Abdome Agudo: Introdução e Rotina Radiológica

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Questions and Answers

Qual dos seguintes achados radiográficos sugere fortemente uma obstrução intestinal por estrangulamento?

  • Espessamento circunferencial da parede intestinal (>3mm) com edema. (correct)
  • Presença de gás na ampola retal.
  • Dilatação das alças intestinais com níveis hidroaéreos.
  • Visualização de fezes no intestino delgado.

Em um paciente com suspeita de abdome agudo obstrutivo, qual sinal radiográfico indicaria uma obstrução total?

  • Dilatação apenas do intestino delgado.
  • Dilatação de alças intestinais com pouco gás no reto. (correct)
  • Nenhuma dilatação das alças intestinais.
  • Presença de gás no reto.

Qual é o achado radiográfico mais indicativo de volvo intestinal (obstrução em alça fechada)?

  • Presença de gás na ampola retal.
  • Sinal do grão de café. (correct)
  • Níveis hidroaéreos em todos os quadrantes do abdômen.
  • Dilatação uniforme de todo o intestino delgado.

Em qual contexto clínico a ultrassonografia (US) é geralmente a primeira escolha para investigar o abdome agudo?

<p>Análise das vias biliares em busca de cálculos. (A)</p>
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Qual das seguintes condições é mais provável de causar um íleo adinâmico?

<p>Uso de morfina. (D)</p>
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Qual é a tríade de Rigler, associada ao íleo biliar e identificável em exames de imagem?

<p>Dilatação das alças intestinais, ar na árvore biliar e cálculos biliares ectópicos. (B)</p>
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Em um quadro de abdome agudo, qual exame de imagem é considerado o método preferencial para confirmar a obstrução do intestino delgado (ID)?

<p>Tomografia computadorizada (TC). (B)</p>
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Qual achado na tomografia computadorizada (TC) é fortemente sugestivo de obstrução do intestino delgado?

<p>Sinal de fezes no intestino delgado. (A)</p>
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Em um paciente com suspeita de megacólon tóxico, qual achado radiográfico é considerado o mais significativo?

<p>Dilatação do cólon transverso com diâmetro superior a 5 cm e mucosa com aspecto normal. (C)</p>
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Qual das seguintes condições abdominais agudas NÃO está tipicamente associada a irritação peritoneal?

<p>Cálculo renal. (C)</p>
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Qual das seguintes causas de abdome agudo é mais provável de ser diagnosticada com precisão pela tomografia computadorizada (TC), em vez da ultrassonografia (USG)?

<p>Apendicite. (D)</p>
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Qual das seguintes condições está associada ao sinal do halo ou do alvo (“target sign”) na ultrassonografia ou tomografia computadorizada?

<p>Invaginação intestinal. (A)</p>
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O espessamento da parede da vesícula biliar é um achado importante na avaliação de colecistite aguda. No entanto, em qual das seguintes condições esse achado pode estar presente sem necessariamente indicar inflamação?

<p>Dengue. (B)</p>
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No contexto de obstrução do intestino grosso, qual é o principal risco associado à dilatação excessiva do ceco?

<p>Perfuração. (C)</p>
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Qual dos seguintes achados radiográficos é indicativo de isquemia intestinal?

<p>Pneumatose intestinal. (B)</p>
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Em um paciente com pancreatite aguda, qual sinal radiológico pode indicar a presença de complicações, como a infiltração do ligamento frenocólico?

<p>Sinal de cutoff. (C)</p>
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Qual dos seguintes tipos de hérnia da parede abdominal tem maior risco de causar estrangulamento intestinal?

<p>Hérnia inguinal indireta. (D)</p>
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Qual é o principal objetivo da rotina de radiografias para abdome agudo?

<p>Excluir condições torácicas que podem simular abdome agudo e detectar pneumoperitônio. (D)</p>
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Qual das seguintes condições pode causar infecção enfisematosa nos órgãos abdominais?

