Aula IST - Sífilis, Hepatite B, HIV (PowerPoint)
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Summary
Esta apresentação discute os protocolos e recomendações relacionados às infecções sexualmente transmissíveis (IST), focando especificamente na sífilis, hepatite B e HIV. São abordados aspectos de epidemiologia, fisiopatogenia, prevenção e manejo clínico dessas infecções. Informações adicionais como a resistência de alguns microrganismos e a vigilância para a saúde pública também são exploradas.
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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS A ANS surgiu pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, como instância reguladora responsável INFECÇÕES pelo setor de planos de saúde no SEXUALMENT Brasil, vinculada ao Ministério da E...
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS A ANS surgiu pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, como instância reguladora responsável INFECÇÕES pelo setor de planos de saúde no SEXUALMENT Brasil, vinculada ao Ministério da E Saúde. Tem por finalidade TRANSMISSÍV promover a defesa do interesse público na assistência suplementar EIS à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País. As atualizações realizadas no protocolo restringiram-se PCDT para a alguns tópicos específicos, principalmente no que se Atenção refere às orientações sobre o tratamento de sífilis na gestação e à avaliação de criança exposta à sífilis ou Integral às com sífilis congênita. Pessoas com A resistência de Neisseria gonorrhoeae é preocupação Infecções mundial e consta da lista de “patógenos prioritários” resistentes a antibióticos da Organização Mundial da Sexualmente Saúde – OMS. Dados nacionais de vigilância são Transmissíveis – importantes para subsidiar as recomendações presentes em protocolos de tratamentos das IST. IST (PCDT-IST) No caso do gonococo, o Brasil possui uma rede de monitoramento da susceptibilidade do N. gonorrhoeae aos antimicrobianos, o Projeto SenGono, que avalia periodicamente a susceptibilidade do patógeno para guiar as recomendações incluídas no PCDT-IST. Além disso, a vigilância dos patógenos que causam corrimento uretral masculino e úlceras genitais também fazem parte do escopo das ações de vigilância desenvolvidas no país para subsidiar os protocolos de tratamento em nível nacional. Saúde sexual é uma estratégia para a promoção da saúde e do desenvolvimento humano e integra SAÚDE SEXUAL: aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e ABORDAGEM sociais do ser sexual, de maneiras que são positivamente enriquecedoras e que melhoram a CENTRADA NA personalidade, a comunicação, o prazer e o amor. PESSOA COM VIDA SEXUAL A sexualidade é definida como uma questão essencial do ser humano, que contempla sexo, ATIVA identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução, sendo influenciada por uma relação de aspectos biológicos, psicológicos, socioeconômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais4. Pode ser vivida e expressada por meio de pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionam FISIOPATOLOGIA As portas de entrada dos microrganismos que causam IST e os locais de infecção incluem a pele e o revestimento mucoso da uretra, colo do útero, vagina, reto e orofaringe. As IST podem ser adquiridas in utero, a partir da mãe infectada. Os sintomas são variáveis, dependendo do microrganismo infectante, e podem simular outros diagnósticos; os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) recomendam a triagem diagnóstica para pacientes que pertençam a grupos de riscos específicos. PREVENÇÃO COMBINADA E SEXO SEGURO A percepção dos riscos de adquirir uma IST varia de pessoa para pessoa, e sofre mudanças ao longo da vida. A prevenção dessas infecções impulsiona a continuidade de projetos pessoais, como relacionamentos, filhos(as) e vida sexual saudável. Para que a prevenção ocorra com maior eficácia, deve-se usufruir de todos os avanços científicos existentes. A seguir, será detalhado o que é Prevenção Combinada e sexo seguro como ferramentas colaboradoras para a gestão de risco de cada pessoa. É papel do profissional de saúde oferecer orientações centradas na pessoa com vida sexual ativa e em suas práticas, com o intuito de ajudá-la a reconhecer e minimizar seu risco. PREVENÇÃO COMBINADA O termo “Prevenção Combinada” remete à conjugação de diferentes ações de prevenção às IST, ao HIV e às hepatites virais e seus fatores associados. Assim, sua definição está relacionada à combinação de três tipos de intervenções: biomédica, comportamental e estrutural (marcos legais), aplicadas ao âmbito individual e coletivo. A união dessas diferentes abordagens não encerra, contudo, todos os significados e possibilidades da Prevenção Combinada O rastreamento é a realização de testes diagnósticos em pessoas assintomáticas para estabelecer o diagnóstico precoce (prevenção secundária), com o objetivo de reduzir a morbimortalidade do agravo rastreado. Rastreame Diferentemente de rastreamentos, como a mamografia outros nto de IST para câncer de mama, o rastreamento das IST não identifica apenas uma pessoa; ao contrário, estará sempre ligado a uma rede de transmissão. Quando não identificado e tratado o agravo na(s) parceria(s), este se perpetua na comunidade e expõe o indivíduo à reinfecção, caso não se estabeleça a adesão ao uso de preservativos. Manejo clínico de IST SINTOMÁTICAS SÍFILIS A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo. T Trata-se de uma doença conhecida há séculos; seu agente etiológico, descoberto em 1905, é o Treponema pallidum, subespécie SÍFILIS pallidum. Sua transmissão se dá principalmente por contato sexual; contudo, a infecção pode ser transmitida verticalmente para o feto durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada. SÍFILIS A maioria das pessoas com sífilis são assintomáticas; quando apresentam sinais e sintomas, muitas vezes não os percebem ou não os valorizam, e podem, sem saber, transmitir a infecção às suas parcerias sexuais. Quando não tratada, a sífilis pode evoluir para formas mais graves, comprometendo especialmente os sistemas nervoso e cardiovascular. Na gestação, a sífilis pode apresentar consequências severas, como abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e morte do recém-nascido – RN. O Brasil, assim como muitos países, apresenta uma reemergência da doença. Diante disso, os profissionais de saúde devem estar aptos a identificar as manifestações clínicas, conhecer os testes diagnósticos disponíveis, e, principalmente, saber interpretar o resultado do exame para diagnóstico e controle de tratamento A transmissibilidade da sífilis é maior nos estágios iniciais da doença (sífilis primária e secundária), diminuindo gradualmente com o passar do tempo (sífilis latente recente ou tardia). Cabe ressaltar que, no primeiro ano de latência, 25% dos pacientes apresentam recrudescimento do secundarismo e, portanto, pode haver a transmissão. Essa maior TRANSMISS transmissibilidade explica-se pela riqueza de treponemas nas lesões, comuns na sífilis primária (cancro duro) e ÃO DA secundária (lesões muco-cutâneas). As espiroquetas penetram diretamente nas membranas SÍFILIS mucosas ou entram por abrasões na pele e essas lesões se tornam raras ou inexistentes a partir do segundo ano da doença. Em gestantes, a taxa de transmissão vertical de sífilis para o feto é de até 80% intraútero. Essa forma de transmissão pode ocorrer, ainda, durante o parto vaginal, se a mãe