Distúrbios Metabólicos em Ruminantes (Cetose e Hipocalcemia) - PDF
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Universidade São Judas Tadeu
Professor Denis Steiner
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This presentation details metabolic disorders in ruminants, specifically focusing on ketosis and hypocalcemia in dairy cows. It covers the etiology, symptoms, epidemiology, and treatment of these conditions. The presentation also provides information on the physiological processes involved in these metabolic issues.
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Distúrbios metabólicos nos ruminantes Professor Denis Steiner Cetose Elevação anormal na concentração de corpos cetônicos nos tecidos e fluídos corporais. Ácido acetoacético Acetona Acido B-Hidroxibutírico A cetose espontânea é um distúrbio metabólico resultant...
Distúrbios metabólicos nos ruminantes Professor Denis Steiner Cetose Elevação anormal na concentração de corpos cetônicos nos tecidos e fluídos corporais. Ácido acetoacético Acetona Acido B-Hidroxibutírico A cetose espontânea é um distúrbio metabólico resultante do balanço energético negativo durante a fase de transição. Cetose Redução na concentração sanguínea e hepática de glicose. Aumento da mobilização de lipídeos e consequente acumulo exagerado de corpos cetônicos. Algum grau de cetose é esperado durante este período e se torna uma enfermidade quando a produção excede a demanda energética. Etiologia Relacionada a práticas modernas de produção de leite Rebanhos leiteiros selecionados para uma alta produção. Abrupto início da produção de uma alta quantidade de secreção láctea leva a uma necessidade calórica diária elevada que excede a capacidade máxima de ingestão energética diária. Etiologia Ocorrendo então a utilização de reservas hepáticas de glicogênio e mobilização de lipídeos armazenados em forma de gordura para o suprimento energético. O fígado é o principal responsável pelo fornecimento dos corpos cetônicos. Fisiopatologia No início da produção leiteira ocorre um aumento da demanda energética média de 75%. Valores que superam o máximo suprido pela alimentação. Fisiopatologia As fontes de energia hepática encontram-se na forma de AGV produzidos pelos microrganismos ruminais Acetato e o butirato são cetogênicos Proprionato tem ação glicogênica Sinais clínicos Perda gradual do apetite Diminuição na produção leiteira Emagrecimento Fezes secas Depressão Cetonúria Odor cetônico pode ser detectado na respiração e no leite. Mais raramente sinais neurológicos Epidemiologia Aproximadamente 13,1% para cetose clínica 33,8% para cetose subclínica Vacas super condicionadas (Escore corporal alto) tem tendencia a desenvolverem cetose. Patologia clínica e exames laboratoriais Detecção de corpos cetônicos em amostras de urina e sangue (acima de 30mg/dl Concentração de glicose sanguínea (20 a 40 mg/dl) Mensuração de corpos cetônicos na urina por fitas reagentes de urinálise Tratamento Suplementação intravenosa de glicose Glicose a 50% ( 100 a 500 ml) Infusão lenta e contínua de glicose ( 20 litros de solução a 2,5 ou 5% de glicose em 24 horas ou até a mensuração dos corpos cetônicos não ser mais observada. Tratamento Dexametazona 0,04mg/kg Tratamento Propilenoglicol, por via oral, 225 gramas duas vezes ao dia, durante dois dias seguido de 110 gramas uma vez ao dia durante mais dois dias. Prevenção e controle Oferecer gradualmente ração no período de transição de alta densidade energética e palatabilidade seguindo as recomendações do NRC. Hipocalcemia em vacas leiteiras Denis Steiner Introdução Paresia flácida aguda das vacas leiteiras lactantes. Geralmente ocorre dentro de 72 horas após o parto Vacas de alta produção. Considerada uma emergência clínica. Etiologia O início rápido da produção de leite provoca a depleção aguda de cálcio sérico ionizado. Sinais clínicos Três estágios clínicos distintos da paresia puerperal 1º Estagio: Animal ainda com capacidade de permanecer em estação, porem mostra sinais de excitabilidade e hipersensibilidade. Discreta ataxia. 2º Estágio: Vaca incapaz de permanecer em estação, mais ainda capaz de manter o decúbito esternal. Depressão, anorexia, focinho seco e hipotermia. 3º Estágio: Perda de consciência, flacidez muscular completa, irresponsabilidade a estímulos, decúbito lateral, timpanismo. PATOLOGIA CLÍNICA Diante do cenário emergencial, o tratamento geralmente é realizado após a observação dos sinais clínicos. Dosagem de Calcio em amostras sanguíneas confirmam o diagnóstico. Valores inferiores a 7,5mg/dl de Calcio, são compatíveis com o quadro clínico, enquanto vacas no terceiro estágio podem apresentar valores abaixo de 2 mg/dl. Fisiopatologia Após o início da lactação ocorre a transferência súbita de Ca para o leite. Cerca de 23 gramas de Calcio são perdidos em uma vaca produzindo 10 litros de colostro. Representa noves vezes a concentração plasmática de cálcio total plasmático. Fisiopatologia A hipocalcemia ocorre quando o mecanismo homeostático do cálcio é incapaz de suprir a demanda. Reabsorção óssea, mediada pelo paratormônio. Epidemiologia Enfermidade de vacas leiteiras de alta produção. Aproximadamente 5 a 10% das vacas leiteiras são acometidas. Vacas não lactentes que recebem suplementação diária com altas taxas de Calcio ( > 100 gramas dia) são mais susceptíveis a desenvolverem a patologia. Tratamento Infusão intravenosa de lenta de gluconato de Cálcio. 1 grama de cálcio para cada 45 kg de peso Soluções comerciais contem 8 a 11 gramas diluídos em 500 ml. Cerca de 60% das vacas acometidas levantam-se imediatamente após a administração da terapia. Outras 15% respondem em até duas horas após a administração. Prevenção e controle Oferecimento de dieta aníon-iônica com o intuito de diminuir o pH sanguíneo e maximizar o efeito do paratormônio. Administração de dietas com baixo teor de Calcio no período transicional. Suplementação oral de Calcio nas vacas durante os primeiros sinais de trabalho de parto.