<p>Diverticulite. (D)</p>
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Qual das seguintes fases do contraste é mais indicada para avaliar tumores de fígado na tomografia computadorizada?

<p>Fase venosa (ou fase portal). (A)</p>
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Flashcards

Abdome Agudo

Síndrome da dor abdominal difusa, de início súbito, necessitando intervenção médica ou cirúrgica urgente.

Rotina Radiográfica para Abdome Agudo

Radiografias de tórax PA em ortostase, abdome em ortostase, e abdome em decúbito dorsal.

Características das Alças Cólonicas

Localizadas na periferia, com conteúdo de fezes e gases, calibre de até 6cm.

Características das Alças do Delgado

Ocupam espaço central, pouco gás, calibre não passa de 3cm.

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Íleo Localizado

Distensão focal de um segmento da alça intestinal devido a processo inflamatório adjacente.

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Íleo Adinâmico

Dilatação difusa de todo o intestino delgado e grosso, com gás na ampola retal.

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Sinal Cardinal da Obstrução Intestinal

Zona de transição entre alça dilatada e descomprimida.

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Estenose Pilórica

Dilatação apenas da câmara gástrica.

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Atresia Duodenal

Presença do sinal da dupla bolha.

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Sinal do Colar de Pérolas

Bolhas de ar na parede do intestino delgado.

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Íleo Biliar

Obstrução intestinal causada por cálculo impactado no íleo terminal, devido à fístula colecistoentérica.

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Invaginação Intestinal

Alça intestinal invaginada para dentro de outra, causando obstrução.

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Obstrução em Alça Fechada (Volvo Intestinal)

Torção da alça sobre si mesma, interrompendo o suprimento vascular.

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Sinal do Grão de Café

Dilatação desproporcional da alça colônica torcida.

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Sinal do Bico de Pássaro

Estreitamento abrupto no local da torção no volvo.

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Colecistite

Dor em flanco direito, distensão vesicular e espessamento da parede.

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Colecistite Enfisematosa

Vesícula perfurada com coleção de gás devido à proliferação bacteriana.

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Sinal de Cutoff

Infiltração do ligamento frenocólico por coleções, causando estenose na flexura esplênica.

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Pancreatite

Geralmente ligada ao álcool e colelitíase, pode ser intersticial ou necrótica.

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Fase de Equilíbrio

Tumores com impregnação tardia.

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Study Notes

Introdução ao Abdome Agudo

  • Abdome agudo caracteriza-se por dor abdominal difusa, de início súbito, exigindo intervenção médica urgente, seja clínica ou cirúrgica.

Rotina Radiológica para Abdome Agudo

  • A rotina básica inclui três radiografias: tórax PA ortostático, abdome ortostático e abdome em decúbito dorsal.
  • A radiografia de tórax PA ortostática é importante porque condições torácicas como pneumonia, infarto, pneumotórax, IC e aneurisma podem simular abdome agudo.
  • A radiografia de abdome em ortostase serve para o diagnóstico de pneumoperitônio e níveis hidroaéreos.
  • Radiografias adicionais incluem a de abdome em decúbito lateral com raios horizontais.

Padrão Normal das Alças Intestinais

  • Alças colônicas localizam-se perifericamente, contêm fezes e gases, com calibre de até 6 cm.
  • Alças do delgado ocupam espaço central, possuem pouco gás e calibre inferior a 3 cm.
  • A presença de líquido no delgado ou ceco geralmente não forma níveis hidroaéreos, mas pode ocorrer em 2 ou 3 segmentos de forma não patológica.

Distensão Anormal vs. Obstrução

  • Íleo localizado manifesta-se como distensão focal de um segmento intestinal devido a processo inflamatório adjacente, como a dilatação do delgado em pancreatite aguda.
  • Íleo adinâmico resulta de distúrbio metabólico com hipo ou aperistalse, causando dilatação difusa do intestino delgado e grosso, com gás na ampola retal, configurando uma obstrução funcional.

