardar até 120 minutos. Já o tom azul significa não urgente e o paciente nessa situação pode esperar até 240 minutos. Os pacientes classificados nessas duas cores podem esperar por um atendimento ou receber um encaminhamento para outros serviços da área da saúde. Sistema de Triagem “SHORT” Avaliação pela observação do paciente Determinar se o doente pode: ü caminhar e se comunicar (vocalizar ou localizar o proprietário) ü está consciente? ü via aérea está livre? ü se pode obedecer a comandos e se os ferimentos e hemorragias podem ser contidos. Sistema de Triagem “START” - Simple Triage and Rapid Treatment Triagem simples e tratamento rápido O exame requer aproximadamente 12-15 segundos para ser realizado por pessoal treinado e, em até um minuto, determina quem deve receber atenção imediata. Respiração, Circulação e Estado de Consciência Verde (menor gravidade) < Preta (sem respiração) Pacientes ambulatoriais e responsivos são identificados pela cor verde e são classificados como menos graves. Pacientes que não podem deambular, apresentam alterações de consciência, mas respiram sozinhos, são identificados com a cor amarela, classificados como medianamente graves e que merecem atenção, pois podem descompensar. Pacientes que não respiram, mas possuem vias aéreas permeáveis, ou aqueles que respiram, mas possuem taquipnéia ou alteração circulatória (tempo de preenchimento capilar aumentado, redução do nível de consciência, mucosas pálidas, hipotensão arterial, por exemplo) são identificados com a cor vermelha, pois são mais graves e merecem atenção imediata. Pacientes que não respiram e que tenham a via aérea obstruída são identificados com a cor preta devido a extrema gravidade e necessidade prioritária de atenção Sistema de Triagem “CRAMS” Pontuação (grave a leve) ü Quando for necessário aprofundar a avaliação de triagem para um paciente traumatizado, a escala CRAMS pode ser utilizada. ü Ela determina uma pontuação e classifica o paciente de grave a leve - em função das variáveis circulatórias (tempo de reperfusão capilar e a pressão arterial), - da frequência respiratória, - da dor abdominotorácica e - da capacidade de movimentação e comunicação do doente. Sistema de Triagem “CRAMS” Sistema de Triagem “CRAMS” Sistema de Triagem Escala de Triagem no Trauma (ATT – Animal Trauma Triage Scoring System) O ATT trabalha com seis categorias pontuadas de 0 a 3, gera uma pontuação final possível de 0 a 18, em que indica a maior ou a menor gravidade do processo, respectivamente. Os parâmetros com os quais esse modelo trabalha são: coloração de mucosas, frequência cardíaca, padrão respiratório, padrão de trauma tegumentário/muscular, capacidade de movimento e exame neurológico. Sistema de Triagem Escala de Triagem no Trauma (ATT – Animal Trauma Triage Scoring System) Classes de Rabelo Classe I Classe II Classe III Classe IV Atendimento Máximo 10 min – Até 1 hora * Atendimento imediato - RCP Respira ou ventila possível 24 -72h* mal Inconsciência, Instabilidade Possível Sem definição de apnéia (ou Cardio vascular, instabilidade queixa principal, respiração possível obstrução respiratória com manifestações agônica), ausência de vias aéreas, comprometimento clinicas de pulso, distriçaõ hemodinâmico, inespecíficas hipotermia, respiratória possível choque midríase, ausência (inspiratória, mecânico, lesões de choque expiratória ou aparentes por cardíaco mista) trauma Compensação periférica!!! OUTRAS ESCALAS RICO (Rapid Intensive Care Outcome Score – Rabelo, 2008) Parâmetros Fisiológicos Parêmetros Laboratoriais T0 – T24 Classificação do Serviço Nível 1: Serviço 24 horas com UTI com pleta (ventilação m ecânica, suporte de im agem , laboratório, diálise e cirurgia) − Hospitais. Nível 2: Serviço 24 horas com unidade sem i-intensiva (m onitorização com pleta, laboratório, im agem e cirurgia) – Hospitais ou Clínicas. Nível 3: Serviço não 24 horas, m as com equipam ento de urgência avançado, capaz de atender urgências com plexas até a abordagem secundária (m onitorização, laboratório de em ergência, suporte básico de im agem e cirurgia) – Clínicas. Nível 4: Serviço não 24 horas, com equipam ento de urgência básico, capaz de atender som ente as urgências m enos com plexas até a abordagem prim ária. Funcionam com o entrepostos, sim ilar a um atendim ento pré-hospitalar (com parado às funções de um SAM U – Serviço de Atendim ento M édico de Urgências – da m edicina hum ana, por exem plo). Esse serviço deve realizar a estabilização prim ária e solicitar rem oção especializada para um centro de nível 1 ou 2 – Consultórios e Am bulatórios. Área de Atendimento ü O atendimento de urgência exige uma área especial de trabalho, que vamos chamar de sala de urgência, conhecida como “Shock Room”. ü A maioria dos casos de trauma, por exemplo, envolve abordagem clínica e cirúrgica. ü Portanto, a área de atendimento tem que suportar os dois tipos de abordagem, com concentração na manutenção das vias aéreas, ventilação ü oxigenioterapia, acesso vascular, fluidoterapia, controle de hemorragias, monitorização cardiovascular e cirurgia de urgência Área de Atendimento Três fatores principais são responsáveis pelo m elhor resultado da atenção de urgências em áreas específicas: ü Presença de M édicos-veterinários habilitados e treinados no local. ü Staff treinada (Curso ABC Traum a LAVECCS – www.laveccs.org). ü M aior repetição das ferram entas de uso com a equipe de rotina no local adequado. ü No PS (pronto-socorro) sem pre há m enos indicações de ONR (ordem de não reanim ação), já que m ais tentativas de resgate são realizadas. ü Ressuscitados no PS ficam m enos tem po internados após um a PCR e com m enos disfunções. ü É de extrem a im portância que os equipam entos necessários estejam à m ão e prontos para uso. ü Pequenos detalhes com o deixar um fluido pronto para uso, tiras de esparadrapo já cortadas, cateteres à m ão, balão (cuff) de tubo endotraqueal testado e com as seringas já acopladas são m uito im portantes e farão com que se ganhe tem po na “hora de ouro” Área de Atendimento