Partograma PDF: Representação Gráfica do Trabalho de Parto

Summary

Este documento em português detalha o partograma, uma representação gráfica do trabalho de parto. Inclui informações sobre a fisiologia da dilatação cervical, a identificação de possíveis distócias, e as ações recomendadas em diferentes fases do parto. O texto aborda as linhas de alerta e ação, além de exemplos de partogramas em diferentes situações como fase ativa prolongada ou parada secundária da dilatação.

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PARTOGRAMA Prof. Monalisa F Ferraz Habilidades Partograma ⚫ É a representação gráfica do trabalho de parto. ⚫ Permite acompanhar a evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas. ⚫ Ajuda a evitar i...

PARTOGRAMA Prof. Monalisa F Ferraz Habilidades Partograma ⚫ É a representação gráfica do trabalho de parto. ⚫ Permite acompanhar a evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas. ⚫ Ajuda a evitar intervenções desnecessárias. Fisiologia da dilatação cervical ⚫ Curva ascendente. ⚫ Início com menor velocidade de dilatação. ⚫ O parto se desenvolve mais rapidamente a partir dos 4 cm de dilatação. ⚫ Divide-se: Fase Latente (inicial) e a Fase Ativa (final). ⚫ Friedman (1978): "divisões funcionais" do parto→ períodos de dilatação e expulsivo. ⚫ Subdividiu o período de dilatação em duas fases – a preparatória e a de dilatação propriamente dita. ⚫ Período expulsivo → pélvico: em que se processam os fenômenos mecânicos do parto. Na fase latente do trabalho de parto a conduta é expectante, desde que a vitalidade fetal esteja preservada. Observa-se que, em muitas mulheres, a duração é superior a 20 horas e os ocitócitos devem ser evitados, pelo risco de aumento na incidência de cesárea, decorrente do colo uterino desfavorável. Os sinais de alerta, como perda de líquido, sangramento uterino, contrações eficientes a cada 5 minutos e diminuição dos movimentos fetais, são orientações para que a parturiente retorne ao OBSERVAÇÃO!!!! ⚫ A abertura do partograma na fase latente ou no inicio da dilatação (menor que 3 - 4 cm) implicaria em intervenções não só desnecessárias, mas também iatrogênicas. Dilatação do Colo Partograma em papel quadriculado: Marcadores dos eixos X (abscissa) e Y (ordenadas), com os planos de De Lee e de Hodge Plano de DeLee Altura da apresentação. “0”: diâmetro biespinha isquiática ou 3 plano de Hodge. Linha de alerta e linha de ação (Phiipott & Castle, 1972) ⚫ O alerta implica, simplesmente, a necessidade de uma melhor observação clínica. ⚫ Somente quando a curva da dilatação cervical atinge a linha de ação é que a intervenção médica torna-se necessária, na tentativa de melhorar a evolução do trabalho de parto e corrigir possíveis distórcias que possam estar se iniciando. ⚫ Não significa necessariamente conduta cirúrgica. ⚫ Inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (duas a três contrações eficientes em 10 minutos, dilatação cervical mínima de 3 cm). ⚫ Em caso de dúvida, aguardar 1 hora e realizar novo toque: velocidade de dilatação de 1cm/hora, verificada em dois toques sucessivos, confirma o diagnóstico de fase ativa do trabalho de parto. ⚫ Realizam-se toques vaginais subseqüentes, a cada duas horas. ⚫ Em cada toque deve-se avaliar a dilatação cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da bolsa das águas e do líquido amniótico, quando a bolsa estiver rota. ⚫ Por convenção, registra-se a dilatação cervical com um triângulo e a apresentação e respectiva variedade de posição são representadas por uma circunferência. ⚫ O padrão das contrações uterinas e dos batimentos cardíacos fetais, a infusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia devem ser devidamente registrados. Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de alerta ou sobre ela. Quando essa curva ultrapassa Erro na construçã o do partogra ma - iniciado na fase latente do trabalho de parto. Fase ativa prolongada ou distócia funcional ⚫ A Dilatação do colo uterino ocorre lentamente→ velocidade menor que 1 cm/hora. ⚫ A curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, ás vezes, a linha de ação. ⚫ Geralmente decorre de contrações uterinas não eficientes. ⚫ Correção: Estímulo à deambulação; administração de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das águas. Fase ativa prolongada Parada secundária da dilatação ⚫ Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. ⚫ A dilatação cervical permanece a mesma, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação. ⚫ Há associação freqüente com sofrimento fetal agravando o prognóstico perinatal. ⚫ Causa principal: desproporção céfalo-pélvica relativa ou absoluta. Desproporção céfalopélvica ⚫ Absoluta : tamanho do pólo cefálico maior que a bacia (feto macrossômico) ou feto de tamanho normal e bacia obstétrica inadequada. - Resolução da gestação: cesárea. ⚫ Relativa: quando existe defeito de posição da apresentação: deflexão ou variedades de posição transversas ou posteriores. - CD: deambulação, a rotura artificial da bolsa das águas ou a analgesia peridural → evolução normal do parto. - Cesárea: indicada quando esses procedimentos não forem eficientes para corrigir a evolução anormal da ATENÇÃO! ⚫ Nos casos de membranas rotas, a deambulação só deve ser recomendada com o pólo cefálico completamente apoiado na bacia materna, para evitar a ocorrência de prolapso de cordão umbilical. Parada secundári a da dilatação Parto precipitado ou taquitócico ⚫ Quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou menos. ⚫ O padrão da contratilidade uterina é de taquissistolia e hipersistolia. ⚫ Pode ocorrer sofrimento fetal e lacerações do trajeto ⚫ Pode ser espontâneo em multíparas, sendo mais raro em primíparas. ⚫ Pode acontecer em decorrência de iatrogenia pela administração excessiva de ocitocina. Neste caso, deve-se suspender a infusão de ocitocina até o retorno a um padrão contratural normal. ⚫ Orienta-se atenção à vitalidade fetal no Parto precipitad o Período pélvico prolongado ⚫ Manifesta-se no partograma com a descida progressiva da apresentação, mas excessivamente lenta. ⚫ Há dilatação completa do colo uterino e demora na descida e expulsão do feto. ⚫ Geralmente está relacionada à contratilidade uterina deficiente. ⚫ Correção: administração de ocitocina, rotura artificial da bolsa das águas e utilização do fórcipe, desde que preenchidos os pré-requisitos para sua aplicação. Também recomenda-se a posição verticalizada para favorecer a descida da apresentação. Período pélvico prolongado Parada secundária da descida ⚫ Diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais, desde que a dilatação do colo uterino esteja completa. ⚫ Ocorre cessação da descida por pelo menos 1 hora após o seu início. Deve ter pronta correção. ⚫ Reavaliar as relações feto-pélvicas, pois a causa mais freqüente é a desproporção céfalopélvica relativa ou absoluta. ⚫ Se desproporção absoluta: cesárea. ⚫ Se desproporção relativa, com pólo cefálico profundamente insinuado e cérvico-dilatação completa: tentativa de fórcipe de tração ou rotação, dependendo da variedade de posição. Parada secundár ia descida. ⚫ O partograma é um verdadeiro retrato de corpo inteiro da evolução de determinado parto. O exame completo de todas essas variáveis permite conhecer a evolução do parto e dos fatores etiológicos responsáveis pela sua evolução normal ou anormal. Identificada a distócia no partograma e reconhecida sua etiologia, a orientação terapêutica será lógica e eficaz. Sem dúvida, a utilização do partograma melhora a qualidade da