Obstrução Intestinal

  • O sinal cardinal de obstrução é a zona de transição entre uma alça dilatada e outra descomprimida.
  • A ausência de gás no reto indica obstrução total.
  • Pouco gás no reto, juntamente com dilatação do cólon e/ou delgado, sugere obstrução total precoce ou semioclusão.
  • Gás no reto com dilatação de todas as alças é indicativo de íleo adinâmico.

Tipos de Obstrução

  • Obstrução alta:
    • Estenose pilórica causa dilatação apenas da câmara gástrica.
    • Atresia duodenal apresenta o sinal da dupla bolha.
  • Obstrução baixa:
    • Há dilatação das alças do delgado com o sinal da pilha de moedas no jejuno, além de níveis hidroaéreos.
    • O sinal do colar de pérolas, visualizado em radiografia e TC, indica bolhas de ar na parede do intestino delgado.

Íleo Biliar e Invaginação

  • Íleo biliar é uma obstrução causada por cálculo impactado no íleo terminal, resultante de fístula colecistoentérica (geralmente colecistite aguda de repetição); o cálculo deve ser >2cm.
    • Sinais incluem cálculo no delgado, aerobilia nas vias biliares e distensão do delgado com níveis hidroaéreos e empilhamento de moedas.
    • O diagnóstico é difícil devido à baixa radiopacidade dos cálculos biliares.
  • Invaginação é a entrada de uma alça intestinal na outra, causando obstrução; em lactentes, usa-se US e, em adultos, TC (Sinal do Alvo).

Obstrução em Alça Fechada (Volvo Intestinal)

  • É a torção da alça sobre si mesma, que ocorre em áreas com mesentério móvel (sigmoide e ceco), interrompendo o suprimento vascular.
    • Achados incluem dilatação desproporcional da alça colônica torcida, o sinal do grão de café e o sinal do bico de pássaro (transição abrupta do volvo).

Abdome Agudo Não Obstrutivo: Colecistite

  • Apresenta dor no flanco direito, distensão da vesícula, espessamento da parede <4mm, aumento do fluxo ao Doppler e cálculo que geralmente não se move com a mudança de decúbito.
  • Coleções perivesiculares e conteúdo hipoecoico composto de baile espessa indicam perfuração na parede.
  • Aerobilia ocorre quando a vesícula sofre necrose e perfura, levando líquido para a região peritoneal e causando coleção de gás produzido por proliferação bacteriana, resultando em colecistite enfisematosa.
  • Pacientes com dengue podem apresentar espessamento da parede sem inflamação da vesícula, similar ao que ocorre com ascite e hepatite.

Abdome Agudo Não Obstrutivo: Pancreatite

  • Ligada ao álcool e colelitíase, pode ser intersticial ou necrótica na forma aguda.
  • Acomete o peritônio anterior, podendo formar coleções peripancreáticas (áreas de necrose).
  • O sinal de Cutoff indica infiltração do ligamento frenocólico pelas coleções, causando estenose na flexura esplênica.
  • Pancreatite edematosa envolve migração do cálculo para o colédoco e via comum, obstruindo e inflamando o pâncreas.
  • Necrose pode estar no pâncreas, peripancreática ou em ambos (mais grave).
  • Necrose pancreática aguda dura menos de 4 semanas e não possui cápsula; necrose delimitada dura mais de 4 semanas e deve ser diferenciada de pseudocisto (líquido organizado com pseudo cápsula) na loja peripancreática.
  • Pancreatite crônica devido ao alcoolismo pode apresentar calcificações no parênquima pancreático.

Abdome Agudo Não Obstrutivo: Apendicite

  • Em crianças, usa-se US, em adultos TC e em grávidas pode-se usar RM.
    • Indicativos: Coleções líquidas, espessamento de gordura mesentérica, alças intestinais paréticas na FID, paredes espessadas e heterogêneas, aumento da vascularização e presença de apendicolito.
    • Coleções líquidas são sinais de perfuração.