apresentar alguma lesão sifilítica. infecção fetal é influenciada pelo estágio da doença na mãe (sendo maior nos estágios primário e secundário) e pelo tempo durante o qual o feto foi exposto. Tal acometimento fetal provoca entre 30% e 50% de morte in útero, parto pré-termo ou morte neonatal. A sífilis é dividida em estágios que orientam o seu tratamento e Classificaç monitoramento, ão clínica conforme segue: da sífilis Sífilis recente (primária, secundária e latente recente): até um ano de evolução; Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de um ano de evolução o tempo de incubação é de dez a 90 dias (média de três semanas). A primeira manifestação é caracterizada por uma úlcera rica em treponemas, geralmente única e indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo, que surge no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais do SÍFILIS tegumento), sendo denominada “cancro duro”. A lesão primária é acompanhada de PRIMÁRIA: linfadenopatia regional (que acomete linfonodos localizados próximos ao cancro duro). Sua duração costuma variar muito, em geral de três a oito semanas, e seu desaparecimento independe de tratamento. Pode não ser notada ou não ser valorizada pelo paciente. Embora de modo menos frequente, em alguns casos a lesão primária pode ser múltipla. Sífilis secundária: ocorre em média entre seis semanas e seis meses após a cicatrização do cancro, ainda que manifestações iniciais, recorrentes ou subentrantes do secundarismo possam surgir em um período de até um ano. Excepcionalmente, as lesões podem ocorrer em Sífilis concomitância com a manifestação primária. As manifestações são muito variáveis,mas segue uma SECUNDÁR cronologia própria IA Inicialmente, apresenta-se uma erupção macular eritematosa pouco visível (roséola), principalmente no tronco e raiz dos membros. Nessa fase, são comuns as placas em mucosas, assim como lesões acinzentadas e pouco visíveis nas mucosas. As lesões cutâneas progridem para lesões mais evidentes, papulosas e eritematoacastanhadas, que podem atingir todo o tegumento, sendo frequentes nos genitais. Habitualmente, acometem a região plantar e palmar, com um colarinho de escamação característico, em geral não pruriginoso. to variáveis, mas tendem a seguir uma SÍFILIS LATENTE período em que não se observa nenhum sinal ou sintoma. O diagnóstico faz-se exclusivamente pela reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos. A maioria dos diagnósticos ocorre nesse estágio. A sífilis latente é dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção). Aproximadamente 25% dos pacientes não tratados intercalam lesões de secundarismo com períodos de latência. sífilis terciária ocorre em aproximadamente 15% a 25% das infecções não tratadas, após um período variável de latência, podendo surgir entre um e 40 anos depois do início da infecção. A inflamação causada pela sífilis nesse estágio provoca destruição tecidual. É comum o acometimento dos sistemas nervoso e cardiovascular. Além disso, verifica-se a formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido. As lesões podem causar desfiguração, incapacidade e até morte Métodos diagnósticos de sífilis Os testes utilizados para o diagnóstico de sífilis são divididos em duas categorias: exames diretos e testes imunológicos EXAMES DIRETOS DE SÍFILIS Os exames diretos são aqueles em que se realiza a pesquisa ou detecção do T. pallidum em amostras coletadas diretamente das lesões, Os testes imunológicos são, certamente, os mais utilizados na prática clínica. Caracterizam-se pela realização de TESTES pesquisa de IMUNOLÓGIC anticorpos em amostras de OS DE SÍFILIS sangue total, soro ou plasma. Esses testes são subdivididos em duas classes, os treponêmicos e os não treponêmicos TESTES TREPONÊMICOS Testes treponêmicos: são testes que detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos de T. pallidum. São os primeiros a se tornarem reagentes, podendo ser utilizados como primeiro teste ou teste complementar. Em 85% dos casos, permanecem reagentes por toda vida, mesmo após o tratamento e, por isso, não são indicados para o monitoramento da resposta ao tratamento. EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE TESTES TREPONÊMICOS: TESTE DE HEMAGLUTINAÇÃO TESTES RÁPIDOS Testes de hemaglutinação (TPHA, do inglês T. Pallidum Haemagglutination Test) e de aglutinação Os testes rápidos – TR utilizam de partículas (TPPA, do inglês T. Pallidum Particle Agglutination Assay); ensaios de micro- principalmente a metodologia de hemaglutinação (MHA-TP, do inglês Micro- Haemagglutination Assay); imunocromatografia de fluxo lateral ou › Teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs, do inglês Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption); de plataforma de duplo percurso – DPP. › Os TR são práticos São distribuídos pelo eMinistério de fácil execução, da Ensaios imunoenzimáticos (como os testes ELISA, do inglês EnzymeLinked Immunosorbent Assay) e com leitura do resultado em, suas variações, como os ensaios de Saúde para os estados no máximo, e o Distrito 30 minutos. Utilizam quimiluminescência (CMIA, do inglês amostras de sangue total colhidas Chemiluminescent Microparticle Immunoassay). A Federal,por sendo os digital punção mais indicados ou venosa.para Têm a vantagem desses ensaios é sua elevada sensibilidade e capacidade de automação. vantagem de ser realizados no início de diagnóstico; momento da consulta, possibilitando tratamento imediato TESTES NÃO TREPONÊMICOS: esses testes detectam anticorpos anticardiolipina não específicos para os antígenos do T. pallidum. Permitem uma análise qualitativa e quantitativa. Sempre que um teste não treponêmico é realizado, é imprescindível analisar a amostra pura e diluída, em virtude do fenômeno prozonac. Uma vez observada reatividade no teste, a amostra deve ser diluída em um fator dois de diluição, até a última diluição em que não haja mais reatividade no teste. O resultado final dos testes reagentes, portanto, deve ser expresso em títulos (1:2, 1:4, 1:8 etc.). Os testes não treponêmicos são utilizados para o diagnóstico (como primeiro teste ou teste complementar) e também para o monitoramento da resposta ao tratamento e controle de cura. ATENÇÃO A queda adequada dos títulos é o indicativo de sucesso do tratamento. Os testes não treponêmicos mais comumente utilizados no Brasil são o VDRL (do inglês Venereal Disease Research Laboratory), o RPR (do inglês Rapid Plasma Reagin) e o USR (do inglês Unheated-Serum Reagin). Resultados falso-reagentes, ainda que raros, são passíveis de ocorrer MANEJO CLÍNICO A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento de sífilis, sendo a única droga com eficácia documentada durante a gestação. Não há evidências de resistência de T. pallidum à penicilina no Brasil e no mundo. Outras opções para não gestantes, como a doxiciclina e a ceftriaxona, devem ser usadas somente em conjunto com um acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso, para garantir resposta clínica e cura sorológica. Devido ao cenário epidemiológico atual, recomenda-se tratamento imediato com benzilpenicilina benzatina após somente um teste reagente para sífilis (teste treponêmico ou teste não treponêmico) nas seguintes situações (independentemente da presença de sinais e sintomas de sífilis): › Gestantes; › Vítimas de violência sexual; › Pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao serviço); Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primária ou