Nutrientes e seu Metabolismo: Proteínas PDF
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Felipe Pinheiro de Souza
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Este documento apresenta informações detalhadas sobre o metabolismo das proteínas, incluindo sua composição, função estrutural e processos de digestão e síntese em animais, especificando animais ruminantes e não ruminantes.
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NUTRIENTES E SEU METABOLISMO: PROTEÍNAS Prof. Felipe Pinheiro de Souza Médico Veterinário Doutor em Ciência Animal O que são proteínas? Compostos orgânicos mais abundantes C, O, H, N, S *H20 é mais abundante inorgânico *Lipídeos e CHO tam...
NUTRIENTES E SEU METABOLISMO: PROTEÍNAS Prof. Felipe Pinheiro de Souza Médico Veterinário Doutor em Ciência Animal O que são proteínas? Compostos orgânicos mais abundantes C, O, H, N, S *H20 é mais abundante inorgânico *Lipídeos e CHO também são compostos orgânicos Genes carregam as informações para sintetizar proteínas Funções das proteínas Estrutural Formam a maior parte dos músculos , dos órgãos internos, dos tecidos conectivos e cartilaginosos, assim como de componentes externos (pelo, penas, unhas e bico) PROTEÍNAS Do que a proteína é formada? Polímero Aminoácido Aminoácido Aminoácido Aminoácido (Proteína) Ligação peptídica A palavra "polímero" deriva do grego: poli = muitos + meros = partes. Aminoácidos 20 tipos de aminoácidos Organização dos aminoácidos formam proteínas diferentes Grupo ácido carboxílico grupamento amino Radical: De acordo com esse radical, temos os diferentes aminoácidos Como ocorre a ligação peptídica? Na ligação entre 2 aminoácidos libera uma molécula de água. A ligação peptídica ocorre entre o grupo (Ligação peptítica) carboxílico de um aminoácido e o grupo amina de outro. Nessa ligação, ocorre a liberação de H20 Hidrólise Para quebra das proteínas, ocorre a hidrólise entre os aminoácidos (entra água) Quebra a ligação na presença de água Estrutura das proteínas Primária recém sintetizada no ribossomo (sequencia linear) Secundária Se enrola em si mesmo (afinidade entre aminoácidos) Estrutura das proteínas Terciária Interações químicas entre os radicais dos aminoácidos, a cadeia continua se dobrando sobre si mesma Quaternária Se junta com outras cadeias polipeptidicas ESTRUTURA QUATERNARIA Associação de 2 ou + cadeias polipeptídicas Maioria das proteínas globulares Digestão de proteínas Digestão de proteínas Quebradas por proteases Na boca não há enzimas para digerir proteínas Estômago suco gástrico: Células parietais: Ácido clorídrico Células principais: Pepsinogênio Lipase gástrica Alguns medicamentos atuantes no estômago: Omeprazol inibe a bomba de prótons H+/K+ATPase inibindo diretamente o mecanismo de secreção de HCl da célula parietal. *Ranitidina inibe competitivamente a ação da histamina nos receptores H2 das células parietais, reduzindo a secreção ácida gástrica. *Proibida Ativação do pepsinogênio Hidrólise parcial Digestão de proteínas Desnaturação: HCl Perda da forma tridimensional Temperatura, Pressão, pH* Após a desnaturação exposição das ligações peptídicas Ataque das endo e exopeptidases Digestão de proteínas Pepsina (estômago) Tripsina e quimotripsina (intestino) Exopeptidases Carboxipeptidases Digestão de proteínas Intestino delgado (I.D): Tripsina Quimiotripsina Pâncreas (secretadas em Elastase formas inativas. Ativam no Carboxipeptidases I.D) Enteropeptidade Aminopeptidades Intestino Delgado Dipeptidades Tripeptidades Digestão de proteínas Liberam os aminoácidos livres, di ou tri peptídeo e oligopeptídeos remanescentes Di ou tripeptídeos sofrem nova hidrólise, liberando aminoácidos livres Aminoácidos Classificação dos aminoácidos Em relação à essencialidade, os aminoácidos podem ser classificados em essenciais, não essenciais e limitantes. Essenciais: não são sintetizados pelo organismo animal