Fases do Contraste

  • Fase arterial (30 segundos): ideal para tumores de tireoide e rim.
  • Fase venosa/portal (60-100 segundos): ideal para tumores de fígado.
  • Fase de equilíbrio: ideal para tumores com impregnação tardia.

Abdome Agudo Obstrutivo vs. Não Obstrutivo: Características e Etiologias

  • Inflamatório: Dor contínua, febre, irritação peritoneal, leucocitose; inclui condições como colecistite, pancreatite, diverticulite, abscesso hepático, apendicite, DIP e abscesso tubo-ovariano.
  • Obstrutivo: Dor em cólica, distensão abdominal, parada de eliminação de gases e fezes, náuseas, vômitos em virtude de cálculo renal ou obstrução intestinal.
  • Hemorrágico: Taquicardia, palidez, choque, história de trauma ou procedimento, englobando trauma e gestação ectópica.
  • Vascular: Dor abdominal, paciente idoso/fumante, distensão abdominal, choque, envolvendo angina mesentérica, aneurisma de aorta e síndrome de Leriche.
  • Perfurativo: Dor em facada, abdome em tábua, náuseas, vômitos, pneumoperitôneo e úlcera.

Imagem no Abdome Agudo

  • Radiografia Simples: essencial para definir se há obstrução e se é alta (delgado) ou baixa (cólon); suspeitar de obstrução intestinal, perfuração de víscera oca ou litíase urinária.
  • Ultrassonografia: ideal para análise das vias biliares (cálculos biliares), nem sempre visíveis no RX.
  • Tomografia Computadorizada: preferível para doenças inflamatórias (exceto colecistite, onde o USG é melhor).
  • Ressonância Magnética: indicada em gestantes ou alérgicos ao contraste iodado.

Radiologia Intervencionista

  • Rotina de abdome agudo inclui RX de tórax em PA (ortostase ou decúbito dorsal) para detectar pneumoperitôneo e doenças intratorácicas com queixas abdominais.
  • RX de abdome (decúbito ortostático ou sentado) com raios horizontais aumenta a confiabilidade do diagnóstico.
  • TC ou US são utilizados para diagnóstico definitivo.

Padrão Normal dos Gases Abdominais e Distensão Intestinal

  • Níveis hidroaéreos são normais no estômago e ID (menores que 2,5 cm de comprimento).
  • A ausência completa de gás no ID pode ocorrer em obstruções onde as alças estão preenchidas por líquido.
  • Não devem ser observados níveis hidroaéreos no cólon distal à flexão hepática.
  • Distensão intestinal:
    • ID dilatado >3cm, cólon >5cm e ceco >8cm.
    • A distinção entre ID e IG é feita pela localização (central vs. periférica) e características anatômicas (válvulas coniventes vs. haustrações).
    • O ceco pode se dilatar ao máximo, independentemente do local da obstrução.

Íleo Adinâmico

  • Estase do conteúdo intestinal por diminuição/ausência de peristaltismo.
    • Causas incluem fármacos (atropina, glucagon, morfina), causas metabólicas (DM, hipotireoidismo), inflamação (gastroenterite, peritonite, pancreatite, apendicite, colecistite e abscesso), pós-cirúrgico (4-7 dias), pós-traumático ou lesão raquimedular.
    • Mostra distensão intestinal simétrica, difusa e gasosa, com ID, estômago e cólon proporcionalmente dilatados.
    • Pode resultar na ausência de gás com alças dilatadas e preenchidas por líquido.
    • US confirma peristaltismo fraco ou ausente.