secundária; › Pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis A realização do tratamento com apenas um teste reagente para sífilis não exclui a necessidade de realização do segundo teste (melhor análise diagnóstica), de monitoramento laboratorial (controle de cura) e de tratamento das parcerias sexuais (interrupção da cadeia de IMPORTANT transmissão). E Para pacientes sintomáticos com suspeita de sífilis primária e secundária e impossibilidade de realização de qualquer teste diagnóstico, recomenda- se tratamento empírico imediato para sífilis recente, assim como para as respectivas parcerias sexuais. APLICAÇÃO DE BENZILPENICILINA BENZATINA Atualmente, a compra e a distribuição de A benzilpenicilina benzilpenicilina benzatina deve ser Como medida de benzatina e administrada garantia de acesso, a benzilpenicilina exclusivamente por benzilpenicilina potássica/cristalina via intramuscular. A benzatina e a apresentam como região ventro-glútea é benzilpenicilina base de cálculo a a via preferencial, por potássica/cristalina série histórica de ser livre de vasos e passaram a ser consumo e o nervos importantes, componentes movimento de sendo tecido estratégicos na estoque, registrados subcutâneo de menor Relação Nacional de nos sistemas de espessura, o que Medicamentos informação do resulta em poucos Essenciais (Rename) Ministério da Saúde. efeitos adversos e dor 2017, com aquisição Além disso, também local45. Outros locais centralizada pelo são considerados os alternativos para Ministério da Saúde. casos notificados de aplicação são a região sífilis adquirida, sífilis do vasto lateral da em gestantes e sífilis coxa e o dorso glúteo. congênita. Reação de Jarisch- Herxheimer A reação de Jarisch-Herxheimer é um evento que pode ocorrer durante as 24 horas após a primeira dose de penicilina, em especial nas fases primária ou secundária. Caracteriza-se por exacerbação das lesões cutâneas, mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, que regridem espontaneamente após 12 a 24 horas49. Pode ser controlada com o uso de analgésicos simples, conforme a necessidade, sem ser preciso descontinuar o tratamento. As pessoas com prescrição de tratamento devem ser alertadas quanto à possibilidade de ocorrência dessa reação, em especial para que se faça distinção em relação aos quadros de alergia à penicilina. Estes são muito raros com o uso da benzilpenicilina benzatina e, quando ocorrem, apresentam-se frequentemente na forma de urticária e exantema pruriginoso. Gestantes que apresentam essa reação podem ter risco de trabalho de parto prematuro em razão da liberação de prostaglandinas em altas doses. Entretanto, caso a gestante não seja tratada adequadamente para sífilis, o risco de abortamento ou morte fetal é maior que os riscos potenciais da reação Em qualquer instituição de assistência à saúde, é preciso haver um mecanismo para assegurar a notificação de todos os pacientes diagnosticados com uma IST notificável ao serviço de saúde pública estadual ou municipal, a fim de garantir o acompanhamento na comunidade. O serviço de saúde pública é responsável pela identificação, notificação e triagem dos contatos sexuais. As lesões da sífilis primária e da sífilis secundária podem ser altamente infecciosas. São utilizadas luvas quando existir a probabilidade de contato direto com as lesões, e efetua- se higiene das mãos após remoção das luvas AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Pedir ao paciente que descreva o início e a progressão dos sintomas, incluindo a localização de qualquer lesão e a descrição da drenagem, quando presente. Esclarecer por que essas informações são necessárias Esclarecer quaisquer termos não familiares empregados pelo paciente ou pelo enfermeiro A confidencialidade como modo de proteção é importante quando se discutem questões sexuais; efetuar a coleta sistemática de dados: parceiros, prevenção da gravidez, proteção das IST, práticas, história pregressa de IST Descrever o processo de notificação compulsória e os recursos disponíveis para ajudar os parceiros sexuais ou lactentes e crianças O exame físico inclui inspeção à procura de exantemas, lesões, drenagem, secreção ou edema; palpar os linfonodos inguinais para verificar a existência de hipersensibilidade e edema; inspecionar a boca (com o uso de luvas) quanto a sinais de inflamação ou exsudato; as mulheres são examinadas à procura de hipersensibilidade abdominal ou uterina DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Ansiedade Conhecimento relacionada com a deficiente sobre a Comportamento estigmatização doença e o risco de saúde antecipada e com de disseminação propenso a risco. o prognóstico e as da infecção complicações Com base nos dados de avaliação, as complicações potenciais que podem desenvolver-se incluem as seguintes: Gravidez ectópica Infertilidade Transmissão da infecção ao feto, resultando em anormalidades congênitas e outros resultados PROBLEMAS COLABORATIVOS/COMPLICA Neurossífilis ÇÕES POTENCIAIS Meningite gonocócica Artrite gonocócica Aortite sifilítica Complicações relacionadas com o HIV. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AUMENTO DO CONHECIMENTO E PREVENÇÃO DA DISSEMINAÇÃO DA DOENÇA Fornecer orientação sobre IST, agentes etiológicos, modo de transmissão e prevenção da disseminação das IST para outras pessoas Ressaltar a importância de concluir o tratamento, conforme prescrição, e a necessidade de relatar quaisquer efeitos colaterais ou progressão dos sintomas. Reiterar que a exposição sexual contínua à mesma pessoa pode levar a uma reinfecção, a não ser que o parceiro seja tratado Incentivar o paciente a discutir quaisquer motivos para a resistência ao uso de preservativos. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM REDUÇÃO DA ANSIEDADE Incentivar o paciente a discutir as ansiedades e os medos associados ao diagnóstico, tratamento ou prognóstico Fornecer um plano de ensino individualizado que inclua a tranquilização do paciente; ajudá- lo a planejar uma conversa franca com o parceiro Quando indicado, considerar o encaminhamento a um assistente social para ajudar o paciente com discussões difíceis. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AUMENTO DA ADESÃO AO TRATAMENTO Uma discussão aberta sobre informações relativas às IST em ambientes de grupos (p. ex., clínica obstétrica ambulatorial) ou em um contexto individual facilita a orientação ao paciente A explicação concreta das causas, consequências, tratamentos, prevenção e responsabilidades pode reduzir o desconforto e eliminar informações incorretas O encaminhamento a serviços apropriados pode complementar os esforços de orientação individuais e assegurar que as dúvidas ou incertezas posteriores possam ser abordadas por especialistas. MONITORAMENTO E MANEJO DAS COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Infertilidade e risco aumentado de gravidez ectópica As IST podem levar à DIP e, subsequentemente, a um risco aumentado de gravidez ectópica e infertilidade. infecções congênitas Todas as IST podem ser transmitidas ao feto in utero ou por ocasião do nascimento. As complicações da infecção congênita podem incluir desde infecção localizada (p. ex., faringite por N. gonorrhoeae) até anormalidades congênitas (p. ex., cessação do crescimento ou surdez causadas por sífilis congênita) e doença potencialmente fatal (p. ex., infecção congênita por herpes-vírus simples). MONITORAMENTO E MANEJO DAS COMPLICAÇÕES POTENCIAIS Neurossífilis, meningite gonocócica, artrite gonocócica e aortite