em velocidade suficiente para atender as exigências; Não essenciais: são sintetizados pelo organismo animal em velocidade suficiente para atender as exigências animais e não precisam ser fornecidos na dieta; Limitantes: são aqueles que apresentam concentração limitada para permitir o máximo desempenho animal e a síntese proteica. A ordem de limitação dos aminoácidos varia conforme a espécie animal, ingrediente e idade. Aminoácidos essenciais: Suínos 10 aminoácidos: Lisina (Lys), treonina (Thr), metionina (Met), triptofano (Trp), valina (Val), isoleucina (Ile), leucina (Leu), histidina (His), fenilalanina (Phe) e tirosina (Tyr) e, outros como a glutamina e a arginina, que foram tradicionalmente considerados como não essenciais, são atualmente referidos com condicionalmente essenciais para leitões. Aminoácidos essenciais Aves: 1. Metionina 2. Lisina 3. Treonina 4. Triptofano 5. Arginina 6. Glicina+ Serina 7. Valina 8. Isoleucina 9. Leucina 10.Histidina 11.Fenilalanina 12.Fenilalanina + Tirosina 13.Metionina + Cistina Aminoácidos essenciais – Aves e suínos Os aminoácidos sintéticos tais como L-lisina-HCl, DL- metionina, L-treonina, têm significativa participação na aplicabilidade do conceito de proteína ideal para aves, em que a proteína dietética deve atender aos requerimentos de aminoácidos para a mantença e produção sem deficiências ou excessos. Vantagens no uso de aminoácidos sintéticos para suínos e aves: Redução da PB da ração sem prejuízos ao desempenho animal; Atendimento das exigências de aminoácidos mais próximas da proteína ideal; ·Melhora da eficiência de utilização da proteína, uma vez que são evitadas as deficiências ou excessos de aminoácidos; Redução da excreção de nitrogênio para o ambiente. A figura do barril foi proposta por Liebig (1840), para ilustrar a “Lei do Mínimo”, segundo a qual “o desempenho animal está limitado ao aminoácido essencial em menor disponibilidade” Aminoácidos essenciais Cães: Lisina, arginina, histidina, isoleucina, leucina, metionina- cistina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Dentre esses 10, os mais limitantes para cães são a lisina, arginina e metionina-cistina. Lisina pequena quantidade em fontes de proteína como grãos e cereais, pois esse aminoácido, por ser sensível a altas temperaturas, durante o processamento, pode formar complexos resistentes a digestão não podendo ser aproveitado pelo organismo dos cães. Proteínas de origem animal apresentam as quantidades de lisina adequada para os cães. Aminoácidos essenciais Aminoácidos Funções Gatos: Arginina Participa do ciclo da ureia. Importante para a formação do óxido nítrico e para a síntese de RNA. Taurina Fundamental constituinte da retina. Também apresenta importante papel para a reprodução e funcionamento da musculatura cárdica. Histidina Importante para a formação de histamina. Isoleucina Papel importante na coagulação, pois participa da síntese de hemoglobina. Além disso, participa na regulação da glicemia e reparo muscular. Lisina Precursor da síntese de carnitina. Leucina Participa da síntese do hormônio de crescimento e reparo muscular. Metionina Participa da síntese de carnitina, doador de enxofre e do grupo metil. Além disso, participa da glicogênese. Fenilalanina Precursor da tirosina. Treonina Fonte de energia e para a síntese de proteína muscular. Valina Reparo muscular e importante para o crescimento. Triptofano Importante para a síntese de neurotransmissor. Aminoácidos essenciais - Gatos Arginina: Precisa ser ingerida via proteína animal A arginina impede que a amônia se acumule no organismo (ciclo da uréia) Hiperamonenia (excesso de amônia na corrente sanguínea – letargia, vomito, hipersalivação) Aminoácidos essenciais - Gatos Taurina Deficiência: Doenças reprodutivas, cardiopatia dilatada, degeneração da retina, redução da resposta imune. Produtos de origem animal (vísceras, músculo, mexilhões, camarões) Aminoácidos essenciais - Gatos Gatos apresentam maior necessidade proteica para manutenção e crescimento que os demais mamíferos Não reciclam bem o N Constante perda de nitrogênio na urina Excreção do N Excretas nitrogenadas formadas na degradação, sobretudo, de alguns aminoácidos Digestão e síntese de proteínas em ruminantes PROTEINA DEGRADÁVEL NO RUMEN PDR É a proteína que, potencialmente, está disponível para ser usada pelos microrganismos ruminais. A maior parte da PDR se transforma em amônia no rúmen, sendo que uma pequena parte é proteolisada a aminoácidos e pequenos polipeptídeos, que também são utilizados pelos microrganismos do rúmen. NNP Nitrogênio não proteico O NNP será incorporado aos microrganismos do rumen, transformando-se em proteína microbiana. A proteína microbiana tem excelente qualidade em termos de composição em aminoácidos (isto é, tem alto valor biológico). A capacidade de usar NNP é uma das grandes vantagens dos ruminantes em relação aos monogástricos Uréia DESVANTAGEM Por ser tão rapidamente metabolizada, pode haver uma produção excessiva de amônia e uma retenção de N ineficiente no rúmen. Este excesso pode ir para corrente sanguínea e para o fígado, onde transforma-se em uréia e é excretado pela urina Consumo de grandes quantidades em curto período leva a toxidez Quando a capacidade no sangue supera a capacidade do fígado de converter amônia em uréia. Forma de fornecer uréia aos ruminantes: Introduza a ureia gradativamente Adaptação dos microrganismos Doses crescentes Se houver interrupção reiniciar o período de adaptação. Forma de fornecer uréia aos ruminantes: Exemplo: Com cana de açúcar picada Pobre em proteína (3%) 60% NDT Dose máxima: 1% da uréia na cana picada (9 partes de uréia + 1 parte de sulfato de amônio) ADAPTAÇÃO: 1/3 da dose total na primeira semana 2/3 da dose total na segunda semana Fonte de S 3/3 (1%) na terceira semana microrganismos sintetizarem os aminoácidos metionina e cisteína Forma de fornecer uréia aos ruminantes: Por exemplo, para uma carreta contendo 2.000 kg de cana picada, adiciona-se 6,6 kg de ureia no início da adaptação (2.000 kg x 0,33%). Para animais bem adaptados, a quantidade de ureia, nesse exemplo, pode chegar a 20 kg por carreta de cana picada (2.000 kg x 1,0%). Forma de fornecer uréia aos ruminantes: Evite que o animal ingira a ureia Evite introduzir ureia em uma única dose diária em lotes de animais famintos. Fracione tal dose em várias refeições (tratos) Ou dê preferência por misturar a ureia com um volumoso deixado à vontade dos animais no cocho. Animais vão comendo aos poucos Mistura da ureia no volumoso: faça uma diluição dela em água, empregando quatro litros de Cocho coberto e furado* água para cada 1 kg de ureia. Usar regador e garfo para misturar Forma de fornecer uréia aos ruminantes: A ureia também pode ser fornecida misturada ao concentrado ou junto ao sal mineral Concentrados energéticos representam uma fonte de energia prontamente disponível no rúmen, que vai estimular a proliferação microbiana (e, consequentemente, a síntese de proteína a partir da ureia). Após a adaptação, limitar o fornecimento de ureia a 30 gramas/100 kg de peso do animal/dia Intoxicação por ureia: Sinais clínicos: tremores musculares, salivação intensa, ofegação, timpanismo, apatia, ataxia (incoordenação motora e desequilíbrio) Em casos graves, o animal fica prostrado, com as extremidades estendidas, tem convulsões e taquicardia, e pode morrer. INTOXICAÇÃO POR URÉIA Controle: Infusão oral de ácido acético 5% (3 a 6L por animal) Inibe a ação da urease Fornecimento de água gelada Diminui temperatura ruminal e diminuir a atividade da urease. 20 a 40 L/animal Principais fontes de proteínas na alimentação dos animais domésticos: Lembrando: Ruminante não pode ingerir proteína de origem animal Instrução Normativa nº 41/2009 do MAPA Obrigado [email protected]