Alça Sentinela

  • Segmento intestinal paralisado e dilatado adjacente a um órgão intra-abdominal inflamado; alerta para processo inflamatório.
    • Quadrante superior direito: colecistite aguda, hepatite, pielonefrite.
    • Quadrante superior esquerdo: pancreatite, pielonefrite, lesão de baço.
    • Quadrantes inferiores: diverticulite, apendicite, salpingite, cistite ou Crohn.

Megacólon Tóxico

  • Manifestação de colite fulminante com dilatação extrema do cólon.
    • Sem peristaltismo, intestino perde tônus e contratilidade, levando a distensão abdominal progressiva, intoxicação, febre e prostração.
    • A parede apresenta aspecto de “mata-borrão molhado”, com alto risco de perfuração e mortalidade de 20%.
    • Causas incluem colite ulcerativa aguda, pseudomembranosa, de Crohn, amebiana, isquêmica e bacteriana (cólera, febre tifoide).
    • Dilatação do cólon transverso >15cm é significativa, e o diagnóstico é sugerido quando o diâmetro é >5 cm com mucosa normal.
    • Pseudopólipos aparecem como nódulos no cólon distendido.
    • TC mostra cólon distendido com ar e líquido, parede fina e contorno irregular.
    • Enema de bário é contraindicado devido ao risco de perfuração.

Infecção Enfisematosa

  • Infecção de órgãos por micro-organismos produtores de gás.
    • Gás no parênquima de órgãos sólidos ou parede de vísceras ocas indica infecção, fístula, infarto ou cirurgia recente em pacientes sépticos, imunocomprometidos ou diabéticos.
    • Bolhas e estrias de ar distinguem-se de coleções gasosas normais.

Gangrena de Fournier

  • Fasciite necrosante do períneo e regiões perianais/genitais.
    • Infecção polimicrobiana com rápida destruição tecidual.
    • RX e TC mostram bolhas e estrias de gás nos tecidos moles afetados.

Obstrução do Intestino Delgado: Causas e Sintomas

  • Causas: Aderências (pós-cirúrgicas/inflamatórias), hérnia encarcerada, malignidade (metástase), intussuscepção, vólvulo, íleo biliar, parasitas (Ascaris), corpo estranho, tumores, Crohn e enterite por radiação.
  • Sintomas: Cólica abdominal, distensão e vômitos.

Obstrução do Intestino Delgado: Achados Radiológicos

  • Alças dilatadas (>3cm) desproporcionais, níveis hidroaéreos (>2,5cm de largura ou >5mm em comprimentos diferentes), dois ou mais níveis aéreos.
  • Pequenas bolhas de gás aprisionadas (sinal de “colas de pérolas”).
  • O nível da obstrução é determinado por alças dilatadas acima e normais/vazias abaixo.
  • Sinal característico: alças em forma de degraus ou grampo de cabelo.
  • Hérnias inguinais podem ser visíveis em RX.
  • TC é o método preferencial para confirmar obstrução.

Obstrução do Intestino Delgado: TC e Sinal de Fezes

  • TC demonstra local de transição entre alças dilatadas e colapsadas.
  • Achado de cólon descendente colapsado pode ser uma armadilha.
  • Sinal de fezes no delgado: forte evidência de obstrução (matéria fecal misturada com gás).
  • Estreitamento abrupto em forma de bico indica obstrução por aderência.

Obstrução por Estrangulamento

  • Associada a alterações na parede intestinal e mesentério devido a comprometimento do suprimento sanguíneo.
  • Achados na TC: Espessameto da parede (>3mm), edema, ausência de realce, vasos mesentéricos indistintos, infiltração do mesentério por líquido ou hemorragia.

Vólvulo do Intestino Delgado

  • Sinais na TC: Distribuição radial no ID dilatado, vasos mesentéricos convergentes, alça em forma de U ou C, sinal do bico no local da torção, turbilhão no mesentério torcido.
  • Requer cirurgia.