sifilítica As IST podem provocar infecção disseminada. O sistema nervoso central pode ser infectado, conforme observado nos casos de neurossífilis ou de meningite gonocócica. A gonorreia que infecta o sistema esquelético pode resultar em artrite gonocócica. A sífilis pode infectar o sistema cardiovascular por meio da formação de lesões vegetativas sobre as valvas mitral ou aórtica. Complicações relacionadas com o vírus da imunodeficiência humana A infecção pelo HIV leva à imunossupressão profunda, característica da AIDS. Entre as complicações da infecção pelo HIV, destacam-se muitas infecções oportunistas, incluindo aquelas causadas por Pneumocystis jiroveci, Cryptococcus neoformans, citomegalovírus e Mycobacterium avium. Ver Síndrome de imunodeficiência adquirida | Infecção pelo HIV, na Seção S, para informações mais detalhadas. Tem RESULTADOS conhecimento Demonstra um ESPERADOS sobre as IST e seu modo de comportamento menos ansioso DO transmissão PACIENTE Realiza o Adere ao tratamento tratamento efetivo Realiza exames de Não apresenta acompanhamen complicações. to, quando necessário SAE A PESSOAS COM HIV/AIDS SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA | INFECÇÃO PELO HIV A síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) é definida como a forma mais grave de um continuum de doenças associadas à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O HIV pertence a um grupo de vírus conhecidos como retrovírus. Esses vírus transportam seu material genético na forma de ácido ribonucleico (RNA), em lugar do ácido desoxirribonucleico. Ocorre infecção pelo HIV quando o vírus entra na célula (T) CD4+ do hospedeiro e induz a célula a replicar o RNA e proteínas virais, que, por sua vez, invadem outras células CD4+. O estágio da doença pelo HIV baseia-se na história clínica, no exame físico, nas evidências laboratoriais de disfunção imune, nos sinais e sintomas e em infecções e neoplasias malignas. A definição de caso padrão da AIDS pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) categoriza a infecção pelo HIV e a AIDS em adultos e adolescentes com base nas condições clínicas associadas à infecção pelo HIV e contagens de células T CD4+. Foram reconhecidos três estágios de estados infectados. Estágio 1 ou infecção primária: infecção aguda/recente pelo HIV, síndrome do HIV aguda: acentuada queda das contagens de linfócitos T CD4+ para > 500; Estágio 2: HIV sintomático: 200 a 499 linfócitos T CD4+/mm3; Estágio 3: AIDS: menos de 200 linfócitos T CD4+/mm3 TRANSMISSÃO DO HIV O HIV é transmitido nos líquidos corporais por meio de comportamentos de alto risco, como relação sexual com um parceiro infectado pelo HIV e uso de substâncias IV ou injetáveis. As pessoas que receberam transfusões de sangue ou de hemoderivados contaminados com o vírus HIV, as crianças nascidas de mães com infecção pelo HIV que não fizeram tratamento pré-natal, os lactentes amamentados por mães infectadas pelo HIV e os profissionais de saúde expostos à lesão perfurocortante associada ao paciente infectado também correm risco. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sintomas são disseminados e podem acometer qualquer sistema de órgãos. As manifestações incluem desde anormalidades leves na resposta imune, sem sinais e sintomas francos, até imunossupressão profunda, infecção potencialmente fatal, neoplasia maligna e o efeito direto do HIV sobre os tecidos corporais MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES RESPIRATÓRIAS GASTRINTESTINAIS Falta de ar, dispneia, tosse, dor Perda de apetite. torácica e febre estão associadas a Náuseas e vômitos. infecções oportunistas, como aquelas causadas por Candidíase oral e esofágica (placas Pneumocystis jiroveci (pneumonia esbranquiçadas, deglutição por Pnemocystis [PPC], a infecção dolorosa, dor retroesternal e, mais comum), Mycobacterium possivelmente, lesões orais). avium-intracellulare, Diarreia crônica, possivelmente citomegalovírus (CMV) e espécies com efeitos devastadores (p. ex., de Legionella. perda de peso profunda, Tuberculose associada ao HIV desequilíbrios hidreletrolíticos, ocorre precocemente na evolução escoriação da pele perianal, da infecção pelo HIV, precedendo fraqueza e incapacidade de com frequência o diagnóstico de realizar as atividades da vida AIDS. diária). Desnutrição energético-proteica multifatorial consumptiva Perda de peso involuntária e pronunciada, de mais de 10% do peso corporal basal (caquexia) Síndrome Diarreia crônica (de mais de 30 dias de duração) ou fraqueza crônica e febre intermitente ou constante documentada, na ausência de qualquer doença concomitante Anorexia, diarreia, má absorção gastrintestinal (GI), falta de nutrição e, em alguns pacientes, estado hipermetabólico. MANIFESTAÇÕE S ONCOLÓGICAS Determinados tipos de câncer ocorrem frequentemente em pessoas com AIDS e são considerados condições que definem a AIDS. O sarcoma de Kaposi (SK) é a neoplasia maligna mais comum relacionada com HIV, que acomete a camada endotelial dos vasos sanguíneos e linfáticos (exibindo uma evolução variável e agressiva, incluindo desde lesões cutâneas localizadas até doença disseminada acometendo múltiplos sistemas orgânicos) Os linfomas de células B constituem a segunda neoplasia maligna mais comum; tendem a se desenvolver fora dos linfonodos, mais comumente no cérebro, na medula óssea e no trato GI. Geralmente esses tipos de linfoma são de grau mais alto, indicando um crescimento agressivo e resistência ao tratamento Pode ocorrer câncer cervical invasivo. MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS Os distúrbios neurocognitivos associados ao HIV consistem em comprometimento cognitivo, que frequentemente é acompanhado de disfunção motora e alteração do comportamento. A neuropatia periférica relacionada com o HIV é comum na trajetória da infecção pelo HIV e pode ocorrer em uma variedade de padrões, cujo tipo observado com mais frequência consiste em polineuropatia sensitiva distal (PNSD) ou polineuropatia simétrica distal. A PNSD pode causar dor significativa e diminuição da função A encefalopatia pelo HIV (anteriormente designada como complexo de demência da AIDS) é uma síndrome clínica que se caracteriza por um declínio progressivo das funções cognitiva, comportamental e motora. Os sintomas consistem em déficits de memória, cefaleia, dificuldade de concentração, confusão progressiva, alentecimento psicomotor, apatia e ataxia e, nos estágios mais avançados, comprometimento cognitivo global, retardo nas respostas verbais, olhar “vazio”, paraparesia espástica, hiper-reflexia, psicose, alucinações, tremores, incontinência, convulsões, mutismo e morte, Cryptococcus neoformans é uma infecção fúngica (caracterizada por febre, cefaleia, mal-estar, rigidez de nuca, náuseas, vômitos, alterações do estado mental e convulsões) A leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML) é um distúrbio desmielinizante do sistema nervoso central (que causa confusão mental, cegueira, afasia, fraqueza muscular, paresia e morte) Outras infecções comuns que acometem o sistema nervoso incluem infecções por Toxoplasma gondii, CMV e Mycobacterium tuberculosis MANIFESTAÇÕES DEPRESSIVAS As causas de depressão são multifatoriais e podem incluir história de doença mental preexistente, transtornos neuropsiquiátricos, fatores psicossociais e resposta aos sintomas físicos Os indivíduos com HIV/AIDS que estão deprimidos podem sentir culpa irracional e vergonha, perda da autoestima, sentimentos de desamparo e inutilidade, bem como ideação suicida. MANIFESTAÇÕES TEGUMENARES SK, herpes simples, herpes-zóster e várias formas de dermatite associados a vesículas dolorosas MANIFESTAÇ Foliculite associada à pele seca e descamativa ou dermatite atópica (eczema ou psoríase). ÕES MANIFESTAÇÕES GINECOLÓGICAS A candidíase vaginal persistente ou recorrente pode constituir o primeiro sinal de infecção pelo HIV As doenças sexualmente transmissíveis ulcerativas, como o cancroide, a sífilis e o herpes, são mais graves em mulheres com infecção pelo HIV O papilomavírus humano provoca verrugas venéreas e constitui fator de risco para a neoplasia intraepitelial cervical, uma alteração celular que frequentemente constitui um precursor para o câncer cervical AS mulheres com HIV têm probabilidade 10 vezes maior de desenvolver neoplasia intraepitelial cervical As mulheres com HIV têm maior incidência de doença inflamatória pélvica e anormalidades menstruais (amenorreia ou sangramento entre os períodos menstruais). AVALIAÇÃO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS A confirmação da existência de anticorpos anti-HIV é Além desse ensaio para obtida utilizando-se o anticorpos HIV-1, dispõe-se, imunoensaio enzimático atualmente, de duas técnicas (anteriormente ensaio adicionais: o teste da saliva imunoabsorvente ligado à OraSure® e o teste para enzima), o ensaio Western anticorpo HIV-1 OraQuick® blot e testes de carga viral Rapid como métodos de amplificação de alvos. PROCESSO DE ENFERMAGEM Avaliação Identificar os fatores de risco potenciais, incluindo práticas sexuais e história de uso de substâncias IV/injetáveis. Avaliar o estado físico e psicológico do paciente. por completo os fatores que afetam o funcionamento do sistema imune ESTADO NUTRICIONAL história nutricional Identificar os fatores passíveis de interferir na ingestão oral, como anorexia, náuseas, vômitos, dor oral ou dificuldade na deglutição Avaliar a capacidade de o paciente comprar e preparar o alimento Medir o estado nutricional por meio do peso, medidas antropométricas (prega do tríceps), níveis sanguíneos de ureia e níveis séricos de proteína, albumina e transferrina. INTEGRIDADE DA PELE Inspecionar diariamente a pele e as mucosas quanto à ocorrência de solução de continuidade, ulceração e infecção Monitorar a cavidade oral quanto à existência de rubor, ulcerações e placas branco-cremosas (candidíase) Avaliar a área perianal à procura de escoriações e infecção Obter culturas das feridas para identificar osmicrorganismos infecciosos. ESTADO RESPIRATÓRIO Monitorar o paciente quanto à ocorrência de tosse, produção de escarro, falta de ar, ortopneia, taquipneia e dor torácica; avaliar os sons respiratórios Avaliar outros parâmetros da função pulmonar (radiografias de tórax, gasometria arterial [GA], oximetria de pulso e provas de função pulmonar). ESTADO NEUROLÓGICO Avaliar o estado mental o mais cedo possível para obter Examinar o valores de paciente à Observar o referência. procura de paciente quanto Determinar o déficits à existência de Observar a nível de sensoriais, como comprometiment ocorrência de consciência e a alterações o motor, como atividade orientação do visuais, cefaleia e alteração da convulsiva. paciente quanto dormência e marcha, paresia a pessoas, formigamento ou paralisia espaço e tempo, dos membros bem como a ocorrência de lapsos de memória NÍVEL DE CONHECIMENTO Avaliar o nível de Explorar a reação Avaliar o nível de conhecimento do do paciente ao conhecimento da paciente acerca da diagnóstico de família e dos doença e sua infecção pelo HIV amigos transmissão ou AIDS Explorar as maneiras pelas Identificar os quais o paciente recursos do lidou com a doença paciente para e os principais suporte. estressores da vida no passado DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Intolerância à atividade Confusão mental integridade da pele relacionada com fraqueza, relacionada com redução prejudicada relacionada Diarreia relacionada com Risco de infecção fadiga, desnutrição, do tempo de atenção, com as manifestações patógenos entéricos ou relacionado com comprometimento do comprometimento da cutâneas da infecção pelo infecção pelo HIV imunodeficiência equilíbrio hidreletrolítico e memória e desorientação HIV, escoriações e diarreia hipoxia caracterizada por associada à encefalopatia infecções pulmonares pelo HIV Troca de gases prejudicada Dor aguda e crônica Interação social relacionada com infecção, relacionada com o Nutrição desequilibrada: prejudicada relacionada Pesar relacionado com as aumento das secreções comprometimento da aporte menor do que as com o estigma da doença, mudanças no estilo de vida brônquicas e capacidade integridade da pele necessidades corporais, esquiva dos sistemas de e papéis e com o diminuída de tossir em perianal em consequência relacionada com a apoio, procedimentos de prognóstico desfavorável consequência de fraqueza e de diarreia, SK e neuropatia diminuição do aporte oral isolamento e medo de fadiga periférica infectar outras pessoas Conhecimento deficiente relacionado com a infecção pelo HIV, meios de evitar a transmissão do HIV e autocuidado PROBLEMAS COLABORATIVOS/CO MPLICAÇÕES POTENCIAIS Infecções oportunistas Comprometimento da respiração ou insuficiência respiratória Síndrome consumptiva e distúrbio hidreletrolítico Reação adversa aos medicamentos. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PROMOÇÃO DA INTEGRIDADE DA PELE Avaliar a pele e a mucosa oral à procura de alterações no aspecto físico, localização e tamanho das lesões e evidências de infecção e solução de continuidade; incentivar cuidado oral regular Incentivar o paciente a ter equilíbrio entre repouso e mobilidade, sempre que possível; ajudar os pacientes imóveis a mudarem de posição a cada 2 horas Utilizar dispositivos como colchão pneumático com pressão alternada e leitos com baixa perda de ar Incentivar o paciente a evitar coçar, a usar sabonetes não abrasivos e não ressecantes e a aplicar hidratantes da pele sem perfume sobre a pele seca; administrar agentes antipruriginosos, antibióticos, agentes analgésicos, loções medicadas, pomadas e curativos, conforme prescrição; evitar o uso excessivo de esparadrapo Manter as roupas de cama sem dobras e evitar o uso de roupas apertadas ou restritivas para reduzir o atrito da pele Aconselhar o paciente com lesões nos pés a usar meias de algodão e calçados que não provoquem transpiração dos pés Avaliar a região perianal do paciente à procura de comprometimento da integridade da pele e infecção. Orientar o paciente a manter a área a mais limpa possível, a realizar a higiene depois de cada evacuação, a tomar banhos de assento ou efetuar uma irrigação e secar por completo a pele após a limpeza Ajudar o paciente debilitado na manutenção das práticas higiênicas Promover a cicatrização com pomadas tópicas e loções, conforme prescrição. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PROMOÇÃO DOS PADRÕES INTESTINAIS HABITUAIS Avaliar os padrões intestinais Medir e documentar o volume quanto à ocorrência de Avaliar os fatores que de fezes líquidas, bem como a diarreia (frequência e aumentam a frequência da perda de volume de líquido; consistência das fezes, dor ou diarreia obter culturas de fezes. cólica com as evacuações) Monitorar os resultados Orientar o paciente sobre as maneiras de diminuir a Administrar os medicamentos diarreia (repouso do intestino, prescritos, como agentes Avaliar as estratégias de evitar o consumo de anticolinérgicos, autocuidado usadas pelo alimentos que atuem como antiespasmódicos ou paciente para controlar a irritantes intestinais, incluindo opioides, antibióticos e diarreia. frutas e vegetais crus); agentes antifúngicos incentivar refeições pequenas e frequentes INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PREVENÇÃO DA INFECÇÃO Orientar o paciente e os cuidadores a monitorarem os sinais e sintomas de infecção. Recomendar estratégias para evitar a ocorrência de infecção (infecções das vias respiratórias superiores) Monitorar os resultados dos exames laboratoriais que indicam a existência de infecção, como contagem de leucócitos e contagem diferencial; ajudar na obtenção de amostras de cultura, conforme prescrição Incentivar fortemente o paciente e parceiros sexuais a evitarem a exposição a líquidos corporais e a utilizar preservativos para qualquer atividade sexual Desencorajar fortemente o uso de drogas IV e injetáveis em decorrência do risco de outras infecções e de transmissão da infecção pelo HIV ao paciente Manter técnica asséptica estrita para procedimentos invasivos. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM MELHORA DA TOLERÂNCIA À ATIVIDADE Orientar o paciente Diminuir a ansiedade Monitorar a capacidade Ajudar no planejamento sobre técnicas de que contribui para a de o paciente deambular das rotinas diárias para conservação da energia fraqueza e a fadiga, e realizar as atividades manter equilíbrio entre (p. ex., sentar enquanto utilizando medidas como da vida diária atividade e repouso se lava ou enquanto relaxamento e prepara uma refeição) visualização orientada Colaborar com outros membros da equipe de Reorientar o paciente saúde para revelar e MANUTENÇÃO DA Avaliar o paciente quanto a pessoas, espaço abordar fatores COERÊNCIA DOS quanto à existência de e tempo, se necessário; associados à fadiga (p. PROCESSOS DE alterações do estado manter e fornecer horário ex., epoetina alfa para PENSAMENTO mental diário regular fadiga relacionada com anemia). Providenciar luzes Fornecer instruções e noturnas para o quarto e orientar a família a falar para o banheiro. Planejar com o paciente de atividades de lazer maneira lenta, simples e seguras que o paciente clara apreciava anteriormente INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM MELHORA DA DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS Providenciar a fisioterapia respiratória, como tosse, Avaliar e documentar a Ajudar o paciente a assumir respiração profunda, avaliar, ao menos existência de tosse e a uma posição (como a drenagem postural, diariamente, estado quantidade e características posição de Fowler alta ou percussão e vibração, a cada respiratório, estado mental e do escarro, e enviar uma semi-Fowler) que facilite a 2 horas, a fim de evitar a cor da pele do paciente amostra para análise, respiração e a desobstrução estase das secreções e conforme solicitado das vias respiratórias promover a desobstrução das vias respiratórias Providenciar oxigenoterapia, Incentivar o repouso Avaliar a hidratação do aspiração, auxiliar no suporte adequado para minimizar o paciente; incentivar o ventilatório (intubação e gasto de energia e evitar a consumo diário de 3 ℓ ventilação mecânica), fadiga quando necessário. MELHORA DO ESTADO NUTRICIONAL Administrar medicamentos Com base na avaliação dos antieméticos prescritos para fatores que interferem na controlar as náuseas e os vômitos; Avaliar o peso do paciente; o ingestão oral, implementar incentivar o paciente a consumir aporte nutricional; as medidas medidas específicas para facilitar alimentos fáceis de deglutir e a antropométricas e os níveis a ingestão oral; consultar um evitar alimentos condimentados séricos de albumina, ureia, nutricionista para determinar as ou espessos, bem como alimentos proteína e transferrina necessidades nutricionais do excessivamente quentes ou frios; paciente incentivar a higiene oral antes e depois das refeições Incentivar o repouso antes das Orientar o paciente sobre as Fornecer alimentação enteral ou refeições; não agendar refeições maneiras de suplementar o valor parenteral, quando indicado, para após procedimentos dolorosos ou nutricional das refeições (p. ex., manter o estado nutricional. desagradáveis acrescentar ovos, manteiga, leite) DIMINUIÇÃO DA SENSAÇÃO DE ISOLAMENTO SOCIAL Proporcionar atmosfera de aceitação e compreensão para pacientes com AIDS, suas famílias e parceiros Avaliar o nível habitual de interação social do paciente precocemente, a fim de obter um valor de referência para monitorar a ocorrência de qualquer alteração do comportamento Incentivar o paciente a expressar sentimentos de isolamento e solidão; assegurar ao paciente que esses sentimentos não são únicos nem anormais Orientar o paciente, sua família e amigos sobre o fato de que a AIDS não se dissemina por contato casual. MELHORA DO CONHECIMENTO SOBRE O HIV Orientar o paciente Orientar o paciente e Certificar-se de que o acerca do propósito dos sua família sobre a paciente evite o contato medicamentos, sua infecção pelo HIV, os com outras pessoas que administração correta, meios de prevenção da apresentem infecções efeitos colaterais e transmissão do HIV e as ativas, como infecções estratégias para medidas apropriadas de das vias respiratórias controlar ou prevenir os autocuidado superiores. efeitos colaterais ALÍVIO DA DOR E DO DESCONFORTO Incentivar o paciente a Avaliar o paciente quanto Explorar os efeitos da dor utilizar almofadas macias a qualidade e intensidade sobre a eliminação, a ou acolchoados de da dor associada ao nutrição, o sono, o afeto e espuma quando na comprometimento da a comunicação, posição sentada, bem integridade da pele juntamente com os como anestésicos tópicos perianal, lesões do SK e fatores de exacerbação e ou pomadas, conforme neuropatia periférica de alívio prescrição Orientar o paciente a Administrar opioides e evitar o consumo de Administrar agentes anti- antidepressivos tricíclicos, alimentos que atuem inflamatórios não e usar meias de como irritantes e a usar esteroides e opioides, e compressão elásticas agentes antiespasmódicos usar abordagens não recomendadas, conforme e medicamentos farmacológicas, como prescrição, para ajudar a antidiarreicos, quando técnicas de relaxamento aliviar a dor neuropática. necessário Ajudar o paciente a explorar e a identificar os recursos de apoio e os mecanismos de enfrentamento ENFRENTAMEN Incentivar o paciente a manter contato TO DO PESAR com a família, amigos e colegas de trabalho e a realizar as atividades habituais, sempre que possível Incentivar o paciente a participar de grupos de apoio para AIDS e a identificar perdas e lidar com elas, quando possível. PROMOÇÃO DOS CUIDADOS DOMICILIAR, COMUNITÁRIO E DE TRANSIÇÃO: ORIENTAÇÃO AO PACIENTE SOBRE AUTOCUIDADOS Discutir minuciosamente a doença e todos os medos e conceitos errôneos; orientar o paciente, família e amigos sobre a transmissão da AIDS Discutir as precauções para evitar a transmissão do HIV: utilizar preservativos durante a relação vaginal ou anal; utilizar uma proteção dental ou evitar o contato oral com o pênis, a vagina ou o reto; evitar práticas sexuais que possam cortar ou lacerar o revestimento do reto, da vagina ou do pênis; e evitar o contato sexual com múltiplos parceiros, indivíduos HIV- positivos, os que fazem uso de substâncias injetáveis e aqueles que sejam parceiros sexuais de indivíduos que fazem uso de substâncias injetáveis Orientar o paciente e sua família sobre como evitar a transmissão da doença, incluindo higiene