Intussuscepção

  • Invaginação de um segmento intestinal em outro.
    • Em adultos causada por tumor polipoide (lipoma), tumor maligno, divertículo de Meckel, linfoma, nódulos mesentéricos e corpos estranhos.
    • Intussuscepção ileocólica relaciona-se a tumores do ID ou doença celíaca.
    • RX convencional mostra obstrução e massa de tecidos moles.
    • Exames com bário mostram retenção de contraste (aspecto de mola).
    • TC mostra massa intestinal com forma de alvo.

Avaliação por US e TC

  • US mostra configuração em rosquinha (anéis hiperecoicos e hipoecoicos).
  • Achado comum na TC: intussuscepção transitória assintomática de segmento curto ( inferiores a 3.5 cm), jejunal/ileal, sem obstrução associada.

Íleo Biliar

  • Causa mecânica de obstrução do ID; suspeitar em idosas com obstrução.
  • Obstrução causada por cálculo biliar que corrói a parede vesicular, formando fístula colecistoduodenal.
  • Cálculo aloja-se na parte distal do íleo.
  • Caracteriza-se por cálculo único, facetado e de 2-5cm.

Tríade de Rigler

  • Dilatação das alças intestinais delgadas, ar na árvore biliar/vesícula e cálculos biliares calcificados em localização ectópica.
  • Exames com bário devem incluir contraste no duodeno para mostrar passagem para a árvore biliar.

Obstrução do Intestino Grosso

  • O ceco é a porção que mais se dilata (risco de perfuração >10cm).
  • Causas:
    • Obstrução: Carcinoma do cólon, doença metastática, diverticulite, vólvulo, impactação fecal, amebíase, isquemia, aderências.
    • Pseudo-obstrução: Síndrome de Ogilvie, íleo adinâmico e megacólon tóxico.
  • Sinais de obstrução: níveis hidroaéreos na flexão hepática.

Vólvulo do Sigmoide

  • O cólon sigmoide sofre torção em torno do mesentério, obstruindo a alça.
    • O cólon proximal dilata e o reto esvazia.
    • RX mostra alça com gás sem haustrações.
  • TC evidencia cólon sigmoide invertido e dilatado em forma de U, ausência de gás no reto e zonas de transição.
    • Linhas oblíquas formam o sinal X do problema.
    • Um único ponto de transição em forma de bico é visível no enema de bário.

Vólvulo do Ceco

  • Obstrução em alça fechada, gerando isquemia, necrose e perfuração.
  • Tipos: torção com inversão (ceco deslocado para o QSE), torção axial (ceco no QID) e báscula (ceco dobra anteromedialmente).
  • Achados clássicos no RX: alça distendida por gás em forma de grão de café, ápice do ceco no QSE, distensão do ceco >10cm e colapso do cólon distal.

Achados na TC do Vólvulo do Ceco

  • Ceco no abdome médio superior/esquerdo.
  • Vólvulo no QID com turbilhão do intestino e gordura mesentérica.
  • Apêndice deslocado para o QSE.
  • Dois pontos de transição: entrada e saída.
  • Sinal X do problema.
  • Distensão do ceco >10cm.
  • Intestino grosso distal descomprimido.

Impactação Fecal e Pseudo-obstrução do Cólon

  • Impactação Fecal: comum em idosos acamados, pode causar colite estercoral, necrose isquêmica e perfuração.
    • RX: Grande massa de fezes com aspecto mosqueado no cólon distal.
  • Pseudo-obstrução do Cólon (Síndrome de Ogilvie): Distúrbio com distensão aguda do cólon, dor e distensão abdominal sem obstrução mecânica.
    • Distensão progressiva pode levar a isquemia, necrose e perfuração.
    • RX/TC: Dilatação do cólon (ceco até flexão esplênica ou reto).
    • Dilatação do ceco >10cm justifica descompressão colônica por colonoscopia.

Isquemia e Infarto Intestinais

  • Podem ser transitórios/reversíveis ou letais.
  • Causas:
    • Oclusão das artérias mesentéricas (trombo, êmbolo, vólvulo).
    • Hipotensão (ICC, septicemia).
    • Medicamentos vasoconstritores.
    • Drenagem venosa deficiente (trombose venosa, tumor).