das mãos e métodos de manuseio seguro de objetos sujos com líquidos orgânicos Orientar o paciente a não doar sangue Ressaltar a importância de ingerir os medicamentos, conforme prescrição. Ajudar o paciente e os cuidadores a adaptarem o esquema de medicamentos em suas vidas Orientar o paciente na administração dos medicamentos, incluindo preparações IV Orientar o paciente sobre diretrizes de controle da infecção, cuidado de acompanhamento, dieta, repouso e atividades Orientar o paciente e sua família sobre como administrar alimentação enteral ou parenteral, quando aplicável Oferecer apoio e orientação no enfrentamento dessa doença. PROMOÇÃO DOS CUIDADOS DOMICILIAR, COMUNITÁRIO E DE TRANSIÇÃO : CUIDADO CONTINUADO E DE TRANSIÇÃO Ajudar o paciente na Encaminhar o paciente e sua administração dos antibióticos família para o serviço de Ajudar a família e os parenterais, quimioterapia, Fornecer apoio emocional ao atendimento domiciliar ou cuidadores a efetuarem o nutrição, cuidado de feridas paciente e à sua família cuidados paliativos para apoio cuidado de apoio complicadas e cuidado físico e emocional respiratório Encaminhar o paciente para programas comunitários, assistência nos serviços domésticos, refeições, Incentivar o paciente e a transporte, compras, terapia família a discutirem as Reavaliação individual ou de grupo, apoio decisões de fase terminal. para cuidadores, redes de telefones para o paciente confinado em casa e assistência legal e financeira RESULTADOS ESPERADOS DO PACIENTE Mantém o nível Mantém a Retoma os hábitos Não apresenta adequado de integridade da pele intestinais habituais infecções tolerância às atividades Mantém Apresenta maior Mantém os Mantém estado desobstrução sensação de processos habituais nutricional efetiva das vias conforto e menos de pensamento adequado respiratórias dor Relata maior compreensão da Apresenta menor Progride pelo AIDS e participa nas Permanece sem sensação de processo de pesar atividades de complicações. isolamento social autocuidado, quando possível SAE A PESSOAS COM HEPATITES As hepatites virais causadas pelos vírus hepatotrópicos (vírus das hepatites A, B, C, D ou Delta e E) são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, que têm em comum o Hepatites virais tropismo primário pelo tecido hepático e que constituem um enorme desafio à saúde pública em todo o mundo. Essas infecções são responsáveis por cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente, como consequência de suas formas agudas graves e, principalmente, pelas complicações das formas descompensadas crônicas ou por hepatocarcinoma. Esse número é comparável ao das mortes causadas pela tuberculose e é superior ao de óbitos causados pelo HIV2 HEPATITES NO MUNDO No Brasil, de 1999 a 2016, foram notificados no Sinan aproximadamente 600.000 casos confirmados de hepatites virais A, B, C e D. Entretanto, estima-se que o número de casos seja bem maior, em razão de a maioria dos casos não apresentarem sintomas, o que dificulta a procura por diagnóstico275. Dados do Ministério da Saúde estimam que aproximadamente 657 mil pessoas tenham o vírus da hepatite C no Brasil276. Devido às suas taxas de prevalência, cronicidade e potencial de transmissibilidade e complicações, as hepatites virais B e C são agravos de elevada importância em termos de saúde pública. Embora possuam características clínicas semelhantes, os agentes etiológicos dessas infecções têm diferentes ciclos replicativos e formas de transmissão, o que lhes garante epidemiologia distinta. A maioria das pessoas infectadas pelas hepatites virais crônicas desconhece seu diagnóstico, constituindo elo fundamental na cadeia de transmissão dessas infecções A hepatite A é uma doença comumente transmitida por meio de contato oralfecal, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados. A transmissão sexual do vírus da hepatite A – HAV também vem sendo reportada. Desde a década de 70, surtos dessa doença são relatados entre homens que fazem sexo com homens – HSH, homossexuais ou bissexuais. Surtos cíclicos em áreas urbanas também têm sido descritos nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália277-281. No Brasil, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS e a Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de São Paulo, recentemente tem-se observado Hepatite A aumento do número de casos de hepatite A no município de São Paulo. Até novembro de 2017, ocorreram 656 notificações de hepatite A. Dentre esses casos, 87% eram do sexo masculino, 80% tinham entre 18 e 39 anos e 45% (295) dos casos haviam sido adquiridos por contato sexual desprotegido. Houve quatro casos de hepatite fulminante e dois óbitos282. Nesse sentido, com o objetivo de diminuir o risco de transmissão sexual da hepatite A, é importante incentivar medidas de higiene antes e após as relações sexuais, assim como o uso de preservativos, no contexto das práticas sexuais que envolvam a possibilidade de contato oral-fecal. Manifestações clínicas Quando aparecem sintomas, eles se Muitos pacientes são A anorexia, que é Posteriormente, a assemelham aos de anictéricos (sem frequentemente grave, icterícia e a eliminação uma infecção discreta icterícia) e constitui um sintoma de urina escura podem das vias respiratórias assintomáticos inicial ser evidentes superiores de tipo gripal, com febre baixa O paciente pode ter Ocorre indigestão em Com frequência, o forte aversão pela Os sintomas podem graus variáveis, fígado e o baço estão fumaça de cigarro e ser discretos em caracterizada por moderadamente odores fortes; esses crianças; nos adultos, desconforto epigástrico aumentados durante sintomas tendem a podem ser mais graves vago, náuseas, pirose alguns dias após o desaparecer quando a e a evolução da e flatulência início icterícia alcança seu doença é prolongada. pico AVALIAÇÃO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS Exame de fezes para o antígeno da hepatite A Anticorpos séricos contra o vírus da hepatite A; imunoglobulina. Prevenção Lavagem rigorosa das mãos, consumo seguro de água e tratamento adequado do esgoto Vacina contra hepatite Administração de imunoglobulina, se o paciente não foi previamente vacinado para prevenção da hepatite A (quando administrada dentro de 2 semanas após a exposição) A imunoglobulina é recomendada para os familiares e contatos sexuais de indivíduos com hepatite A Recomenda-se a profilaxia pré-exposição para aqueles que viajam para países em desenvolvimento, para ambientes com condições sanitárias precárias ou incertas, ou para aqueles que não têm tempo suficiente para adquirir proteção pela administração da vacina contra hepatite A. MANEJO DA ENFERMAGEM Incentivar uma dieta nutritiva, bem como repouso no leito durante o estágio agudo Fornecer refeições em pequenas quantidades e frequentes, suplementadas com glicose IV, se necessário, durante o período de anorexia Promover a deambulação gradual, porém progressiva, para acelerar a recuperação Ajudar o paciente e a família a enfrentarem incapacidade e fadiga temporárias, que constituem problemas comuns associados à hepatite Educar o paciente e sua família para que procurem cuidados de saúde adicionais se houver persistência ou agravamento dos sintomas Instruir o paciente e sua família sobre dieta, repouso, exames de sangue para acompanhamento, importância de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e medidas sanitárias e de higiene (lavagem das mãos) para evitar a disseminação da doença Orientar o paciente e sua família para que reduzam o risco de contrair a hepatite A: boa higiene pessoal, com lavagem cuidadosa das mãos; saneamento ambiental com suprimento seguro de alimentos e água e rede de esgoto HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B O vírus da hepatite B (HBV) é um vírus de DNA transmitido, principalmente, pelo sangue (por via percutânea e permucosa), sêmen e secreções vaginais. Pode ser transmitido pelas mucosas e soluções de continuidade da pele. O HBV tem longo período de incubação (1 a 6 meses). Esse vírus replica-se no fígado e permanece no soro por longos períodos, possibilitando sua transmissão. Os indivíduos que correm risco incluem todos os profissionais de saúde, pacientes em hemodiálise ou em unidades de oncologia, homens homossexuais e bissexuais sexualmente ativos e usuários de substâncias IV. Cerca de 10% dos pacientes evoluem para um estado de portador ou desenvolvem hepatite crônica. A hepatite B continua sendo uma importante causa mundial de cirrose e de carcinoma hepatocelular. Os sintomas podem ser insidiosos e variáveis; frequentemente ocorrem episódios subclínicos, porém, febre e sintomas respiratórios são raros; alguns pacientes apresentam artralgias e exantemas MANIFESTAÇ Podem ocorrer perda do apetite, dispepsia, dor abdominal, dor generalizada, mal-estar e fraqueza ÕES CLÍNICAS A icterícia pode ou não ser evidente. Quando ocorre icterícia, observa-se a eliminação de fezes de coloração clara (acolia fecal) e urina escura (colúria) O fígado pode estar hipersensível e aumentado; o baço está aumentado e palpável em alguns pacientes. Os linfonodos cervicais posteriores também podem estar aumentados. O HBV é um vírus de DNA composto das seguintes partículas antigênicas: HBcAg: antígeno do cerne da hepatite B (material antigênico no cerne interno) HBsAg: antígeno de superfície da hepatite B (material antigênico na superfície viral, um marcador de replicação ativa e infecção) HBeAg: proteína independente, que circula no sangue AVALIAÇÃO HBxAg: produto gênico do gene X do DNA do HBV E ACHADOS Cada antígeno induz a produção de seu anticorpo específico e representa um DIAGNÓSTIC marcador para os diferentes estágios do processo patológico: anti-HBc: anticorpo dirigido contra o antígeno do cerne do HBV; persiste OS durante a fase aguda da doença; pode indicar continuação do HBV no fígado anti-HBs: anticorpo dirigido contra determinantes de superfície do HBV; detectado durante a fase tardia da convalescença; em geral indica recuperação e desenvolvimento de imunidade anti-HBe: anticorpo contra o antígeno e da hepatite B; em geral indica uma infectividade reduzida anti-HBxAg: anticorpo dirigido contra o antígeno x da hepatite B; pode indicar replicação contínua do HBV. O HBsAg aparece no sangue de 80 a 90% dos pacientes. Antígenos adicionais ajudam a confirmar o diagnóstico. PREVENÇÃO Triagem dos doadores de sangue Uso de seringas, agulhas e lancetas descartáveis; introdução de sistemas sem agulhas para acesso à administração por via intravenosa Usar luvas quando manipular sangue e líquidos corporais Boa higiene pessoal Orientação Vacina contra hepatite B A convalescença pode ser prolongada e a recuperação pode levar de 3 a 4 meses; incentivar a atividade gradual após o desaparecimento completo da icterícia Identificar problemas e preocupações psicossociais, particularmente os efeitos da separação da família e dos amigos quando o paciente é hospitalizado; se não for hospitalizado, o paciente é incapaz de trabalhar e deve evitar qualquer contato sexual Incluir a família no planejamento para ajudar a reduzir seus medos e ansiedades sobre a disseminação da doença MANEJO DE Orientar o paciente e sua família sobre o cuidado domiciliar e a convalescença Instruir o paciente e sua família sobre a necessidade de repouso e de nutrição adequados ENFERMAG Informar aos familiares e amigos íntimos sobre os riscos de contrair a hepatite B Providenciar para que a família e os amigos íntimos recebam a vacina contra a hepatite B ou EM a imunoglobulina anti-hepatite B, conforme prescrição Avisar o paciente sobre a necessidade de evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de mariscos crus Orientar a família sobre a indicação de visitas de acompanhamento por enfermeiros de cuidado domiciliar para avaliar o progresso e a compreensão, reforçar o ensino e responder às perguntas Incentivar o paciente a usar estratégias para evitar a contaminação por líquidos corporais, como abstinência sexual ou uso de preservativos Ressaltar a importância de manter as consultas de acompanhamento e de participar em outras atividades de promoção e triagem da saúde recomendadas. HEPATITES VIRUS DA HEPATITE C VIRUS DA HEPATITE D Entre as pessoas com risco particular de contrair o vírus da Ocorre hepatite D (agente delta) em alguns casos de hepatite C estão os usuários de substâncias injetáveis, hepatite B. Como o vírus necessita do antígeno de pessoas com múltiplos parceiros sexuais, pessoas que superfície da hepatite B para sua replicação, apenas os recebem transfusões sanguíneas frequentes ou que pacientes com hepatite B correm risco. necessitam de grandes volumes de sangue, e profissionais da área da saúde. O período de incubação é variável e pode A hepatite D é comum entre usuários de drogas IV, estender-se de 15 a 160 dias. pacientes submetidos à hemodiálise e politransfundidos. O contato sexual constitui importante modo de A evolução clínica da hepatite C assemelha-se àquela da transmissão das hepatites B e D. O período de incubação hepatite B; os sintomas quase sempre são discretos. Frequentemente ocorre um estado de portador crônico. Existe varia de 30 a 150 dias. Os sintomas assemelham-se aos risco aumentado de cirrose e câncer de fígado após contrair a da hepatite B, exceto pelo fato de que os pacientes têm hepatite C. Os inibidores de protease, telaprevir e boceprevir, mais tendência a desenvolver hepatite fulminante e a são usados para o tratamento da hepatite C de genótipo 1, em evoluir para hepatite ativa crônica e cirrose. O associação a interferona alfa-2b peguilada e ribavirina. tratamento assemelha-se àquele de outras formas de Nenhum inibidor de protease pode ser usado como hepatite. Na atualidade, a alfainterferona é o único monoterapia para doença. Esse tratamento tríplice de inibidor medicamento aprovado para o tratamento da infecção de protease, interferona alfa-2b peguilada e ribavirina é pelo vírus da hepatite D. A taxa de recidiva é alta e a HEPATITES Vírus da hepatite G e vírus VÍRUS DA HEPATITE E GB-C O vírus da hepatite E (HEV) é transmitido vírus da hepatite G (HGV) e o vírus GB-C por via fecal-oral, principalmente por meio O de água contaminada e condições (GBV-C) são vírus da hepatite pós- sanitárias precárias. O período de transfusão, com período de incubação de incubação é variável e estimado entre 15 e 65 dias. 14 a 145 dias. Não há autoanticorpos. Os Em geral, a hepatite E assemelha-se à fatores de risco assemelham-se aos da hepatite A. Apresenta evolução hepatite C. autolimitada, com início abrupto. A icterícia quase sempre está presente. Não há Não existe uma relação bem definida entre desenvolvimento de formas crônicas. O principal método de prevenção consiste em a infecção pelo HGV/GBV-C e a doença evitar o contato com o vírus por meio de hepática progressiva. Ocorre infecção boa higiene (lavagem das mãos). A eficiência da imunoglobulina na proteção persistente, porém ela não afeta a contra o vírus da hepatite E é incerta evolução clínica.