Achados Radiográficos de Isquemia e Infarto Intestinais

  • Espessamento circunferencial (>5mm) da parede intestinal com infiltração de edema ou sangue.
  • Sinal da “impressão digital” (infiltração nodular da parede).
  • Dilatação do lúmen (>3 cm para o ID; >5cm para o cólon; >8cm para o ceco).
  • Pneumatose intestinal.
  • Ingurgitamento dos vasos mesentéricos.
  • Trombose da artéria/veias mesentéricas.
  • Pouco realce da parede do intestino ao longo da borda mesentérica (isquemia).
  • Ausência de realce da mucosa com afinamento da parede (infarto).
  • Ascite.

Pneumatose Intestinal

  • Gás na parede dos Intestinos, podendo ser benigna ou associada à isquemia.
  • Causas:
    • Necrose intestinal.
    • Rompimento da mucosa.
    • Aumento da permeabilidade da mucosa (imunossupressão).
    • Doença pulmonar com ruptura alveolar e dissecção de ar.

Achados na Imagem da Pneumatose Intestinal

  • Aparece no RX ou TC como bolhas de ar na parede do intestino.

Traumatismo Abdominal

  • TC abdome/pelve para avaliar traumatismo abdominal fechado.

Achados na TC de Lesão Traumática

  • Hemoperitônio: Sangue agudo (30-45 UH).
  • Coágulo sentinela: Sangue coagulado (>60 UH).
  • Hemorragia ativa: Extravasamento de contraste (85-370 UH) na fase arterial.
  • Ar livre na cavidade peritoneal (sinal insensível de lesão do intestino).
  • Contraste livre na cavidade peritoneal (extravasamento de contraste oral ou IV).
  • Hematomas subcapsulares: Coleções crescentes.
  • Hematomas intraparenquimatosos: Áreas irregulares de baixa densidade.
  • Lacerações: Defeitos lineares irregulares.
  • Ausência de realce de órgãos.
  • Infartos: Zonas de diminuição da captação de contraste.

Abscessos

  • Ocorrem na cavidade peritoneal devido a extravasamento de material do intestino perfurado ou como complicação de cirurgia, traumatismo, pancreatite, septicemia ou AIDS.
    • Pelve é o local mais comum.

Achados ao RX nos Abscessos

  • Massa de tecidos moles.
  • Coleção de gás extraluminal.
  • Deslocamento do intestino.
  • Íleo localizado ou generalizado.
  • Elevação do diafragma.
  • Derrame pleural.
  • Atelectasia.
  • Consolidação nas bases pulmonares.

Achados na TC e US nos Abscessos

  • TC: Coleção loculada de líquido (restos celulares e níveis líquido-líquido), paredes espessas/irregulares e gás.
  • US: Coleção de líquido focal (ecogênico, restos celulares flutuantes e septos), parede espessada e gás.

Hérnias da Parede Abdominal

  • Protusão do intestino/omento/mesentério através de defeito na parede abdominal/pélvica.
    • Encarceramento: hérnias não redutíveis.
    • Estrangulamento: hérnias com obstrução/isquemia.
    • Hérnias de Richter: apenas uma parte da parede intestinal é alterada.
  • Hérnias Inguinais:
    • Indiretas: através do anel inguinal interno (lateral aos vasos epigástricos inferiores).
    • Diretas: medial aos vasos epigástricos inferiores (através de ponto fraco no assoalho).

Tipos de Hérnias

  • Incisional: complicação cirúrgica, herniando através da incisão.
  • Paraestomal: associada a estomas cirúrgicos.
  • Lombar: defeitos na musculatura lombar posterolateral.
  • Spiegel: defeito na aponeurose dos músculos transverso e oblíquo interno do abdome.

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